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História O Devorador de Crianças - A igreja


Escrita por: SenhorBarbosa

Notas do Autor


Mais um capítulo, espero atrair mais leitores. Haha.

Capítulo 3 - A igreja


Fanfic / Fanfiction O Devorador de Crianças - A igreja

                       Bill Grenalli

As coisas andavam inquietas na cabeça de Bill. Mesmo conhecendo Patrick desde sempre, ele não podia prever sua atitude há ainda mais cedo. A tal sobrinha da bruxa era perigosamente bonita, mas isso não justificava a imbecilidade de seu amigo.

Não havia muito tempo que chegaram na igreja.Ela era surpreendentemente grande com quartos demasiado confortáveis, chegava a destoar do restante  da vila, como se alguém tivesse errado na hora de construí-la.

Bill deitou-se na cama e deixou que sua mente se esvaziasse, mergulhando num sono profundo. De repente Bill estava beira-rio, enquanto olhava três crianças a brincar. Seus filhos? Não dava pra saber, havia uma espécie de névoa os cobrindo, Bill só podia enxergar que uma delas era uma garota. O sonho mudou e estavam num campo, mas só haviam duas crianças, ambas paradas. E por fim o sonho os levou para uma mata, onde só restará uma criança: a menina, que o esfaqueava repetitivamente.

Bill acordou ofegando, sentindo o suor a prender-lhe os lençóis e as mãos de Patrick a sacudir-lhe.

- O que foi?- perguntou o rapaz, enviando-lhe um olhar provocador.- Sonhou com as bruxas?

Bill o olhou confuso, ainda atordoado pelo pesadelo e não totalmente desperto. Pulou da cama, passou as mãos pelo corpo, como se procurasse por feridas e, após concluir que estava intacto, disse:

- Por que diabos me acorda?

Patrick sorriu.

- Temos coisas a fazer nesse vilarejo. E se quer saber, o café está sendo servido agora.

- Muito receptivos esses matadores de bruxas.

- Ainda mais depois que os paguei pela hospedagem.

- Quanto cobraram?

- O bastante para passarmos o menor tempo possível aqui.

Bill levantou-se, vestiu suas roupas e caminhou ao lado de Patrick até a cozinha da igreja. Lá haviam duas mesas enormes, ambas cheias de padres e freiras.

Ágata acenou ao vê-los, havia guardado lugar para eles e a refeição já havia sido servida. Uma sopa que não agradava aos olhos, pão e água. Nada menos do que serviam em qualquer pousada por aí.

Bill quebrou um pedaço do pão e mergulhou-o na sopa. Para sua própria sorte, o gosto era melhor que a aparência.

- Passaram bem essa noite?- perguntou a jovem freira.

- Não tenho do que reclamar- disse Patrick, usando seu sorriso de quem adora uma mulher comprometida, mesmo que essa esteja prometida a Deus.

- Temi que o ocorrido da noite os perturbasse.

- A qual deles se refere - questionou Bill, devorando outro pedaço de pão.- A queima da bruxa, ou a briga por sua sobrinha?

A freira disparou um sorriu sem graça e Patrick enviou-lhe um olhar de repreensão.

- Não acontece com frequência- disse ela.- Mas coisas ruins têm ocorrido por aqui e os fatos apontavam para ela.

Bill torceu em silêncio para que Patrick se mantivesse calmo. Seu amigo não gostava muito de pessoas sendo queimadas.

- O que há de tão ruim nessa vila?- perguntou Bill.

- Não gostamos de falar nisso, os mais velhos dizem que dá má sorte. É praticamente proibido tocar no assunto. Desculpem-me, mas o que os traz aqui?

Os dois se olharam, questionando se deviam dizer a verdade.

- Meu pai -disse Patrick, limpando seus lábios.- Ele esteve aqui há alguns dias e não mais retornou. Não deve ser difícil reconhecer, tinha o cabelo igual ao meu e usava barba. Era ligeiramente belo para a idade que tinha.

- E andava com um velho ranzinza.

Ágata se pôs a pensar, como que se recordando de algo.

- Estão falando dos caçadores?

- Receio que sim- disse Patrick.

- Não cheguei a vê-los, mas todo mundo na vila sabe deles. Dois homens corajosos, porém tolos. O padre Antony poderia falar-lhes melhor a esse respeito.

- Onde o encontramos?

- Talvez na entrada da vila, está rezando por uma família cujo filho desapareceu.

- Tudo bem, falaremos com ele assim que voltar.

- Ao cair da noite, creio que já terá chegado.

- Bem, nesse caso, vou dar uma volta por aí – disse Patrick a levantar-se da mesa.

- Espere, garoto. Precisamos falar. Obrigado pela refeição.

Bill acompanho Patrick até o lado de fora da igreja. O dia estava bom, agradável podia-se dizer. Nem tão quente, nem tão frio, beirando a perfeição.

- E então, Bill? O que quer?

- Eu devia lhe perguntar isso. O que pretende arrumando intrigas por aí?

- Talvez evitar que pessoas peguem fogo?

- Não cabe a você se intrometer nos assuntos dos outros.

- Não tornará a acontecer.

- É bom que não.

Patrick olhou em volta, coçou a cabeça e torceu o nariz.

- Essa vila é minúscula – disse. - Não devem haver trezentas pessoas por aqui.

- Suponho que não, mesmo assim não acho que seu pai estará entre elas. Notou o tom da freira?

- Notei sim. Não pode ter havido boa coisa.

Seguiu-se um silêncio estranho. Bill sabia que o sumiço de Calebe incomodava a Patrick mais do que ele queria assumir. Bill não queria ver seu amigo passar por isso, mas se perguntava se Patrick também o procuraria se sumisse um dia.

Patrick espreguiçou-se e estalou as juntas.

- Vou procurar informações por aí.

- Quer que eu vá com você?

- Não precisa.

Bill não insistiu, apesar da facilidade com que seu amigo encontrava confusão, ele precisava de um tempo sozinho. Vez ou outra, todo mundo precisa. 


Notas Finais


Obrigado pela leitura, comente pra incentivar e obrigado.


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