História O diário de Alice Lewis - Baby, it's you!

         Querido diário, ontem a noite, bom, eu sai com Paul!  Não faço ideia do por que me senti tão estranha e nervosa durante todo o tempo em que estive ao lado dele! Sentia meu coração acelerar sempre que nos aproximávamos, minhas pernas ficavam trêmulas, e eu simplesmente não conseguia encará-lo. Por que? Nunca me senti assim em toda a minha vida! Será que... Não! Isso não pode estar acontecendo! Eu não posso, não devo, me apaixonar por ele...

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   Primeiramente, dirigimo-nos até um belo restaurante, muito impressionante, tentei não demonstrar que estava toda boba com aquilo. Estávamos em uma mesa reservada, mais afastada das demais, fiquei envergonhada, olhava para todos os cantos do restaurante, menos pra ele. Ele foi bastante gentil puxando a cadeira pra que eu me sentasse, dei um sorrisinho fraco e sentei-me, vermelha como uma pimenta.
    Eu não era acostumada com cavalheirismo e gentileza, talvez eu realmente nunca recebera nada parecido antes, digo, de uma figura masculina,  já que eu tinha todo o amor do mundo de Nancy.
     Sendo sinsera mesmo, eu não fazia nem ideia de como agir diante de uma situação como aquela. Nunca passei por algo assim com um garoto nunca ninguém "lutou" pra me conquistar, ou me agradar. A única coisa que eu conhecia dos homens era a exploração sexual, a obscenidade, o ego, a violencia, a falta de consideração e respeito, fora a ganância, e a superioridade da qual era obrigada a engolir daqueles cretinos, que viam a mim e minhas amigas como objetos nascidos apenas para servir e nada mais.
      Carinho, respeito, delicadeza, sensibilidade, amor? Isso tudo era uma novidade muito assustadora pra mim. Eu estava literalmente apavorada.

   Eu pensava distraida, olhando os mínimos detalhes da decoração impecável do estabelecimento, quando fui interrompida por Paul, que perguntava o que eu desejava beber, dando-me duas opções das quais não escutei, então apenas disse que qualquer coisa estava bom, com as mãos agarradas uma na outra no meio dos meus joelhos. Não prestei atenção no que ele pediu, estava nervosa demais pra isso!

       - nossa! Eu estou um pouco nervoso! Pensei durante horas num lugar que você fosse gostar, não queria errar feio logo no primeiro encontro! - Ele riu sem graça, com as bochechas coradas. - por isso decidi vir aqui, que é mais reservado, temos bastante privacidade, sabe? É um lugar muito particular, não tem fotógrafos, Jornalistas ou paparazzis! Bom, eu achei que seria um bom lugar pra começar! - sorriu de novo, como era lindo seu sorriso.

     - começar? - perguntei curiosa e assustada, porém, tentando manter minha velha postura de garota super má que não se impressiona com sorrisinhos brancos e restaurantes caros.

     - bom... - ele fez uma pausa. -não é a primeira e ultima vez que pretendo te levar pra passear! Quer dizer, se você quiser sair de novo comigo é claro! - ele disse puxando uns fios de cabelo na nuca.

   - isso, vai depender Paul McCartney! -  disse.

     - talvez eu tenha realmente me precipitado, falando já nas "próximas vezes" - ele disse fazendo aspas com os dedos. - mais eu posso assegurar-lhe que não vou decepciona-lá senhorita Lewis, vou fazer o possível para que se divirta bastante! - concluiu animado. Corei novamente dando um sorriso e depois baixando a cabeça desviando meu olhar do seu.

      O garçom chegou, trazendo consigo um vinho e duas taças, logo após retirou-se pedindo licença. Bebemos algumas taças, e conversamos sobre assuntos aleatórios, e como sempre eu evitava olhar diretamente pra ele quando falava, estava morrendo de vergonha. Normalmente eu não tomava bebidas alcoólicas, os clientes gostavam que nós estivéssemos sempre sóbrias, por isso, depois que a garrafa de vinho acabou, eu já estava meio tonta. Paul perguntou-me se eu gostaria de ir a um outro lugar, assento, levantando-me bem devagar da mesa, com cuidado para não tombar em nada, afinal meia reflexos já estavam falhos e lentos, devido ao álcool e eu não queria pagar mico. Paul pagou a conta e nos retiramos, indo até o carro, de braços dados, novamente, ele abriu  a porta do carro para que eu entrasse , e seguimos para uma casa de shows, onde havia uma banda de blues, tocando várias baladas românticas famosas. Não sei se foi intencional da parte de Paul, mais o clima estava bem romântico e convidativo.

      - Me daria a honra de uma dança senhorita Lewis? - Ele perguntou charmoso, arqueando a sobrancelha e dando-me o braço esquerdo, assenti com a cabeça e entrelacei meu braço ao dele enquanto seguiamos até a pista de dança. Eu estava em pânico! Não sabia dançar! Não fazia a minima ideia do que fazer, ele percebeu meu nervosismo, e guiou-me bem lentamente no ritmo da música, que era bem calma e reconfortante.

      - siga meus passos, não fique nervosa, é muito fácil! - ele disse segurando minha cintura.- preste atenção noa meus movimentos, e tente repiti-los! Não precisa ser rápido! - ele falava olhando nos meu olhos, e eu morria por dentro., porem disfarçava, tentando parecer séria e confiante. 
    Dançamos umas três músicas, e eu até que me sai bem, então a banda começou a tocar músicas bem animadas, pra minha tranquilidade, acabando com o clima romântico. Dançamos, pulamos e nos divertimos muito, entre um drinque e outro.
   Assim que o show acabou, fomos até o carro, eu estava claramente bêbada, mais tentava me conter o máximo, dando umas escorregadias no salto de vez em quando, mais por sorte estava enganchada no braço dele, o que me impedia de tropeçar. Já era quase de manhã , e antes de me levar em casa, Paul parou numa praça muito bonita, em frente ao lago o dia estava quase clareando, os pássaros cantavam, e as flores desabrochavam, era tudo muito lindo. Sentamos em um banco em frente a margem.

       - você já veio aqui antes? - perguntou, puxando assunto.

    - Não! É muito lindo! - respondi.

    - eu venho aqui às vezes quando o lugar está vazio, é bom pra pensar, sentir um pouco da natureza, essas coisas. - completou com um sorriso meigo. - Bom, você me disse que não gostava dos Beatles! Então do que gosta? Me conta!

    Sorri.
    - Bob Dylan!

      Paul fez uma cara engraçada levantando uma das sobrancelhas.
    - OK! Numa escala de zero a dez, o quanto gosta do Dylan? - perguntou.

   Sorri novamente, pensei alguns segundos.

     - hmmmm... Não sei, dez! - disse entusiasmada.

      - dez? Então gosta bastante não? Bom, já que gosta tanto assim do Dylan, posso te levar pra conhecê-lo qualquer dia desses! - disse inclinando a cabeça com uma carinha fofa.

     -juraaa???? - Dei um grito, em seguida me contive, recompondo minha postura de mulher séria, disfarçando meu gritinho de felicidade.

     - Claro! Não posso dizer que somos amigos sabe? Mais sempre topo com ele por ai! Terei o maior prazer em apresentá-lá pra ele, e tenho certeza que ele vai ceder um minuto de seu tempo para nos dar atenção! - sorriu sem mostrar os dentes.

Quase pulei de alegria.

       - Mas... Por que está fazendo essas coisas por mim? - perguntei pensativa.

       - Por que? Você ainda não entendeu? Senhorita Lewis, eu não tenho certeza de como isso foi acontecer, mais você me conquistou de uma maneira que eu simplesmente não consigo explicar! Quando penso em alguem que eu queira, só penso em você! Penso em você o dia todo, todos os dias depois que te encontrei! Eu tenho por você um sentimento tão puro, tão maravilhoso, que não me resta duvida alguma de que concerteza, senhorita Lewis, a mulher que eu quero... É você!

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Continua...