— Antes de me deixar no salão você pode me levar a algum lugar pra comer.
— E por que iriamos? — perguntou colocando o cinto de segurança.
— Porque eu estou com fome. — respondeu arisca.
Harry e Gina acabavam de sair da loja de vestidos, e a ruiva já tinha combinado com Harry que ele a levaria até o salão e de lá Rony a buscaria para levá-la pra casa. Porém já era a hora do almoço e ela estava com fome, mas o moreno não parecia estar muito afim de satisfazê-la.
— E dai? Você não pode esperar pra comer quando voltar do salão?
— Você não faz ideia de quanto tempo se demora para fazer um penteado? As unhas? Quanto tempo leva pra fazer uma maquiagem? — perguntou debochada.
— Não. — foi sincero.
— HORAS, HARRY POTTER! DEMORAM HORAS!
— Ôpa, ôpa, ôpa! Calminha aí, dona Ginevra! — a pronúncia de seu nome completo a fez revirar os olhos — Eu posso até te levar pra almoçar, mas pra isso você vai ter que se comportar. E antes eu vou buscar meu smoking.
— Se eu for esperar você buscar seu “smoking” — disse imitando-o — eu vou perder meu horário no salão.
— Como eu já havia dito: isso é problema seu! Eu vou buscar meu smoking, se estiver tão apressada assim pode ir a pé! — ele disse destravando a porta do carro outra vez e Gina revirou os olhos.
— Vamos logo buscar este smoking! — disse cruzando os braços.
Harry travou as portas novamente e deu a partida no carro. Desta vez Gina estava sentada ao seu lado, pois queria deixar seu vestido completamente seguro no banco de trás já que tinha se recusado a colocá-lo na porta malas do carro mesmo ele estando protegido por uma capa, ela continuava emburrada.
O garoto que não suportava dirigir sem música lembrou-se que agora era a vez de Gina comandar o rádio.
— O que quer ouvir? — perguntou a ela.
— O som do silêncio. — respondeu olhando para o lado de fora do carro.
— Tudo bem, eu vou colocar mais um de meus CD’s e você não vai poder reclamar dizendo que não te deixei escolher uma música.
— Mais que chatice! É a minha vez de decidir, não a sua!
— Então decida! — deu de ombros.
Gina começou a mexer nos CD’s de Harry, e bufou por não estar encontrando nada que a agradasse.
— Você só tem músicas chatas! — disse ainda procurando e Harry mais uma vez travou e destravou as portas para provocá-la — Você é insuportável, definitivamente insuportável. — ela disse quando colocava o CD que havia escolhido no rádio.
Assim que a música soou Harry pode reconhecer ser um de seus CD’s do Coldplay.
— Boa escolha. — disse para Gina.
— Agora me faça o favor de calar a boca. — respondeu ainda sem olhá-lo.
Harry resolveu não alfinetá-la por um tempo e seguiram o caminho em silêncio apenas escutando o CD que Gina tinha escolhido. Não demoraram muito a chegarem ao destino do moreno, e Gina ficou completamente confusa ao ver que não tinham parado em frente a uma loja e sim a uma casa com a pintura já desgastada. Assim que estacionou Harry desceu do carro e Gina o seguiu ainda confusa.
— Harry, o que estamos fazendo nessa casa? — disse olhando para o número quatro acima da porta indicando o número da casa.
— Já te disse, vim buscar meu smoking. — pouco tempo depois de bater na porta ela foi aberta por uma mulher de meia idade.
— Harry! — ela disse sorridente e abraçou o garoto, depois afastou-se e segurando seu rosto com as mãos lhe deu um beijo em cada bochecha — Como está lindo! Entre, entre! — ela disse dando passagem para o moreno entrar e Gina foi logo em seu encalço.
— Estava com saudades da senhora, tia Petúnia. — Harry disse.
— Eu também estava meu querido, você tem que vir me visitar mais vezes! Veio pegá-lo, não é? — o garoto assentiu — Vou já buscá-lo! Quem é esta bela moça com você? — perguntou enquanto ia buscar o smoking de Harry.
— Ah, está é uma... uma colega minha. — disse alto para que Petúnia pudesse ouvi-lo — Ela vai ser formar hoje também.
— Ah, que maravilha! — disse assim que voltou — Meus parabéns! — disse esticando a mão para cumprimentar Gina.
— Obrigada. — Gina retribuiu o aperto de mão um pouco desconfiada.
— Ainda não nos conhecemos, não é mesmo?
— Não.
— Eu sou Petúnia, tia desse bonitão aqui. — disse abraçando Harry.
— Tia! — Harry reclamou. — Ela era irmã da minha mãe, não é de frequentar muito a minha casa. Por isso não a conhece. — explicou.
— Não frequento muito porque prefiro que vocês venham a minha casa! Vocês todos me devem uma visita! Aliás, sua prima ainda precisa me ensinar a fazer aquelas tortas maravilhosas! — Petúnia disse.
— Prometo cobrá-la disso! — Harry respondeu — Hermione adora cozinhar pra vocês.
— Eu ouvi falar na Hermione? — um garoto gorducho e muito maior que Harry disse entrando na sala.
— Ouviu. — Harry disse carrancudo.
— Como vai, primão? — disse cumprimentando Harry.
— Vou muito bem, está é a... — ele disse assim que o garoto beijava as costas das mãos de Gina que sorriu ainda desconfiada — Gina. Você vai na minha formatura, Duda? — Harry perguntou ao primo.
— É claro que vou! É a formatura da Hermione também.
— Cara, quantas vezes vou ter que te dizer pra deixar minha prima em paz? Ela tem namorado.
— Pode parar de dizer se quiser...
— Então você não é primo da Mione também? — Gina perguntou.
— Não. Você a conhece? — Duda perguntou.
— Conheço. Nós somos melhores amigas. — disse cruzando os braços.
— Que ótimo! Assim pode me ajudar a conquistá-la.
— Não, não posso. Ela tem namorado.
— E o que isso tem de mais?
— O namorado dela é meu irmão.
— Droga! — disse indo jogar-se no sofá.
— Dudoca um dia irá largar essa paixonite por ela, Harry. — disse Petúnia — Mas não vou negar que adoraria ter a minha querida Mione como nora.
— Você já me tem como sobrinho, tê-la como nora seria ter coisas boas demais! — Harry disse rindo.
— Isto é verdade! — concordou.
— Tia, eu vou me apressando. Tenho que levar esta mocinha aqui pro salão. — disse referindo-se a Gina.
— Ok, querido. Assim que Valter chegar nós iremos para sua formatura, prestigiar a você, Mione e a Gina. É assim que se chama, não é?
— É. — Gina respondeu.
— Então até mais. — ela abraçou Gina.
— Até. — disse assim que se separou da tia de Harry.
— E você meu menino, vista-se com cuidado ok? — ela abraçou Harry e antes mesmo dela fechar os olhos Gina pode ver que eles estavam lacrimejando — Estou tão orgulhosa de você.
— Obrigado. — Harry respondeu abraçando a tia também.
A mulher separou-se do garoto e tirou uma correntinha que usava, era feita com um cordão simples e como pingente havia uma delicada pedrinha. Ela pegou a mão do sobrinho e depositou-a lá, fechou a mão dele e a segurou entre as suas e quando ela recomeçou a falar sua voz estava embargada.
— Era de sua mãe. Quando nosso pai ainda era vivo ele não tinha dinheiro o suficiente para comprar presentes de natal para nós, então ele nos deu coisas e disse que eram amuletos da sorte, o meu amuleto era um chaveiro e o de sua mãe era esta pedrinha. Por eu ser mais velha eu fui esperta e peguei o chaveiro porque quis, assim podia ter algo de útil e deixei a pedra pra ela, afinal o que eu faria com um pedra? Mas sua mãe foi sempre tão doce e ficou muito feliz com o amuleto dela.
Gina estava um tanto desconfortável com a situação, acreditava ser um momento intimo de família e pensou em interrompê-los, mas ao ver os olhos de Harry já brilhando desistiu de atrapalhar aquele momento.
— Ela fez este colarzinho com o amuleto, e disse que ele traria proteção pra ela porque ficava perto de seu coração que era o lugar em que moravam todas as pessoas que ela amava, inclusive pessoas que já eram anjinhos na concepção dela. Era a nossa avó que já tinha falecido em que ela era muito apegada. E quando sua mãe faleceu naquele trágico acidente... — ela parou por um momento, fungou e respirou fundo para prosseguir — Quando ela faleceu, eu queria ter um pedaço dela comigo. E eu peguei o amuleto pra mim, foi a única vez que a vi sem usá-lo desde que o ganhou.
— Também nunca vi a senhora sem ele. — Harry disse baixinho, estava quase chorando também.
— Sempre o usei para ter a proteção dela também. — disse e sorriu — Mas sinto que ele pertence a você agora, Harry. Sei que ela sempre o protegeu, mas agora será uma forma de mantê-la sempre em seu coração. — ela levou a mão de Harry que segurava o colar até o coração do garoto.
— Ela sempre esteve aqui. — Harry disse olhando para o amuleto.
— E agora o protegerá ainda mais, assim como seu outro anjo...
— Meu pai.
— Exatamente.
— Obrigado, tia! — ele disse a abraçando.
— Seus pais estariam muito orgulhosos de você, meu querido.
— Eu sei disso...
— Bom, agora vá logo antes que se atrase. — disse enxugando as próprias lágrimas.
— Ok, vamos então Gina. — ele secou rapidamente uma lágrima que caiu de seus olhos.
— Vamos. — Gina disse — Foi um prazer conhecê-los!
— O prazer é todo nosso!
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