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História O diferente envelhecer - 20h 42min: silêncio


Escrita por: ramosdeagua

Notas do Autor


Boaaaaaa tarde, fofurinhas do meu coração!

Quem é vivo sempre aparece, né? uahsuahsuahs
Por isso estou aqui, desculpa o famoso atraso e não desistam de mim >.<

Boa leitura!

Capítulo 4 - 20h 42min: silêncio


Os olhos verdes estavam arregalados pelo susto e pela preocupação que Yuichiro expressava.

As pálpebras dos olhos rosáceos se fecharam forte quando o corpo sentiu a dor agoniante percorrer cada nervo.

— Mikaela, você está bem? — Questionou, enquanto colocava o outro sentado no assoalho da própria banheira com as costas apoiadas na lateral desta.

Devido a toda a movimentação, a cadelinha acordou, começou a latir e arranhar a parte de fora da banheira, inquieta querendo saber o que ocorria ali.

— Está tudo bem, pequena. — Disse Mikaela a cachorrinha, sorrindo pesaroso.

— A última coisa que está é “tudo bem”. — Interveio Yuu massageando, embaixo da água, um joelho do loiro de cada vez. — É falta de sangue, não é? Você tomou hoje?

— Para com isso, Yuu, minha mão estava molhada, eu escorreg-

Você tomou hoje?

— Eu já disse que escorreguei.

Yuichiro sabia que Mikaela estava mentindo, ele não havia escorregado por causa da mão molhada, na verdade, antes fosse pela mão molhada. O grisalho sabia que o parceiro não diria a verdade, então ele teria que apelar. Particularmente, não gostava de ter que fazer isso, mas Mikaela parecia pedir por isso às vezes.

Depois de terminar de massagear a região dos joelhos, Yuu se apoiou nas barras laterais presas a parede para sair da banheira, pegou a toalha, secou-se,  vestiu o roupão e andou em direção a porta chamando Sekai para ficar junto de si.

— Eu já volto. Só… fiquei aí até eu voltar.

E Mikaela retirou o resto de xampu que residia em seus cabelos e aguardou pacientemente o retorno de Yuu, o qual foi indicado pelo barulho na maçaneta da porta. Em seguida, Yuichiro entrou deixando a cachorrinha do lado de fora do cômodo.

— Okay, Mika, você sabe que eu não queria estar tendo que fazer isso.

— Yu-chan… eu já disse...

— Mikaela. — Chamou Yuichiro ao se ajoelhar na tapete felpudo em frente a banheira e fazer o loiro olhar para seus olhos verdes quando puxou delicadamente o queixo dele em sua direção.

Assim, Yuichiro apoiou uma das mãos na borda da banheira e, com a outra, revirou o bolso do roupão. Ao encontrar o que procurava, puxou o objeto do bolso e arregaçou uma das mangas da sua peça de roupa.

Canivete.

Aos olhos de Mika, todas as cenas ocorreram tão rápido que ele não conseguiu impedir Yuichiro de levar o objeto cortante ao pulso fazer um pequeno rasgo na pele, apenas para fazer o sangue escorrer um pouco.

— Yu-chan… n-não precisava...

— Vamos, Mika, você precisa disso...

O loiro mordeu o lábio inferior, o qual foi cortado pelas presas quando estas aumentaram de tamanho; e Mikaela abraçou o próprio corpo na tentativa vã de parar com os tremores que tomavam seu ser. Os olhos rosáceos iam contra os comando de Mikaela para não olhar para o pulso de Yuu, entretanto eles continuavam direcionados para aquele líquido vermelho que escorria pela pele com as marcas do tempo. E, então, uma gota percorreu todo o pulso e caiu na água da banheira, na qual o vampiro permanecia. Imediatamente, Mikaela se afastou na direção contrária de onde o pingo havia caído.

Quando aquela gota vermelha com provável gosto de ferro se chocou contra a água, os olhos do loiro se arregalaram observando aquele resquício de símbolo da vida se desmanchar, tornando a água, antes incolor, vermelha na região que atingira. Yuichiro respirou fundo e, com a mão não ferida, aproximou-se de Mika aos pouquinhos e conseguiu a atenção dos olhos do outro para si assim que as pontas de seus dedos delinearam o queixo dele.

— Mika… por favor… ontem eu deixei passar, mas hoje você não tem como seguir assim, meu amor.

Uma das mão de Mikaela, ainda trêmula, foi até o pulso machucado de Yuu e tocou no corte com a ponta dos dedos. O loiro acabou por fazer uma careta de dor, como se aquilo ardesse em si mesmo. Yuichiro observava tudo com calma, ele conhecia esse lado teimoso de Mikaela e sabia que ele deveria ser tratado com cuidado, principalmente quando Mika decidia não beber seu sangue para sobreviver.

O loiro ainda parecia lutar internamente consigo entre aceitar a oferta do namorado e recusá-la por achar que aguentaria mais um dia. O problema era seu corpo ansiando por aquele líquido vermelho que escorria pelo pulso de Yuu, seus instintos gritavam dentro de si, a vontade não era mais um desejo, era uma necessidade. Antes de fazer qualquer coisa, Mikaela olhou fundo nos olhos de Yuichiro como se pedisse desculpas pelo que faria e pela sua birra de antes. O loiro sorriu pesaroso e Yuu fechou os olhos, acenou positivamente com a cabeça e disse que estava tudo bem quando o outro se apoiou em seus ombros e cravou os dentes em seu pescoço.

A primeira fisgada de dor sempre era ruim, mas com o tempo Yuu se acostumou a ela. A dor, agora, era sempre menorzinha, como um pequeno beliscão.

O grisalho afundou sua mão entre os cabelos loiros de Mika, acariciando o couro cabeludo delicadamente assim que sentiu as lágrimas de seu loirinho tocarem a sua pele idosa enquanto as mãos trêmulas do loiro ainda agarravam seus ombros e a boca sorvia o sangue de seu pescoço.

— Está tudo bem, meu anjo. — Disse em um sussurro assim que notou as lágrimas de Mika acabarem e o aperto das mãos do outro em seu ombro relaxar.

— Yuu… eu… Desculpa. — Disse baixinho contra a pele do outro.

— Shiii, não me peça desculpas, porque você não me deve isso, okay? — Esclareceu calmamente.

Ainda que relutante, Mikaela acenou positivamente para Yuichiro e saiu da banheira. Depois disso, o loiro tratou de secar o corpo e Yuichiro colocou um pouco de gaze na mordida que havia recebido de Mika e a fixou com esparadrapo. No pulso, optou apenas por um band-aid.

O jantar foi silencioso, apenas o barulho dos talheres preenchendo o ambiente. O casal lavou a louça suja sem dizer uma palavra. Na hora de dormir, os olhares nunca desviaram tanto, as bocas jamais ficaram tão caladas e o “boa noite” nunca foi tão murmurado quanto naquela noite. Inclusive, esqueceram o beijo, sempre dado antes de dormirem, em algum canto da casa já que o mesmo não foi dado na cama.

 

Eles haviam resolvido o problema de Mikaela, agora faltava dar fim ao silêncio esmagador que os banhava.


Notas Finais


~Teeeeeenso~
Tadinhos, né T.T, é de partir o coração, mas segue o baile... ou melhor a história auhsausha

Espero que tenham gostado :) Beijinhos e até a próxima!

Obs: Como faltam apenas dois capítulos para o fim (</3) e eu ando um pouco ocupada durante a semana, nas próximas sextas-feiras os capítulos sairão no período da noite.


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