História O Diário de uma Princesa - Uma visita inesperada

-Alteza!- mal entrei no palácio e uma criada desce correndo as escadas em minha direção e aclamando minha posição.

-O que ouve? É alguma coisa com meu pai?- primeira coisa que penso é se ocorreu algo com meu pai.

-Não alteza. Mas seu pai mandou chamá-la, ele esta em seu escritório

-Obrigada- digo somente isso antes de ser a minha vez correr escadas acima.

A cada degrau que subo não paro de pensar no que é tão importante que meu pai tem a me dizer, que fez uma criada descer as escadas correndo.

Chego á porta de seu escritório e respiro fundo, antes de bater a mesma. Ouso um entre, então o faço. No mesmo instante que entro em seu escritório, me deparo com meu pai sentado em sua cadeira, e alguém senta a sua frente de costas para porta, o que me impede de que o reconheça.

-Bella temos um visitante hoje, que passara o dia aqui conosco e pensei que estivesse interresada em saber quem- dito isso o sujeito a sua frente se vira. Não consigo acreditar no que eu vejo. Sinto-me tão feliz no momento que não consigo me mexer nem dizer uma palavra se quer. Ele se levanta e vem em minha direção, já que percebe que não consigo me mexer, para na minha frente e abre um sorriso.

-Não vai me dar oi Alteza?

-Ben!- é a única coisa que me possibilito a dizer, antes de abraçá-lo fortemente.

Eu sei, tinha o visto no dia anterior, mas pensava que demoraria mais algum tempo para que o visse novamente. Porem, ele estava ali, me abraçando com aqueles braços definidos, e isso me fazia se alegrar muito. Separemos-nos do abraço e rimos juntos.

-Benjamin esta aqui em Clermont para resolver algumas coisas que deixamos pendentes ontem. Então mandei que a chamassem para vê-lo, mesmo que após nos iremos almoçar juntos- explicou meu pai.

-Obrigada pai, o senhor tem ração iria mesmo querer vê-lo antes do almoço

-A não foi idéia de Benjamin chamá-la- dito isso me viro para Ben e sorrio, e o mesmo retribui- Então agora que estás feito vamos lá para baixo?- concordamos e saímos do escritório.

[...]

Sentamos em nossos lugares e logo somos servidos. Conversamos o almoço inteiro, o que é ótimo, eu e Ben sempre temos muitos assuntos, o que faz com que a nossa conversa não acabe e fique aquele silêncio constrangedor. Mas depois de algum tempo meu pai começou a conversar com Benjamin sobre os negócios dos nossos reinos, então fiquei ali somente ouvindo. Portanto ouvir começou a ficar chato e cansativo, e foi ai que comecei a viajar em meus pensamentos.

Fiquei pensando no comportamento repentino de Carter, em como ele tinha reagido diferente após eu contar sobre como tinha sido legal ver Benjamin novamente. E em como ele foi antipático em não me responder. Comecei a achar que Carter não queria mais minha amizade, portanto começou a se afastar aos poucos, e com isso ele no final conseguiria se afastar totalmente como ele queria. Mas então lembrei em como ele estava feliz ao vir conversar comigo na entrada. Viajei tanto em meus pensamentos que nem percebi que meu pai e Benjamin já tinham pedido licença e ido ao escritório para terminar seus negócios. Então foi minha vez de se retirar dali. Levantei-me e fui me dirigindo ao meu quarto.

Como sempre Lissa estava lá arrumando. Então me sentei á minha mesa silenciosamente, e comecei a trabalhar. Estava tão focada em meu trabalho que nem percebi que um tempo depois Lissa veio ao meu lado e me entregou um bilhete. Quando o notei, peguei-o e comecei a ler:

Vamos fazer igual antigamente,

jardim, após o jantar.

-B.

Sorri sozinha após ler o bilhete. Saber que conversaria e mataria mais a minha saudade me deixou ainda mais feliz, o que fez meu trabalho ficar mais empolgante.

Mandei Lissa avisar ao meu pai que jantaria no meu quarto, dando a desculpa de ter muito trabalho a terminar. Não era verdade, com toda a minha empolgação de saber que mataria ainda mais a minha saudade com Benjamin, fez com que eu terminasse o meu trabalho em menos de duas horas. Logo pedi meu jantar e comecei a me arrumar para encontrá-lo.

[...]

Cheguei á porta que dava ao jardim, e logo avistei Benjamin. Ele estava sentado num banco, olhando para o nada. Então comecei a andar devagar ate ele, para que o pegasse de surpresa. Quando cheguei enfim cheguei atrás dele, pus minhas mãos cobrindo seus olhos, e na mesma hora pude sentir o mesmo sorrindo.

-Espera, deixe-me adivinhar- ele colocou suas mãos em cima das minhas- Deus isso é muito difícil, quem poderá ser?- perguntou irônico. Inclinei-me sobre ele, e cheguei bem perto do seu ouvido.

-Essa vai ser muito difícil- sussurrei, e deu para notar que aquele ato fez um arrepio correr pelo seu corpo- Pense muito bem na sua resposta

-Eu vou pensar- falou rindo- Pode deixar

Eu ri também, e finalmente tirei minhas mãos de seus olhos, dando a volta no banco e sentando ao seu lado. Quando me sentei, fiz igual a ele e olhei para o nada. Mas mesmo olhando para aquelas arvores todas que ficavam mais ao fim do jardim, pude notar o olhar de Ben encima de mim, então virei meu rosto e o encarei.

-Senti tanta saudade- sorri. Mas ele somente continuou a me encarar- Ben? O que ouve?

-Bella eu não sei como lhe contar isso

-Ah meu Deus Ben- falei preocupada- Fala logo

-Bella, eu não vim aqui somente para resolver alguns negócios de meu pai. - falou olhando nos meus olhos, o que estava começando a me assustar- Ontem, quando lhe vi depois de tanto tempo, não pensava que estivesse tão linda como estas- corei com aquelas palavras- Eu estou tentado dizer que, quando lhe vi ontem algo dentro de mim sabia que não queria mais somente uma amizade com você, eu quero algo a mais. Quero você Bella. Meus pais estão me insistindo para que eu arrume uma noiva, para que logo eu suba no trono, e sei que se você se casar comigo, alem de sermos felizes podemos juntar nossos reinos

-Ben... Eu não sei o que falar- eu estava incrédula com aquelas palavras- Me desculpa Ben, mas eu não sei como lhe responder

Não pude falar mais nada, Ben já estava me beijando. Eu não podia imaginar como Ben pode fazer aquilo, na frente de todos os guardas que estavam na porta, sei que eles podiam falar aquilo para um se quer no palácio e aquele assunto o percorreria todo. Soltei-me de Ben, e o encarei incrédula.

-Bella, por favor, pense em mim, pense no meu pedido- ele estava quase implorando.

 -Eu... Eu vou pensar- eu tinha mesmo que pensar. Pensar em tudo que havia ocorrido nesses dez minutos.

-Obrigado

Somente concordei com a cabeça, e ele levantou-se do banco me dando um beijo em minha testa, como antigamente ele fazia, e foi andando em direção a porta. Fiquei o observando enquanto se afastava. Notei que um dos guardas me encarava, eu não podia ver seu rosto, estava coberto com o capuz do uniforme, mas podia senti seus olhos cravados no meu. Fiquei-o a encarar, e quando me dei conta ele virou o rosto e começou a entrada, pisando firme.

Voltei-me novamente para a floresta que estava na minha frente, e fiquei passando tudo que havia me ocorrido.

O estranho comportamento de Carter. A declaração inesperada, junto com um beijo, de Ben. E o modo esquisito, em que aquele guarda ágil, após ver eu e Benjamin juntos. Eu precisava de explicações, e urgentemente. Primeiramente teria que conversar com Carter, para saber o que estava lhe incomodando, para que agisse daquele modo. Depois iria falar com Benjamin lhe explicar que talvez, talvez estivesse com o coração em outra pessoa. E após tudo isso, finalmente encontraria aquele guarda misterioso, a quem se incomodou bastante.

Fiz minha nota mental e segui para meu quanto, precisava descansar, pois amanha seria um dia muito agitado para mim.