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História O Destino do Príncipe - Futuro Rei


Escrita por: Miahwe

Notas do Autor


Olá. Como vão?
Sobre este capítulo eu particularmente adorei muito escrevê-lo, sinto que a história está cada vez mais se aprofundando, usei muita discrição neste capítulo e foi muito divertido e prazeroso, adoro descrever lutas ou roupas e sentimentos. Espero que vocês gostem também :p
Algumas pessoas me perguntaram o que aconteceria com o Naru quando ele fosse falar com o tio, posso dizer que a curiosidades de vocês vai ser resolvida neste capítulo. :)
Ah! Antes que eu esqueça, peço desculpas pelos erros que tiveram nos últimos capítulos, sei que é chato e quebra o clima da leitura, mas vou tentar melhorar e revisar mais vezes!
Tenham uma boa leitura.

Capítulo 5 - Futuro Rei


                4 dias antes da viajem.

 

            Passou as mãos nos cabelos de maneira ansiosa e soltou um longo suspiro. Estava indo para a sala do trono, seu pai havia saído para caçar com seu tio e agora ele terá que substituí-lo. Iria sentar-se na grande cadeira, escutar fatos e julgá-los. Seria uma tarde longa.

            Era a sua primeira vez como substituto do rei e aquilo, de alguma forma, o deixava ansioso. Seus cabelos cor de azeviche balançavam em seu pescoço, soltos, havia perdido a fita que os prendiam durante o encontro com Shisui no riacho e agora a única coisa que mantinha o cabelo longe do rosto era a coroa, feita de prata modelada em espirais com rubis e diamantes negros encrustados.

            Enquanto andava pelos corredores suas botas faziam soar ecos das paredes. A espada em sua cintura batia em sua coxa se mostrando presente a cada passada e o vento que entrava pelas janelas fazia as mangas da camisa azul escura ondular, por cima desta usava um gibão negro sem mangas com o símbolo dos Uchiha costurado com fios de prata branca e vermelha. Tinha prendido um manto de peles, também pretas sobre os ombros. A corrente de pequenos aros circulava em seu pescoço reluzindo aos finos raios solares que entravam pelas janelas.

            Shisui andava ao seu lado, usava o fardamento do comandante da floresta: botas negras de cano alto subindo por cima da calça esverdeada; uma placa de peito metalizada com o símbolo dos Uchihas esculpido cobria seu tórax; os braços estavam vestidos com as mangas negras da túnica que usava por baixo da cota de malha; no antebraço, braceletes com placas de metal refletiam; nas costas, uma espada dupla formava um X. Era a arma favorita do Shisui.

            - Você fica melhor de cabelo solto. – Comentou sem olhar para Itachi, este não respondeu, estava ocupado demais perdido em outros pensamentos.

            Algumas criadas passaram por eles fazendo uma reverência rica. – Vossa Alteza. – Cumprimentaram as moças.

            Itachi acenou levemente com a cabeça: - Senhoritas.

            Logo chegaram a entrada da sala do trono. Havia dois guardas na porta, posturas eretas, seguravam duas lanças postas no chão a frente do corpo. Fizeram uma reverência e abriram as grossas portas de carvalho e ferro.

            Itachi entrou primeiro. Shisui, cinco passos atrás. A corte inteira estava ali reunida. De um lado os que seriam julgados, do outro a plateia faminta por declarações de morte e ansiosa para ver os desfechos do julgamento.

            Logo foi anunciado: - Príncipe Itachi Uchiha, comandante da guarda da cidade e futuro rei do Fogo! – o homem fez uma pausa. – Shisui Uchiha, comandante da guarda da floresta!

            Itachi caminhou em linha reta sem olhar para os lados como seu pai fazia. Subiu os degraus e sentou-se no grande trono. O homem que o anunciará se pôs ao seu lado esquerdo com a uma lista nas mãos, resfolegante pela subida nos degraus, a barriga redonda subia e descia. Então observou discretamente enquanto Shisui se postava do lado direito, logo abaixo encima do primeiro degrau; Kisame estava do lado esquerdo, a espada: Samehada, presa nas costas.

            Apertou os lábios, o salão estava um barulho só. Levantou a mão direita com um movimento do cotovelo e todos se calaram. Inclinou-se para intendente ao seu lado e pediu para anunciar o primeiro caso.

            Com certeza iria ser uma tarde longa.

            Durante as trocas de casos, Itachi trocava olhares significativos com Shisui. Era uma comunicação recíproca que o deixava com um sentimento de leveza e contentamento no peito.

                                  

 

                                                           ***

 

            As ruas pareciam formar um labirinto circular, o castelo da cidade ficava no centro, e mesmo na estrada da cidade Naruto conseguia ver as torres brotando sobre as casas. Havia dois rios que cortavam a cidade, o que acabava resultando em uma série de pontes e bom comércio marinho.

           - Menma? Sabe como chegaremos lá? Ouvi que é fácil se perder nessas ruas. – Kiba falou.

            - Sim, vim aqui muitas vezes em tempos passados. – respondeu se recordando do tempo em que corria e se perdia nas ruas da cidade do redemoinho, tais caminhos foram feitos para confundir um inimigo durante um ataque.

            Naruto foi na frente, sabia o caminho. As pessoas o olhavam com olhos estranhos e questionadores. Naruto se perguntava se elas o reconheceriam.        

            Passou em por um chafariz seco onde crianças brincavam, gritando e correndo. O pôr do sol fazia com que sombras se espalhassem pelo pátio criando uma paisagem dramática.

            Chegaram ao fosso minutos antes do sol se pôr.

            - Diga seu nome! – o guarda gritou de cima do muro.

            - Príncipe Naruto Uzumaki!

            Os muros eram baixos o suficiente para Naruto ver o guarda trocando palavras com o companheiro ao lado. Pareciam em dúvida. Até que um gritou de volta:

            - O Príncipe Naruto morreu no incêndio!

            - Não! Ele está aqui diante de vocês. – Naruto gritou de volta. – Desejo falar com meu tio Lorde Nagato Uzumaki!

            Os guardas se entreolharam, trocaram algumas palavras e um deles saiu correndo, desaparecendo do muro, provavelmente deve ter sido alguma escada.

            - E agora? – Kiba perguntou ao seu lado. Akamaru estava sentado no chão ao lado das patas dianteiras do cavalo.

            - Vamos esperar, ele deve ido chamar alguém. – Naruto bufou impaciente. Odiava quando duvidavam dele.

            Esperaram em torno de quinze a vinte minutos até que a ponte abaixou para que pudessem entrar. Do outro lado um homem ruivo usando cota de malha por cima da túnica e uma capa de ombro marrom o esperava. E Naruto o conhecia a muito tempo, era o melhor amigo de seu tio.

            - Sir Yahiko. – Naruto falou abrindo um sorriso enorme.

            - Não posso acreditar. – Yahiko soltou. – Como... Você...

            Naruto desmontou. Kiba continuou onde estava. – Eu consegui sair e alguns garotos que trabalhavam na fortaleza me salvaram. – fez uma pausa. – Sir Yahiko, preciso falar com meu tio, preciso mostrar que estou vivo, o trono é meu por direito de sucessão.

            Sir Yahiko continuava o encarando como se não acreditasse que estivesse vivo. Balançou os cabelos alaranjados saindo do devaneio e engoliu em seco. – Bem... Vou pedir que levem você e seu amigo para um quarto. Irei avisar ao rei Nagato... - Rei Nagato? - ...de sua chegada. – Em seguida Yahiko virou-se para o guarda que o havia chamado: - Levem esses dois até o quarto de hospedes, deixo-nos a vontade. – Então olhou para Naruto: - Se me der licença, Vossa Alteza. – fez uma reverência e saiu.

            Kiba desmontou e se aproximou de Naruto, Akamaru em seus pés.

            O sentinela gritou por um cavalariço que não demorou a chegar e levou os cavalos para as baías. – Por aqui, Vossa Alteza.

            Caminharam pelo pátio onde cavalheiros e escudeiros treinavam. Entraram no castelo e seguiram o guia por corredores e escadarias. Kiba ao seu lado soltava exclamações de admiração a cada canto que passavam, encantado com as ornamentadas tapeçarias e os grandes quadros, assim como as armaduras que enfeitavam alguns corredores.

            - É muito grande! – comentou de boca aberta. Akamaru latiu ao seu lado como se estivesse concordando.

            Naruto não estava nem um pouco surpreso, viveu naquela atmosfera a vida toda, e se Kiba estava encantado com a grandeza do local era porque ele nunca tinha entrado no castelo da fortaleza da Terra.

            Foram designados quartos diferentes. Eram vizinhos, o que deixou Naruto menos preocupado, qualquer coisa era só Kiba andar dois metros e meio para chamá-lo.

            O quarto de Naruto era grande, não tão grande quanto o antigo, mas ainda assim era bem espaçoso. Possuía uma cama grande, um baú decorado de ouro e opalas, uma mesa pequena em um canto e uma janela alongada, aberta para a cidade.

            Naruto respirou fundo e soltou o ar devagar ao fechar a porta atrás si. Sozinho. Desafivelou a bainha da espada e a colocou encima do baú, tirou as botas sujas de terra e as jogou a esmo no chão. Deitou-se na cama e fechou os olhos. Era bem mais confortável que a cama de palha que dormia em Noha. O corpo estava exausto da cavalgada, tinham parado apenas duas vezes para dar água aos cavalos e comer algumas frutas. A parte interna de suas coxas ardiam e naquele momento ele só queria descansar.

           

 

            Ouviu o som de batidas na porta e acordou lentamente. Olhou ao redor e lembrou-se onde estava. Virou a cabeça para a janela e viu a lua brilhando pela metade no céu junto com as estrelas.

            - Entre. – Falou enquanto se sentava.

            - Com licença, Vossa Alteza. – pediu uma criada de cabelos pretos. – Rei Nagato pediu para lhe trazer essas mudas de roupas. Disse que iria lhe receber antes do jantar na sala do trono.

            Naruto assentiu sem nada a dizer.  A mulher deixou as roupas sobre um criado mudo, fez uma reverência polida e saiu.

            - Antes do jantar? – falou para si mesmo. – Estou com tanta fomeeee!

           Demorou um pouco deitado na cama escutando os resmungos de sua barriga e levantou. Caminhou até o criado mudo e admirou a túnica laranja, e a calça preta.

            Estava com a mesma túnica preta que usou no dia que escapou do incêndio, está estava rasgada e suja em vários pontos. Tirou-a junto com a calça e o cinturão de couro negro, caminhou até uma pequena bacia que usou para lavar o rosto, o peitoral e umedecer os cabelos loiros rebeldes. Vestiu a túnica e calça, colocou o cinturão negro, as botas e afivelou sua espada no peito.

            Eu sou o príncipe Naruto Uzumaki.

            Não precisou esperar muito e logo foi chamado por um guarda que o acompanhou junto a Kiba até a sala do Lorde.

            Não foram anunciados. Kiba se manteve passos longe de Naruto com Akamaru nos braços. Lorde Nagato estava sentado no cadeirão do senhor revestido com peles e o olhava com: desgosto? Raiva? Naruto não sabia dizer.

            Olhou ao redor observando a plateia que os cercava, não ficou nervoso.

            - Tio. – começou. – Como pode ver eu não morri como meus amados pais. Voltei e vim reclamar meu...

            - O trono é dos Uzumaki. – Lorde Nagato o cortou.

            Naruto o olhou sem entender.

            - Os Namikaze ajudaram o reino, não podemos negar o fato, mas agora Minato morreu, o acordo foi desfeito. – o tio fez uma pausa para que todos ali presentes contemplassem as palavras ditas. – Agora o trono tem que voltar por direito a um Uzumaki.

            Naruto foi tomado por um sentimento ruim. Algo não estava certo.

            - Eu sou um Uzumaki! – falou – Sou o príncipe herdeiro Naruto Uzumaki filho da rainha Kushina e do rei Minato! O trono é meu, eu sou o próximo na linha de sucessão.

            - Você? Um Uzumaki? – Nagato soltou uma risada seca e algumas pessoas o acompanharam. – Você é um Namikaze. Não tem nada dos Uzumaki! Esse cabelo amarelo e esses olhos, só provam o fato. – então ele abaixou a voz. – Os Uzumaki são ruivos! Você não um Uzumaki! Não passa de um bastardo bem nascido.

            Naruto não soube o que falar. Sabia que em parte seu tio estava certo, mas... Mesmo assim ele era um Uzumaki, ele era Naruto Uzumaki, certo?

            Assim que Naruto abriu a boca para protestar. O tio o cortou com um gesto de mão e falou:

            - O reino da Terra não precisa mais dos Namikaze e de sua fortuna imbecil. O contrato está desfeito. – Ouve um surto de burburinhos na plateia. Nagato levantou a mão. – Silêncio. Eu terei misericórdia para com você, filho de Kushina, por amor a minha doce irmã não irei matá-lo, com a condição de que não se meta no meu caminho.

            O queixo de Naruto caiu. Sua mente ficou em branco. Não era para isso estar acontecendo! Não, não, não, estava tudo errado. Por que seu tio estava fazendo aquilo?

            - Nunca mais os Uzumaki vão precisar dos Namikaze! – Nagato falou e atirou algo nos pés de Naruto que tilintou ao bater no chão de pedra. – Fique, o dote é seu, pequeno Namikaze.

            Naruto olhou para baixo. Era o anel dos Namikaze, o anel que o pai tinha encrustado na espada, o anel com o símbolo de raio esculpido. Abaixou-se e o apanhou.

            - Menma! – ouviu Kiba gritar. – Príncipe Naruto!

            Naruto virou. Dois guardas tinha segurado Kiba e o arrastavam para fora do castelo. Akamaru latia e tentava morde-los.

            - Parem! – gritou enquanto levantava. Desembainhou a espada com uma mão, enquanto colocava o anel do pai no dedo com a outra.

            Segurou a espada com as duas mãos em frente ao corpo e correu em direção a Kiba, sem pensar em mais nada, tinha que salvá-lo.

            - Prenda-os! – Escutou Nagato rugir. – Prendam esse Namikaze impostor.

            Uma espada colidiu com a de Naruto que pulou para trás se firmando com o pé esquerdo e avançou contra o inimigo. Este usava uma armadura aparentemente pesada sem o elmo, deixando à mostra a careca brilhante e cheia de calombos.

            O homem bloqueou. As espadas colidiram com som agoniante enquanto raspavam uma contra a outra. O homem atacou encima e Naruto defendeu, mas o guarda era mais forte e Naruto sentiu uma leve dor no pulso pelo impacto. Atacou embaixo, encima, na lateral: direita e esquerda, na coxa; todos bloqueados. Escutou passos junto com o ressoar de metal de armaduras e sabia que mais guardas se aproximavam.

            O guarda calvo avançou sobre ele com a espada em riste. Naruto soltou o ar e com um jogo rápido com os pés ficou de lado assim que o homem ia atravessá-lo, fazendo-o passar de raspão. Deu um chute frontal nas cotas do homem, jogando-o no chão. Subiu encima dele, pensou em cortar a garganta dele mas algo o impediu.

            Notou que os gritos de Kiba tinha desaparecidos. Antes que pudesse agir se viu cercado de guardas, portando desde espadas à arcos e flechas.

            Se rendeu.

            Havia perdido.

 

 

 

                                   ***

 

 

            - Ainda não está certo. – seu instrutor repetia e repetia.

            Secou o suor que escorria pelo rosto e caia nos olhos fazendo-os arder.  Seus cabelos escuros estavam bagunçados e grudavam na nuca e na roupa suada, seus pés doíam dentro das botas e seus braços pediam descanso. Muito descanso. 

          - De novo!

            Não se mexeu, preferiu esperar pelo ataque, segurava o punhal de forma que a ponta ficasse virada para o cotovelo alinhado à parte externa do antebraço enquanto a interna estava voltada a altura um pouco abaixo do nariz. Era sua defesa.

            Resfolegava pela boca a procura de mais ar, suas pernas estavam levemente afastadas para dar equilíbrio. Observou enquanto o instrutor dava pequenos passos, iria atacar em qualquer momento.

            - Barriga! – ele gritou e avançou rapidamente. Em reflexo, abaixou o punhal bloqueando o ataque e pulou para trás quase perdendo o equilíbrio. Ele voltou a atacar. Moveu o punhal com destreza entre os dedos bloqueando os fortes e pesados ataques que machucavam de leve seu pulso. Sempre que se afastava colocava o punhal em forma defensiva, a ponta virada para o cotovelo.    

            - De novo! Ataque!

            E atacou. Ele defendeu e a driblou com um jogo de passos, bloqueou o próximo ataque que veio de baixo, surpreso. – Bom. – falou elogiando e saltou para trás. – Pode descaçar, acabamos por hoje.

            O que Hinata mais queria era sentar-se ali mesmo no pátio e descansar, mas não o fez. Caminhou de volta ao castelo e seguiu caminho para seu quarto.

            Iria tomar um banho e depois iria dormir. Dormir tudo o que não dormiu a noite. Sempre que fechava os olhos automaticamente se imaginava casando com o herdeiro do Fogo, aquele no qual ela nunca havia visto, a única certeza eram os olhos - os Uchihas possuíam olhos negros com pontos ou listras escarlate na íris -, então via homens diferentes com os mesmo olhos. Mas nenhum deles a agradou, ela não queria casar com um desconhecido.

            - Ainda tenho alguns dias até ele vir me visitar. – falou para ninguém em especial enquanto tirava as roupa. A criada já providenciara o banho. Depois que despiu-se caminhou até a banheira e afundou até o pescoço. Fechou os olhos e relaxou, sentido a água em seu corpo, a limpando e retirando tudo: sujeira, cansaço...

 

 

O vestido que Hinata escolheu para o baile possuía cinco camadas: três ficavam embaixo e eram mais espessas para dar um bom volume a saia do vestido; a quarta camada era de um tecido nobre azul marinho perolado; a quinta camada era de veludo azul escuro quase preto que formava as mangas – estas eram justas até metade do braço alargando de forma gradual, deixando apenas as pontas dos dedos a mostra -, tal camada estava costurada como um sobretudo deixando apenas a largura da linha dos seios aberta até os pés, afim de mostrar o tecido perolado. Havia uma faixa bordada com os símbolos da família Hyuuga que emolduravam o tecido perolado fazendo a divisa entre ele e o veludo, tal faixa decorava desde a linha dos ombros até o final do vestido. O busto possuía um cordão que o decorava em zigue-zague até acima da linha que marcava a cintura.  Uma safira brilhava em seu pescoço reluzindo o calor das velas e archotes nos corredores; em seus pés uma sandália de couro deixava seus dedos livres, descansando do aperto das botas que usará durante a tarde. Seu cabelo comprido estava solto caindo liso até a cintura e sua franja, recém cortada, cobria a testa. Sua coroa era de ouro branco, delicada e rica em pequenos detalhes – como as pequenas pedras de diamante e ametista -, a parte de trás era composta por sete arcos trançados com fios de ouro branco que desciam pelos cabelos até a altura do pescoço.

            Hinata andava ao lado de Neji, a mão apoiada na curvatura do cotovelo dele.

Ele vestia roupas nobres, mas não tão ricas em detalhes e excesso de tecidos, como seu protetor ele sempre tinha que estar preparado para entrar em ação e roupas muito pomposas poderiam acabar atrapalhando-o. A espada estava presa a cintura vestida com uma bainha branca que balançava a cada passada.

            - Vossa Alteza, aconteceu alguma coisa?

            Hinata balançou a cabeça em negativa.

            Neji a encarou com os olhos lilases perolados dos Hyuuga e arqueu levemente uma sobrancelha.

            - Vossa Alteza está quase perfurando a minha pele e diz que nada à está incomodando?

            Hinata olhou para a mão que segurava no braço de Neji, o tecido da túnica marrom estava frisado e os nós de seus dedos estavam pálidos. Afrouxou automaticamente os dedos e sentiu um rubor subir seu rosto.

            - Você... – Começou encabulada. – Neji, você já viu o... Príncipe...

            Neji não a encarava mais, sabia que quanto mais olha-se para ela mais nervosa ficaria. Hinata agradecia mutuamente o gesto.

 – Itachi Uchiha? Uma vez.

            - Como ele é?

            - Como todos os Uchihas são: altos, morenos, com olhos manchados. – respondeu como se fosse tudo muito óbvio.

            - Bem... mas...

            - Vai ficar tudo bem. – Falou. – Olhe, chegamos.

            Neji era três anos mais velho que ela e apesar de ser um pouco egocêntrico, de vez em quando ele tinha seus momentos gentis.

Logo chegaram ao grande salão, onde se realizavam as festas.

            Os guardas da porta fizeram a eles uma reverência elegante e abriram as altas portas decoradas com o símbolo da família esculpido no centro delas. Hinata soltou o braço de Neji, não era daquele jeito que entraria no salão. Seu companheiro levantou a mão a direita, fazendo um ângulo de noventa graus com o antebraço e o braço, então Hinata pousou a mão esquerda na linha do dedo polegar e indicador, deixando o próprio polegar escondido no dorso da mão de Neji, este apenas dobrou levemente os dedos sem encosta-los totalmente na mão da prima.

            - Princesa Hinata Hyuuga, próxima na linha de sucessão. – o homem que ficava ao lado da porta anunciou alto para que todos ouvissem. Neji não foi anunciado.

            O salão estava cheio e todos os olhos estavam voltados para eles. Hinata fez uma mesura curta como comprimento para todos no salão e deixou-se ser guiada até o trono, onde antes sua mãe sentava, ao lado do pai. Antes de subir os degraus fez uma reverência para o pai, seu rei.

            Após deixa-la junto ao rei Neji caminhou por entre as pessoas sumindo rapidamente da vista da princesa.

            - Papai, onde está a Hanabi?

            - Está brincando pelo salão com os filhos do Lorde da cidade de Névoa.

            - Ah, sim.

            - Eu vi seu treino hoje pela tarde. – o rei Hiashi comentou. – Você está melhorando, mas precisa treinar mais.

            Hinata assentiu, aquilo era a forma que seu pai tinha de elogiá-la.

            - Terei mesmo que casar com o Uchiha?

            - Já falamos sobre isso. – Hiashi a cortou.

            Hinata suspirou e recostou-se no trono.

            Uma nova suíte começou a tocar. Era mais alegre que a antiga. Observou enquanto um homem se aproximava. Usava um gibão verde escuro com o símbolo bordado com fios de ouro sobre o peito esquerdo. Uma capa de ombro cobria seu braço direito, os cabelos eram longos e estavam presos com um fitilho no alto da cabeça. Ele parou ao pé dos degraus e fez uma reverência ao rei e depois a princesa.

            - Com licença, vim pedir a mão da princesa – as palavras deram um soco no estômago de Hinata assim que pronunciadas, porém o homem continuou. - ... para um dança. – Hinata soltou um suspiro disfarçadamente. Por que tinha ficado nervosa? Ela já estava prometida de toda forma. - Com a permissão de Vossa Majestade. – a voz do homem calma e não muito grave.

            Hinata virou-se para o pai que fez um movimento com a mão dando permissão.

            Inspirando Hinata levantou-se do trono, desgostosa com a situação e desceu os degraus, deu a mão ao homem que a beijou e apresentou-se como: “Lorde Hoheto Hyuuga protetor das terras de Névoa”. Hinata assentiu com a apresentação, um pouco tímida e deixou-se levar pelo salão.

            Logo a próxima música começou e Lorde Hoheto conduziu Hinata de forma segura e determinada. Enquanto rodavam pelo salão com a música alegre Hinata procurava em sua mente algo sobre o Lorde Hoheto.

            Ele só pode ser de algum ramo inferior da família... Hoheto... Ah! Ele ganhou o cargo de Lorde quando liderou um ataque a cidade de Névoa tomando-a para meu pai, que em troca o deixou-o como protetor e o beneficiou com o título de Senhor.

            - Você está deslumbrante, Vossa Alteza. – Lorde Hoheto a elogiou.

            - Estou agradecida com o elogio, Senhor. – Hinata respondeu e sorriu, mas não para ele e sim para ela: tinha conseguido responder sem travar ou gaguejar.

            Então ele a girou, surpreendendo-a e a tomou de volta nos braços, a mão em sua cintura de veludo. Hinata teve a leve impressão de que ele a puxou mais para perto. Não gostou daquela aproximação.

            Neji estava encostado em uma das paredes do salão entre duas janelas conversando com Sir Kou e a observando. Seus olhos se esbarraram e  ela tentou pedir com o olhar para que ele a tirasse daquela dança. Neji não mostrou que havia entendido e Hinata voltou a olhar para os olhos pálidos e pequenos de seu parceiro.

            - Que pena, a música está quase no fim. – Ele lamentou. – O que acha de dançarmos a próxima?

            ” Não, obrigada.”, era isso que queria responder. Mas as regras que lhe foram ensinadas desde pequena diziam que não poderia fazer este tipo de desfeita.

            Assim que abriu a boca para responder Neji apareceu ao lado de Lorde Hoheto, fez uma curta reverência. – A quanto tempo Lorde Hyuuga. – Neji cumprimentou. – Gostaria que Vossa Alteza me desse a honra da próxima dança.

            Lorde Hoheto tossiu levemente. – Claro... Bem, isso se a princesa aceitar.

            Hinata fez uma pequena mesura ao Lorde Hoheto. – Obrigada... Pela dança, Senhor. – agradeceu e deu a mão a Neji que a levou aos lábios dando um beijo curto e suave. O Lorde fez uma vênia e saiu a passos rápidos.

            - Trocaram de suíte novamente? – Neji exclamou franzindo as sobrancelhas. Aquela suíte era mais lenta. Uma valsa. – Vossa Majestade está com um humor diversificado está noite.

            Hinata assentiu.

            Neji colocou a mão esquerda na cintura de Hinata e segurou a outra com a direita.

            Um. Dois. Três. Vira. Um. Dois. Três. Vira. Um. Dois. Três. Gira.

            - Você me salvou. – Hinata falou enquanto dançavam.

            - Ele estava muito próximo. – Neji comentou. – Aquele homem não tem uma fama muito boa com mulheres se é que me entende.

            Não teve como não ficar surpresa com aquela declaração. Queria saber mais.

            - Conte-me.

            - Não é uma coisas que donzelas precisem ouvir.

            Hinata preferiu não insistir, então algo lhe veio à mente:

            - E quanto a Itachi Uchiha?

           

 

 

                                   ***

 

            Itachi iria ser rei. Sasuke estava em segundo plano, para ele sobrariam terras onde quisesse e alguma coisinha a mais, mas apenas o pensamento deixava Sasuke perturbado. De alguma forma ele se sentia inútil, ignorado e logo seria esquecido. Grande coisa ser um principezinho enquanto seu irmão se tornava rei a cada dia.

            Sasuke queria mais do que ficar ali, a mercê das vontades do irmão como um lorde qualquer. Sasuke queria mais.

     Queria conhecer os reinos, cidades, qualquer coisa que não fosse o reino do Fogo. Estava cansado da comida, dos lugares e das paisagens.

            Levou o copo de vinho condimentado aos lábios enquanto se perguntava qual seria seu novo objetivo.

            Poder ser livre, se sentir livre era uma das coisas que ser o segundo na linha de sucessão o beneficiavam. E estava pronto para aproveitar isso.

 

 

 

 

    

 

 

           

           

 

 


Notas Finais


Suíte - Consiste em uma sequência de movimentos de dança, todos na mesma tonalidade, mas variando no andamento. Havia, uma "playlist" de peças musicais feitas para para as suítes. Bach um dos cultores de Suítes. A vários tipos de suítes como por exemplo: Allemande - Dança de origem alemã; Barcarola - Composição musical no estilo das canções dos gondoleiros venezianos, marcada por ritmo em tempo de 6/8 ou 12/8; Ecossoise - Dança de origem escocesa.
Sabe aquelas dança de filme ou série antiga que junta casais no salão e parece que é tudo coreografado? Eles encostam as mãos e se afastam e trocam de pares e etc? Aquilo é uma suíte.

No mas, espero que tenham gostado do capítulo, como sempre.
Ps: Eu criei um face (https://www.facebook.com/profile.php?id=100016739266280), vou postar ideias, atualizações e essas coisas. ^-^


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