No céu vejo uma pipa vermelha. Fitas pretas formam uma notável rabiola. Controlada por um fio praticamente invisível de onde me encontro. Me pergunto o que aquela pipa faria se não estivesse sendo controlada, até onde ela iria. Porem é muito provável que de onde ela está, também não consiga ver o fio que à controla, logo nem deve saber que suas ações estão sendo planejadas, passo a passo, por alguém bem distante. Pobre pipa, vive uma vida de falsa liberdade, gostaria de poder ajuda-la. A alguns metros vejo outra pipa se aproximar, amarela, com uma rabiola azul. Em pouco tempo, seus fios se cruzam, a pipa vermelha começa a se distância rapidamente, percebo então que o fio que à controlava havia se rompido. Porem isso não libertou a pipa vermelha, agora ela só podia ir aonde o vento a levasse. Até cair ao chão. Pobre pipa.
- Reiel? - ouço a voz de Elaha a minha direita.
- Sim? - respondo ainda um pouco disperso.
- Já são 15h, você disse que iriamos a cidade, lembra? - sua voz ainda estava um pouco triste.
- Ah, certo, obrigado por avisar. - respondo de forma despreocupada.
- Imaginei que alguém que manipula o tempo fosse extremamente pontual. - disse Elaha enquanto me levantava da cadeira de madeira, na varanda.
- Sou quase sempre pontual - respondi prontamente - Pouco são os casos em que não posso minhas habilidades para concertar atrasos.
- Obviamente quis dizer sem suas habilidades de controlar o tempo - sua voz estava um pouco mais firme, parece que após dois dias ela já estava começando a se recuperar.
- Certo, certo - concordei sem se importar muito para o resultado da discussão - Você está pronta para ir?
Ela assentiu positivamente para mim.
- Muito bem, então vamos.
Peguei meu casaco preto, entreguei um capacete preto para ela, peguei outro semelhante para mim, liguei a moto e comecei a dirigir em direção a cidade.
**
Dirigi por cinco minutos em uma estrada de chão até chegar na cidade, passado mais alguns minutos e chegamos até chegar onde eu queria.
- Um mercado? - Elaha perguntou um pouco surpresa.
- Ainda temos alguns dias até irmos encontrar meu primeiro amigo. - fiz uma pausa, retirei meu capacete e olhei para ela . - Acredito que você possa precisar de algumas coisas.
Ela olhou para mim pensando no que havia acabado de lhe dizer, logo em seguida ficou um pouco embaraçada.
- Eu... - começou a dizer.
- Só pra deixar claro, eu estava me referindo à comidas e bebidas - digo após perceber que fui mal interpretado.
- Ah claro. - ela responde com um sorriso torto enquanto passava a mão no cabelo.
Percebi que dentro do mercado que ela começou a ficar um pouco nervosa. Após terminar de juntar os produtos fomos a um caixa rápido.
- Boa tarde - disse à atendente.
- Boa tarde - respondi com certa indiferença.
Elaha puxou levemente o meu casaco, fez um sinal para me aproximar, em seguida cochichou para mim:
- Rei... Acredito que você tenha esquecido de me contar um detalhe importante... - disse indignada com alguma coisa.
- Moço, são 70 libras. - disse a atendente.
- Só um minuto Elaha. - disse para ela enquanto pegava minha carteira no bolso.
- Debito. - respondi após entregar o cartão para a atendente.
- Pode digitar sua senha - disse a atendente me entregando uma maquininha de cartões.
Após digitar a senha, e pegar o recibo, peguei as compras, e me encaminhei para a saída do mercado.
- Ei - cochichou novamente Elaha - Ei, Rei, onde estamos?! - disse Elaha em um tom mais elevado após sairmos do mercado.
- Ah? É isso que estava te deixando nervosa? - perguntei um pouco surpreso.
- Sim, por acaso saímos do Brasil? - perguntou Elaha com receio da resposta.
Enquanto guardava as sacolas na bagagem da moto, ela ansiava pela resposta. Pude perceber a preocupação por sua localização, então fui direto.
- Estamos no interior da Inglaterra, em Stratford-upon-avon.
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