História O doentio relato de uma autora apaixonada. - O meu louco relato.

Muitos falam de paixão como algo único e lindo, outros dizem de boca cheia que é perca de tempo, há quem diga que é o melhor momento da vida de qualquer pessoa, ou que é uma espécie de tortura mental, a lista de definições seguem e não há nenhuma resposta concreta.

Pediram para mim falar como é viver assim. Bom, antes falava que nunca havia estado apaixonada hoje percebo que sempre fui, e não preciso de ninguém em especial para isso.

Sou apaixonada pela vida e por todas as idas e vindas que ela proporciona-me de bom grado, sou apaixonada pelas paisagens daquele cerrado lindo que vejo todo dia, e também, sou apaixonada por ele, pff, virou minha vida de cabeça pra baixo e depois ainda teve a coragem de me convidar para um rolê às duas horas da manhã, é claro que eu fui.

Percebi que estava realmente apaixonada por ele quando lembrei de seu sorriso ao escrever meus versos junto do meu café, percebi que aquilo era único, e também, com uma pontada de tristeza, percebi que era passageiro.

Ora essa! Esperava o que? É minha maldição.

Não tenho medo de lançar-me a frente de uma bala para proteger um desconhecido mas tenho medo entregar-me por inteiro.

Sempre fui lógica em relações amorosas e sei que isso é uma daquelas coisas que nunca irão mudar, eu tenho certeza.

Ah, mas aí eu saio com ele, e aquele sorriso... arrancou-me toda a lógica..., mas sempre me recompus rápido! foi passageiro. Porém, fiz daquele momento, eterno, em meio-versos de poesias.

Fomos conversar sobre história, não pude conter o sorriso quando ele acompanhou minha tese sobre a Primavera de Praga e não se espantou de eu passar os assuntos de forma tão rápida ao começar a falar sobre pão de ló em seguida de como Krushev teve a chance de reerguer a URSS.

Quando eu o abraço parece que o mundo ao meu redor desaparece, juro que viajo a milhares de galáxias e constelações diferentes naquele mesmo milésimo em que sorrimos juntos.

Ah, e ontem, ele segredou-me que nunca gostara de ninguém como está gostando de mim agora, o que caralhos isso significa?

Ando tão perdida neste mar de poesia que nem preocupo-me mais em não me afogar, sorte a minha, se por ventura, morrer engasgada em encanto e poesia.

Vocês sabem quanto tempo demorou para eu admitir que realmente estava gostando dele? Fazer o que, né. Sigo os princípios OLX desde que me conheço por gente.

E agora tem isso, esse rolo que nunca se resolve, eu gosto dele, ele gosta de mim, já constatamos isso bêbados, falei que tenho medo de gostar demais e ele concordou com um “também”, mas o que eu faço?

Eu acordei, a ressaca já passou e estou postando mais uma desventura anônima aqui.

Acho que vou arriscar...

É doentio pensar que está foi a fala de milhares de amantes por todo o mundo? "Acho que vou arriscar". Estou escrevendo uma história repleta de reticências e não sei se tenho coragem para uma enorme exclamação, do tipo: Hey, sei que eu ainda não admiti para mim mesma, mas acho que estou te amando! Como anda a vida?

Ele é minha cura e veneno num frasco só. Tentei mil vezes esquece-lo, mas, mil vez, o quis só pra mim.

Mas a vida é assim, e aqui concluo um doentio relato de uma pessoa qualquer, em uma paixão qualquer, com um amante qualquer.

Acho que vou arriscar!

­Então, em uma definição, acho que apaixonar-se é mais do que correr riscos, é ver os riscos e não correr.

Nenhum amor dispensa uma gota de ácido.

-Carlos Drummond