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História O Doador de Sementes - Mudança - Parte II


Escrita por: LanaFan

Notas do Autor


Ois gente!

Desculpa a demora, mas final de ano letivo é uma loucura na minha vida. Nem sei quais provas faltam para corrigir hahaha

Espero que gostem! <3

(ESQUECI DE AVISAR: Temos um grupo no WhatsApp agora \o/ Se alguém quiser entrar manda o número por DM lá no twitter - @TalitaPilati - ou manda aqui por mensagem)

Capítulo 37 - Mudança - Parte II


Fanfic / Fanfiction O Doador de Sementes - Mudança - Parte II

 

Lana

 

 

Almoçamos fazendo aquela nossa algazarra de sempre e até brincamos mais um pouco com as bolhas de sabão. Nossos amigos nos ajudaram a guardar algumas coisas, mas decidimos arrumar o restante sozinhos, assim o pessoal poderia aproveitar o resto do sábado. Os Dallas foram para casa, mas disseram que voltariam se precisássemos, e o Colin também já foi.

─ Tem certeza que não quer que eu fique? ─ Bex pergunta, ajudando-me a abrir uma caixa.

─ Você já ajudou bastante, sis. ─ Brinco com suas mechas ruivas.

─ Mas se quiser posso voltar amanhã. ─ Insiste. Rebecca é a irmã que sempre quis ter, mesmo maluquinha, não vivo sem ela.

─ Pode deixar, ligo se precisar. ─ Empurro-a para fora do escritório.

─ Podemos ir? ─ Marc surge diante de nós. ─ Ajudei o Sean lá fora e assim que terminamos ele me dispensou de uma forma polida. ─ Curva os dedos na última palavra, sinalizando aspas e sorri.

─ Só falei que prefiro arrumar tudo do meu jeito. ─ Meu noivo dá de ombros de uma forma natural. Sorrio da cara dele e chamo-o. ─ Fala. ─ Para na minha frente.

─ Nada. ─ Dou um sorrisinho de canto e abraço-o pela cintura, pousando uma das mãos em seu abdômen, dou-lhe um selinho e, então giramo-nos para ficarmos de frente para nossos amigos. ─ Muito obrigada pela ajuda, de verdade. ─ Agradeço.

─ Imagina. Foi divertido. ─ Diz Marc.

─ Nem preciso dizer que adoro essa farra, né? ─ A ruiva ri. ─ Já sabem, qualquer coisa... ─ Gesticula, levando a mão até a orelha.

─ Sim, qualquer coisa eu ligo. ─ Falo.

─ Vocês ajudaram muito. Acho que se estivéssemos sozinhos não teríamos arrumado nem um quinto de tudo. ─ Sean agradece; me aconchego mais em seu abraço ao sentir seus dedos passeando pelas minhas costas.

─ Nós vamos indo, então... ─ Marc se despede. ─ Até qualquer hora.

─ Até. Mais uma vez, obrigada. ─ Digo.

─ Laninha, se comporte agora que vamos sair. ─ Bex faz graça. ─ Não traumatizem meu afilhado. ─ Diz ela indo até a varanda.

─ Vai logo, sarna. ─ Brinco, dando chutinho na bunda dela, que na mesma hora massageia onde levou o golpe.

─ Estou indo. Só vou dar tchau para o afilhado mais lindo desse mundo. ─ Fala mais alto, andando de braços abertos em direção ao Flynn que já a espera sorrindo. Marc também se junta a eles e fala algo que os faz rir, mas nós não ouvimos, pois estamos na escada da varanda.

─ Gosto dessa relação deles. ─ Diz Sean, referindo-se a Bex e ao nosso filho. ─ Ela faz bem a ele. ─ Beija o topo da minha cabeça e se escora em um dos pilares, abraçando-me por trás. Acabamos sorrindo quando suas mãos tocam meus seios, já que estou um degrau abaixo, ele faz um carinho e beija meu pescoço.

─ Ela tem esse jeito só dela, mas é uma ótima pessoa. ─ Seguro-me em seus braços que já estão sobre os meus ombros.

─ Família, estamos indo. ─ A ruiva se despede mais uma vez.

─ Tchau. ─ Aceno, achando graça das palhaçadas dela.

─ Mamãe, o dindo Marc disse que se não der para dormir com os barulhos à noite é para eu ir dormir com eles nesses primeiros dias... ─ Diz Flynn, pulando o primeiro degrau da escada e parando na minha frente. ─ Não entendi. ─ Segura-se na minha cintura e fica no mesmo degrau que eu, ergue bem a cabeça para nos ver melhor.

─ Não dá bola, filho, ele não fala coisa com coisa. ─ Bagunço os seus cabelos e sinto minhas bochechas corarem. Sean sorri, apoiando o queixo na minha cabeça. ─ Vamos voltar para a nossa arrumação?

─ Posso organizar os porta-retratos da sala principal? Tenho vááários para pôr lá no canto direito. ─ Nosso garotinho apoia o queixo na minha barriga e fica com um sorrisão de orelha a orelha.

─ Claro que pode. ─ O papai babão se inclina, levando-me junto, até conseguir encostar no nariz do nosso filho.

─ Então vamos. ─ Flynn segura a mão do pai e nos guia até a porta. ─ O que vocês vão arrumar enquanto fico aqui? ─ Pergunta, ao chegarmos na sala.

─ Acho que o escritório né, amor?  ─ Falo, normalmente, pois Sean e eu temos que terminar de arrumar uma surpresinha para o nosso garoto.

─ Pode ser. Não falta muito. ─ Pisca para mim, com aquele seu sorrisinho clássico acompanhado da ponta da língua entre os dentes. ─ Filhão, daqui a pouquinho nós te chamamos para você ver como ficou, tá? ─ Aproxima-se dele e arrasta umas das poltronas para o canto direito. ─ Para você poder alcançar lá no alto.

─ Obrigado, papai. Vou precisar mesmo. ─ Flynn logo sobe na poltrona. ─ Quando vocês me chamarem, corro pra lá. ─ Diz ele, intercalando o olhar entre os porta-retratos e as pequenas prateleiras vazias, decidindo por onde começar.

─ Qualquer coisa é só nos chamar. ─ Jogo um beijo e ele pega no ar, todo sorridente. ─ Vamos, homem. ─ Seguro o pulso do Sean, que estava admirando a sua cria.

─ Vamos, mulher. ─ Ergue o braço, passando por cima da minha cabeça e pousando no meu ombro, em seguida entrelaçando nossos dedos. Andamos abraçados de lado e ao passarmos em frente ao banheiro ele aperta minha mão. ─ Já pode tirar esse da listinha. ─ Brinca, beijando minha bochecha.

─ E qual será o outro que irei riscar da lista essa noite? ─ Pergunto, com os olhos fixos nos seus.

─ Vou deixar você escolher dessa vez. ─ Beija entre as minhas sobrancelhas. ─ Primeiro as damas. ─ Abre a porta do escritório fazendo uma reverência.

─ Obrigada, cavalheiro. ─ Sorrio, e dou alguns passos. ─ Ah, você já trouxe a TV pra cá. Que bom. ─ Comento, olhando em volta.

─ Essa é a que ficava no seu escritório...

─ Mas e a sua? ─ Escoro-me na minha mesa nova.

─ Levando em conta que eu tinha quatro televisores e você outros quatro, e ainda compramos mais um, doei o meu para um dos estagiários da empresa. ─ Diz ele, apoiando-se em sua mesa nova, em frente a minha.

─ Nem reparei que ficamos com tantos televisores. ─ Sorrio. ─ Lá no nosso quarto já vi que instalou o que ficava no meu antigo quarto... O que foi? ─ Pergunto, segurando sua mão que estava estendida na minha direção.

─ Vamos continuar conversando, mas pertinho. ─ Faz uma carinha fofa. Segura-me pela cintura, mantendo-me em pé entre as suas pernas.

─ Bobo. ─ Dou-lhe um selinho e pouso minhas mãos no seu peitoral. ─ Como estávamos falando... ─ Brinco. ─ Qual TV colocou no quarto do Flynn?

─ A que já era dele, pois sei que ele gosta. ─ Rouba-me um beijo; sorrimos com os lábios colados.

─ Já estou até vendo que vamos conversar e o tanto que iremos arrumar. ─ Sorrio, apoiando os braços em seus ombros e entrelaçando minhas mãos na sua nuca.

─ Ah, mas faremos tudo isso e ainda vamos namorar um pouco. ─ Acaricia, brevemente, a minha cintura e me abraça. ─ Bom, já falamos de quatro televisores, faltam quatro.

─ A da sala da bagunça é a que ficava na sua sala, né? ─ Ele afirma meneando a cabeça. ─ Sem televisor na cozinha, certo?

─ Certo. Se não se importa, instalei uma TV lá na área externa...

─ Claro que não me importo, a casa é nossa. ─ Minha vez de roubar-lhe um beijo. ─ Qual deixou lá fora?

─ A da sua sala... ─ Fala com receio.

─ Não precisa fazer essa cara. ─ Cubro seu rosto com a minha mão. ─ É até melhor deixar aquela lá fora, porque aí dá para assistir de longe, já que ela grande. ─ Contorno suas sobrancelhas.

─ Foi o que pensei. ─ Afunda o rosto no meu pescoço e sorri.

─ Todos esses televisores, sendo que sempre assistimos juntos. ─ Me encolho ao sentir sua barba contra a minha pele.

─ Mas assim podemos assistir juntos em qualquer cômodo. ─ Dá um último beijo na curva do meu pescoço e me olha mais sorridente do que antes.

─ É verdade. ─ Beijo a ponta do seu nariz. ─ Agora é que notei que não se desfez dos meus televisores, mas se desfez dos seus. ─ Seguro seu rosto entre as minhas mãos. ─ Por quê?

─ Deve ser porque eu te amo mais que a mim mesmo, e não consigo me desfazer de nada que seja seu. ─ Diz ele, sem tirar os olhos dos meus; sinto meu coração acelerar com a declaração.

─ Amor... ─ Sorrio largamente, antes de beijá-lo e abraçá-lo com toda a minha força. ─ Eu também te amo mais que a mim mesma. ─ Suspiramos, com as testas coladas. ─ Vamos terminar a surpresa para o amor da nossa vida, que é quem amamos muito mais? ─ Beijo-o.

─ Vamos. ─ Roça seu nariz no meu e fica em pé. ─ Será que ele vai gostar? ─ Olha para o lado, na direção da mesa menor que agora faz parte do escritório.

─ Com certeza. ─ Andamos até a mesa do nosso garoto e sorrimos feito uns bobos.

O escritório ficou impecável, como o restante da casa; nossas mesas são, levemente, arredondadas e idênticas, a do Flynn em um tamanho um pouco menor que foi, milimetricamente, medida e elaborada pelo pai mais detalhista desse mundo. Decidimos fazer as mesas e as prateleiras em mogno, que por sinal, ficaram lindas; as cadeiras são de couro, com os encostos altos, um pouco mais largas do que as que tínhamos antes, e sem apoio para os braços e só diferenciam-se pela cor, pois a minha é branca e a do Sean e do Flynn, pretas. Ainda não arrumamos nossas coisas sobre as mesas e nem nas prateleiras, pois faremos isso com a ajuda do nosso pequeno.

─ Amor, vamos deixar o presente em cima da mesa dele ou escondido? ─ Sean segura a caixa.

─ Deixa escondido. Primeiro vamos ver qual será a reação dele com um cantinho aqui conosco. ─ Sorrio, largamente. ─ Estou com as bochechas dormentes, de tanto sorrir hoje. ─ Massageio meu rosto, sorrindo ainda mais.

─ Eu também. ─ Sorri e me abraça, encolhendo os ombros. ─ Vamos chamar ele agora?

─ Sim. ─ Viro-me, eufórica, para a porta. ─ Filho?

─ Campeão? ─ Sean também o chama.

─ Tô indo! ─ Responde, alegremente. ─ Não faz mal correr agora, né? ─ Fala e ouvimos seus passos pela casa.

─ Hoje não. ─ Respondo, sorrindo. ─ Calma. Vai acabar caindo. ─ Digo, ao vê-lo se segurar na parede para conseguir diminuir a velocidade e vir até nós.

─ Cheguei. ─ Respira fundo e nos mostra suas covinhas.

─ Fecha os olhos. ─ Saio da porta.

─ Vou me certificar para que ele não espie, amor. ─ Sean fica atrás dele e cobre o rosto do nosso garoto com as duas mãos.

─ Os olhos, papai, não a boca. ─ Flynn ri.

─ Os olhos, a boca e até o nariz. ─ Meu noivo aperta o nariz do nosso pequeno; acabamos gargalhando com essa brincadeira. ─ Não vale tentar espiar. ─ Sean brinca deixando a mão na testa dele.

─ Mas você não está cobrindo meus olhos assim. ─ Flynn ri, mas continua com os olhos fechados e bem apertados.

─ Isso foi só um teste. Agora já podemos andar. ─ Guia-o até a mesa. Sigo-os e fico ao lado do nosso garotinho. Sean o deixa livre e fica junto comigo.

─ Pode abrir, querido. ─ Falo, enganchando-me no braço do Sean, que acaricia minha mão.

Ficamos feito dois bobos observando o nosso maior tesouro abrir os olhos. Tudo parecia estar em câmera lenta; ele abriu os olhos, piscou, demoradamente, duas vezes e buscou os nossos olhares com o sorriso mais lindo estampado em seu rosto.

─ Pra mim? ─ Arregala os olhos. ─ Essa mesa... ─ Aponta com o indicador. ─ É minha? ─ Agora com o indicador em seu peito. ─ Eu tenho uma mesa aqui no escritório com vocês? ─ Sorri ainda mais. Sean e eu estávamos meneando a cabeça e sorrindo, ainda mais bobos.

─ Sim, querido. ─ Me aproximo. ─ Seu pai e eu... ─ Olho para o Sean. ─ Decidimos que você também merecia um espacinho aqui. ─ Me inclino e beijo sua testa.

─ Assim você já vai treinando e logo te contrato lá na empresa. ─ Sean faz graça, bagunçando os cabelos do nosso garoto. ─ Gostou?

─ Gostei muito! Adorei! ─ Nos abraça ao mesmo tempo. ─ Muito obrigado. ─ Olha para nós dois. ─ Não sei como agradecer... Porque olha, até nossas cadeiras são iguais, as mesas também... ─ Sorri, olhando ao redor. ─ Eu tenho uma mesa de escritório, só pra mim. ─ Dá um passo atrás. ─ Acho que estou sonhando.

─ Quer que eu te belisque ou faça cócegas? ─ Maguire pai fica de joelhos em frente ao Maguire filho.

─ Não precisa... Acho que aceito que isso é real. ─ Flynn o abraça pelo pescoço. ─ Vem aqui também, mamãe. ─ Me chama para o abraço.

─ Amo vocês. ─ Ajoelho-me e abraço-os.

─ Também amo vocês. ─ Diz ele, entre nós e, claro que eu fiquei emocionada.

─ Pois eu não. ─ Sean sai do abraço. Flynn o olha sem entender e eu o aperto em meus braços.

─ Seu papai é meio louco, filho. ─ Beijo a bochecha dele. ─ Mas mesmo assim ele é incrível.

─ É mesmo. ─ Flynn sorri e o Sean se vira segurando a caixa de presente.

─ Eu amo vocês muuuito mais. ─ Meu noivo volta a se ajoelhar. ─ Filho, esse é um presente meu e da mamãe. ─ Solta a caixa na frente do nosso garoto.

─ Mais presente? ─ Dá um beijo na minha bochecha e se estica por cima da caixa para dar um beijo no pai. ─ O que tem nessa caixa? ─ Senta sobre os calcanhares.

─ Abre. ─ Instigo-o.

─ Pode rasgar o papel. ─ Diz Sean, achando graça, pois o Flynn estava com a caixa na altura do peito e abrindo com cuidado.

Ansiosos, Sean e eu nos aproximamos mais, não queríamos perder nenhuma de suas reações. Assim que ele vê o que está estampado e escrito na tampa, rasga todo o papel de uma vez só.

─ É um... ─ Seus, brilhantes, olhos encontram os nossos. ─ É um notebook? ─ Segura a caixa com as duas mãos e, incrédulo, passa a mão na ilustração. ─ É um notebook! Vocês me deram um notebook... ─ Larga o presente se se joga nos nossos braços, nos apertando com toda a sua força. ─ Obrigado. Obrigado. Obrigado. ─ Intercala beijos em nós dois.

─ De nada, meu amor. Você merece. ─ Afago suas costas. Percebo que ele está com os olhos marejados. ─ Não chora. ─ Beijo sua testa e tento conter a minha emoção de mãe.

─ Primeira vez que vejo alguém chorar porque ganhou um notebook. ─ Sean encosta a barba no rosto do nosso anjinho, fazendo-o sorrir. ─ Mas saiba que você merece muito esse presente, pois é muito responsável e vai usá-lo com moderação. ─ Bate o indicador na pontinha do nariz do Flynn.

─ Muito obrigado. ─ Agradece mais uma vez e volta sua atenção ao presente. ─ E não se preocupem, pois vou usar bem pouco. ─ Olha para nós com o notebook nas mãos. ─ Até porque, eu prefiro ler livros, né? ─ Sorri e dá uma piscadinha.

─ Coisa fofa da mãe. ─ Não aguento e ataco suas bochechas, apertando-as. ─ O meu maior orgulho. ─ Dou mais um beijo em sua testa e abraço-o.

─ Tá me esmagando, mamãe. ─ Fala, porém não me solta, se agarra ainda mais no meu pescoço.

─ Não posso perder isso. ─ Ouço a voz do meu noivo e em seguida o barulho do seu celular, está nos fotografando.

─ Faz careta. ─ Flynn vira meu rosto na direção do pai.

─ Assim? ─ Pergunto, fazendo uma careta pior que a outra.

─ Você é a melhor, mamãe. ─ Pula nas minhas costas, apoia a cabeça no meu ombro e começa a me imitar.

─ Vocês são os melhores. ─ Sean tenta não rir e registrar tudo. Sinalizo para que ele se junte a nós e logo estamos os três fazendo caretas sentados no chão.

─ Ai, ai. Cansei. ─ Diz nosso filho, deitado sobre a barriga do pai.

─ Ih! Temos tanto o que fazer ainda... Precisamos, no mínimo, arrumar aqui e a cozinha. ─ Digo, dando uma batidinha nos joelhos do meu noivo e levanto-me.

─ Acho melhor a gente levantar, né? ─ Flynn inclina a cabeça para olhar para o pai. Sean se faz de desentendido e fecha os olhos. ─ É, acho que depois vou fazer sanduíches só para nós, mamãe. ─ Pisca para mim.

─ Pode caprichar no meu, querido. ─ Estendo a mão ajudando-o a se levantar.

─ Acho que me deu fome. ─ Sean se falante.

─ Depois só eu que sou comilona, né? ─ Ajudo-o a ficar em pé também e ele me rouba um selinho.

─ É a convivência. ─ Sorri, apertando minha cintura.

─ Acho melhor começarmos a arrumarmos o escritório, senão não faço sanduíche para ninguém. ─ Nosso garoto sorri, tamborilando os dedos sobre a sua mesa.

─ Sim, senhor. ─ Brinco.

─ Cada um arruma a sua parte? ─ Meu noivo sugere.

─ Pode ser. ─ Respondo sorrindo. Flynn concorda com um meneio de cabeça e também sorri; estamos feito uns bobos, sorrindo sem parar.

 

 

***

 

 

Sean

 

 

Mesmo eu tendo sugerido cada um arrumar a sua parte, ajudei a minha noiva com a caixa de livros e ajudei nosso filho com os dele, só depois fui para a minha parte.

Flynn arrumou seu porta-lápis e o bloco para rascunho, depois colocou um porta-retrato em cada ponta da mesa, do mesmo jeito que eu; antes de arrumar um lugar para o seu presente, olhou para a minha mesa e para a da Lana, analisou o espaço a sua frente e colocou o notebook mais para o lado esquerdo, exatamente como nós; agora já estava organizando, milimetricamente, suas apostilas da escola. Fico tão feliz por vê-lo seguindo meus passos e os da Lana, pois era visível a admiração que tem pela mãe; minha pequena deixou três revistas sobre a mesa e o nosso pequeno fez o mesmo com seus gibis, e teve o maior cuidado para deixa-los iguaizinhos os da mãe. Sorrio com aquela cena e volto minha atenção para o que ainda tenho que arrumar.

Está difícil me concentrar nos arquivos que estou separando, pois a Lana está em cima da cadeira, na ponta dos pés, arrumando seus livros e revistas, e, não que minha atenção estivesse em suas curvas, muito pelo contrário, cada pequeno movimento dela faz meu coração parar de bater momentaneamente, pois ela pode cair e se machucar.

─ Chega! ─ Solto as minhas pastas na mesa e em três passos estou com as mãos em sua cintura.

─ O que foi? ─ Segura-se na prateleira e me olha intrigada. ─ Não terminei. ─ Arruma, atrás da orelha, uma mecha de cabelo que havia se soltado do coque.

─ E nem vai. ─ Tiro-a de cima da cadeira e solto-a no chão. ─ Melhor assim. ─ Respiro fundo.

─ Sean, me explique isso... ─ Diz ela, não entendo o que fiz. ─ Você está bem? Está transpirando. ─ Passa as mãos no meu rosto, preocupada.

─ Agora estou. ─ Sorrio sem jeito por conta da minha paranoia. ─ Tem noção do risco que estava correndo por ficar daquele jeito em cima da cadeira? ─ Aponto para a cadeira e seguro-a pelos ombros. ─ Cheguei a ver, pelo menos, uns dez acidentes diferentes. ─ Percebo que estou com o coração acelerado de novo. ─ Você poderia escorregar e na queda bater a cabeça na prateleira, ou na parede, ou poderia fraturar um braço e até a colu... ─ Não vi seus movimentos, só senti seus lábios chocando-se contra os meus, quando voltei a realidade senti suas pernas e braços ao redor do meu corpo, não sei como não caí com o impacto; meu reflexo foi instantâneo, envolvi-a em meus braços e retribui o, caloroso, beijo. Já estávamos sem ar quando minha pequena encerrou o beijo com um, demorado e sonoro, selinho, soltando o ar contra o meu rosto.

─ Eu te amo! ─ Abraça-me com mais força e abaixa as pernas. ─ Ah! Como eu te amo. ─ Pressiona sua boca na minha.

─ Eu te amo! ─ Envolvo sua, bela, cintura e tiro-a do chão. ─ Não tente me matar do coração novamente. ─ Beijo sua testa.

─ Sean... ─ Apoia as mãos no meu peito quando toca os pés no chão; um, gracioso, sorriso surge em seus lábios. ─ Você é perfeito, sabia? ─ Move os polegares em um carinho delicado. ─ Meu anjo da guarda. ─ Dá-me um selinho. ─ Meu companheiro de sempre e para sempre. ─ Sobe suas mãos até a minha nuca e começa a brincar com meus fios de cabelo, o que já é um hábito; seus olhos brilham, ficam ainda mais vivos, quando encontram os meus, tenho vontade de abraçá-la e nunca mais soltá-la. Estamos, mais uma vez, em um momento de quietude tão nosso, onde nossas almas reforçam os nossos laços.

─ Vocês estão muito apaixonadinhos hoje. ─ Diz Flynn, assim que Lana e eu nos abraçamos e permanecemos com as testas coladas.

─ Só hoje, filho? ─ Diz minha pequena e dá-me outro selinho antes de deitar a cabeça no meu peito. Tão miudinha quando fica descalça.

─ Esperei muito tempo para poder ficar agarradinho com a sua mãe, filhão. ─ Abraço-a pelos ombros e olho para o nosso filho que está sentado em sua cadeira, com os cotovelos apoiados na mesa e acomodando a cabeça com as duas mãos, nos admirando com seu sorriso característico mostrando-nos suas covinhas.

─ Mas eu gosto de vê-los assim. É bonito. ─ Pisca algumas vezes e levanta-se. ─ Acho que vou começar a fazer os sanduíches e no de vocês vou fazer algo diferente. ─ Passa por nós e brinca com as minhas mãos que estão entrelaçadas nas costas da Lana e também faz um carinho nela que sorri para ele.

─ Nós vamos te ajudar, querido. ─ Lana afasta-se o suficiente para segurar minha mão e seguimos nosso garoto. ─ O que será que ele vai aprontar? ─ Pergunta para mim, com aquela carinha linda de mãe orgulhosa.

─ Com certeza irá nos surpreender. ─ Beijo sua bochecha.

─ Ainda mais filho de quem ele é, né? ─ Sorri e aperta minha mão.

─ Amo você. ─ Sussurro e puxo-a para um beijo, mantendo nossas mãos entrelaçadas.

─ Amo você. ─ Um sorriso apaixonante brota em seus lábios. ─ Vamos. ─ Nos arrasta até a cozinha.

Ao adentrarmos o cômodo, avistamos Flynn com certa dificuldade em amarrar o avental nas costas, mas não por muito tempo, pois tirou o avental do pescoço, passou para as costas, segurou as duas tirinhas e fez um laço em frente a sua barriga, depois girou-o novamente e recolocou a tira no pescoço; pude perceber em seus olhos a alegria quando viu que sua ideia deu certo, sentiu-se vitorioso e eu o entendo perfeitamente. Durante esses poucos segundos permaneci atrás da minha pequena envolvendo-a em um abraço.

─ Ele é tão esperto. ─ Falo próximo ao seu ouvido, de modo que só ela ouça.

─ Assim como o papai. ─ Acaricia a minha barba.

─ E a mamãe também. ─ Dou-lhe um cheirinho no pescoço e aperto-a em meus braços; sorrimos um para o outro se nos aproximamos da bancada. ─ Quer ajuda, campeão?

─ Hoje eu quero fazer tudo sozinho. ─ Sorri para nós. ─ Quero que vocês sentem-se aí desse lado enquanto faço tudo desse lado aqui. ─ Coloca algumas coisas sobre a bancada e vai até a geladeira.

─ Ok. Vamos ficar aqui. ─ Diz Lana, sentando-se ao meu lado. Dou uma batidinha na perna dela e sinalizo com a cabeça, apontando para o Flynn.

─ Igualzinho a mamãe quando fica pensando na frente da geladeira. ─ Apoio-me na bancada e a Lana faz o mesmo; ficamos observando nosso garoto, que agora está com os braços abertos, apoiado na geladeira e ainda está agitando um pé para frente e para trás, até que, finalmente, começa a pegar os ingredientes que irá utilizar. ─ Alegre como você. ─ Abraço-a pelos ombros.

─ Idêntico ao papai. ─ Bate seu ombro no meu braço quando o nosso garoto começa a alinhar tudo diante dele. ─ Atencioso como você. ─ Tomba a cabeça no meu peito e faz um carinho na minha mão sobre o seu ombro.

─ Eu sou parecido com vocês dois, só que em uma versão melhorada ─ Diz ele, dando uma piscadinha.

─ Viu no que deu juntar a minha modéstia com a sua, amor? ─ Ela sorri. O som da risada da minha pequena me faz sorrir também.

─ E ainda bem que também somos lindos né, amor? Porque olha o que nós fizemos. ─ Aponto para o Flynn, que está na pia lavando os tomates e algumas folhas de alface. ─ Ninguém vai conseguir fazer um filho mais bonito que o nosso. ─ Estufo o peito. ─ É o mais inteligente...

─ Mais carinhoso... ─ Lana entra na onda.

─ Mais educado... ─ Continuo.

─ E ainda sabe cozinhar! Meu Deus, é perfeito. ─ Lana gesticula e me encara. ─ Nós somos os melhores. ─ Tocamos nossas mãos no ar em um high five.

─ Vocês são loucos, isso sim. ─ Ele balança a cabeça, sorrindo. ─ Mas tudo bem, ainda amo vocês. ─ Mostra suas covinhas.

─ Não nos amasse para ver. Já iria aprender com quantos paus se faz uma canoa. ─ Franzo as sobrancelhas, fingindo estar irritado.

─ É com um só. ─ Diz Flynn, com cara de paisagem. ─ Antigamente, os índios escavavam em um tronco para construírem uma canoa. Então é só um. ─ Dá de ombros, cortando os tomates. ─ Mas hoje em dia já constroem com várias tábuas. ─ Dispõe uma fatia de pão em cada prato. ─ E também já sei que essa expressão popular significa que a pessoa quer mostrar quem manda. Nesse caso, não sei se é você, papai. ─ Continua preparando nossos sanduíches.

─ Ah! Maldito gene dominante! ─ Cubro meu rosto com as duas mãos enquanto a Lana tem um ataque de risos.

─ É muita nerdice pra mim. ─ Respira fundo, tentando parar de rir. ─ Esses sanduíches estão ficando bonitos. ─ Curva-se e rouba uma rodela de tomate de um dos pratos.

─ Ei! Não pode comer antes. ─ O cozinheiro mirim fica sério.

─ Tá bom. Eu espero. ─ Minha, faminta, noiva cruza os braços sobre a bancada e fica sorrindo, exatamente, do jeitinho que fazia quando era criança; sorrio assistindo meus amores fazendo careta um para o outro.

─ Precisamos registrar esse momento. ─ Tiro o celular do bolso. ─ Essa é a nossa primeira refeição na cozinha nova.

─ E é a primeira vez que você está fazendo tudo sozinho, filho. ─ Diz Lana, toda orgulhosa. ─ Precisamos de muitas fotos.

─ Vai lá com ele também. ─ Digo a ela, que no mesmo instante corre para junto do nosso garoto. Consigo uma foto melhor que a outra; os dois fazendo palhaçada, Lana pegando comida e o Flynn chamando atenção dela, cada um segurando um sanduíche; uma farra.

─ Vem aqui também, amor. ─ Me chama, ainda abraçada ao nosso filho.

Foram tantas fotos gargalhando, que não sei se alguma se salva, mas o que valeu foi esse momento tão nosso.

─ Chega. Vamos comer. ─ Flynn tenta recuperar o fôlego. ─ Ah! Ainda não fiz o suco. ─ Bate na própria testa.

─ Quer ajuda? ─ Pergunto.

─ Bom... Queria fazer tudo sozinho, mas como sempre fazemos tudo junto... ─ Sorri e me entrega as laranjas. ─ Aceito a ajuda.

─ Então também vou ajudar. ─ Lana vai até o armário e pega os copos. ─ Vamos comer aqui mesmo, né? ─ Arruma os copos e pega o suporte os guardanapos.

─ Sim. ─ Digo.

─ Quer ajuda aí, filho? ─ Ela anda até ele.

─ Não, mamãe. Agora vocês não podem ver o que eu estou fazendo. ─ Esconde os nossos pratos com os braços. ─ Pode ir ajudar o papai. ─ Olha sobre o ombro esquerdo.

Por incrível que pareça, dessa vez a Lana não tentou espiar e andou até o meu lado.

─ Quer que eu pegue a jarra? ─ Entrega-me meia laranja.

─ Uhum. ─ Respondo, concentrado no espremedor.

─ Aqui. ─ Deixa a jarra na pia e me abraça pelas costas, apertando seus braços ao meu redor, dá algumas mordidas nas minhas costas e sorri, travessa.

─ Está confortável aí? ─ Pergunto, quando ela aconchega-se mais.

─ Sim. ─ Fala roçando o rosto de um lado para o outro na minha camiseta. ─ Você é muito confortável... ─ Passa por baixo do meu braço e fica na minha frente. ─ Como já disse em outros momentos. ─ Beija o meu queixo. ─ Terminou o suco?

─ Terminei. ─ Beijo sua testa. ─ Só preciso lavar as mãos. ─ Inclino-me, prendendo-a contra o mármore da pia e ganho uma mordida no pescoço. ─ Mas está com muita fome mesmo, né? Não para de me morder. ─ Esmago-a em um abraço de urso.

─ Venham ver os sanduíches de vocês. ─ Flynn nos chama. ─ Antes que vocês falem alguma coisa, sei que não estamos mais comendo tanta porcaria, mas só usei um pouquinho de maionese. ─ Explica-se, agitando as mãos.

─ Estou curiosa. ─ Minha noiva me arrasta até o nosso garoto.

─ E faminta. ─ Sorrio.

─ Isso sempre. ─ Pisca.

Aproximamo-nos da bancada e nosso garotinho se afasta sorrindo de orelha a orelha. Permaneço com um braço sobre os ombros da Lana enquanto ela me abraça pela cintura; ao vermos a surpresa trocamos um rápido olhar, ambos com um sorriso besta estampado no rosto. Flynn decorou os dois sanduíches com pequenos pedaços de queijo que juntos formaram um coração, no centro do que está na minha frente ele desenhou a letra P com maionese e no que está diante da Lana, a letra M.

─ Sem dúvidas, esses são os sanduíches mais lindos que já vi. ─ Falo, beijando o topo da cabeça da mamãe chorona e viro-me para o nosso filho. ─ Obrigado, filhão. ─ Ergo-o, segurando-o no colo e volto para perto da Lana.

─ Você me fez chorar. ─ Minha pequena sorri, com os olhos marejados. ─ Eu amei. Muito obrigada. ─ Dá um beijo, estalado, na bochecha do nosso garoto.

─ De nada. Vocês merecem. ─ Sorri. ─ Queria ter feito outra coisa, mas essa foi a única que ideia que tive. ─ Olha para os pratos. ─ Quase esqueci. ─ Estica o braço e coloca uma folha de manjericão na ponta de cada coração. ─ Agora sim. ─ Ainda no meu colo, pega um prato e entrega para a Lana. ─ Esse é o seu, mamãe. ─ Abraça-a pelo pescoço. ─ E esse é o seu, papai. ─ Também se pendura no meu pescoço.

─ Estou até com dó de comer. ─ Digo, admirando o melhor sanduíche do mundo.

─ Ah, vou tirar uma foto para lembrarmo-nos disso quando já estivermos bem velhinhos. ─ Faz uma foto dos dois sanduíches. ─ Agora mais uma de nós três hoje. ─ Apoia a cabeça no ombro do Flynn e vira o celular. ─ Sorriam. ─ Diz ela, com o maior sorriso de todos.  ─ Agora vamos comer. ─ Senta-se em uma das banquetas.

─ Pode me colocar no chão, papai. ─ Solta-se do meu pescoço.

─ Faz tempo que não te pego no colo. ─ Sento-me ao lado da Lana. ─ Fica? ─ Peço a ele.

─ Tá bom. ─ Sorri e puxa o seu prato. ─ Vocês gostaram mesmo?

─ Claro que sim, querido. ─ Lana coloca as pernas dele sobre as suas e fica fazendo carinho. ─ Foi a sua primeira surpresa para nós... ─ Dá uma mordida no seu sanduíche.

─ É verdade! Já fiz surpresas para cada um de vocês, mas essa é a primeira ao mesmo tempo. ─ Sorri sobre a borda do copo. ─ Acho que estou aprendendo com vocês essa coisa de fazer surpresas. ─ Toma um generoso gole de suco e limpa a boca com as costas da mão.

─ Espero que sejamos sempre um bom exemplo para você. ─ Bagunço seus cabelos e começo a comer o meu sanduíche.

─ Vocês são e serão, sim. ─ Fala de boca cheia.

 

 

Terminamos o nosso lanche e finalizamos a organização do escritório. Depois arrumamos um detalhe aqui e outro ali e a casa estava do nosso jeito. Flynn e eu trocamos a casinha do Coragem de lugar, arrumamos um cantinho onde ele pudesse ficar na grama e no piso da área externa. Amanhã iremos pintá-la do nosso jeito, Flynn disse que já pensou em tudo e, claro, que irei aceitar a ideia dele, pois faço tudo por ele.

Minha noiva já estava de banho tomado e vestindo um macaquinho preto de alcinhas e bem soltinho, adoro vê-la assim, leve, tranquila; apoio-me no batente da porta e fico admirando-a, estava dando mais uma olhada no nosso quarto, arrumando as últimas coisas. Não resisto por muito tempo e ando até ela, abraçando-a por trás.

─ Ai que susto! ─ Fecha os olhos, tombando a cabeça no meu ombro.

─ Desculpa. ─ Beijo seu rosto. ─ Estava tão concentrada que nem me viu ali na porta. ─ Fico cheirando seu pescoço.

─ Estava só guardando nossas coisas nos criados-mudos e conferindo se os abajures estão funcionando. ─ Aponta para os objetos. ─ Ah! ─ Solta um gritinho quando sento-me na cama e trago-a junto.

─ E estão funcionando? ─ Pergunto, entrelaçando nossas mãos sobre a sua barriga.

─ Uhum. ─ Meneia a cabeça. Ficamos em silêncio por alguns minutos, aproveitando a companhia um do outro. ─ Lembra-se o que inicia nessa quarta? ─ Vira o rosto, sorrindo para mim.

─ O seu período fértil. ─ Beijo-a rapidamente. ─ Não poderia esquecer. ─ Acaricio o seu ventre.

─ Que bom. E obrigada pelo calendário novo no banheiro. ─ Me dá um selinho.

─ Combinamos que começaríamos aqui, então achei que merecíamos outro calendário. ─ Arrumo seu cabelo atrás da orelha. ─ Tá certo que o ciclo é seu, mas acho que posso considerá-lo nosso, né? ─ Acaricio seu, sorridente, rosto.

─ Claro que sim. ─ Volta-se a recostar-se em meu peito. ─ Desde que você também sinta as minhas cólicas. ─ Sorri, agitando-se em meus braços.

─ Vamos nos empenhar muito para que logo, logo você fique nove meses sem senti-las. ─ Beijo seu ombro.

─ Eu te amo, sabia? ─ Senta-se de lado sobre as minhas pernas.

─ Sabia. ─ Faço-lhe cócegas e ela se debate, gargalhando. ─ E eu te amo também. ─ Beijo-a com ternura, acarinhando suas costas e cintura, sentindo um de seus braços envolver meu pescoço enquanto sua outra mão afagava minha barba.

─ Seus beijos são viciantes. ─ Diz ela, com os lábios colados aos meus. ─ Não queria parar de te beijar nunca, mas temos um filho nos esperando na sala. ─ Sorri.

─ Você é inteira viciante. ─ Corro meu nariz pelo seu pescoço. ─ Mas acho melhor descermos mesmo. ─ Dou-lhe mais um selinho e ergo-a, deixando-a em pé.

─ Me lembre que amanhã preciso ir na farmácia comprar mais ácido fólico, só tenho mais um comprimido. ─ Calça o chinelo e segura minha mão, puxando-me.

─ Quando formos ao supermercado já passamos na farmácia. ─ Faço-a girar na minha frente e ela sorri. ─ Vamos, porque o nosso terremoto já deve estar impaciente.

─ Já deve ter pedido a pizza. ─ Sorri, andando na minha frente.

Descemos as escadas e seguimos até a sala da bagunça. Flynn está concentrado assistindo Friends.

─ Desculpa a demora, filhão. ─ Jogo uma almofada em cima dele.

─ Assisti um episódio inteirinho sem vocês. ─ Atira a almofada de volta. ─ Estava quase ligando na pizzaria. ─ Sorri, travesso.

─ Por que não ligou? ─ Deito-me ao lado dele e a Lana senta perto de nós.

─ Porque eles não iriam aceitar o pedido de uma criança né, papai?! ─ Revira os olhos e sorri.

─ Está certo... Mesmo você sendo mais adulto que muita gente. ─ Aperto seu nariz.

─ Pode deixar que eu ligo. ─ Minha noiva levanta-se e pega meu celular. ─ Posso usar o seu? O meu está lá em cima.

─ Claro. ─ Ajeito-me ao lado do Flynn, colocando uma almofada nas costas.

─ Qual outro sabor além de calabresa? ─ Pergunta, procurando o número da pizzaria.

─ Brócolis com milho verde? ─ Sugere o folgado ao meu lado, que agora já está com as pernas sobre as minhas.

─ Está andando muito com a sua madrinha. ─ Faço cócegas na barriga dele. ─ Mas também gosto de brócolis.

─ E eu também. ─ Diz Lana, com o celular no ouvido.

─ Papai, você faz uma limonada? ─ Pergunta, deitando a cabeça no meu peito fazendo dengo, igualzinho a mãe dele.

─ Faço, sim. ─ Fecho seus olhos com os dedos e ele sorri. Deito sua cabeça na almofada e levanto-me, olho para a Lana, que já estava fazendo o pedido e ela joga um beijo, fechando os olhos.

Preparo a limonada, pego os copos e arrumo em uma bandeja, como não iremos comer com pratos, também pego os guardanapos e volto para a nossa sala da bagunça.

─ Daqui a pouco a pizza chega. ─ Minha noiva me chama para sentar ao lado dela. Arrasto a mesinha de centro para perto de nós, deixo a bandeja no cantinho, sento-me ao lado da Lana e ergo os pés no outro canto da mesinha.

─ Amor, nós temos que ver para transferir a sua linha telefônica para cá. ─ Aproxima-se e dobra as pernas sobre o sofá. ─ Quer dizer... Acho melhor transferir a sua por conta da empresa...

─ Ah! Verdade. ─ Seguro sua mão e brinco com seu anel de noivado. ─ Não é muito incômodo transferir a minha? Porque aí teremos que cancelar a sua...

─ Não tem problema. ─ Deita a cabeça no meu ombro. ─ Usava mais por conta da emissora, aí é só passar o número novo.

─ Então tá. Podemos fazer isso segunda. ─ Beijo seus cabelos. ─ Aproveitamos e passamos no banco para você assinar a papelada da conta conjunta e também pegar o seu cartão...

─ Quê? ─ Me encara. ─ Conta conjunta?

─ É. Já organizei tudo, só falta você assinar. ─ Vejo-a com as sobrancelhas franzidas. ─ Sei que não conversamos sobre isso, mas acho que é a coisa mais certa. Concorda?

─ Não sei... ─ Fica de lado e apoia o braço no encosto do sofá. ─ Você ganha bem mais do que eu. Não seria justo...

─ Amor, não existe mais isso de meu dinheiro e seu dinheiro. É nosso. ─ Fico de lado, assim como ela, e toco seu rosto. ─ Sei que você é independente e admiro muito isso. ─ Beijo sua testa. ─ Mas quero que vocês tenham conforto e possam aproveitar tudo que estiver ao meu alcance.

─ Tudo bem, só que vou transferir todo o meu dinheiro para essa conta e nada de pagar as nossas despesas só com o seu dinheiro. ─ Segura meu queixo. ─ Aí eu aceito que esse dinheiro seja nosso. ─ Me dá um selinho.

─ Como quiser, Sra. Maguire. ─ Passo meu nariz no dela, fazendo a rir.

─ Oficialmente, ainda não sou a Sra. Maguire, mas gostei disso. ─ Passa a mão no meu cabelo.

─ Em breve isso será oficial. ─ Beijo-a, segurando-a pela nuca. Somos interrompidos pela campainha.

─ Eu pego! ─ Flynn corre antes que eu possa levantar.

─ E eu pago com o nosso dinheiro. ─ Sorri, deitando-me no sofá, dá-me um selinho e corre atrás do nosso filho.

Sem demora, eles voltam fazendo graça, cada um com um pedaço de pizza nas mãos.

─ Parece até que estavam o dia inteiro sem comer que não puderam esperar? ─ Balanço a cabeça, sorrindo.

─ É que esse cheiro, papai. Meu Deus! ─ Flynn respira fundo e morde o resto da sua fatia. ─ A coisa mais boa. ─ Fala de boca cheia.

─ Essa pizza é tão boa. ─ Minha, esfomeada, noiva solta a caixa no canto do sofá. ─ Nem vou deixar na mesinha. ─ Sorri e senta, de lado, no meu colo. ─ Abre a boca. ─ Faço o que ela pede. ─ Boa, né? ─ Come o restante da fatia.

─ Muito boa. ─ Sorrio, vendo-os sorrindo de boca cheia. Minhas crianças felizes.

─ Tinha pensado em dormir com vocês essa noite, porém já mudei de ideia. Quero dormir no meu quarto novo. ─ Serve um copo de limonada para ele e um para nós. ─ E também quero deixar vocês namorarem. ─ Entrega o copo para a mãe.

─ Filho, você pode dormir conosco se quiser. ─ Diz Lana, tentando conter o riso, o que no meu caso não foi possível, sorrio escondendo o rosto no pescoço da minha pequena. Obriga-se a soltar o copo antes que derrubássemos.

─ Não. Quero que vocês fiquem sozinhos, porque não vejo a hora de ter um irmãozinho ou irmãzinha. ─ Fala, já concentrado no episódio e levando mais uma fatia de pizza até a boca.

─ Filho, você é o melhor. ─ Estico o braço e bagunço seus cabelos.

─ Deus, Sean. Ele é assim por sua culpa, sabia? ─ Fala séria.

─ Acho que a culpa é dessa mãe maravilhosa que ele tem. ─ Beijo-a ainda sorrindo. ─ E ainda bem que ele mudou de ideia, porque tenho uma coisa para te mostrar e você ainda precisa escolher outro lugar para inaugurarmos. ─ Sussurro cada palavra beijando sua nuca.

─ Safado. ─ Bate no meu braço. ─ E ainda não escolhi outro cômodo. ─ Me olha com uma carinha sapeca.

 

 

***

 

 

Lana

 

 

Não demorou muito para que o Flynn pegasse no sono, esparramado na chaise long. Sean e eu estávamos deitados na outra parte do sofá.

─ Está acordada? ─ Murmura, fazendo um carinho na minha barriga.

─ Sim. ─ Viro-me para ele.

─ Vou levar o Flynn para o quarto. ─ Beija minha bochecha. ─ Você desliga a TV e me espera na outra sala?

─ Claro. ─ Levanto-me e começo a recolher os copos e tudo mais.

─ Já volto. ─ Anda até o nosso filho e o pega nos braços. ─ Vamos para a cama, campeão. ─ Murmura e dá um beijo no rostinho do Flynn.

Até que ele volte, levo tudo para a cozinha e desligo a TV. Fico admirando nossas fotos na sala principal e logo ouço seus passos pela escada.

─ Aquele lá só acorda amanhã. ─ Diz ele ao meu lado.

─ Também, depois de tudo que fez hoje, tá morto de canseira. ─ Comento e me viro para ele. ─ Vai me mostrar, finalmente, aquela surpresa? ─ Seguro uma de suas mãos.

─ Vou. ─ Sorri e beija a ponta do meu nariz. ─ Vamos? ─ Indica o caminho.

─ Escritório? ─ Pergunto ao nos aproximarmos.

─ Biblioteca. ─ Sorri.

─ Sério? Vai deixar eu ver hoje? Já está tudo pronto? ─ Faço várias perguntas sem deixar de sorrir.

─ Sim para todas as perguntas. ─ Paramos diante de uma, enorme, porta de madeira. ─ Quando entrarmos, quero que me diga o que achou, tá bom? Está livre para mudar qualquer coisa, pois ela é mais sua do que minha. ─ Ajoelha-se e tira os meus chinelos.

─ Já amo esse lugar, sem nem ter entrado. ─ Agarro-me em seu braço. ─ Por que vamos entrar descalços?

─ Mandei revestir todo o chão com um tapete bem macio. ─ Responde, arrumando nossos chinelos ao lado da porta.

─ Eu te amo. ─ Digo quando ele me coloca em sua frente.

─ Eu te amo, baixinha. ─ Segura minha mão e coloca na maçaneta.

─ Baixinha? Fazia tempo que não me chamava assim. ─ Sorrio. ─ Me segure, caso eu desmaie. ─ Abro uma fresta da porta.

─ Não vou te soltar hoje, nem nunca. ─ Ele beija meu ombro e damos um passo, noto que ele procura o interruptor e logo tudo se ilumina, inclusive os meus olhos.

─ Meu... Deus! ─ Arregalo os olhos e cubro a boca com as mãos. Fico petrificada. Não consigo mudar o passo. ─ Isso... ─ Olho para o lado esquerdo, a parede perto da porta e a outra estão inteiras cobertas de prateleiras; tem livros do chão até o teto, apenas alguns lugares estão vazios. ─ Está perfeito, Sean. ─ Finalmente, consigo andar e fico maravilhada com o tapete, é muito macio, parece que estou andando nas nuvens. Sorrio para o meu noivo que está andando atrás de mim, mantendo uma mão nas minhas costas. ─ Olha isso! ─ Passo os dedos pelos detalhes rústicos dos armários embutidos na parte de baixo das prateleiras. Abro uma das portas e vejo várias das minhas revistas. ─ Sério? ─ Beijo-o.

─ Gostou? ─ Segura minha mão, entrelaçando nossos dedos.

─ Eu amei. Nunca iria imaginar isso tudo. ─ Beijo-o novamente. Andamos mais um pouco e vejo uma escada. ─ Amor... Não acredito! Igual a escada da biblioteca da Fera. ─ Penduro-me em seu pescoço.

─ Sim, minha Bela. ─ Abraça-me pela cintura. ─ Sei que sempre sonhou com aquela biblioteca. Foi o máximo que consegui fazer. ─ Sorri, tímido.

─ A nossa biblioteca está ainda mais linda que aquela. ─ Beijo-o com todo o meu amor. Sorrio em meio ao beijo quando ele me tira do chão. ─ Obrigada, meu príncipe. ─ Beijamo-nos novamente; a cada mover de lábios ouvíamos nossos suspiros.

─ Você merece. ─ Solta-me perto da escada. ─ Quer subir? ─ Pergunta, vendo minha cara de criança feliz.

─ Quero. ─ Seguro-me na escada e coloco um pé no primeiro degrau, olho para baixo e sorrio ainda mais ao ver as rodinhas. ─ Posso?

─ Deve. ─ Me olha, sorrindo. ─ Não se preocupe que a escada só corre nos trilhos. ─ Aponta para o chão e para o teto. ─ Se não fosse assim, não iria mandar fazer com as rodinhas, porque você ou o Flynn poderiam cair. ─ Explica, meu neurótico preferido. ─ Tive que bater o pé para o arquiteto aceitar a minha ideia.

─ Você sempre pensando em tudo. ─ Subo mais alguns degraus, mas não muito alto, pois sei que ele ficaria apreensivo. ─ Por isso que eu te amo. ─ Apoio um pé em uma das prateleiras para tomar impulso. ─ Sempre sonhei em fazer isso. ─ Digo, quando a escada se afasta. ─ Muito legal. ─ Sorrio e volto para a frente dele, desço e seguro-o pelos ombros, guiando-o até suas costas encostarem nas prateleiras. ─ Eu amo amar você. ─ Acaricio seu rosto, beijo o seu pescoço, mordisco a sua orelha e, por fim, junto nossos lábios; ele me segura pela cintura e em pouco tempo já estou tentando tirar a sua camiseta.

─ Calma, pequena. ─ Segura minhas mãos e sorri do meu desespero. ─ Você ainda nem viu tudo. ─ Me dá um selinho antes de virar o meu rosto para o outro lado.

─ É verdade. Nem olhei tudo. ─ Passo a mão pelo seu abdômen, arrumando sua camiseta. ─ Você me tira o foco. ─ Mordo seu queixo. ─ Já deu para entender que quero inaugurar esse cômodo, né? ─ Beijo o canto de sua boca.

─ Deu, sim. E eu já tinha pensado nisso. ─ Abraça-me pela cintura, gira-me e aponta para a nossa frente.

─ Sean, que lindo! ─ Afago seus braços. ─ Vou querer morar dentro dessa biblioteca. ─ Sorrio, emocionada. Todo o ambiente à minha frente transmite calma, tranquilidade; várias almofadas e puffs espalhados pelo tapete, e, como se fosse uma divisória entre os livros e o espaço para leitura, um sofá verde de dois lugares com uma luminária do lado e em uma das paredes com muitas prateleiras vazias.

─ Esses espaços não ficarão vazios por muito tempo. ─ Diz ele, adivinhando meus pensamentos. ─ Aqui atrás de nós, estão todos os nossos livros desde a nossa infância e os do Flynn também já estão aqui. ─ Sorri. ─ E à nossa frente ficarão todos os nossos livros a partir de hoje. ─ Leva-me até o sofá e me entrega uma caixa branca com um laço vermelho.

─ O que é? ─ Pergunto, eufórica, desfazendo o laço.

─ Abre. ─ Sorri, sentando-se de frente para mim.

─ Amor... ─ Fico ainda mais emocionada quando vejo que é um exemplar de colecionador. ─ O Pequeno Príncipe... ─ Murmuro, contornando as letras douradas com o indicador. ─ É a edição que eu estava procurando. ─ Cheiro o livro e depois me jogo nos braços do meu amor. ─ Obrigada. Obrigada. Obrigada. ─ Cubro-o de beijos.

─ Sabia que você queria essa edição, aí aproveitei a ocasião. ─ Fala, acarinhando meu rosto com os polegares.

─ Você é incrível. Perfeito. ─ Junto nossos lábios. ─ Não sei nem o que falar. ─ Dou-lhe um abraço apertado. ─ Eu te amo, Sean Maguire.

─ Faço tudo para te ver assim, feliz e sorridente. ─ Beija minha testa. ─ Eu te amo, Lana Parrilla. ─ Sorrimos com as testas coladas.

─ Ai, amor, você faz essas coisas e eu fico até sem jeito... ─ Deito a cabeça em seu ombro. ─ Vou pensar em algo para retribuir. ─ Passo os dedos pela sua barba. ─ Vou achar um presente que você queira muito.

─ Não precisa, amor. ─ Acaricia minha cintura.

─ Precisa, sim. ─ Encaro-o. ─ E enquanto eu penso em um presente perfeito... Quero amar você a noite inteirinha. ─ Beijo-o, sugando seu lábio inferior.

─ Você é o meu presente perfeito. ─ Enrosca seus dedos nos meus cabelos. ─ E temos a noite toda para nos amarmos e um lugar muito especial. ─ Inicia um beijo lento, carinhoso e levanta-se, me fazendo escorregar pelo seu corpo. ─ Lembra-se que você quis a biblioteca aqui por ter a janela nos padrões da antiga arquitetura inglesa? ─ Arruma meu cabelo atrás da orelha.

─ Sim. ─ Olho ao redor. ─ Cadê a janela? ─ Olho para as cortinas que encobriam boa parte do espaço ao nosso lado; as cortinas são creme com detalhes em dourado.

─ Ainda está aqui. ─ Anda até as cortinas e abre-as, prendendo-as para os lados.

─ Você vai me matar hoje com todas essas surpresas. ─ Suspiro, admirada. A janela continua projetada para fora, mas agora com três faces de vidro e onde a janela acaba começa uma espécie de sofá, quase uma cama, que ocupa todo o espaço é, levemente, arredondado como um meio círculo, mas com partes retas, cheio de almofadas como se fossem o encosto, tão perfeito. ─ Ah, meu amor... Não vou conseguir parar de chorar. ─ Seco meu rosto, sorrindo. ─ Esse vai ser o nosso cantinho preferido. ─ Abraço-o passando minhas mãos em suas costas e beijo-o com todo o meu amor e gratidão.

─ Bom, preciso te entregar mais um coisa e contar outra. ─ Sorri, travesso. ─ Primeiro... ─ Abaixa-se atrás do sofá e pega um lençol.

─ O que vai fazer? ─ Pergunto.

─ Arrumar o nosso cantinho. ─ Coloca as almofadas no chão, estende o lençol e espalha várias pétalas de rosa, depois pega apenas uma almofada.

─ Eu já disse que te amo, né? ─ Passo a mão em suas costas, vendo-o arrumar tudo.

─ Disse, mas eu gosto de ouvir. ─ Me dá um selinho e, novamente, vai até o sofá, consigo ver que ele escondeu algo nas costas.

─ Deixa eu ver. ─ Estico o pescoço.

─ Minha curiosa. ─ Segura uma de minhas mãos e me entrega uma rosa azul. ─ A sua biblioteca dos sonhos. ─ Beija abaixo dos meus olhos, onde havia lágrimas.

─ Sean... Não sei mais quais adjetivos usar. Você é mais do que perfeito e incrível. Se eu não soubesse que você é real, diria que é fruto da minha imaginação. ─ Beijamo-nos uma vez mais.

─ Agora... Esse sofá, que na verdade não é nem sofá e nem cama, mas que dá para nós dormirmos... ─ Arqueia as sobrancelhas em um sorriso de canto. ─ É um móvel muito especial. ─ Olha para o lado antes de continuar falando. ─ Lembra-se dos nossos colchões, que eu não contei o que iria fazer com eles?

─ Não acredito. São os nossos colchões aqui? ─ Aproximo-me e afundo minha mão sob o lençol.

─ Sim. ─ Abraça-me. ─ Como doamos vários de nossos móveis, não queria doar uma parte importante da nossa relação. ─ Fica corado.

─ Tá envergonhado. ─ Sorrio, apertando suas bochechas.

─ Mas é verdade. Não queria que outras pessoas dormissem onde nos amamos tantas vezes. ─ Esconde seu rosto no meu pescoço. ─ Por isso resolvi trazer os nossos colchões para a nossa casa, nosso cantinho... Mesmo que estejam camuflados nesse sofá. ─ Sorri e olha nos meus olhos. ─ Gostou?

─ Eu nunca, nunca... Nunca mesmo, imaginei que você fosse tão romântico. ─ Pressiono nossos lábios em um beijo estalado. ─ E, claro que eu gostei. Eu amei! Amo tudo que você faz para mim e por mim. Eu te amo tanto, mas tanto que parece que o meu coração vai explodir. ─ Seguro sua mão sobre o lado esquerdo do meu peito. ─ Olha o estado que você me deixa. ─ Sorrimos, sentindo meu coração palpitar acelerado. ─ Ou isso é amor ou vou ter um ataque do coração. ─ Faço graça. Beijo-o com mais desejo do que antes; aperto seu pescoço, aprofundando ainda mais aquele beijo; queria beijá-lo até perdermos os sentidos.

─ Acho melhor deitarmos então, para você acalmar esse coração. ─ Sorri, me dando um beijo calmo.

─ Não precisa me carregar. ─ Falo, quando ele passa um de seus braços pelas minhas coxas e outro pelas minhas costas.

─ Porém...

─ Você vai me carregar mesmo assim. ─ Beijo seu rosto.

─ Vou. Sei que quer inaugurar esse cômodo do nosso jeito avassalador. ─ Com cuidado, deita-me sobre o lençol. ─ E, claro que também quero... ─ Arruma uma almofada sob a minha cabeça e deita ao meu lado, apoiando a cabeça na mão direita. ─ Mas podemos namorar um pouquinho? ─ Sorri; o mesmo sorriso de quando era garoto e queria ficar mais um pouco na minha casa. Aquele menininho cresceu, mas o sorriso ainda é o mesmo, e é um sorriso só meu. ─ Sonhando acordada? ─ Sua mão esquerda procura a minha que está entre nós.

─ Acho que está mais para realizando os sonhos. ─ Levo minha mão direita até o seu rosto e faço um delicado carinho. ─ Estava aqui lembrando de quando éramos criança e você sorria assim quando queria ficar brincando mais um pouco. ─ Afago seu rosto e subo meus dedos até os seus cabelos. ─ E agora, mesmo com alguns fios brancos... ─ Sorrimos. ─ O seu sorriso ainda é o mesmo...

─ Esse sorriso sempre pertenceu a você. ─ Solta minha mão e passa a acarinhar meu rosto. ─ Todo mundo falava que eu tinha dois sorrisos: um para todas as ocasiões e pessoas, e outro para você. ─ Beijo seu polegar que passeava pelos meus lábios. ─ Lembra-se que... Sempre fui um cara mais frio, cético e com horário para tudo? ─ Diz ele, um tanto envergonhado.

─ Não tem como esquecer. ─ Dou-lhe um selinho.

─ Pois é, mas desde que nós somos nós, tudo mudou para melhor. ─ Brinca com meu cabelo. ─ Estou aprendendo a lidar com todas essas emoções e sentimentos novos. Coisas que antes passavam despercebidas, como flores e músicas, hoje me lembram você. O carrinho do cachorro-quente me lembra você e o nosso filho. ─ Sorri, segurando o pingente no meu pescoço. ─ E agora, os únicos horários que são importantes para mim são quando estamos juntos. Até as refeições são melhores. ─ Beija minha bochecha e roça o nariz no meu rosto. ─ Às vezes, estou concentrado no trabalho e do nada sinto o seu cheiro, aí começo a cheirar ao redor para descobrir de onde está vindo e, na maioria das vezes, é da minha roupa... ─ Afunda o rosto no meu pescoço e volta a conectar nossos olhares. ─ Ou da minha imaginação. ─ Sorrimos. Abraço-o, trazendo-o para cima do meu corpo. ─ Isso é louco, né? ─ Apoia-se para não soltar todo o peso em cima de mim.

─ Isso é amor. ─ Beijo-o, calmamente. ─ Você sabe que sempre fui romântica... ─ Passo as mãos pela sua camiseta em um carinho lento pelas suas costas. ─ E agora estou ainda pior. ─ Fecho os olhos quando ele contorna minhas sobrancelhas. ─ Quando o Flynn nasceu, tudo que eu fazia era pensando nele. ─ Apoio meus braços em seus ombros. ─ E agora, cada passo meu me faz pensar em vocês, meus meninos. Pareço uma boba quando começo a rir sozinha por ter me lembrado de algo que vocês fizeram. ─ Beijo a ponta do seu nariz. ─ Toda mãe ama o cheiro do filho, que mesmo depois de grande ainda tem cheiro de bebê. ─ Falo, segurando-o pelos ombros e rolando-nos para ficar sobre ele. ─ Ainda amo o cheiro do nosso filho, mas agora eu sou louca pelo seu cheiro. ─ Beijo o seu pescoço. ─ O cheiro do meu homem. ─ Ele sorri. ─ Prometo que vou fazer o possível e o impossível para te fazer feliz, pois você merece tudo que há de bom nesse mundo. ─ Encosto nossos lábios, selando a promessa.

─ Você já me faz feliz, pequena. ─ Segura meu rosto com as duas mãos. ─ Prometo que moverei céus, terras e mares para te fazer feliz. ─ Também sela sua promessa com um beijo. Algumas lágrimas, teimosas, voltam a escorrer pelo meu rosto. ─ Eu te amo, Lana. ─ Passa seus polegares pelas minhas bochechas, enxugando minhas lágrimas.

─ Eu te amo, Sean. ─ Beijamo-nos mais apaixonados do que antes. Nossas promessas já estavam sendo cumpridas mesmo antes de serem ditas. Nossos corações já sabiam disso antes de nós.

Permanecemos nesse chamego por um tempo que não pude calcular, pois as carícias começaram a ficar mais ousadas e as respirações descompassadas; em meio a um beijo fervoroso, Sean me segura, firme, pela nuca e enlaça minha cintura com um braço, apertando-me contra ele, o movimento brusco me fez gemer sobre os seus lábios. Prendo-o entre as minhas pernas quando ele ameaça girar para ficar por cima.

─ Sean? ─ Chamo-o, sentindo seus beijos no meu pescoço. Novamente toma impulso para nos virar. ─ Hoje não. ─ Mantenho-o no lugar e apoio minhas mãos em seu peito.

─ Não? ─ Sorri. Sento-me, ereta, sobre seus quadris. ─ Quais são os seus planos, Maria? ─ Segura-me pela cintura.

─ Posso... ─ Inclino-me, roço meus lábios em seu rosto e beijo seu queixo. ─ Fazer uma coisa? ─ Encaro-o, sorrindo de canto e me mexo sobre ele.

─ Pode fazer o que quiser. ─ Me dá um selinho e aperta minhas coxas. ─ Ainda mais depois dessa reboladinha...

─ Qual reboladinha? ─ Apoio minhas mãos em seus ombros. ─ Essa? ─ Movo-me mais algumas vezes e vejo-o prender o lábio entre os dentes.

─ Sim. Bem essa. ─ Vira o rosto e beija meus braços. ─ Mas antes de você me contar o que vai fazer, quero que feche as persianas. ─ Segura um dos puxadores.

─ É melhor não darmos um showzinho para a vizinhança. ─ Saio de cima dele e faço o que ele pede. ─ Agora... ─ Permaneço de joelhos ao lado dele e empurro a sua camiseta para cima. ─ Quero que fique sem isso. ─ Ele faz o que peço e enquanto tira a camiseta, beijo o seu tórax e mordisco os seus mamilos.

─ Hum... ─ Geme, tirando os cabelos do meu rosto para poder me ver melhor e quando nossos olhos se encontram, foi possível ver o desejo transbordando. Sento sobre seus quadris novamente e pressiono minhas unhas desde a borda de sua calça de moletom até os seus ombros, sem quebrar o contato visual.

─ Quero te dar prazer primeiro. ─ Aproximo meu rosto e passo a ponta da língua pelos seus lábios, antes de beijá-lo de forma calorosa, excitante; pressiono-me sobre ele e volto a ficar ereta. ─ Quero que aproveite tudo o que tenho para te dar. ─ Falo cada palavra abaixando as alças do meu macaquinho, revelando meus seios desnudos; mordo o lábio rebolando sobre o volume em suas calças.

─ Eu posso tocar? ─ Sua voz sai rouca, falha; suas mãos sobem pelas minhas coxas até chegarem ao tecido que nos separa.

─ Pode tocar... ─ Seguro suas mãos e levo-as até os meus seios, ele os aperta em um carinho gostoso e, momentaneamente, fechamos os olhos. Deixo minhas mãos sobre as dele, incentivando-o a continuar. ─ Você só não pode ficar por cima.

─ Vou fazer o possível. ─ Lambe os lábios ao me ver chupando seu indicador da forma mais obscena possível. Deslizo seu dedo pelo meu pescoço até chegar ao amontoado de tecido no meu umbigo, tenta continuar, mas o impeço.

─ Você é muito gostoso. ─ Mordisco e lambo a curva do seu pescoço até chegar ao seu ombro, encosto meus mamilos em seu peito e cinto seu abdômen se contrair. Ameaço beijá-lo, mas recuo vendo-o soltar o ar pelo nariz. ─ Você é tão quente... ─ Solto a respiração contra a sua orelha e coloco uma de minhas mãos entre nós. ─ Tão grande. ─ Acaricio por cima da calça, ele aperta minha cintura com uma das mãos e com a outra enrola os meus cabelos, trazendo-me para seu campo de visão.

─ Me beija. ─ Sua respiração já está entrecortada. Atendo seu pedido e deixo-o explorar cada canto da minha boca; a cada movimento da minha mão o beijo ganha mais intensidade. Assim que invado suas calças, sinto-o sugar minha língua.

─ Sempre preparado. ─ Sorrio sobre os seus lábios ao notar a ausência da cueca; aperto-o sutilmente.

─ Oh... ─ Aperta ainda mais a minha cintura. ─ Sou seu noivo, tenho que estar sempre preparado. ─ Beija apenas o meu lábio inferior.

─ Por isso que eu te amo. ─ Movo minha mão para cima e para baixo, sentindo-o cada vez mais duro.

─ Porra, Lana... ─ Sussurra. ─ Vou acabar gozando assim. ─ Fecha os olhos quando aumento a velocidade.

─ É para gozar mesmo, mas não na minha mão. ─ Mordo sua bochecha e faço-lhe mais um carinho antes de me levantar e tirar o macaquinho e a calcinha. Meu noivo não perde um movimento se quer e respira fundo quando sento-me sobre ele que ainda está coberto. ─ Olha como eu estou. ─ Esfrego-me por toda a sua ereção e deixo um rastro na sua calça de moletom cinza.

─ Por todos os deuses... Não desperdice. Quero sentir o seu gosto... ─ Tenta me tocar, mas o detenho.

─ Depois. ─ Nos encaramos por um tempo e a carinha de pidão dele me faz rir. ─ Só um pouquinho então. ─ Guio sua mão direita até a minha intimidade. ─ Hmmm... ─ Gemo quando seus dedos me tocam. Não o deixo brincar muito tempo, senão eu não aguentaria; tiro sua mão e levo-a até a sua boca e assisto-o lamber cada um dos dedos que usou para me tocar.

─ Fica mais gostosa a cada dia. ─ Me olha de cima a baixo.

─ Vamos ver se posso dizer o mesmo de você. ─ Lambo as suas costelas até chegar o cós da calça, prendo o lábio entre os dentes e começo a deslizar o tecido pelas suas pernas, beijo suas coxas e livro-o das calças, sob seu olhar atento. Afasto suas pernas e fico entre elas; acaricio-o por inteiro e passo os dentes pela parte interna de sua coxa esquerda, sinto-o ficar ainda mais duro na minha mão. Sorrio ao vê-lo arrumar a almofada embaixo da sua cabeça. ─ Assista e sinta, meu amor. ─ Beijo a base de seu membro e começo a mover minha mão para cima e para baixo, sugando seu saco escrotal; ouço-o arfar e sinto suas pernas ficarem tensas. ─ Relaxa. ─ Lambo toda a sua extensão e deixo um beijo molhado em sua glande.

─ Você nem colocou na boca ainda e eu já não aguento mais. ─ Sorri e acaricia meus cabelos.

─ Não vou te torturar mais então. ─ Lambo-o algumas vezes antes de abocanha-lo, faço alguns movimentos de sucção, deslizo meus lábios até senti-lo na minha garganta, sinto-o latejar; masturbo-o mantendo apenas a glande na minha boca e uma vez ou outra passo a língua.

─ Laa-na... ─ Urra, cravando os calcanhares no sofá, seu abdômen se contrai algumas vezes e ele pulsa na minha boca; chupo-o uma vez mais e ele explode, jogando a cabeça para trás.

─ Delicioso. ─ Não desperdiço uma gota se quer. Beijo seu membro ainda ereto e vejo pulsar, sorrio e faço um carinho. ─ Você é, incrivelmente, gostoso. ─ Deito-me sobre seu peito arfante.

─ Eu não sou nada perto de você. ─ Diz ele, de olhos fechados. ─ O que foi isso?! ─ Respira fundo.

─ Isso foi uma amostra do quanto eu te amo. ─ Beijo seus, sorridentes, lábios.

─ Agora concordo em você ficar por cima. Estou quase sem forças. ─ Espalma minhas nádegas, pressionando-me contra o seu corpo.

─ Não precisa fazer força nenhuma... ─ Sorrio, maliciosa. ─ Posso fazer tudo sozinha. ─ Deixo uma perna em cada lado dos seus quadris e me esfrego nele. ─ Aah... ─ Um gemido baixo escapa da minha garganta. Massageio meu clitóris com a mão direita e me movo para frente e para trás, mas sem deixar que ele me penetre. ─ Sean... ─ Choramingo, jogando a cabeça para trás e apertando meu seio esquerdo.

─ Para. ─ Afasta a minha mão e espio-o apenas com o um olho. ─ Não vai gozar aí. ─ Suspira e bate com o indicador no queixo. ─ Vem sentar aqui. ─ Faz a maior cara de safado e eu gosto da ideia.

─ Quer que eu sente na sua cara? ─ Engatinho sobre ele e mordo seus lábios ao passar pelo seu rosto.

─ Vai sentar na minha cara... ─ Passa as mãos nas minhas costas e quando chega à minha lombar me impulsiona para frente, passo as pernas pelos seus ombros e olho para baixo, sorrindo. ─ E só vai sair quando me der o que quero. ─ Apalpa minha bunda e passa a ponta da língua por toda a minha fenda, me fazendo sentir um calafrio. ─ Você tá pingando. ─ Abocanha minha carne de uma vez só; não tendo outra escolha, seguro-me nas persianas, e reviro os olhos.

─ Puta que pariu! ─ Começo a rebolar e gemer mais alto. ─ Porra! ─ Bufo, quando não sinto mais sua língua; olho para baixo e vejo seus olhos sorrindo para mim.

─ Tá tudo bem, amor? ─ Cretino, ainda provoca assoprando entre as minhas pernas.

─ Cala a boca e me chupa. ─ Praticamente grito.

─ Como quiser. ─ Agarra minhas coxas e me puxa para baixo.

─ Huummm... ─ Trinco os dentes. A parte baixa do meu ventre começa a pegar fogo a cada investia de sua língua; estava me sentindo encharcada dos pés a cabeça. ─ Minha... Nossa... ─ Mordo meus lábios até sentir o gosto de sangue quando sua língua começa a sair de meu interior. ─ Nem pense nisso. ─ Agarro seus cabelos quando uma sensação já conhecida percorre minha espinha. E então a onda veio e foi impossível conter o brado. ─ Se-aan... ─ Curvo-me até minha testa encostar na janela. Minhas pernas tremem enquanto ele absorve minha essência. Vendo meu corpo mole, em um movimento rápido ele me deita sobre o seu corpo e me abraça pelas costas, fazendo um carinho na minha nuca.

 

 

***

 

 

Sean

 

 

Sorrio quando sinto que ela está sem forças e os últimos espasmos percorrem o seu corpo.

─ Estou ainda mais viciando em você. ─ Acaricio seu rosto, tirando os fios de cabelos que estavam grudados em sua testa.

─ Você, literalmente, sugou todas as minhas forças. ─ Ronrona contra o meu pescoço. ─ Amo você. ─ Procura meus lábios para um beijo calmo. ─ Desculpa pelo puxão de cabelo. ─ Sorri, ainda corada pelo esforço.

─ Sem problemas, mandona. ─ Beijo seu nariz; corro as pontas dos dedos pelas suas costas em um carinho preguiçoso.

─ Sei que disse que eu iria ficar por cima hoje... ─ Beija o meu pescoço. ─ Ainda estou com as pernas moles para continuarmos. ─ Ouço sua risada baixa.

─ Temos tempo... ─ Afasto suas pernas e ondulo meus quadris.

─ Humm... ─ Geme, manhosa e também mexe os quadris até nos encaixarmos. ─ Já sabe achar o caminho sozinho. ─ Sorri, travessa.

─ Já está fazendo piadinhas? ─ Seguro-a pela cintura e sinto-a deslizando pelo meu membro. ─ Ah... O melhor lugar do mundo. ─ Beijo seu ombro e movo-me com calma até ela se recuperar. ─ Amo você. ─ Deixo uma mão em sua lombar e com a outra acaricio o seu rosto.

─ Acho que... ─ Rebola algumas vezes. ─ Já tenho forças. ─ Morde o meu queixo e se apoia no meu peito, mantendo nossas bocas coladas.

─ Essa é a minha noiva. ─ Sorrio e beijo-a. Nossos beijos são carregados de amor, paixão e felicidade. Sorrimos entre os beijos cada vez que um de nós move-se com mais intensidade. Dobro meus joelhos quando ela se firma em seus próprios joelhos, já estávamos no nosso ritmo de sempre, avassalador. Lana agarra-se ao lençol perto da minha cabeça movendo os quadris para frente e para trás. Ergo a cabeça para poder fazer algo que estava com vontade desde que ela os mostrou para mim: abocanho um de seus seios e massageio o outro.

─ Aah... Estava sentindo falta disso. ─ Mantem-se firme apenas em uma mão e com a outra acaricia meus cabelos, incentivando-me a continuar.

─ Eu também. ─ Sorrio, roçando minha barba em sua pele sensível. Sugo o outro seio e prendo o mamilo entre os dentes ao senti-la contraindo-se em um sinal eminente. ─ Lana... Eu preciso... ─ Com o olhar, peço permissão para deitá-la.

─ Sean... Sim... ─ De olhos fechados, segura-se no meu pescoço quando nos giro. ─ Juntos dessa vez? ─ Sorri com os olhos miudinhos e enlaça minha cintura.

─ Sempre, amor. ─ Grudamos nossos lábios, assim como nossos corpos. Poucos movimentos e já sinto suas pernas vibrarem ao meu redor.

─ Gostei de ser... Mandona hoje... Então... ─ Aperta suas mãos nas minhas costas. ─ Mais rápido. ─ Me beija, afoita.

─ Sim... Senhora. ─ Vou forte e fundo, deliciando-me com seus gemidos em meus ouvidos; subo minhas mãos pelas laterais do seu corpo e seguro-a pelos ombros, conectamos nossos olhares e sorrimos, desmanchando-nos em tremores; senti todo o seu calor me envolver ao nos libertarmos juntos. ─ Você é incrível. ─ Desabo ao lado dela, esgotado.

─ Você é incrível. ─ Repete minhas palavras e se encolhe contra o meu peito. Ambos tentando recuperar o fôlego. Ela sorri, acariciando meu peito. ─ Como vamos sair daqui se estamos mortos? ─ Diz ela, de olhos fechados.

─ Acho que ainda consigo te carregar para o quarto. ─ Faço-lhe um cafuné. ─ Só me dê alguns minutos. ─ Sorrimos.

─ Só não podemos adormecer, senão vamos amanhecer aqui. ─ Levanta a cabeça e me beija. ─ Com certeza, esse foi o cômodo mais bem inaugurado de todos. ─ Brinca com meus cabelos.

─ Ainda temos outros, mas esse vai ficar no topo da lista. ─ Beijo-a rapidamente e tomo impulso para sentar. ─ Estou ficando velho para essas coisas.

─ Aham. Velho e me dando as melhores noites de amor da minha vida toda. ─ Encosta o rosto no meu ombro.

─ Você é que está me dando as melhores noites de amor e momentos da minha vida toda. ─ Pego minha calça. ─ Você não para de me surpreender. ─ Dou-lhe um selinho e ajeito seu cabelo, tirando as pétalas de rosa do meio dos fios.

 ─ Não sou só eu que estou com pétalas pelo corpo. ─ Tira uma das minhas costas e assopra na minha frente.

─ Vamos tomar um banho, pequena. ─ Termino de vestir a minha calça e pego-a no colo.

─ Minha roupa. ─ Estende o braço para o macaquinho.

─ Vai o lençol mesmo. Amanhã de manhã arrumo isso tudo. ─ Puxo o lençol do sofá e cubro-a.

─ Você é muito perfeito mesmo. ─ Passa os braços pelo meu pescoço e me dá um beijo estalado na bochecha.

─ Estou me convencendo disso. ─ Sorrio, saindo da biblioteca. Calço meu chinelo e chuto o da Lana para dentro, fecho a porta e tranco-a para não correr o risco do Flynn entrar antes que eu arrume tudo.

Subimos as escadas fazendo graça; a Lana ia acendendo e apagando as luzes por onde passávamos até chegarmos ao nosso quarto. Ao entrarmos, solto-a sobre o tapete em frente a um dos espelhos do lado da cama.

─ Banho? ─ Abraço-a por trás, beijando seu pescoço.

─ Acho que amanhã de manhã. ─ Sorri e entrelaça seus braços aos meus. ─ Quero dormir sentindo esse seu cheirinho misturado a sexo, rosas... ─ Pelo espelho, vejo que ela está de olhos fechados e sorrindo.

─ E Lana. ─ Cheiro seu pescoço.

─ E Sean. ─ Vira-se e repete o gesto no meu pescoço.

Puxo o edredom e ajudo-a se deitar, logo me deito também.

─ Vira. Eu quero ser a conchinha hoje. ─ Diz ela, encostando-se nas minhas costas e me enchendo de beijos.

─ Só para lembrar que você está mandando HOJE. ─ Pontuo a frase acarinhando sua mão que já está em meu peito e encaro-a.

─ Tá bom. ─ Me dá um beijo. ─ Agora ergue a cabeça. ─ Sorri, com a ordem.

─ Ô mulher impossível. ─ Faço o que ela pede e acabo sorrindo junto.

─ Que você ama. ─ Beija minha nuca.

─ Amo. E amo muito. ─ Sorrio ainda mais.

─ Também te amo muito. ─ Diz ela, escondendo o rosto nas minhas costas.

Parecíamos um nó em meio aqueles braços e pernas, tão colados que parecíamos um.

─ Boa noite. ─ Beijo uma de suas mãos.

─ Boa noite. ─ Beija minha nuca. 


Notas Finais


Agora sim vamos ver essa família linda vivendo o conto de fadas deles <3 <3 <3

(Desculpem os erros...)
Até o próximo!
Beijos! ;*


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