História O diário que se repete - Capítulo 2 - Magos do tempo não são invencíveis

    “Sua maior fraqueza, pode ser sua maior força”, meu pai costumava me dizer isso quando eu precisava passar por alguma situação difícil, porem já era tarde quando consegui compreender o que ele quis me passar com essa frase. Os portões já haviam cedidos, no chão eu só conseguia encontrar os corpos de meus preciosos amigos, no céu apenas um vazio imenso, espalhando o cheiro da morte. Ódio. Não, pena representava melhor o que eu sentia pelo inimigo.
    - Foi muito gentil de sua parte salvar o álbum da minha família. Obrigado mesmo Rei. - disse Elaha com um tom meio sentimental.
    Elaha folheava as fotos de seus familiares, revendo os momentos mais felizes que passaram juntos. Era compreensível até para mim que ela estivesse triste. 
    Após alguns longos minutos folheando o álbum, com alguns fios de seu cabelo tampando parte de seu rosto, inclinado para as fotos, ela falou comigo novamente.
    - Então Rei... - ela deu uma leve pausa junto à um suspiro e continuou - O quê vai ser agora?
    Pude perceber claramente a sua insegurança, por mais forte que fosse ainda era uma humana. 
    Eu estava sentado em uma poltrona, ela no sofá à minha frente, o que nos separava era apenas uma mesinha de centro. Levantei da poltrona, com passos suaves fui em sua direção, sentei ao seu lado, gentilmente tirei alguns cabelos da frente de seu rosto. Ela olhou para mim, porem não fiz nada em resposta. Fiquei olhando para ela durantes alguns segundos.
    - Sinto muito por suas perdas. - disse por fim. - Vou lhe explicar o que faremos em breve, porem, por hora peço que tenha paciência.
    Após dizer isso me levantei, caminhei até meu quarto e fechei a porta. Não queria deixa-la sozinha no estado em que se encontrava, porem também não queria deixa-la ainda mais confusa com novas informações.
    Direcionei meu olhar para o gato que se encontrava em cima da minha cama.
    - Trouxe meu pão de queijo, Rei? - o gato disse ambiciosamente - Você me prometeu, lembra?
    Poucos seres no universo que conheciam minha identidade sabiam onde eu estava, felizmente, este gato era um velho amigo, apesar de eu ser forçado a admitir isso.
    - Ah, claro. - retirei do meu bolso uma sacola de papel com três pães de queijo e estendi ao gato. - Espere, quero ver o amuleto de Krokof antes. - disse trazendo a sacola para perto de mim novamente.
    - Uhm? Rei, você sabe que eu levo muito a serio minhas promessas. - o gato cortou o ar com sua pata esquerda e do meio do nada tirou um amuleto com uma joia verde de três centímetros em forma de triangulo. - Aqui está.
    Fiz a troca com ele.
    - Essa forma não combina com você, se não fosse por sua aura não teria o reconhecido. - disse para o gato à minha frente. - Então, vai me deixar saber o seu nome dessa vez? - perguntei com seriedade ao gato.
    - Huh huhu... - sorrio o gato à minha frente. - Isso realmente te incomoda, não? Pois bem, que tal meu nome pela garota com quem estava conversando? - sua voz era provocante, assim como seu olhar.
    - Nada feito. - disse imediatamente.
    - Bom, então até a próxima, ou não. - após dizer isso o gato rasgou novamente o ar com sua pata esquerda, entrou em uma fenda e por fim desapareceu.
    Admito que nunca fui fã dele, mesmo conseguindo várias coisas onde sozinho eu demoraria tempo demais. Acontece que este gato é meio aleatório. Desta vez me pediu um pão de queijo pelo amuleto de Krokof, que solicitei antes de vir à terra, porem já ouvi histórias onde ele pede até mesmo a vida do contratante em troca. Sobre as propostas iniciadas por ele, estas eu não sou obrigado a aceitar.
    Após cinco minutos dentro do quarto eu estava com o amuleto em mãos, com isso, voltei para a sala. Elaha estava deitada no sofá, com os olhos abertos fixados no teto. Seus cabelos estavam espalhados.
    - Tenho um presente para você. - disse balançando o amuleto acima dela.
    - Uhm... um colar? - ela não pareceu interessada.
    - É um colar especial, vai impedir que espectros da Lily à detectem aqui na terra.
    - Certo. - disse assentindo com a cabeça.
    - Gostaria de coloca-lo em você agora, se importa?
    Ela não respondeu nada, apenas sentou no sofá. Gentilmente tirei o cabelo dela para o lado e coloquei o amuleto, suas correntes eram finas e brancas.
    - Anime-se Elaha, com este colar podemos dar continuidade no plano que irá mudar o Universo! - tentei parecer empolgante, mesmo sabendo que não sou bom nisso.
    - Ahh? Você ainda não me explicou o plano. - senti uma leve curiosidade em sua voz.
    Sentei à sua frente no sofá, dei um leve sorriso e disse:
    -  Por hora, precisamos encontrar três amigos meus que estão na terra.
    - Certo, por que não faz isso usando seus poderes?
    - Acontece que, se eu parar o tempo e chegar perto de qualquer um de meus amigos, uma pequena pedra incolor, que cada um deles carrega, ficará azul. Está pedra indica o uso de meus poderes. E no momento eu preciso permanecer oculto.
    - Ah? O que você fez que precisa ficar se escondendo? - perguntou Elaha lançando um olhar de dúvida para mim.
    - Certo, vou lhe dizer de maneira direita, porem peço que não me julgue cegamente. - fiz uma pequena pausa e continuei - Sabe, a posição que governa todo o universo é chamada de Univerador. Eu tentei matar o atual.