— Eu vou te matar Taehyung!
— G-Guk — minha voz saiu trêmula. Me afastei um pouco mais dele com medo; medo de Jungkook e medo de cair sobre as tintas espalhados pelo chão. — Pensa no Taegu, sim?
— Não, eu vou pensar em como esconder o seu corpo depois que te matar — ele disse maldoso se aproximando de mim com aquela... coisa nas mãos.
— Foi sem querer! — gritei desesperado.
— Não foi, você fez porquê quis!
— Me desculpa! Guk, eu não vou fazer mais — choraminguei notando que ele não estava parando de vim até mim.
— Que raios está acontecendo aqui?! — minha mãe entrou no quarto de repente e eu corri até ela, me protegendo com seu corpo. — Eu consigo escutar os gritos de vocês da cozinha!
— Mãe, Jungkook vai me matar.
— Tia! Olha o que ele fez na minha camisa branquinha — Jungkook choramingou mostrando sua blusa com respingos de tinta verde escuro.
Segurei o riso.
— Como isso aconteceu? — mamãe me olhou por cima do ombro com a sobrancelha arqueada.
— O pincel escorregou da minha mão e bateu no balde de tinta — falei simples.
— O que eu falei sobre você fazer esforço para pintar? — fiz bico quando mamãe puxou minha orelha para sair de trás dela. — Você já está de sete meses Taehyung, essa bolsa pode estourar a qualquer momento.
— Mas eu queria ajudar o Jungkook e é o quarto do Taegu, eu preciso fazer algo!
— Vem me ajudar a fazer o almoço então — fiz uma careta. Eu não sabia cozinhar nada. — Jungkook querido, tire sua camisa, tenho um produto que tira manchas.
Assim ele fez, tirando a blusa branquinha e deixando seu corpinho nu da cintura para cima, jogando o pano sujo para minha mãe.
Babei com a imagem.
Jungkook era tão....
— Sexy... — sussurrei sem querer.
— O quê? — mamãe intercala seu olhar entre mim e o pai do meu filho.
— O que, o quê?
— Eu vou terminar o almoço — ela disse desconfiada. — Você pode ficar, mas não quero ouvir gritaria. O Taemin está assistindo no quarto, fiquem quieto.
Minha mãe saiu e eu me sentei na cadeira que estava no canto da parede já seca da tinta, observando melhor o corpinho do meu melhor amigo.
O peito e o abdômen trincado, me fazendo ficar com inveja já que eu estava todo inchado e gordo. Mas eu não ficava com neuroses já que aquele meu corpinho era para o bem do meu bebê.
Jungkook se aproximou de mim, ficando na minha altura para acariciar meu cabelo e depois, levantar minha blusa beijando minha barriga.
— Ele 'tá calmo — sussurrou, deixando sua bochecha encostada em mim notando que Taegu não se mexia muito naquele dia.
— Você está indo tão bem que...— acariciei seu cabelo. — Estou com tanto medo disso. De você se afastar de repente.
Jungkook ficou em silêncio.
— Você deixa esse medo crescer em mim Jungkook, e ele fica cada vez pior por que eu não sei o que esperar de você — confesso com o nó na garganta me sufocando. — Eu digo o quanto gosto de você e o que eu recebo em troca são palavras vazias e sem sentido.
— Eu preciso te dizer algo...
— Não quero te ouvir, eu sei o que vai dizer e eu não quero te ouvir — me levantei e abaixei minha blusa. Jungkook suspirou e voltou a pintar a última parede.
— Você diz que eu te dou palavras vazias mas quando eu realmente tenho algo pra te dizer você me ignora, quando eu realmente me cansar disso tudo e explodir...
— Vai fazer o quê? — me aproximei e virei seu corpo para mim. — Diga, o que vai fazer quando explodir?
— Me deixa — se soltou do aperto que eu fazia em seu braço — Não vai gostar de saber e eu não vou me sentir bem vendo você acabado.
— Mas eu já estou acabado, esgotado com todo esse seu descaso comigo e com o seu filho.
Jungkook riu de um jeito seco.
Não disse nada.
Ele veio até mim segurando meu rosto entre as mãos. — Eu amo você, me entendeu? — balancei a cabeça, mesmo não acredito em sua palavras.
Elas pareciam entrar em minha cabeça e flutuar como grãos de poeras.
— Vai ficar sentado 'tá? — fechei os olhos quando Jungkook beijou minha testa. — Eu termino isso aqui.
[...]
Afastei o brócolis do purê de batata com o garfo. Empurrei o arroz e as ervilhas também.
— O que houve Taehyung? — minha mãe perguntou.
— O quê? Não aconteceu nada — respondi bebendo um pouco do meu suco de maçã.
— Não tocou nem no seu purê — falou tristonha. Eu amava o purê da minha mãe.
— Só não estou com fome — empurrei o prato na mesa e dei um sorriso para tranquilizar minha mãe. — Posso me retirar?
— É, pode — respondeu sem saber muito o que fazer.
Me levantei da mesa deixando meu prato intacto, indo me deitar um pouco no sofá. A conversa com Jungkook havia me deixado triste.
Sem vontade de fazer nada.
Havia feito o que ele me pediu e fiquei quieto vendo ele terminar de pintar a última parede do quarto que seria meu e do meu filho.
O cheiro da tinta não me enjoava o tanto quanto era olhar para a cara do meu melhor amigo.
Vomitei três vezes.
O quarto havia ficado bonito naquela cor verde musgo. Havia sido a única que combinou com o berço preto que Jungkook escolheu de pirraça.
Não dei minha opinião sobre aquilo já que eu disse que ele podia escolher a cor que quisesse.
Estava perfeito, eu havia gostado e esperava que meu Taegu gostasse também.
Me aconcheguei um pouco mais nas almofadas do sofá da minha mãe, colocando uma debaixo da minha barriga e fechando os olhos para tentar dormir.
Não consegui.
Sentia o cheiro do perfume de Jungkook próximo, como se ele estivesse bem na minha frente.
E ele estava.
— Tae — e lá vai Jungkook acariciar meu cabelo novamente.
— Hm?
— Por que você não vem comer um pouquinho? — abri meus olhos para encarar seu rosto. Sério como sempre. — Você vomitou bastante, deve estar vazio.
— Estou bem — menti.
Não, eu não estava bem emocionalmente.
Não sei se Jungkook sabia disso e fingia não ligar, mas eu me sentia mal com aquele seu jeito... com suas atitudes.
— Quer que eu te compre algo? Eu peço 'pro meu pai fazer o doce que você gosta.
— Por que você está aqui?
— Oi?
— Por que você está aqui? Comigo?
— Eu sou seu melhor amigo Tae, vim pintar o quarto do Taegu com você.
— Você não está entendendo — me levantei e tirei sua mão de mim. — Eu quero um motivo bom pra você continuar ao meu lado, não me diz que é porquê me ama pois eu não acredito em você.
— Não acredita? — Jungkook riu irônico. — Quando eu não lhe respondo o que você quer, você não gosta e quando eu lhe respondo os seus "te amos" você fica desacreditado? Você nunca está satisfeito! Me diz o quer então!
— Que não seja forçado a me amar e nem ficar ao meu lado — deixei que minhas lágrimas rolassem livremente.
— Taehyung, eu te amo e fim — Jungkook secou meus olhos. — Não vamos brigar, 'tá bem?
— Tá — virei o rosto recebendo um beijo na bochecha quando ele tentou beijar minha boca.
— Eu não estou aqui forçado, estou por você e 'pra você, tudo bem?
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