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História O diário que se repete - Capitulo 7 - Pequenos ajustes para não morrer novamente


Escrita por: Raydow

Capítulo 8 - Capitulo 7 - Pequenos ajustes para não morrer novamente



    - A questão não é essa, eu não sei de onde você veio, mas em 2016 não usamos mais esse meio de transporte, principalmente em uma rua movimentada! - disse Elaha enquanto olhava pela janela e ouvia algumas buzinas de carros.
    Fiquei parado um tempo sem responder, buscando em minhas memórias quais eram as minhas falas, para tentar minimizar as mudanças que ocorrem, por mais detalhista que eu seja.
    - Não se preocupe, em breve, o seu conceito de estranho irá mudar. - disse por fim.
    - O que você... - ela começou a falar algo porem a interrompi. - Chegamos. - disse com uma voz firme.        Entramos no teatro praticamente no mesmo momento de antes, nos acomodamos na primeira fileira, nas primeiras cadeiras da esquerda.
    - Bem vindos senhoras e senhores. - disse um locutor oculto - Nossa peça, Fantoches de vento está prestes a começar.
    A tediosa peça de Rory estava prestes a começar, as luzes se ajustaram e então Rory entrou no palco, representando uma jovem garota com longos cabelos pretos. Logo após um homem forte de cabelo grisalho entra em cena.
     - Cecilia, você não precisa casar com o príncipe de Grimires... - fez uma leve pausa, estendeu a mão para frente, enquanto a jovem mostrava uma expressão triste para o chão. - Podemos sobreviver a guerra sem ajuda daquele reino.
    - Obrigado pai... - a jovem colocou a mão no peito, devia ter uns 16 anos. - Mas eu sei que precisamos dessa aliança...
    - Cecilia... Peço que me perdoe por isso... - O homem começou a demonstrar um olhar de tristeza também.     A plateia estava começando a ficar comovida com a estória, claro, humanos no geral são assim, sentimentalistas.
    -  Vossa alteza, Orlam, temos noticias urgentes. - disse um dos três guardas, após entrarem em cena e se ajoelharem. 
    - Prossiga - respondeu a alteza. 
    - O reino de Grimires se aliou à Butia! - disse o guarda com uma voz firme. A alteza se estremeceu de medo, a jovem demonstrava um grande sentimento de culpa.
    - Ei Rei! - ouvi a voz de Elaha um pouco exaltada. Varias pessoas estavam falando no fundo. 
    Parece que certas coisas tendem a não mudar, eu dormir durante as peças de Rory é uma delas.
    - Não acredito que você dormiu... A Cecilia foi demais, ela e Robert ficaram perfeitos juntos! - disse Elaha contente.
    Eu que não acredito que tive que ver a peça novamente, porem foi necessário.
    - Qual foi a última parte que se lembra Rei? - perguntou Elaha.
    - Dos guardas entrando na cena e falando com a alteza. - disse enquanto me levantava.
    - Ahh?! Isso foi super no começo! - disse Elaha surpresa.
    - Bem, não consigo me interessar pelas peças deste meu amigo. - disse enquanto me espreguiçava.
    - Ah, mas foi tão legal... - disse Elaha sem entender o que eu não gostei na obra. - Porem não sei o que me impressionou mais, a obra, ou o fato de eu ter entendido mesmo todos os diálogos sendo em inglês... - disse Elaha.
    - Enquanto estiver com o amuleto de Krokof você vai conseguir entender e se comunicar nesses idiomas mais básicos. - disse para ela com certa indiferença.
    - Krokof, é? É realmente um amuleto mágico... - disse enquanto olhava para o colar pendurado em seu pescoço. 
    - Se simplificar bastante ele é um amuleto mágico mesmo, de qualquer forma - disse olhando para ela. - Vamos ver meu amigo, ele deve estar no camarim.
    Segurei a mão de Elaha e comecei a me encaminhar para a produção do teatro. Consegui entrar novamente sem problemas, haviam várias salas, porem como antes, todas com seus devidos nomes.
    - Está aqui - apontei para a porta com a placa “Roryest Belvega”.
    Bati na porta duas vezes. Rory atendeu a porta.
    - Rei! Seu amigo era a Cecilia? Ela é ainda mais linda de perto! - disse Elaha surpresa para mim.
    Não disse nada para Rory, como ele estava ciente de minhas habilidades presumi que o silencio entregasse que encontrei com ele a pouco tempo.
    - Interessante... - disse Rory após alguns momentos. - Você realmente escapou, e pelo que percebo, esteve aqui a pouco “tempo”, certo?
    - Como nas outras vezes, você continua astuto, Rory. - disse por fim.
    Olhei para Elaha, tive uma leve sensação de que ela estava com ciumes da minha conversa com Rory.
    - Elaha, Rory é o meu amigo, é ele quem vim encontrar aqui.
    - É um garoto? - perguntou Elaha surpresa.
    - Apesar de não demonstrar muitas emoções quando não está atuando, e ter essa aparência frágil, ele é de longe um de meus mais poderosos e preciosos amigos.
    Realmente, Rory não passava nenhuma presença quando estava em sua forma humana, ele conseguia esconder majestosamente seus poderes. Não vou pedir para que Rory revele sua forma para Elaha agora, como fiz da última vez, sua presença assassina poderia acabar sendo encontrada por um dos subordinados de Lily.
    - Está é a garota de quem eu falei no bar de Litius, lembra? - disse olhando para Rory.
    - É claro que lembro, como poderia esquecer do nosso último encontro. - disse um pouco aliviado com a situação.
    - Estou pensando em como resolver um impasse que tive da última vez em que vim aqui, porem preciso te pedir antes para deixar de vasculhar a mente da Elaha.
    - Ah desculpe, você sabe que é um costume difícil de controlar. - disse Rory olhando para mim e fazendo uma cara de bobo.
    Sentei em uma das cadeiras presentes no camarim e foquei em encontrar uma solução para destruir a Lifa do tempo pertencente à Rory. Enquanto isso ele removia sua maquiagem e Elaha observava ao meu lado curiosamente as coisas espalhadas a sua volta, surpresa de estar dentro de um camarim, provavelmente pela primeira vez.
    - Aqui está - Rory estendeu a mão para mim com um pequena pedra incolor. A Lifa do tempo. Não fiquei surpreso de ele me entregar sem nem mesmo eu ter mencionado ela, afinal, Rory era muito bom em deduzir as coisas. Na minha mão esquerda eu já segurava o pequeno martelinho dourado. Então, ainda sentado, estendo minha mão esquerda para ele, vagarosamente a abro.
    - Espero que esteja pensando o mesmo que eu... - disse incerto.
    - Como já veio aqui pelo menos uma vez, presumo que isolar a área não foi efetivo.. neste caso... - Rory franziu um pouco a testa, era raro vê-lo pensar nesse nível - Edgar Brevo? - perguntou após alguns segundos.
    Dessa vez ele me surpreendeu, pelo menos um pouco, porem ele estava certo, Ed era meu amigo mais forte, praticamente músculos ambulantes, fissurado em se tornar o mais forte do universo, desde quando eramos crianças. 
    - Exatamente - disse com um leve sorriso no rosto.
    - Ele deve aguentar o impacto do martelo de Kruger. - disse Rory de forma pouco expressiva, olhando fixamente para um abajur. - Mas você sabe onde ele está? - perguntou Rory enquanto caminhava em direção ao espelho.
    - Tenho um bom palpite. - disse confiante
    - Certo... - disse Rory.
    - A torre de Drekar em Hong Kong. - disse por fim.
    - Já ouvi falar, ela reúne os maiores lutadores presentes neste planeta, certo? - disse Rory.
    - Sim, tenho certeza de que ele foi lá se divertir um pouco. - disse para Rory, ainda seguro de minhas palavras.
    Levantei da cadeira, peguei o globo de vidro que Elaha estava segurando, coloquei no seu devido lugar, me encaminhei em direção a porta fazendo um sinal para que Elaha viesse junto.
    - Como está sua agenda Rory? - perguntei antes de sair.
    - Lotada. - disse Rory inexpressivo, olhando a si mesmo no espelho.
    - Você vem comigo para Hong Kong? - perguntei para ele.
    - Deixe me ver aqui - disse enquanto folheava um caderninho em sua mão. - Pode ser daqui três semanas? - perguntou com certa ironia.
    As vezes não sei como responder as brincadeiras de Rory, fico um pouco indeciso, outras nem sei se são brincadeiras. Enquanto saia do camarim, antes de fechar a porta falei:
    - Amanhã, na fazenda de Sam Jerick, me espere perto das oito da manhã, nos vamos para Hong Kong.
 



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