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História O Devorador de Crianças - O Adeus de Caleb


Escrita por: SenhorBarbosa

Notas do Autor


Esse é basicamente um capítulo para entender melhor a história, espero que gostem.

Capítulo 1 - O Adeus de Caleb


Fanfic / Fanfiction O Devorador de Crianças - O Adeus de Caleb

-Por favor, Caleb. Não me diga que essas lendas idiotas o afligem.

-Não é isso, Toryn - respondeu Caleb, sentindo o arreio escorregar-lhe das mãos ao fazer com que o cavalo andasse mais devagar.

- Então o que é?- estressou-se o homem.- Tem estado assim desde que aquele senhor lhe contou sobre a criatura.

- Não acredito nessas coisas, Toryn, é sério. Lobisomens, vampiros, monstros do pântano...É tudo babaquice pra mim. O que acontece é que estamos há uma quinzena nesta vila e não vimos ninguém entrar nesse bosque.

Toryn gargalhou alto. O velho homem, que pouco tinha cabelo na cabeça e dentes na boca, havia vivido o bastante para ver de tudo, mas não havia visto tanto assim. Era um homem incrédulo.

- Não seja tão estúpido, Caleb – debochou.- Mesmo que todas as lendas do mundo fossem reais, o que mais haveria a temer se todas as atrocidades já são feitas pelo próprio homem?

A ideia confortou Caleb, que manteve-se calado por boa parte do percurso bosque adentro. Era mesmo um lugar estranho, mas não muito mais do que qualquer bosque pudesse parecer numa noite fria.

-Não acha que já caminhamos o bastante?- questionou Caleb.

-Acho que sim- disse o velho parando de galopar.- Trouxe o animal?

Caleb  pegou a bolsa pendurada no cavalo e retirou dela o animal que haviam matado dias antes de sua chegada em Vila da Sereia. Era uma criatura bisonha, possuía calda de castor e um achatado bico negro. Só podia ser obra de satã.

-Se um pato e um castor fodessem entre si, com certeza seria este o resultado- zombou Toryn.

-Acha que cairão nessa?- questionou Caleb, erguendo a carcaça mal cheirosa da criatura.

- Claro que vão, pagarão seu peso em ouro quanto contarmos sobre a dificuldade que fora pega-la.

Caleb mexeu em sua bolsa e encontrou uma faixa para enrolar na cabeça. Toryn retirou sua luva, revelando sua mão da qual pendia de dois dedos. Havia os perdido ao levar uma machadada por foder a mulher do irmão. Nunca uma mão aleijada havia rendido tanto. Sempre era a mesma historia: e o monstro a decepou, e o lobisomem a decepou. Cada vila uma lorota. 

Os homens rasgaram as próprias roupas, espalharam o sangue - a muito tirado de um cordeiro- pelo corpo e pelos cavalos. Descabelaram-se, arranharam-se e planejaram a história que contariam aos moradores da vila.

Foi nesse instante que viram algo a esgueirar-se pelas árvores, silenciosamente. Toryn e Caleb se olharam calados. Ouviram passos se arrastarem e puderam notar a inquietude dos animais. Algo estava errado.

Caleb quis gritar mas sua voz recusava-se a sair. O vento soprou a única tocha que clareava aquela maldita noite da qual nem mesmo a lua atrevia-se a iluminar.

-Ah.Ahhh- gritou Toryn, repentinamente.

Caleb, assustado se pôs a galopar dali, podendo ainda escutar os gritos sufocados do amigo e, o angustiante som de carne a rasgar-se.

Caleb galopou insanamente, tentando conter as lágrimas e o grito preso na garganta. Seu cavalo tropeçou, ambos foram ao chão e Caleb pode ouvir o som de osso se partindo. Seu cavalo quebrara a perna, mas ele tinha mais com que se preocupar, a sua frente havia a abafada respiração de uma figura humanóide .

Caleb pensou na esposa que abandonara e no filho que deixara em Vila D'água uma quinzena atrás. Garras penetravam-lhe o corpo e presas arrancavam-lhe a carne. Não voltaria a ver o filho.  


Notas Finais


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