O dia havia amanhecido levemente ensolarado, nais não fazia calor, o vento soprava frio, o que era normal naquela época do ano em Londres.
Ouvia-se apenas os passos dos empregados, andando pelos corredores, limpando e organizando os enormes cômodos quase vazios daquela mansão, enquanto sir Paul McCartney lia calmamente um livro na gigantesca sala de estar, com as janelas abertas, deixando entrar a leve brisa da manhã.
Era um dos seus raros dias de folga, sua esposa viajara na semana anterior, e ele aproveitava aquele momento sozinho, para descansar e relaxar. De repente, os passos de alguem quebrou o silencio de sua leitura, era um dos empregados, vinha trazer-lhe um recado.
- senhor McCartney! Tem uma moça lá fora, ela diz que precisa conversar com o senhor.
Paul tirou os olhos do livro um minuto e respondeu com muita paciência e educação que não queria ver ninguém, era seu dia de folga e ele pretendia descansar, mais o rapaz, disse que a moça insistia.
- por acaso é uma repórter, jornalista, ou algo assim? - disse transferindo o olhar para o livro novamente.
- Não senhor! Ela disse que acha que é sua filha.
Paul paralisou perplexo com o absurdo que acabara de escutar.
- Mais era só o que me faltava! - ele disse rindo. - Mande ir embora! Diga que eu estou viajando.
- Ela disse que tem uma " prova " disso, senhor.
Ele paralisou novamente.
Apenas pensou alguns segundos, e pediu a seu empregado que então mandasse a tal moça entrar. Aquilo havia, definitivamente despertado sua curiosidade.
O empregado abriu a porta para a mulher, que entrou, tímida. Ela segurava em suas mãos o que parecia ser um velho diário de couro, usava roupas simples, e tinha os cabelos lisos, castanhos, presos em um alinhado rabo de cavalo. O rapaz a guiou pela casa gigantesca, levando-a até a sala de estar, onde se encontrava sir Paul McCartney, o qual ela alegava ser filha.
O rapaz deixou a mulher na sala com Paul, e retirou- se pedindo licença.
Antes que Paul podesse ao menos cumprimenta-lá, ou pedir para que se sentasse, a mulher o entregou imediatamente, o pequeno diário que carregava.
- Não quero incomoda-lo, nem muito menos causar algum tipo de controvérsia, ou confusão! Eu não iria dizer algo tão sério, se não tivesse isto em mãos! Isto pertenceu a minha mãe, e era muito precioso pra ela, eu particurlamente só tomei conhecimento deste diário a poucos dias, e o que li, não me deu alternativas, a não ser, procurar pelo meu pai biológico, que segundo consta no diário, é o senhor! Vou deixar aqui, para que possa ler com calma cada página, e se o senhor consentir, depois de ler, eu gostaria de um exame de DNA. Por favor, não me leve a mal, mais eu tenho o direito de saber, quem é o meu pai, e o senhor tem direito de saber, se realmente tiver uma filha da qual não sabia! Vou deixar o meu numero de telefone com seu empregado, e se tiver vontade, pode me ligar quando quiser para conversamos a respeito! Tenha um bom dia! - ela disse isso e se retirou sem deixar ao menos que Paul lhe fizesse algumas perguntas.
Ele segurou o pequeno diário em suas mãos, estava extremamente confuso, mais depois de tudo, só lhe restava ler, e tentar entender, o que fizera aquela mulher acreditar que era sua filha.
Ele abriuo diário, e a primeira coisa que avistou fez seu coração gelar, ele arregalou os olhos ao ver, a foto preta e branca de uma mulher jovem, sentada na grama, na margem de um lago. Ela era fantasticamente linda, usava um vestido longo branco, e tinha longos cabelos negros ondulados. Aquela foto o levou a uma viajem de volta no tempo, de volta aos seus anos de juventude, especialmente, de volta ao dia que ele conheceu Alice Lewis, a mulher que um dia havia sido, o grande amor de sua vida.
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Continua...
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