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História O Dourado Sobre o Escarlate (Pausada) - Arco 2: A Lenda da Verdadeira Treva!


Escrita por: Morthey

Notas do Autor


"Já não podemos dizer que a verdadeira treva vive em nós, ela não vive em seres, pois sua existência não permite e sua inexistência libera, um paradoxo indecifrável."

"O que poderia ser a verdadeira treva?"
"O que ela faz?"
"Como conhecer-la?"
"Perguntas que não se possuem respostas até o momento..."

"Vivemos num mundo dominado pelas trevas, imerso na escuridão, mas, ainda sim, desconhecemos o que é a verdadeira treva, sabemos tão pouco sobre algo que é capaz de causar um terror inimaginável, até mesmo em um ser como eu..."

Posso contar-lhes um pouco mais sobre ela, talvez saber dela, mude algo para vós, então me acompanhe em Kurayami no monogatari.

Capítulo 5 - Arco 2: A Lenda da Verdadeira Treva!


Fanfic / Fanfiction O Dourado Sobre o Escarlate (Pausada) - Arco 2: A Lenda da Verdadeira Treva!

'' As lagrimas apagam a dor e o sofrimento, mas essas emoções se tornam armas quando você realmente precisa delas. '

Beelzebulb IV~~

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Parque Hikari no Megami, Kishiwada, Osaka, Fevereiro de 2015, dia 27, 17h25min. 

 

Poucas semanas haviam se passado após o acontecimento envolvendo o vampiro e o mercenário, desde então aparições e desastres causados pelo sobrenatural estavam quase nulos, em alguns jornais locais mostravam pessoas que haviam desaparecido misteriosamente, porém acreditavam estar lidando com um seqüestrador ou um serial killer extremamente perigoso, desde então as escolas estavam mandando seus alunos um pouco mais cedo para casa e algumas estavam exigindo que os pais viessem buscar seus filhos diretamente nas escolas, as autoridades locais rondavam a cidade dia e noite, uma vigilância pesada em cima de qualquer pessoa suspeita, mas ainda sim, não conseguiam encontrar nada, nem as vitimas, nem vestígios, absolutamente... Nada. Algumas pessoas acreditavam que aquilo estava sendo causado por seres sobrenaturais, diziam que estavam seqüestrando, comendo, matando e sacrificando pessoas a mando de seja lá o que for, mas ninguém conseguia comprovar que algo “sobrenatural” havia feito tais atrocidades, enquanto o medo e o pânico se espalhavam por aquela pequena cidade do Japão, um jovem de aparentemente dezoito anos, alto, aproximadamente 1,78, de cabelo castanho e olhos negros que eram tão profundos e sombrios quanto o de um demônio, estava indo para um lago em um dos parques que aquela cidade possuía, porém, naquele lago sempre havia pétalas de cerejeira caindo sobre as águas, estando na primavera ou não, alguns diziam que aquele local era abençoado, outros simplesmente diziam que era amaldiçoado, algumas historias contavam que naquele lago, muito antigamente, houve um encontro de uma Deusa e de humanos, tal deusa que teria criado aquele lago e por esse motivo, as pétalas da cerejeira sempre caiam, independente da época do ano, no entanto, o rapaz não dava a mínima para as historias daquele lago, ele estava a fim de encontrar um lugar para descansar, ou apenas para observar a paisagem, não para pesquisar sobre a suposta origem do local.

 

-Qualquer arvore que eu possa dormir já está de bom tamanho. –Diria o rapaz, com um tom calmo e que demonstrava certo cansaço. — Espero que nenhum filho da puta me incomode ou vai sobrar pancada nesse caralho! —Exclamou o jovem, gesticulando com o punho fechado, desta vez de forma que demonstrava agitação e “raiva.”—

 

O rapaz logo olhou para o lago e algo vem em sua mente, algo que havia feito o jovem sorrir, não um sorriso sádico ou que demonstrava desconforto, mas um sorriso que demonstrava felicidade por parte do tal, um pensamento sobre um momento ou alguém que estava o deixando muito feliz e ao olhar para aquele lago se lembrou repentinamente.

O lago estava a 15 metros do jovem, esses 15 metros em um longo campo de uma grama milimetricamente aparada dava uma paisagem naturalmente bela para o local, a grama brilhava e parecia que acabou de ser molhada, a fraca luz que o sol estava demonstrado estava fazendo com que a grama ficasse ainda mais bela, o sol estava se pondo no horizonte, praticamente atrás do vasto lago, uma visão que era extremamente bela, até mesmo o rapaz admirou tal paisagem antes de qualquer coisa.

Após alguns segundos tendo aquela magnífica visão, o rapaz caminhou de maneira lenta até uma árvore próxima, certamente ele queria continuar tendo visão do lago durante o tempo que tentasse pegar no sono e aquela visão de paz e serenidade, realmente ajudaria qualquer um a dormir melhor, o jovem então deu um salto para alcançar o primeiro galho da árvore, apesar de ser o primeiro, ele demonstrava ser bastante resistente, quando o rapaz conseguiu subir no galho, mediu o tal do começo ao final, procurando ver se ele possuía tamanho suficiente para o jovem se deitar sobre, após algumas conferidas, olhando de ponta a ponta, como se fosse algum profissional no assunto, o jovem simplesmente deitou no galho, algumas folhas caiam no corpo do jovem e outras ainda nos galhos, praticamente cobriam ele, logo o rapaz fechou seus olhos, buscando descansar do dia “estressante” e “exaustivo” que teve, afinal, todos os seres tem direito a um descanso de vez em quando.

 

Aproximadamente duas horas e meia se passaram desde que o rapaz havia adormecido, poderia dizer que nada de interessante havia acontecido nesse período de tempo, já que realmente nada de interessante havia acontecido, mas, enquanto o rapaz estava adormecido, uma mulher alta de aproximadamente 1,90 estava parada em frente ao lago, seus longos cabelos loiros e suas roupas vitorianas não deixavam dúvidas de que era Heart-Under-Blade a mulher parada a frente do lago, mas como uma vampira, seu instinto natural seria atacar o rapaz na árvore e drenar seu sangue para alimentar-se, porém ela não o fez, pelo contrario, até aquele momento ela não estava dando a mínima para o jovem que estaria deitado na árvore, estaria apenas apreciando o lago e tocando seus dedos no mesmo suavemente, movendo-os de um lado para o outro de maneira calma, os olhos da vampira se mantinham focados na água, como se algo a ligasse com aquele lugar, estranhamente a vampira se sentia familiarizada com aquele lago, talvez lembrasse algum lago de seu passado antigo, talvez alguma história que teria vivido em algum lugar, mas nem para isso a mulher estava ligando no momento, ela queria apenas “curtir” seu passatempo, ver as pétalas da cerejeira cair sobre as águas do rio, enquanto observava tranquilamente aquele lago aleatório.

O rapaz deitado na árvore logo sentiu como se não estivesse sozinho, seus olho abriram abruptamente e visaram a vampira que estava à margem do lago, era como se o sexto sentido do jovem tivesse avisado a ele sobre uma presença desagradável no local, que para o rapaz, infelizmente foi confirmado com o abrir de seus olhos. Aquela loira, não lhe era estranha, certamente ele já havia se encontrado com ela, quando estava acima do terraço de um prédio aleatório no Japão, realmente, aquela vampira havia dito algumas coisas hostis para ele, enquanto estava com sua namorada, ela teria agredido verbalmente e até mesmo, o deixado um pouco furioso no momento, mas ele controlou a raiva, assim como fez no momento em que viu novamente aquela mulher, que para ele, era praticamente desprezível.

 

-Quem diria que nos encontraríamos pela terceira, ou será a quarta vez? Não importa, não gosto de ver a sua cara. —Disse o rapaz, com uma voz rude e que demonstrava um pouco de raiva.”—

 

Quando a vampira escutou a voz do rapaz, não mudou sua posição, continuou a olhar para as águas daquele lago, sem preocupar-se com o rapaz que estava a falar.

 

-Hora, hora, uma mosquinha por perto. Ká Ká. —Implicou a mulher, soltando sua risada logo em seguida.— Isto é estranho, está é a primeira vez que tu me encontras. —Disse a mulher, enquanto mexia delicadamente nos fios de seu cabelo com o indicador e continuava a observar o lago.— Digo, em todas as vezes, eu quem “encontrei” a ti. Mesmo que tenha sido uma coincidência, foi de minha vontade, mas, desta vez é diferente, desta vez, tu tiveste a ousadia de encontrar a mim e sem minha vontade. Ajoelhe-se e peça perdão. —Ordenou Heart-Under-Blade, usando de sua arrogância e superioridade em cada palavra, mas não retirou seus olhos do lago, nem mesmo para falar com aquele jovem.—

 

Certamente o rapaz não iria cumprir as ordens que foram aplicadas por Heart-Under-Blade, aquilo apenas estava aumentando sua vontade de atacar a vampira, seu rosto rapidamente ganhou um semblante que demonstrava discordância das palavras de Heart-Under-Blade, sua expressão franzida demonstrava exatamente esse sentimento e o de querer matar a mulher.

 

-O caralho que eu viria atrás de você! —Exclamou o moreno.— Estava na arvore muito antes de você chegar aqui, dormindo muito bem por sinal, quando de repente senti a presença de uma certa sanguessuga perambulando pela noite. Foi quando acordei e notei que você estava ai. Além disso, prefiro ir morar no vaticano a me ajoelhar para você. —Completou o rapaz, ainda utilizando de seu tom rude e que demonstrava uma imensa raiva pela vampira.—

 

-Ká Ká Ká. —Riu novamente.— Já me chamaram de muitas coisas durante minha jornada, mas de sanguessuga é realmente algo bem arrogante, vindo de um insetinho como tu. Tens coragem mosquinha. —Afirmou a mulher.— A propósito, tu deves tomar cuidado com uma coisa, ou melhor, com um certo alguém. Há um mês me deparei com um ser poderoso, eu me encontrei com ele mais algumas vezes durante esse mês, pouco tempo eu diria, mas tempo suficiente para saber que tal homem possui um propósito mortal contra os demônios e aparentemente, teu principal alvo era tu. —Informou a mulher, de maneira simples.— Mas não irei dar a ti mais informações, afinal, não lhe devo nada, Ká Ká. —Disse a mulher, retirando qualquer chance do suposto demônio adquirir informações.— De qualquer forma, és bem peculiar para uma mosquinha como tu dormir numa árvore, elas normalmente ficam perambulando com uma garotinha porca em teus braços. —Heart-Under-Blade disse uma indireta para o rapaz a sua frente e logo esboçou um sorriso irônico. — Então, só posso crer que estavas me procurando. Por acaso estas apaixonado?—Completou a vampira, utilizando de um tom “mais sexy” em sua frase final.—

 

O demônio não se preocupou muito em saber que estava sendo caçado por alguém, no momento ele estava apenas pensando na sua ultima luta e em sua derrota contra certo homem grisalho, que conseguiu derrotar-lo sem muito esforço, desde tal dia, o demônio vem procurando uma maneira de se fortalecer, mas aparentemente sua verdadeira força não era alcançada, independente do treino, jaziam séculos que o demônio tinha perdido sua verdadeira capacidade.

 

-Não ligo se estou sendo caçado, na hora da carnificina eu me tornarei o caçador. —Disse o rapaz, de maneira que tentava demonstrar superioridade.— Se estou apaixonado ou não, bem, isto é um assunto pessoal meu, além disso, jamais me apaixonaria por você, lhe odeio mais que o vaticano ou qualquer cristão existente. —O demônio mostrava convicção em suas palavras, logo saltou diretamente do galho que estava para o chão, caindo perfeitamente em pé.—

 

O demônio então começou a caminhar em direção da vampira a sua frente, apesar de seus passos serem calmos, em cerca de 8 segundos o tal estaria na metade do caminho, porém foi interrompido por um movimento surpresa da vampira que virou abruptamente em sua direção ao ver-lo se aproximar, a loira deu um giro de aproximadamente 180 graus, fazendo seus longos cabelos rodarem junto ao seu corpo, causando uma visão que satisfaria qualquer pervertido, logo a vampira estaria bem próxima ao rapaz, a cerca de um metro de distancia do mesmo.

 

-Tu me odeias? Isto é muito infame para um demônio. Tu és o general do submundo, não deverias ter qualquer sentimento humano, nem mesmo o ódio e muito menos o amor. —Disse a mulher agarrando o rosto do ser com ambas as mãos e o pressionando contra seus grandes seios.— Nem por mim e nem pela humana porca. —Disse Heart-Under-Blade, provocando o demônio.—

 

O tal não sentia nada naquele momento, não sentia prazer ou qualquer outra coisa enquanto seu rosto era esfregado nos grandes seios da vampira, porém quando o demônio escutou a vampira pronunciar “humana porca” ficou completamente furioso e sentia sua fúria aumentar a cada momento, logo o rapaz agarrou o pescoço de Heart-Under-Blade abruptamente com sua destra e retirou o rosto dos seios da vampira. Quando sentiu seu pescoço ser agarrado a vampira deu um leve sorriso, mas permaneceu parada, como se estivesse gostando da situação que estaria ocorrendo naquele momento.

 

-NÃO OUSE FALAR UMA PALAVRA RUIM SOBRE ELA, ENTENDEU?! KISS-SHOT ACEROLA-ORION HEART-UNDER-BLADE!!! —Gritou o demônio de maneira enfurecida.—

 

O tal estava a ponto de começar uma luta naquele momento, porém ele controlou seus instintos demoníacos e se acalmou, soltando o pescoço da vampira, ela momentaneamente pensou que o demônio havia compreendido que deveria ser um demônio e agir de acordo com seu instinto, deixando de lado todo e qualquer sentimento humano, mas quando o tal falou sobre a garota humana, Heart-Under-Blade percebeu que ele estava defendendo-a, de acordo com o sentimento que sentia pela garota, logo a loira desmanchou o sorriso em sua face, tornado sua expressão novamente séria.

 

-Nunca fui um general, apenas nasci como o IV Beelzebulb, mas ainda não quero assumir o posto de general, é muito irritante ter que ir resolver os problemas de outros demônios. —Explicou o Senhor da Gula, que estava com seu semblante franzido no momento.—

 

-Seriamente Beelzebulb, se tu continuar a ter tal afeição por um ser humano ou qualquer sentimento que lhe desvie de sua verdadeira natureza, tu serás engolido pela Treva. —Disse a mulher.— Tu não sabes o que é a treva não é? Mas eu sei, pois já presenciei duas vezes.

 

Beelzebulb ficou calado naquele momento, apesar de ter algo a dizer, decidiu por escutar o que a vampira possivelmente tinha a contar sobre a tal “Treva”, o demônio manteve suas palavras guardadas para si mesmo, seriam palavras que poderiam ser inspiradoras para algumas pessoas, porém para a vampira, tais palavras não passariam de idiotice sem sentido e com muito sentimentalismo.

 

-Irei contar-te uma historia de séculos atrás sobre minha pessoa. —Disse a mulher sentando-se na grama e cruzando suas pernas, como se estivesse meditando.— Agora preste atenção no que lhe direi. —A mulher suspirou forte e logo deu inicio a historia.—

 

“Havia certo vilarejo no Japão, onde seus moradores veneravam certa deusa e rezavam para ela todos os dias para que lhes trouxessem chuva. A vila era seca e suas plantações estavam todas mortas. Os moradores morriam de fome e muitos estavam realmente quase morrendo.
Mas, por ironia do destino, eu acabei caindo num lago enorme que se localizava neste mesmo vilarejo. Quando o atingi, toda a tua água voou pelos ares e caiu como chuva no vilarejo, fazendo todos os moradores comemorarem, um deles me viu caindo e logo veio falar comigo. No início eu não compreendia muito bem a língua que falavam, então não falava nada, apenas ouvia e tentava entender.
Esse morador me levou para seu vilarejo e contou sobre mim aos demais, todos ficaram surpresos e passaram a achar que eu era a deusa deles. Os pobres moradores me construíram o mais luxuoso dos templos para que eu morasse e me concederam inúmeras oferendas todos os dias: alimentos humanos, dinheiro e sakê. Na época eu não ligava para nada e estava gostando da situação, então apenas continuei com aquilo, com o passar do tempo fui entendendo a língua deles e sempre que me pediam eu usava meus poderes pra reunir as nuvens de chuva e causar uma grande chuva no vilarejo. Sim, eu salvei o vilarejo, mas foi porque EU quis fazer aquilo.

Mas havia algo muito errado nisso tudo... Eu era uma vampira e decidi abandonar minha essência vampiresca para começar a agir como deusa.
Para os moradores, eu era a deusa que lhes trazia luz e glória, mas isso acabou sendo algo péssimo. (Disse a vampira em um tom mais tenso.)”

 

Logo a vampira foi interrompida pela curiosidade de Beelzebulb, que aparentava estar interessado em tal historia e em seu final.

 

-Hmm... —Murmurou— Do jeito que fala, parece que ser venerada foi ruim.

 

-Exato, eu era uma vampira que estava me fazendo passar por Deusa, eu era uma farsa, algo errado, que estava atuando de maneira oposta a minha proporia natureza, eu era como um peixe que tenta se tornar um pássaro para voar pelos céus. Era isso que eu era. —Explicou Heart-Under-Blade, que logo retomou a história.—

 

“Dentre os humanos do vilarejo havia um samurai, este foi o guerreiro mais poderoso que já conheci em minha vida. Mesmo sendo um humano comum, tê-lo como um inimigo seria um problema até para mim em meu auge. Ele empunhava duas espadas: uma katana longa de corte interminável, chamada Kokorowatari, a espada capaz de matar aparições. Se eu fosse cortada por aquela espada, mesmo sendo imortal, seria o meu fim. Ela extinguia seres sobrenaturais e aparições, qualquer demônio ou vampiro seria absolutamente exorcizado por ele. (Disse a mulher, como se estivesse venerando o homem.)
Mas ele não me via como uma inimiga, ele não sabia sobre eu ser uma vampira e acreditava que eu era uma deusa. Aliás, ele foi o único ser que me chamou de Acerola-Orion. Todos me chamam de Heart-Under-Blade, porém ele teve a ousadia de me chamar pelo nome do meio, mesmo eu sendo considerada uma deusa. Aquele homem era incrível.”

 

Novamente a mulher foi interrompida pelo demônio, aparentemente ele não conseguia manter-se quieto enquanto uma pessoa estava dizendo algo e tinha que dizer algo, seja uma pergunta, ou varias perguntas.

 

-Você disse que a katana Kokorowatari era capaz de extinguir tanto vampiros quanto demônios, isso quer dizer que me caça pode possuir essa katana?

 

Apesar de sua intromissão muito deselegante, o demônio estava se mostrando preocupado com tal espada, querendo se prevenir antes de encontrar aquele que o caçava, poderia ser que tal pessoa possuísse a katana e quisesse matar mesmo Beelzebulb e com tal espada, não teria dificuldade alguma.

 

-Não, não, a katana original não existe mais hoje em dia, ela se foi a muito tempo, essa é uma história de 400 anos atrás. —Explicou a loira.— Continuando...

 

“Um dia, eu e o samurai descobrimos que os moradores da vila estavam desaparecendo, um a um, estavam sumindo sem dar rastros. Nesse tempo já havia se passado um ano desde a minha chegada na vila e eu já falava japonês fluentemente.
Os moradores então passaram a vir me pedir para que eu trouxesse de volta seus entes queridos, que desapareceram, e eu decidi aceitar a tarefa. O samurai decidiu vir comigo, pois ele era um especialista, o exorcista dos exorcistas, suas habilidades e reflexos eram incríveis e seu poder nem parecia humano, ele quis me ajudar pelo único motivo, dos desaparecimentos talvez fossem obra de uma entidade, como um fantasma, espírito ou demônio. Sinceramente, se fosse apenas isso, nós dois lidaríamos muito bem com o caso. (Disse a mulher, se gabando um pouco.)
 

Mas não era.

Eu e o samurai fomos a uma das casas onde os moradores haviam desaparecido e lá nós encontramos aquilo. A treva. (Falou a vampira, fitando Beelzebulb com o olhar.)
A treva não possuía forma e ela não podia ser tocada, nem vista e nem ouvida. A única maneira de percebermos ela era sentindo-a com nosso sexto sentido (a intuição). A treva era uma inexistência, ela não existia e ao mesmo tempo estava lá. Ela era um fenômeno; algo inexplicável.”

 

-Está dizendo que a verdadeira treva é superior a tudo que conhecemos e que não pode ser controlada? —Questionou Beelzebulb.—

 

-Eu não sei. —Falou a mulher, de maneira desleixada.— Entretanto eu nunca falhei em algo que tentei fazer, sempre obtive sucesso em todas as minhas ações, mas isso não funcionou contra a Treva.Ela era tudo e ao mesmo tempo era nada. —Disse vagamente.—

 

“O sentimento que a treva passava era um medo absurdo, até mesmo eu me assustei, aquilo me causava arrepios. Mas o samurai com teu orgulho inabalável havia considerado que a treva fosse obra de um demônio e pulou atacando-a com sua Kokorowatari. A katana foi engolida, junto com todo o corpo do samurai, eu consegui segurar sua perna no último instante, mas isto foi tudo que restou. A perna direita do morto samurai.
Após engoli-lo, a treva desapareceu do local por um segundo, e reapareceu dentro do chão à baixo de mim. Me sugando. Toda a parte de baixo do meu corpo foi engolida pela treva e como um ato final, eu me segurei nas madeiras do chão, fazendo uma enorme força nas mãos para que pudesse arremessar meu corpo para cima, assim como fiz pra pular da antártica no Japão, mas desta vez era com as mãos ao invés dos pés.
 

A parte de cima do meu corpo foi mandada aos céus com o impacto e enquanto subia, pude ver a treva se expandindo e engolindo a vila inteira. Ela continuou a se expandir, mesmo pelos céus e eu tive a impressão de que ela também iria me alcançar, mas ao invés disso ela cessou.
Após chegar na litosfera, comecei à perder impacto e à ser puxada pela gravidade terrestre, logo retornei à fria antártica após 1 ano. A parte de cima do meu corpo caiu lá, e minha parte de baixo não se regenerou. A única coisa que eu tinha, era a perna do samurai que eu ainda segurava. —Disse ela, mudando o tom.—
Foi quando, eu senti no meio das geleiras, aquela presença. Era a treva. Ela estava lá, havia me seguido, era impossível de se fugir dela.”

 

-Podemos chamar a treva no coração dos demônios, e a treva que pode ser controlada por alguns usuários de falsa treva. Aquela à qual eu presenciei, era a verdadeira treva. Era como o mundo agindo contra mim. Sim, acho que comparar a treva como "mundo" é algo bem certo. Exato. A treva era a vontade do universo, que bania as anormalidades e tudo que era errado. —Disse a vampira.—

 

Beelzebulb estava confuso quando escutou a vampira dizer que a treva verdadeira havia seguido a vampira, porém não lhe atacou, mas logo o demônio sentiu a presença do outro vampiro que se aproximava do local, seu cheiro estava vindo da floresta, mas ele não poderia descrever de onde, até ver-lo se aproximar.

 

-Não estamos mais a sós. —Murmurou o demônio.—

 

Enquanto a vampira contava tal historia, um ser surgiu nas arvores do local, para ser mais exato, em uma arvore próxima ao lago estava o ruivo, seus olhos azuis olhavam Kiss-Shot enquanto ela estava contando sua história, para o tal era algo que não dava para acreditar, a Treva não poderia ser uma entidade imbatível e muito menos, uma existência inexistente naquele conturbado universo, o vampiro acreditava que ela poderia sim ser destruída, que sua força não era tão ilimitada, afinal, apenas a luz ou a própria treva poderia destruir a treva, o arrogante vampiro acreditava que por ser o príncipe das trevas, poderia combater tal essência, mas era algo que aparentemente não seria preciso, já que segundo a historia de Kiss-Shot, a treva apenas procurava as entidades sobrenaturais desvirtuadas de sua verdadeira essência, o tal havia escondido sua presença, até a ultima frase da vampira, onde propositalmente deixou ser percebido por aqueles que estavam no local, logo o vampiro desceu da arvore e se aproximou devagar de ambos os seres ali, seus passos eram calmos, assim como suas intenções, ele não pretendia lutar com ninguém naquele momento, ao menos, enquanto a vampira estava contando sua história passada.

 

Heart-Under-Blade não se incomodou com a presença de Morthey se aproximando, mas ela estava pensando que aquilo poderia causar um embate desnecessário no momento, entretanto, ela não estava sentindo nenhuma intenção assassina vinda dele, então, apenas continuou sua história.

 

“A treva me seguiu até a antártica e eu estava apenas com a parte de cima do meu corpo. Ela havia ido pra lá com o intuito de me engolir. Ela provavelmente parou de se expandir no ar, pois queria me pegar indefesa na antártica. Num movimento de desespero, trouxe a perna do samurai até minha boca e a mordi, na esperança de encontrar algum sangue para que pudesse me regenerar. Aliás, era muito estranho eu não me regenerar, pois sempre que eu perdia um membro, este evaporava e voltava ao meu corpo em questão de segundos, mas isto não aconteceu com a treva. Enfim. Assim que mordi a perna do samurai, a treva desapareceu e a parte de baixo do meu corpo se regenerou instantaneamente. Eu nem precisei drenar o sangue da perna dele, apenas me regenerei automaticamente assim que a treva sumiu. Como se ela estivesse devolvendo propositalmente minha parte inferior.
 

Quando mordi a perna do samurai, ele começou a se regenerar também e seu corpo se reconstituiu. Quando pude ver a figura de meu amigo novamente, instantaneamente saquei que a treva desde o início estava ME seguindo, pelo fato de eu ter quebrado uma das leis do mundo. Eu deixei de ser vampira pra ser uma deusa e a treva começou punindo todos aqueles que me eram importantes, a terminar por mim. —Disse ela, franzindo as sobrancelhas.—

 O fato da treva desaparecer no fim e devolver minha parte inferior, foi porquê eu mordi a perna do samurai. Eu fiz um servo. Naquele momento, eu havia voltado a agir como uma vampira e a treva foi embora.
Minha punição por tudo, foi a perca de todos do vilarejo e meu amigo samurai, que naquele momento, havia se tornado um vampiro; meu primeiro servo.”

 

-Está dizendo que se a tal “treva verdadeira” voltar, eu possivelmente serei o alvo dela? —Perguntou Beelzebulb.—

 

O demônio ainda não estava se importando de ser caçado pela tal, “treva verdadeira”, ele aparentava estar mais preocupado com as pessoas que havia feito amizade naquele mundo e é claro, a garota que havia gostado dele, mesmo sabendo quem e o que ele era.

 

-Talvez, quem sabe? Se ela aparecer para ti, provavelmente começarás engolindo seus entes queridos, tais como aquela garota. Tua mãe deverá escapar de ser pega pela treva, pois ela cumpre todos teus papéis como aparição. Enfim. Eu te alerto por causa disto. —Afirmou Kiss-Shot.— A única vez em que quase desaparecei deste mundo, foi quando a treva apareceu para mim. —Disse a mulher.—

 

“O samurai após ser revivido, teve que ser cuidado por mim durante alguns dias, para que ele não enlouquecesse com a mutação. Quando ele acordou, eu expliquei que havia revivido ele, logo, ficara muito feliz e utilizou de sua carne para me entregar um presente, porém, após receber o presente, eu contei-lhe que eu era na verdade, uma vampira e que agora ele era meu servo. O homem ficou furioso, me disse palavras horrendas e passou a odiar-me eternamente, afinal, ele era um exorcista e eu havia o tornado aquilo que ele mais detesta; um vampiro, uma entidade.
O samurai, então, se jogou na luz do sol e queimou até morrer, me deixando sozinha novamente. (Kiss-Shot se levantou da grama devagar, descruzando suas pernas e logo apoiando sua mão ao chão para ajudar-la a levantar.)

Após isso, passei à viajar pelo mundo seguindo a vida noturna de uma vampira. às vezes eu era perseguida por exorcistas, mas tudo que eu precisava fazer era devorá-los e foi isso, pouco à pouco fui me tornando uma lenda, uma vampira poderosa que foi se tornando conhecida pelos especialistas nos casos. Esta sou eu, a entidade, a vampira de sangue de ferro, de sangue quente e sangue frio: Kiss-Shot Acerola-Orion Heart-Under-Blade.”

 

No momento em que Kiss-Shot terminou de contar a história, o vampiro já estava muito próximo a ambos, estava a pouco mais de 5 passos de Beelzebulb e 8 de Heart-Under-Blade, seus olhos no momento visavam o demônio ali presente, ele era a única entidade no local, que não respeitava nem mesmo as leis naturais impostas pelo universo, um ser que estava cegamente perdido pelos sentimentos humanos, algo que o vampiro achava extremamente ridículo, ainda mais para um demônio de alto nível como ele, apesar de não ser nem o terceiro mais forte na hierarquia dos demônios, ainda sim era um ato ridículo, principalmente por estar se relacionando com um ser que não era de sua própria espécie, um ser que na percepção do ruivo, não passava de um saco de sangue ambulante, pronto para ser surrado por todos os seres acima, isso era valido para qualquer humano, ao menos, na percepção de Morthey,  o ruivo também tinha sua teoria quanto a Beelzebulb e o que aconteceria com ele.

 

-Kiss-Shot, o que tu disseste és que, Beelzebulb possivelmente será estraçalhado pela tal “Treva” e não poderá fazer nada para impedir-la? —Perguntou o vampiro, cruzando seus braços e desviando seu frio olhar para Kiss-Shot.—

 

-Bem Morthey, se Beelzebulb continuar a se fingir de humano, certamente acabara engolido pela verdadeira treva. —Insinuou a mulher, passando a se dirigir para Beelzebulb.— Portanto Beelzebulb, torne-te um humano completo e abandone para sempre teu posto como demônio, se fizeres isto, tu poderás ter tua vida feliz e mortal com aquela humana, sem ser perseguido pela Treva. —Sugeriu a mulher.—

 

-Hmm... Continuarei a ser eu mesmo, mesmo sabendo que posso morrer se não escolher um dos lados, pelo menos irei morrer lutando contra a tal “Treva verdadeira”. Pois nunca mudarei quem sou, mesmo que seja um inimigo cujo não pode ser derrotado, ainda sim lutarei. —Suas palavras eram ditas com convicção, sem demonstrar nenhum arrependimento.

 

O demônio aparentava estar pronto para morrer, pronto para ser engolido pela treva verdadeira, porém era uma atitude idiota e digna de um premio por tal idiotice, ele estava parecendo mais um protagonista de anime do que um demônio, algo que era realmente inconveniente da parte de Beelzebulb.

 

-Tu aparentas estar preparado para ser destruído Beelzebulb, largando sua própria raça para poder viver com uma humana. —Disse o vampiro de maneira fria.—

 

-De qualquer maneira, se Beelzebulb não morrer pro pirralho Highlander ou pro pombinho clareado que o caça, ele certamente perecera pela treva e eu estarei lá para assistir. —Disse a vampira loira, de maneira fria, porém que demonstrava sua certeza de tais acontecimentos.—

 

Beelzebulb soltou uma longa risada após escutar as palavras de Kiss-Shot, logo abaixando levemente seu rosto, não de vergonha ou algo parecido, mas por outro motivo.

 

-Vou garantir para você um acento com refrigerante e pipoca. —O demônio havia usado de um tom irônico para falar com a vampira a sua frente e logo ergueu sua cabeça.— Mesmo não tendo medo de morrer, não pretendo morrer facilmente, ainda mais para uma bolinha preta que possui um poderio capaz de destruir tudo.

 

-Beelzebulb, tu é um tanto quanto ingênuo, darias um ótimo protagonista de mangá daqueles bem clichês, onde o mesmo fala: "protegerei meus companheiros com toda a minha força'', ou coisas do tipo. —Falou a mulher.— No entanto, infelizmente, pessoas assim são as que mais são destruídas mentalmente e fisicamente neste mundo. Tu, dentre todos os seres deste mundo, não deverias saber disso melhor do que ninguém? E tu, que me odeia à tempos, até agora não tentaste sequer me emboscar, pois possui medo da derrota eminente, não és isto? —Pergunta a mulher, sendo infinitamente arrogante.— Tu não podes proteger nem a si mesmo, quanto mais um amigo ou aquela comida portátil. —Kiss-Shot se referia à namoradinha humana de Beelzebulb.— Tu serás sempre derrotado e tuas palavras sempre serão vazias, até que abandone teus sentimentos e passe à agir como um demônio. —Disse a mulher, indo até Morthey, se "escondendo'' atrás dele.—

 

Quando a mulher se aproximou do vampiro, seu semblante frio não mudou, logo, vendo-a se “esconder” atrás do mesmo, o homem logo deu uma rápida olhada para trás, apenas para ter certeza de que a vampira não iria tentar nenhum de seus truques, logo após ver que a mulher não tentaria nada, o vampiro apenas desviou seu olhar para Beelzebulb, que estaria parado e sendo fuzilado pelas palavras de Kiss-Shot.

 

-Este homem é o que tu deverias ser. Poderias até se espalhar nele, pecado da gula: Beelzebulb IV. —Falou a mulher, com o rosto por cima do ombro de Morthey, enquanto passava a unha levemente em seu ombro. Os peitos da mulher podiam ser sentidos por Morthey, em suas costas.—
- Ká, Ká, Ká. O pirralho Highlander o derrotará no primeiro disparo. —Implicou a mulher.— Muitos Highlanders já me concederam favores na época em que fui endeusada, séculos atrás. Eles são coisinhas realmente misteriosas. Na verdade, diria que estão bem em cima do muro entre Deuses e humanos. Não achas, meu servo? — A mulher perguntava à Morthey.—

 

Mesmo com as palavras da vampira Morthey não demonstrava nenhum tipo de emoção, seu semblante frio, vazio e sem vida era algo que perpetuava em seu rosto, mesmo com a vampira encostando os seios nas costas do tal, nada era diferente, as palavras e os feitos da vampira pareciam não fazer diferença no homem, talvez ela estivesse tentando demonstrar algo a Beelzebulb, ou apenas sendo a arrogante vampira Kai killer, mas isso era indiferente para o ruivo, já o demônio estava com ódio das palavras da mulher, que certamente estavam fuzilando-o de um jeito inacreditável, atingido todas as inúmeras fraquezas de Beelzebulb com um único “cartucho de palavras”.

 

-Não sou teu servo mulher.—Respondeu o vampiro, fria e arrogantemente.— Mas de fato Beelzebulb não passa de um demônio que foi limitado pelos sentimentos humanos que adquiriu através da convivência com a “comida portátil” e com outros seres inferiores, tal coisa o transformou nesta entidade fraca e insignificante.—Morthey então virou-se contra vampira, olhando diretamente no olhos dourados e frios que possuía.—

 

Os vampiros se encaravam como dois vazios, exatamente o que eles eram, então o vampiro moveu suavemente sua boca até o pescoço de Kiss-Shot e tentou morder-la, mesmo sabendo que aquilo não daria certo, era apenas para ver a vampira fazer um novo movimento, logo, Heart-Under-Blade se transformou em uma névoa dourada, passando pelo corpo de Morthey e o impedindo de morder-la e em seu movimento, a vampira loira foi parar atrás de Beelzebulb, que nem se moveu do local, quando a vampira ficou atrás de Beelzebulb ela apontou seu indicador para a cabeça do demônio como se fosse uma pistola.

 

-Bang... —Sussurrou a mulher no ouvido de Beelzebulb.— Isto será o que tu irás escutar.

 

Quando o demônio escutou tais palavras da mulher, seu ódio aumentou ainda mais, ele não havia gostado nem um pouco das palavras que a mulher havia dito a ele, aquilo foi humilhante, até mesmo para um demônio, ter que escutar tais palavras era humilhante, seu semblante franzido demonstrava exatamente como ele estaria sentindo naquele momento, um ódio quase indescritível pela vampira a sua frente, logo Beelzebulb rapidamente agarrou o dedo de Kiss-Shot em uma velocidade descomunal e o quebrou.

 

- Sabe o que você irá ouvir? O som de larvas de moscas andando por toda a sua carne enquanto você agoniza de dor no chão, enquanto estiver no chão agonizando de dor, simplesmente faço com que milhares de moscas comecem a lhe devorar, primeiramente lhe devoraram nas suas partes mais frágeis e intimas... —Disse o demônio, ameaçando a vampira.— Nunca mais fale como se soubesse tudo sobre mim, se eu quiser lhe caçar eu lhe caçarei, se eu quiser me apaixonar eu me apaixonarei e eu nunca disse que lutaria pelos meus companheiros, simplesmente disse que não morreria facilmente sua sanguessuga surda loira de peitos de melancia. —Completou Beelzebulb, voltando seu semblante a um despreocupado e soltando o dedo da vampira.—

 

Quando Kiss-Shot teve seu dedo quebrado, a mulher não sentiu ou demonstrou nada, aquilo havia sido insignificante para a tal, logo a mulher começou a rir da ação de Beelzebulb, enquanto seu dedo se regenerava rapidamente. A gargalhada de Kiss-Shot era de um volume estrondoso e ecoava por todo o local onde os seres se encontravam, poderia dizer que aquela parte do parque foi completamente dominada pela risada da mulher, então Heart-Under-Blade começou a liberar sua aura em um intenso dourado brilhante, uma aura que não causava medo as pessoas que vissem/atingissem e sim, total admiração por tal aura. Morthey sentiu uma admiração incrível por tal aura, o que aumentou ainda mais sua admiração pela mulher que o derrotou, naquele momento seus olhos frios apenas visavam a mulher com um brilho de valor incalculável, porém logo voltaram ao sua frigidez natural, mas o homem mantinha um pequeno sorriso de admiração em seu rosto, era extremamente interessante ver a aura que a vampira havia liberado naquele momento.

 

- Hahahaha, tu és engraçado, mosquinha. De qualquer maneira, deverias ouvir as palavras do meu servo. Ele pode ser um nudista zoófilo, mas diz coisas úteis de vez em quando. —Falou a mulher, que estava pronta pra dar outra risada.—
 

—O homem suspirou com algumas palavras que a mulher havia dito a respeito dele.— Kiss-Shot, tu deverias saber que não sou um nudista zoófilo, quando a ti demônio, deveria dizer algumas coisas, tu és um imbecil do mais alto nível, abandonando tua linhagem demoníaca para viver como um humano, eles são criaturas inferiores, não possuem força e o único objetivo em suas miseráveis vidas visa o dinheiro, quanto a suas maneiras de pensar, bem, eles são limitados a um pensamento narcisista e que os leva a desgraça, principalmente pelo tal amor, sentimentos são inúteis e deveriam ser descartados, os humanos servem apenas para satisfazer nossas vontades, tais como nossa alimentação e a serventia deles, é meramente para fazer por nós, aquilo que nós, os seres superiores, não devemos fazer, seres patéticos e suscetíveis a serem controlados por qualquer um acima deles, isso que eles são. —Disse o vampiro com arrogância.— Acredite demônio, que em tuas atuais condições, tu não passarias de uma mosca pronta para ser destruída em minhas mãos, tu não serias um desafio, tu serias apenas... Um ridículo ser que utiliza as pestes para atacar, seria miserável lutar contra ti, eu, Drácula, aquele que pertence ao clã Belmont, os mais poderosos e conhecidos caçadores de demônios desta terra, certamente não perderia meu tempo com o que tu se tornaste agora. —Diria o vampiro de maneira rude.— Tu foras criado para destruir e não para amar Beelzebulb, aceite teu destino. Kiss-Shot e eu somos vampiros, seres que nascem para reinar, somos seres que nascem para a soberania, somos extremamente poderosos, acredito que na atualidade, sejamos os dois mais poderosos existentes e estamos cumprindo com aquilo que nos é a razão da existência, demônio estúpido. —Completou o vampiro.—

 

Apesar da mulher não ter escutado uma palavra de elogio saindo da boca do arrogante vampiro, ela sabia que ele a admirava, ela se sentia em relação a Morthey, da mesma maneira que o tal se sentia sobre ela, até mesmo as palavras ditas por Morthey naquele momento, a mulher possuía um mesmo ponto de vista que o ruivo, ela também o via como um mero ser criado, assim como ela, mas não dava nenhuma importância para o titulo que o arrogante vampiro carregava com tanta satisfação, afinal, ela havia conhecido o próprio pai do tal (apesar disso ser uma história que iremos deixar para outra ocasião). Vampiros eram exatamente iguais a Morthey, belos, esbeltos, arrogantes e frios e era justamente isso que tornava um vampiro, um vampiro.

 

-Estou com fome. —Afirmou a mulher.—

 

O homem deu uma baixa risada ao escutar as palavras da mulher e logo cruzou seus braços em frente a seu peitoral, o vampiro então deu mais dois passos, aproximando-se de ambos ali no recinto.

 

-Se estás com fome, então, devore Beelzebulb, a existência dele neste momento aparenta insignificante, não precisa se alimentar do sangue desta criatura vulgar, fraca e repugnante. —Disse o vampiro, fuzilando Beelzebulb com as palavras.— Tu és uma Kaii Killer, em outras palavras, tu devoras aparições também, então para ti seria extremamente fácil devorar Beelzebulb e sua essência, assim, se alimentando e saciando sua fome. —Disse o vampiro, em um tom frio.—

 

A vampira escutou as palavras de Morthey e logo olhou para Beelzebulb, analisando o corpo do demônio para ver se ele era bom suficiente para a vampira devorar-lo.

 

-Realmente, eu sou uma Kaii Killer e posso devorar até mesmo demônios, mas não posso alimentar-me de Beelzebulb. Ele não deve ser nem um pouco saboroso, ele é apenas um inseto. —Afirmou a mulher, piscando e voltando seu olhar para o vampiro.—

 

Em outro canto da cidade estava o Highlander, o grisalho não estava fazendo absolutamente nada naquele momento, porém, quando sentiu três grandes energias juntas em um só lugar, pensou que algo grande estaria prestes a acontecer, então decidiu ir averiguar o lugar, já totalmente equipado, o homem caminhou até o meio da sala de estar de seu apartamento, logo desenhando um símbolo esferográfica com alguns detalhes em seu todo no chão, utilizando apenas de seu indicador esquerdo para fazer-lo, logo, o grisalho cortou uma pequena parte de seu pulso, fazendo com que pouca quantidade de sangue caísse no chão, o pulso logo se regenerou, o sangue no chão começou a se espalhar, acompanhando de maneira simétrica o símbolo, que de sua coloração branca, tornou-se vermelho, então o grisalho flexionou seus joelhos, se abaixando perto do símbolo e logo posicionando sua mão esquerda sobre, o tal mantinha seus olhos fechados e uma concentração incrível naquilo que estava fazendo, não dizia nem uma palavra, aquilo certamente não poderia ser considerado um feitiço, então Itou levantou-se de onde estava e ficou posicionado no meio do símbolo, que começou a criar sua própria onda de vácuo, onde começou a liberar um ar e reprimir-lo logo em seguida, logo uma corrente de energia e vento haviam se reunido no local e após todo esse processo, o Highlander foi sugado pelo símbolo que estava no chão, indo parar no meio da floresta, com um símbolo abaixo de si, não era como se o homem tivesse desenhando aquele símbolo ali, aquilo parecia funcionar como “ação e reação”, assim, o desenho se auto-fez naquela floresta, não muito longe dali estava os três seres que conversavam, o grisalho logo notou duas auras familiares, a de Vlad, o ruivo que havia requerido seus serviços um tempo atrás e a de Beelzebulb, que teria sido derrotado pelo caçador a um tempo atrás.

 

Enquanto o homem estaria se preparando para caminhar por aquela floresta, até o local onde as energias estavam, Beelzebulb, Morthey e Kiss-Shot continuavam a conversar, a vampira e o vampiro haviam sentido a presença de Itou emanando no meio da floresta, porém decidiram ignorar a presença do homem no momento.

 

-Eu preciso de um corpo humano, já faz varias semanas que não me alimento. —Queixou-se a vampira, lembrando de sua ultima refeição.— Talvez eu deva sair por aí amanhã à noite procurando por algum, mas seria ridículo ser confundida com uma ghoul. —Afirmou a mulher, voltando a prestar atenção na presença de Itou, que havia chegado no local, mas se mantinha afastado numa posição neutra.— Ká, Ká, Ká. Parece que o pirralho Highlander já veio cavar tua cova, Beelzebulb. —Disse a mulher.—

 

-Ooooh, então o Highlander venho terminar o serviço, entendo, é melhor que tu fujas como uma mosca Beelzebulb, mas certamente, o rifle deste homem ira te pegar em qualquer lugar que tu fujas. —Disse o vampiro, de maneira debochada.— Tu ainda possui tempo de salvar tua pele demônio, corra antes que teu carrasco chegue. —O homem riu.—

 

Beelzebulb aparentemente não havia ligado para o que ambos haviam dito, sua atenção estava totalmente voltada para o homem que acabará de chegar, o Highlander mexia com o demônio em varias sensações, mas todas elas voltadas a sua derrota anterior para o homem, desde então Beelzebulb está procurando uma revanche, mas aparentemente, sabe que seu poder atual é insuficiente para derrotar aquele grisalho, então Beelzebulb, utilizando de sua alta velocidade, correu até o homem que ainda estaria no meio da floresta e em poucos segundos, havia chegado no local, ficando ao lado do Highlander, porém como seu oposto.

 

-Eu vou criar um poder que se iguale a velocidade de seus rifles, quando eu conseguir tal poder, irei atrás da minha revanche... Eu juro que não importando quanto anos eu passe treinando, eu irei conseguir minha vitoria sobre você. —Disse o demônio com convicção, demonstrando sua vontade de derrotar o homem.—

 

-Até lá. Eu já terei uma arma que supere essa sucata que chamo de rifle, então mesmo que você passe anos treinando para superar um eu do passado... Não irá conseguir lidar com o eu do futuro demônio capital.. Aceite que um simples humano consegue lhe superar. —Disse o grisalho, com palavras tão calmas quanto sua expressão.—

 

-Não aposte nisso, eu ficarei ainda mais forte, não vou perder para você de novo, pode acreditar nisso. —Disse o demônio com convicção.—

 

-Como eu disse, seu “eu” do futuro busca derrotar meu “eu” do passado, não importa o quanto você treine, não ira conseguir me derrotar, pois eu sempre estarei no futuro, enquanto você sempre estará no passado. —Disse o grisalho.—

 

Itou logo começou a caminhar em direção as demais aparições ali presentes, dando passo após passo, sem apressar, enquanto isso, o demônio voltou para perto dos seres rapidamente, chegou ao local antes mesmo de Itou chegar, mas claro, o demônio utilizou de sua alta velocidade para conseguir chegar lá em tão pouco tempo, o homem por outro lado, nem estava acelerando seus passos.

 

-Beelzebulb, pelo que escutei, tu foste dispensado da dança pelo homem. —Disse o vampiro, brincando com a situação.— Tu não iras vencer-lo nem em dez existências demônio, aceite, um ex-humano lhe venceu, sem muito esforço. Faremos assim, direi para que um servo meu lute contra ti, ou vários deles para lhe entreter, para que tu não fiques triste demônio, ou tu podes ir correndo para a tua humana e dizer que foi dispensada pelo cara que lhe fuzilou, tua escolha.—O vampiro completou de maneira fria, porém tendo um pouco de deboche em suas palavras.—

 

O demônio não havia gostado muito das palavras que o ruivo havia dirigido a ele, seus olhos negros e profundos voltaram-se para o vampiro no local, que estava a poucos metros de distancia, Beelzebulb estava com o desejo de destruir ambos os vampiros naquele local, mas controlou-se ao escutar a voz do grisalho, que se aproximava de todos ali.

 

-Vocês são arrogantes, rudes e cheios de si. —Disse Itou, dirigindo-se clara e certamente aos vampiros.— Vocês mal viveram e acham que sabem de tudo, mal existiram e acham que são os mais poderosos, principalmente você Morthey. —Disse o homem, parando a sete metros dos tais.— Vocês soltam palavras rudes e se deixam levar por pensamentos egoístas, menosprezam os humanos e desvalorizam suas capacidades, vendo-os somente como sacos de sangue para alimentar-los. —Disse de maneira seca.— Certamente iriam agir de tal forma e não iriam dar créditos a nenhum ser que não fossem de sua raça, principalmente, a si mesmos, vocês desconhecem a força de outros seres que vivem nesse universo, por esse motivo simplesmente ficam se gabando de seus títulos e de sua suposta força, mas talvez vocês seriam facilmente derrotados, por subestimar os seres humanos e você, Drácula, possivelmente poderia perder para Beelzebulb, por subestimar-lo demais. —Completou o grisalho, que logo retirou um cigarro do bolso de seu sobretudo e o ascendeu.—

 

A vampira apenas observou o grisalho chegar no local, apesar de ter sentido sua energia, não esperava que ele possuísse aquela aparência, ela estaria a esperar algo mais “impactante” do que aquele homem que estava no local. A expressão que a vampira mantinha em seu rosto era fria, como sempre, seus olhos penetrantes foram de encontro aos rubros e calmos do grisalho, que apenas tragava seu cigarro tranquilamente, o demônio ficou apenas escutando as palavras de Itou, logo olhando para o vampiro, para ver se ele esboçava algum tipo de reação diante das palavras do homem, mas o ruivo não demonstrou nenhum tipo de emoção, mantendo sua expressão fria, então o demônio voltou a observar o mercenário. Apesar das palavras rudes que o homem disse, eram quase todas verdadeiras, ele havia focado no principal ponto do que teria conseguido escutar da conversa que o trio havia tido.

 

-Que palavras rudes caçador. —Disse o vampiro, de maneira indiferente.— Posso dizer tais palavras, pois eu realmente sou superior aos humanos e a Beelzebulb, sou superior a muitos, se não a todos. —Disse o vampiro arrogantemente.— E os humanos não são o oposto daquilo que disse, muito menos Beelzebulb. —Disse o vampiro.— No entanto a maior parte de nossa conversa teve o foco em Beelzebulb e sua traição contra sua própria natureza e principalmente, o fato dele possivelmente ser engolido por uma força misteriosa. —O tal fez uma breve pausa.— Mas esta é uma conversa que não poderemos retornar para que tu saibas de tudo, afinal, tu apareceste aqui pelo motivo de todos estarmos reunidos e ainda teve a audácia de chegar nos fuzilando com tuas palavras. —Afirmou o vampiro.— Mas, voltando ao assunto, este demônio não ira desistir de teus atos contra tua própria natureza e continuara a parecer um protagonista clichê de manga, continuando com tuas enfermidades pela humana e até mesmo, com atos sexuais com a tal, que possivelmente já o fez. —Disse o ruivo de maneira ríspida.—

 

Até o vampiro dizer que não iria retroceder a conversa para o grisalho entender, o demônio não estava prestando muita atenção, até o momento em que o tal disse sobre a garota que ele estaria gostando, Beelzebulb não conseguiu deixar de soltar um sorriso irônico em seu rosto, supostamente ele estava querendo dizer algumas palavras para o ruivo, mas esperou até que o tal terminasse de falar.

 

-Por que também não diz aos seus servos que esta com desejos amorosos e sexuais pela única vampira na face da terra, que não se tornou sua serva? Melhor dizer que, você que quer se tornar o primeiro e único cachorrinho de coleira dela. —Disse o demônio, com sarcasmo em sua voz.— Eu também posso dizer que você tentou morder um de sua própria raça, que vergonhoso, está tão difícil assim matar humanos para hora do rango? —Completou o demônio, utilizando de um tom irônico em sua ultima frase.—

 

-Tu és um ser extremamente estúpido Beelzebulb. —Afirmou o homem.— Tu realmente acha que tal provocação barata poderia me tirar do serio? —O homem deu uma risada abafada.— Tu estás em um nível tão decadente que passou a tentar dizer coisas que talvez degradem alguém, mas, Beelzebulb... Tu estás enganado quanto a tuas insinuações e intuições, logo tu, o pecado da gula e o filho da luxuria, não consegue detectar a real vontade dos seres, que patético. —Disse o homem, utilizando de um incrível sarcasmo.— Se tu tivesses realmente em forma, saberias que, o que tenho por ela é uma curiosidade, além disso, demônio, somos da mesma espécie, somos seres que se igualam nisso, ter relações sexuais com a vampira não mudaria nossos instintos e se quer iria contraria a natureza de nossa espécie, além do que, isso nos proporcionaria um filho incrivelmente forte, ao contrario de ti com a humana, já que, se tu tiver uma cria com aquele saco de sangue, ela ira gerar um hibrido, um ser que ultrapassa a barreira limite de tua espécie, somente um ser pode procriar com humanos e tu sabes muito bem quem é Beelzebulb. —Disse o vampiro com arrogância, suas palavras eram para que ficasse bem claro para o demônio o que eles haviam conversado, também era uma resposta para a tentativa falha de Beelzebulb, de insinuar que o homem possuía desejos carnais pela vampira.—

 

Enquanto os seres ali estavam falando e usando de sarcasmo e ironia de uma maneira gratuita, a vampira estava a pensar e prestar atenção no grisalho, ela sentia algo familiar naquele ser, algo que ela estava tentando se lembrar desde o momento em que sentiu a presença do homem no local, era algo de muito tempo atrás, algo que havia acontecido um tempo depois de sua estadia na antártica, ela se quer estaria prestando atenção no dialogo das aparições ali presentes, apesar de estar escutando uma coisa ou outra da conversa, logo após um tempo pensando e tentando se lembrar, a loira finalmente conseguiu reconhecer a energia que emanava de Itou.

 

-Tu és realmente um Highlander, não estava conseguindo me lembrar de onde senti tal energia, mas agora me recordo que a muito tempo, um ser com uma energia similar prestou teus serviços a mim. —Disse a vampira, de maneira fria.—

 

O mercenário ficou um tempo sem saber o que a vampira estaria falando, porém logo entendeu a loira, ela estava a falar de outro Highlander, que prestava alguns serviços para diversos seres, isso, quando era de sua vontade, os Highlander eram conhecidos como “Os guardiões do Equilíbrio” e às vezes faziam trabalhos à parte, então o grisalho tragou novamente seu cigarro e manteve seus olhos entreabertos, com sua expressão calma prevalecente em seu rosto.

 

-Acredito que você tenha recebido a ajuda de outro Highlander, um albino, alto e que possuía uma capacidade gélida, ele era o líder das espadas mortais. —Disse o grisalho, tentando “ajudar” a mulher a se lembrar do tal Highlander.— A propósito, me chamo Itou, um mercenário que vaga aleatoriamente a procura de um trabalho. —O grisalho apresentou-se cordialmente para a vampira.—

 

-Oooh... —Murmurou a mulher.—

 

Quando o grisalho mencionou as espadas mortais, a mulher subitamente tentou se recordar, mas ainda estaria confusa com o ser que teria servido-a em seu passado.

 

-Hmmm... Eu não me lembro ao certo. Talvez tenha sido este tal líder das espadas mortais, ou talvez não. —Disse a mulher, que praticamente murmurou tais palavras.— Um segundo que já irei me lembrar... —Disse a mulher, que em um movimento rápido e brusco, enfiou quatro dedos de sua destra na lateral de sua cabeça, então a mulher começou a mexer no hipocampo de seu cérebro e começou a estimular sua memória, para que conseguisse se lembrar quem foi o homem que a serviu. Estaria escorrendo muito sangue do local que a mulher estava mexendo, o sangue passava pelo braço da mulher, escorrendo até seu cotovelo e caiando no chão, isso a parte que escorria pelo braço da tal, mas uma quantidade um pouco menor de sangue estaria escorrendo pelas laterais do buraco que foi aberto em sua cabeça, o sangue escorria, caia no chão e evaporava, o ciclo se repetia continuamente, enquanto a mulher continuava com sua mão dentro de sua cabeça, os seres ali presentes apenas observavam a situação, a final, aquilo não passava de algo para “estimular a memória” da vampira naquele momento.— Me lembrei. —Disse a mulher de maneira calma, retirando sua mão de dentro de sua cabeça, logo o sangue evaporou e o buraco aberto pela mão de Kiss-Shot se regenerou, não apenas o osso e o tecido, como também os longos cabelos da mulher, sem que nenhuma gota de sangue ficasse no local, ou na vampira.— Sim, foi tal Highlander que me serviu a tempos, tu acertaste em cheio, garoto. —Afirmou ela.— Eu já conheço a ti garoto... Mas bem, sou a lendária vampira Kaii killer; de sangue de ferro, de sangue quente e de sangue frio, Kiss-Shot Acerola-Orion Heart-Under-Blade. Dirija-te a mim de tal modo. —Completou a vampira, dizendo seu nome ao grisalho e praticamente ordenando para que o tal a chamasse assim.—

 

-Este nome cumprido? Bem, poderia chamar-la de Heart-Under-Blade? —Perguntou o grisalho, que logo viu a vampira assentir positivamente com a cabeça.— E apenas para avisar, eu deixei de ser um Highlander a muito tempo atrás. —Informou o jovem, apenas para uma curiosidade futura.—

 

Itou então começou a caminhar em direção do ruivo que estava a poucos metros dele, Kiss-Shot virou-se e caminhou novamente para perto do lago, quando se aproximou da margem, a mulher flexionou seus joelhos e permaneceu abaixada próxima ao lago, apenas observando as pétalas cor-de-rosa caírem sobre suas águas, deixando os três homens a “sós”, os olhos da mulher pareciam duas moedas de ouro, das mais brilhantes e belas possíveis, normalmente seus olhos seriam refletidos no rio, mas, a mulher não possuía reflexo, afinal, ela era uma vampira.

 

-Ei, pirralho, se tu deixaste de ser um Highlander, o que és agora? E como conseguiste simplesmente deixar de ser um? —Perguntou a mulher, com um tom de voz elevado, devido a distancia que estaria do grisalho.— Cuidado para fingir ser o que não és, ou tu serás engolido pela verdadeira treva. —Completou a mulher, porém dizendo as ultimas palavras com um tom mais baixo, porém ela não havia notado.—

 

O grisalho olhou novamente para a vampira, porém não respondeu a questão que ela havia implantado no ar para o tal, logo voltando a visualizar e escutar a conversa dos dois outros seres que estavam ali, muito próximos a ele, ambas as entidades estavam dialogando em um tom um tanto quanto informal, bem, Beelzebulb estava extremamente irritado com o que o vampiro estava dizendo a ele em todos os momentos daquela conversa, aquilo poderia ou não se tornar uma luta entre os dois, ou ser simplesmente uma conversa de dois seres de uma espécie semelhante.

 

-Como já havia lhe dito demônio, tu estas fraco, em teu pior potencial, os humanos apodreceram aquele que um dia, foi um dos maiores príncipes do inferno. —Disse o vampiro.— Tu estás fadado a decadência e a falência como uma entidade, ou melhor como um todo. Tua ruína é com toda certeza, a tua união com os tolos e patéticos humanos, seres desprezíveis e que são basicamente a desgraça deste mundo, ao menos, eles possuem a utilidade para alimentar-me e se tornarem meus escravos. —O homem deu uma risada abafada.—

 

-Você está errado quanto aos humanos. —Interrompeu o grisalho.— Realmente, não discordo na parte em que você diz que eles são tolos, pois eles realmente são, também não vou contrariar você Vlad, quando diz que os humanos são a desgraça desse mundo, pois eles realmente não estão fazendo um papel muito bonito aqui. —Disse o caçador, de maneira calma, porém firme.—

 

-Já que tu concordas comigo, por que me interrompeste? —Questionou o vampiro.—

 

-Porque, apesar dos humanos serem exatamente isso que eu mencionei, eles ainda sim, possuem suas qualidades. —Disse o homem, tragando seu cigarro uma ultima vez, até o mesmo chegar ao seu fim.— Os humanos não são poderosos, mas constroem meios para que possam ser. Não são inteligentes, mas estudam para poder conhecer cada vez mais e quantos mais estudam mais sábios ficam e mais poderosos também, afinal, qualquer um sabe que o conhecimento é uma das chaves para o poder. —Afirmou o homem.— São seres que apesar de suas fraquezas, sempre encontram um meio de se fortalecerem, que apesar de todas as suas atitudes débeis neste mundo, ainda sim, não param de evoluir e aprender com seus erros, então, eu não acharia que os humanos são patéticos, afinal, eles não se diferenciam muito das entidades quando se trata de alguns assunto, existem ate mesmo humanos que se tornam especialistas em destruir o sobrenatural e até mesmo, humanos que conseguem controlar o sobrenatural. Vendo desse ponto... —O homem deu uma breve pausa em suas palavras.— Eu diria que os humanos são fortes e possivelmente, as criaturas com a tendência mais poderosa de todas. —Completou o grisalho.—

 

-Mas que belo discurso Itou. —Disse o vampiro, utilizando de ironia e logo soltando um suspiro tedioso.— Tu és bom com palavras homem, mas isto não me surpreende, afinal, tu és um negociador também, precisa saber convencer teus clientes a pagarem pelo serviço. —Afirmou o homem, com um pouco de sarcasmo em suas palavras.— Mas no final Highlander...—O vampiro tomou um ar mais sério em suas palavras.— Os humanos não passam de fracas criatura mortais e que se escondem em mentiras sem fim, humanos mentem até mesmo para si próprios, para a morte, para a vida e todo o ciclo da criação, eles buscam maneiras de se tornarem imortais, desafiando até mesmo, a lei e a ordem daquilo ou daquele que os criou, desgastando o equilíbrio perfeito da natureza e das regras universais, macacos evoluídos tentando chegar ao nosso nível, nós, seres excepcionais e únicos, poderosos, fortes, destemidos, inteligentes e imortais por natureza, somos os seres mais perfeitos em toda criação, somos aqueles que não precisam temer o ciclo tedioso de uma vida, afinal, a nossa não terá um fim. —Disse o vampiro, com arrogância e frieza ao mesmo tempo.— Humanos podem ter seus meios de tentar igualar tuas forças as nossas, mas no final, acabam perecendo diante de nossa grandiosidade, eu posso afirmar tal coisa, herdeiro do clã de caçador de demônios, aqueles que juraram encontrar a luz e se perderam nas trevas, eu, o ser supremo, que, mesmo não estando em meu auge, ainda sou praticamente indestrutível, imortalidade plena, assim deveria ser chamado. —O homem logo deu outro suspiro e olho para o demônio.— Eu sou um ser que até mesmo Satã teme, mesmo com teu poderio e exercito, ainda teme o meu verdadeiro auge e poder, o nome Vladvlaus Draculian Tepes, o nome que carrego, o Filho da Casa de Sangue, o Dragão da morte, o Príncipe das Trevas e herdeiro do primeiro clã de Kaii Killer , Drácula, títulos que fazem qualquer inimigo se ajoelhar e implorar pela vida, eu, o Senhor das Sombras, sou a maior prova existente de que, os humanos, por mais que evoluam e por mais fortes que fiquem, não passam de humanos patéticos e fracos, fadados a perecer, e tu, demônio, como continuas andando com os sacos de sangue, não tem o direito de lutar nem contra meus servos, tu és fraco e débil, uma completa perda de sua linhagem, tu és a perda completa da união de dois generais do submundo, tu és uma vergonha para as linhagens anteriores de Beelzebulb. Tu não deverias se quer, desafiar o Highlander, tu não possuis chance alguma de vencer-lo, já que não é merecedor nem ao menos, de lutar contra os piores dos meus servos.  —Completou o ruivo, com um ego acima do limite e uma arrogância tamanha, utilizando de palavras frias e de seus inúmeros títulos para fuzilar Beelzebulb.—

 

-Hmpf. —Murmurou o grisalho.— Vlad, por mais que os humanos sejam fracos, eles podem mudar isso, eu basicamente já fui um humano, até me tornar um Highlander. —Disse Itou, de maneira extremamente breve.—

 

Itou e Morthey eram praticamente opostos em ações e forma de pensar, ambos diferentes, porém extremamente similares, apesar de Itou não dizer, o tal não se sentia ameaçado pela presença do vampiro, muito menos sentia ódio enquanto o falastrão abria a boca, apesar de escutar todas as palavras de Drácula, o grisalho sentia certa afinidade com o ruivo, uma afinidade que poderia vir a ser uma amizade, ou se tornar uma inimizade, muito possível de tais coisas acontecerem. Os seres que eram totalmente o oposto, conseguiam entrar em sincronia, mesmo se conhecendo tão pouco, era algo incrível, e qualquer ser que os visse em ação, poderia dizer que ambos se conheciam a muito tempo. Drácula, mesmo com toda sua arrogância, reconhecia que o homem era deveras habilidoso e que não teve problema algum em lutar ao lado do tal, pelo contrario, ele teve uma facilidade tamanha, Itou também tinha um pensamento parecido em relação a isso, porém os pensamentos de ambos deveriam ser mantidos dentro de suas mentes, afinal, a conversa que estariam tendo naquele momento não era apropriada para criar vínculos de amizade ou de parceria. O demônio ao contrario de Itou, teve sua mente estagnada com as palavras de Morthey, afinal, não tinha visto esse tipo de arrogância nem do próprio Lúcifer, que já não residia mais no inferno e era antes, o príncipe do pecado do Orgulho, o semblante de Beelzebulb mudou completamente, transformou-se em um semblante de ódio pelo vampiro, o tal cerrou seus punhos ao lado de seu corpo, queria lutar naquele momento, desafiar o vampiro e mostrar para o tal sua força, se não fossem as circunstancias do momento, o demônio teria deixado a raiva consumir seu ser.

 

-Hmpf... —Murmurou Beelzebulb.— Você se gaba demais. Sempre usando o motivo de ser filho de um Belmont para parecer superior a outras raças, mas isso apenas mostra que você não possui superioridade sobre outras raças, ou feitos históricos apenas por ser você, tudo se resume a ser filho do Belmont. Diferente de todos nós aqui, que somos reconhecidos por nossos atos e feitos históricos, durante séculos e mais séculos, você não passa de um herdeiro mimado usando o nome do pai. Se você ainda sim diz que não possuo chances contra o Highlander e que não sou digno de lutar contra ele, fique sabendo que, você não possui dignidade suficiente para lutar contra qualquer um de nós. —Beelzebulb diria tais palavras fria e severamente, ele queria fuzilar o vampiro com suas palavras.—

 

Aparentemente a atitude de Beelzebulb não havia funcionado, o semblante do rosto do vampiro era calmo, como se não tivesse escutado as palavras do demônio, sua calma exalava também certo orgulho e juntamente ao orgulho, estava sua arrogância, que foi extremamente tocada naquele momento, os olhos do vampiro fitaram friamente o demônio, que mantinha a expressão séria em seu rosto.

 

-Tu realmente demonstras uma falta de conhecimento extremamente exagerada para um ser de tua idade, logo tu, com um milênio de existência, IV Beelzebulb, não ouviste e se quer leu sobre minhas façanhas? Ou tu estás se fazendo de burro e mal-informado propositalmente? —Questionou o vampiro, projetando seu peitoral para frente, como se estivesse inflando ainda mais seu ego, sua posição era de total superioridade sobre o demônio.— 1520, devastei a Itália apenas para divertir-me com meu irmão, tudo virou cinzas e nem os maiores guerreiros da ordem dos templários conseguiram deter-me, naquela época, a igreja quase foi extinta da historia da humanidade. 1560, devastei a Grécia lutando contra o mais forte dos Deuses, Hercules, minha capacidade de sugar a energia de qualquer ser fez com que ele se curvasse perante a mim, Hercules caiu de maneira tão grandiosa quanto sua força, um inimigo e um aliado que me proporciona uma grande diversão. 1620, lutei novamente contra meu irmão e o dizimei da face desta terra, nossa luta apenas destruiu Roma, uma pena, a Itália havia sido reconstruída a pouco, fiquei triste de não ter-la destruído novamente. 1700, lutei contra o vampiro dos vampiros, o lendário e eterno Kaii Killer, o mais famoso matador de demônios e seres sobrenaturais, cujo era descrito como a luz de Deus, Gabriel Vladvlaus Belmont Draculian, o vampiro cuja força e habilidades eram incomparáveis, um ser que nem mesmo um anjo, nem mesmo a morte derrotaram e nem seu progenitor derrotou, uma luta de cem anos que destruiu grande parte da Europa. 1850, a própria morte me desafia para um embate, buscando o conhecimento sobre meu poder e minha capacidade, testando-me para ver se eu possuía as qualidades do Príncipe das Trevas... Ela perde o embate, seus poderes não foram suficientes para conseguir me destruir, ela não poderia me matar, afinal, não tenho alma e sou imortal, mas com sua poderosa foice, ela conseguiria banir minha existência e mesmo assim, perdeu, nossa luta durou pouco mais de uma semana e ela levou muitos seres com ela no final, eu não consegui matar-lo, mas o derrotei. 2015, ano no qual estamos agora, poucos meses atrás derrotei um Deus antigo do Japão, foi mais fácil do que eu pensei. —As palavras arrogantes de Vlad perfuravam Beelzebulb, contrariando cada uma das suas palavras ditas anteriormente.— Como tu podes perceber demônio, tenho um histórico enorme de feitos e esses não são nem a metade, nem vinte por cento de tudo que já fiz. —Disse o vampiro.— Caso tu procures por tais historias, elas são relatadas em livros e me chamam de “Morte Escarlate” e “Lua de Sangue”. Ooooh... —Murmurou o vampiro.— Caso tu não saibas ler, existe diversas historias adaptadas para filmes, basta tu procurar, Beelzebulb. —O homem utilizou de sarcasmo para pronuncia o nome do ser a sua frente, que no momento, não conseguia dizer nada.—

 

-Apesar de tudo isso, você continua se apegando muito ao seu nome “Belmont” Vlad. —Disse Itou, de maneira calma e sem nenhum propósito de dizer que os atos do homem não valiam nada, pois até mesmo Itou se surpreendeu em saber que o causador de tanto caos foi o vampiro a sua frente.—

 

O vampiro deu de ombro e logo olhou para Heart-Under-Blade, que estaria observando o lago em pé, ela possivelmente levantou enquanto os três se distraiam na conversa, mas ela estar afastada não significava que ela não havia prestado atenção na conversa, a loira havia escutado tudo, ela concordava com Itou e Beelzebulb que Morthey se apegava muito ao seu titulo e até concordou em partes quando Beelzebulb disse tais palavras para o ruivo, mas logo ficou impressionada com as citações de seus feitos, a mulher tinha idade suficiente para conhecer cada um daqueles desastres, era algo realmente impressionante para a tal, já que ela sabia da veracidade das palavras do ruivo, mas ela discordava de Itou e concordava com Morthey quando o assunto era os humanos, para ela, eles não passavam de sacos de sangue ambulante, seres patéticos e fracos, a vampira olhou brevemente para Beelzebulb, que mantinha uma feição “incrédula” em seu rosto, mas sentiu um ar de ódio vindo do demônio, as palavras de Morthey poderiam fazer com que o demônio voltasse a sua natureza, ou ele já estava no nível que o ruivo disse, um ser débil.

 

-Ká ká ká, vejo que todos aqui possuem diferentes pontos de vista, ká ká. —Afirmou a loira, deixando sua risada escapar por alguns segundos.—

 

-Se você se gaba tanto de seus títulos e diz ter atos tão incríveis, então me mostre sua força. —O demônio disse tais palavras com seriedade, seus olhos fitavam apenas o rosto do vampiro, a espera de uma resposta.— Se você se recusar, ira demons... —O demônio iria dizer mais algumas palavras, porém foi impedido por um movimento extremamente rápido.— “Quando ele?...” —Pensou Beelzebulb.—

 

No momento em que o demônio foi continuar sua frase, foi impedido por um movimento rápido de Morthey, o vampiro rapidamente moveu seu corpo para frente do demônio e o ergue com sua canhota, segurando-o violentamente pelo pescoço e logo o arremessando 6 metros para trás, o demônio foi cair perto do lago, sentiu que havia um corte em seu estomago e quando foi averiguar, notou que era um corte profundo, ele sentiu parte de sua força se esvair de seu ser e ficou tomado pela raiva naquele momento, mas por um motivo estranho não conseguia se levantar, o vampiro que o atingiu, estava parado em seu lugar, como se nunca tivesse saído dali. Os olhos do pecado da Gula demonstravam o ódio que sentia naquele momento, toda fúria em seu corpo, todo o desejo de matar Morthey, mas logo, esse desejo se esvaiu, quando escutou as palavras do vampiro ruivo a poucos metros.

 

-Tu nem ao menos teve reflexos para impedir este pequeno arremesso, tu se quer conseguiste notar a presença de minha espada perfurando teu estomago e drenando tua energia, tu nem ao menos teve a capacidade e a destreza para parar e revidar, então, Beelzebulb, tu ainda estás pensando que pode contra mim? —Disse o vampiro, arrogante e cheio de si.— Tu se enfraqueceu com o passar dos anos, como eu lhe disse Beelzebulb, tu estás débil, tudo devido a tua convivência com a humana. —Finalizou o vampiro, novamente fuzilando o demônio com suas palavras, porém agora, teria feito um ato para provar.—

 

O demônio logo se levantou, porém estava lento e um pouco fraco por instantes, sua energia voltava aos poucos e seu estomago cicatrizou a ferida, seu olhar de raiva para o vampiro logo desapareceu, quando o mesmo “bufou” com as narinas e “acalmou seu demônio interior”, logo após o demônio se acalmar, Heart-Under-Blade se aproximou um pouco mais dos seres, que agora, só permanecia Itou e Morthey lado a lado, Beelzebulb preferiu não sair do local onde estava e logo notou a loira próxima aos dois.

 

-Ká, ká. —Riu a vampira, um pouco depois de Beelzebulb levantar.—

 

-Você não deveria me chamar de garoto, Heart-Under-Blade. —Disse o grisalho, após a risada da vampira.— Eu sou mais velho que você, com toda certeza, sou um ser com muita vivencia “neste” universo. —Disse Itou, dando um tom irônico a sua ultima frase.—

 

Algo estava começando a acontecer e o clima no local começou a ficar tenso. A mulher ficou eufórica e tensa, e ao mesmo tempo, começou a levantar sua guarda. O pressentimento de Kiss-Shot era ruim e sua intuição era certeira. Algo muitíssimo ruim estava começando a acontecer e quando Itou terminou de falar, dizendo que era mais velho do que ela, aquilo apareceu. Aquilo estava lá e ao mesmo tempo não estava. Kiss-Shot olhou para todos os lados em pânico, tentando enxergar o que lhe causava aquele mal estar, mas não conseguiu ver nada. Imediatamente a mulher sacou o que era e não adiantava tentar escapar da verdade. A treva estava lá, muito mais perto deles do que imaginavam.
Todos ali presentes começaram a sentir uma sensação horrível, era diferente de medo ou de quaisquer outras sensações que existiam no mundo. Era algo metafórico e ao mesmo tempo era algo real. Não dava para se saber ao certo, era como a mulher havia dito uma existência inexistente.

A treva oscilava entre real e irreal, a treva era uma inexistência que estava ali, e podia apenas ser sentida. Até mesmo Morthey, que se gabava tanto sobre tudo, nunca havia sentido aquilo e nunca havia visto algo semelhante em todos seus anos de vida. O homem se sentiu muito desconfortável com aquela sensação, mas tentou ao máximo se manter estável, pra não deixar que os outros percebessem sobre seu estado. Aquilo era a verdadeira treva, algo inexplicavelmente inexplicável, algo que nem mesmo a arrogância infinita do ruivo conseguia aceitar e acreditar, algo com um poder descomunal e que causava sensações estranhas e horríveis nos seres ali presentes. 

- 君は暗闇. —Murmurou a mulher, com um japonês fluente e perfeito um idioma desconhecido por eles, ou talvez não.—
 

Morthey havia compreendido o que a mulher havia dito, o homem possuía o conhecimento em varias línguas, assim como os outros seres ali, afinal, eles eram seres que poderiam ser considerados "viajados" e possivelmente conheciam a língua local. Dentre os seres naquele local, Itou era o único que não havia escutado a história da mulher, então talvez ficasse confuso em relação á aquele fenômeno, a não ser que já conhecesse a treva verdadeira, por suas próprias experiências.
 

- S-s-servo, é ela... Beelzebulb... —Murmurou ela muito confusa, se colocando em posição de alerta e de batalha.— A treva... —Completou a mulher, em um sussurro.

 

O que a treva queria?

De quem estava atrás?

Era uma incógnita.

 

Morthey não ligou muito pela mulher ter chamado-o de servo, seus olhos apenas seguiam o rastro de energia que a treva deixava, apesar de ser uma existência inexistente, a treva ainda deixava uma energia pairar pelo ar, uma energia descontrolada e completamente distorcida, algo que o vampiro nunca tinha visto, se ele não estivesse ciente do que ela queria, certamente teria ficado em alerta e se posicionado para uma batalha, porém o homem sabia muito bem, apesar de seu estado atual, o homem se controlou e manteve uma calma e frieza enorme diante da situação, assim como o grisalho, que apesar de não ter escutado a história de Heart-Under-Blade, entendia que se preparar para uma batalha não era uma das melhores opções naquele momento.

O grisalho então sacou a arma de seu sobretudo e efetuou um rápido disparo para o alto, o barulho possivelmente chamaria a atenção de todos os seres que estavam presentes naquele local, já que possuíam uma audição apurada e o barulho do disparo era mais alto que o comum, logo o grisalho conseguiu a atenção de todos, o ruivo não se incomodou com o barulho que a arma fez, assim como Heart-Under-Blade, porém o demônio não estava preparado psicologicamente para aquele disparo, que fez com que o demônio ficasse um pouco atordoado, mas principalmente, incomodado com o som da arma.

 

-Dá próxima vez que der um tiro, vê se avisa antes porra! —Reclamou o demônio.— Parece que uma mansão caiu em cima do meu cérebro. —Disse Beelzebulb, que posicionou a destra sobre a cabeça como se estivesse incomodado.— Bom, essa é a tal “treva verdadeira” que você falava sanguessuga? —Questionou o tal.—

 

-Se a treva está aqui, certamente está atrás de Beelzebulb. —Disse o ruivo, de maneira seca e fria.— Dentre todos aqui, este demônio é o único que não segue com os padrões de sua raça, tu deves ter atiçado a treva, como se atiça um urso faminto e ainda por cima, tu possivelmente bateu com um peixe bagre gigante na cara do urso, apenas para ver-lo ainda mais feroz. —Suas palavras sarcásticas foram diretamente para Beelzebulb, que logo fechou os punhos, entendendo o que o vampiro queria dizer.— Tu és o alvo dela Beelzebulb, ela ira te engolir e acabar com tua existência, demônio insolente. —Completou o tal.—

 

Se a historia de Kiss-Shot relatou como a treva agia, ela realmente iria estar atrás de Beelzebulb, pois aquele demônio havia contrariado toda sua natureza e tentou mudar sua própria essência, tentando ser aquilo que jamais seria, tentado ter sentimentos que jamais conseguiria, tentando se tornar um humano, com a essência de um demônio. Se os fatos atuais realmente estivessem certos, Beelzebulb seria o alvo da Treva, mas, se o poderio dela foi suficiente para destruir uma vila inteira e ela ainda poderia se expandir, então, aquilo significava que a treva poderia engolir os seres que estavam ali.

Aquele momento era quase um drama, não se sabia ao certo se a treva iria levar apenas Beelzebulb, ou se ela acabaria por engolir todos naquele local, essa era uma duvida que perdurava na cabeça do vampiro, que ainda se mantinha frio e calmo, buscando analisar a situação com cautela, mas caso fosse necessário, não hesitaria em arremessar o demônio para a treva engolir-lo, nem que fosse apenas o corpo morto do tal.

 

-Existe uma maneira de deixar essa tal “treva” tangível para que eu possa acertar-la? —Perguntou o grisalho, enquanto mirava sua arma para frente.— Pois se houver, diga, não podemos perder tempo. —Completou o mercenário, de maneira direta.—

 

-Eu não sei como deixar-la atingível, e nem sei se é possível. —Respondeu a mulher.— Tal coisa é muito complexa de se entender e provavelmente é como Morthey disse. Se ela apareceu aqui, provavelmente está atrás de Beelzebulb. Não devemos nos preocupar conosco, se deixarmos ela o levar. —Afirmou a vampira.— No entanto, é perigoso ficarmos próximos a ele, se este for o caso. Se a treva começar a se expandir igual a ultima vez, será difícil de conseguirmos fugir. —Afirmou a vampira.— Exato, creio que fugir seja a única alternativa viável. —A mulher então abriu suas asas, mas não fez nenhum outro movimento.—

 

A presença da Treva começou a aparecer e desaparecer em diversos locais diferentes, Em um segundo, ela aparecia em cima, no outro, do lado, e assim por diante. Era como se ela estivesse em constante movimento os cercando.

 

-Tsk. Este é um truque novo? Ela está se teleportando? —Questionou-se a mulher, interna e externamente nervosa com a presença da Treva.— Beelzebulb! A culpa é tua! —Exclamou a mulher.— Ao menos tente ir para um outro lugar, se ela lhe seguir, saberemos então que o alvo és tu. —Disse a mulher.—

 

Enquanto a mulher dialogava com Beelzebulb, Itou e Morthey conversavam com calma sobre a “Treva”, os dois estariam tramando um jeito de atacar-la, ou ao menos sair do local caso fosse o caso, isso e outras coisas diversas.

 

-Tu não conheces esta Treva, certo, Itou? —Questionou o vampiro.—

 

-Não, mesmo com tantas viagens por diversos locais, nunca havia presenciado algo com essa intensidade. —Respondeu o grisalho.—

 

-Certamente ela está atrás de Beelzebulb, mas deveríamos nos precaver, caso esta Treva decida tentar engolir tudo ao redor. —Sugeriu o ruivo.—

 

-Certamente isso seria o ideal, mas a treva não me parece tão simples assim, se for como a vampira disse e ela começar a se expandir, teremos graves problemas. —Afirmou o homem.— Bem, acho que deveríamos apenas observar e ver o que acontece, já que não podemos atacar-la, ao menos, é o que parece. —Disse o grisalho, observando algumas movimentações da Treva.—

 

-Certamente, tal ato aparenta ser o mais sensato nesta situação, eu também não estou assustado com a presença de tal treva, se ela engolir Beelzebulb, eu vou adorar estar para assistir o show. —Disse o vampiro.—

 

-Caso isso saia do controle, temos meios para escapar. —Disse o grisalho, colocando sua arma no coldre dentro do sobretudo e colocando ambas as mãos, nos bolsos que sua vestimenta possuía.—

 

O vampiro apenas deu um leve sorriso e logo voltou a sua expressão fria, realmente, ambos os homens conseguiriam sair daquele local rapidamente, devido a meios que ambos possuíam, já Beelzebulb e Kiss-Shot não possuíam tais meios, então talvez fossem sugados pela Treva, mas aquilo era o de menos naquele momento. O demônio estava com todos os seus sentidos aguçados naquele momento, ele teria escutado as palavras de Heart-Under-Blade e também de Morthey, certamente, aquele vampiro tinha algo contra o demônio, mas já era de se esperar de alguém que venho de uma linhagem de caçadores, logo Beelzebulb olhou para a vampira loira, que estava acompanhando os movimentos da Treva, o demônio então fez com que asas, semelhante as asas de uma borboleta surgissem em suas costas, as asas de Beelzebulb eram enormes e certamente iriam sustentar o demônio naquele momento, então o pecado da Gula disse algo para todos escutarem.

 

-É melhor que estejam certos, não quero sair voando, gastando meu tempo e minha velocidade a toa. —Reclamou o tal, em um tom de voz que permitiu que todos ali escutassem suas palavras.—

 

Com um bater de asas poderoso que fez com que uma rajada de vento se formasse no local, fazendo as águas balançarem e uma nuvem de poeira subir, o demônio começou a voar rapidamente pelos céus, voando em direção ao norte. Heart-Under-Blade sentiu-se um pouco mais aliviada, mas logo se lembrou que a tentativa do demônio fugir seria inútil, ele não conseguiria escapar da Treva, a única maneira de escapar, era se o tal fizesse seu trabalho como demônio, ele tinha que voltar a sua natureza, nem que por um ato.

 

“A treva está se alterando de novo... Parece que ela vai tentar outro truque. Eu consigo sentir.” —Pensou a mulher.—

 

Heart-Under-Blade conseguia acompanhar o movimento da Treva melhor que todos os demais no local. Talvez por ela já ter-la encontrado no passado, ou talvez, por ela possuir medo da Treva e isso aguçava ainda mais seus sentidos.

 

-O que há Kiss-Shot? Tu estás com medo da Treva? —O ruivo questionava a mulher.— Não precisas te preocupar, a Treva certamente está atrás de Beelzebulb. Além disso, uma vampira de teu nível ter medo de tal coisa, sendo que ela não a persegue,  é algo quase inacreditável. —Completo o vampiro.—

 

As palavras que Morthey dissera mexeram com a mulher, pois ela percebeu que realmente temia à treva. Uma vampira de sangue de ferro, de sangue quente e de sangue frio possuir medo de algo, era... Ridículo. O orgulho de Kiss-Shot como vampira lendária foi feito em pedaços, no exato momento em que Morthey lhe abriu os olhos.

 

“Desde quando... Eu possuo esse tipo de sentimento...?” —Pensou ela, enquanto continuava à sentir a treva.—

 

Kiss-Shot já sentia que a treva faria um novo movimento e que provavelmente, o alvo seria Beelzebulb.
A mulher esticou sua perna esquerda para trás, e posicionou a direita à frente de seu corpo, com os joelhos dobrados. Ela endureceu seus pés com sua habilidade de endurecer parcialmente o corpo, e endureceu também seus joelhos e sua espinha.
Em 5 segundos, ela forçou todos os seus músculos à reagirem ao que iria fazer, e pondo uma quantidade de força imensa sobre seus pés endurecidos, a mulher saltou para frente. Como se fosse um atleta dando sua arrancada na corrida, Kiss-Shot pulou e arrancou para a frente, subindo e avançando. Ao saltar, a onda de choque devastou todo o lugar à baixo, destruindo cerca de 300m². Itou e Morthey foram pegos na onda de choque, porém esta não foi a intenção da mulher. Sem contar que ela sabia que os dois sobreviveriam.

Naquele exato momento, Itou utilizou de sua poderosa arma e deu um salto, o salto fez com que Itou subisse 15 metros sem esforço, logo o grisalho atirou para baixo, a pressão da arma era tão forte e poderosa, que fez com que o grisalho subisse por mais 20 metros, ficando fora da zona de impacto, pois a onda foi principalmente para todos os lados, mas não para cima, já o vampiro manteve-se no mesmo lugar, quando a onda destruiu o local, fazendo a água no lago voar para todo lado e a vegetação ser quase completamente destruída, o ruivo apenas utilizou de sua habilidade de levitação para permanecer no mesmo local e utilizou de suas asas resistentes para se proteger, envolvendo completamente sua frente, como se fosse uma espécie de escudo, aquilo fez com que toda onda de impacto não o atingisse e se quer, fez um arranhão em sua asa.

A força utilizada por Heart-Under-Blade foi tanta, que mesmo com seus pés endurecidos, eles se arranharam e os seus ossos do joelho, se romperam. 
Kiss-Shot atingiu uma velocidade de 3100km/h e alcançou Beelzebulb em segundos. Ao alcançá-lo, a mulher forçou uma parada no meio do ar abrindo suas asas, e girando seu corpo com muitíssima força em 180 graus. Nesta ação, todos os seus ossos foram quebrados e reduzidos à migalhas. Mas ela conseguiu o que queria e entrou na frente de Beelzebulb, o impedindo de avançar, no meio do ar. O demônio estava confuso com a ação de Heart-Under-Blade, não sabia o que ela planejava fazer, mas decidiu por não agir ou tomar providencias.
 

Como a mulher havia previsto, a treva fez sua ação. A mesma se teletransportou até o local onde eles estavam e se Beelzebulb tivesse continuado o seu trajeto, teria sido imediatamente engolido, porém, o pior ainda estava por vir. A treva começou à se expandir rapidamente, fazendo as nuvens desaparecerem uma à uma. A situação era horrível, se a treva continuasse a se expandir daquela maneira, os dois seriam engolidos dentro de 6 segundos. Mas, Kiss-Shot pensou rápido. Seus 500 anos de experiência em combates a faria agir cautelosamente e rapidamente, sempre cumprindo os seus objetivos e derrotando seus adversários.
A mulher focou toda sua regeneração para curar os ossos de ambos os braços, e conseguiu. Rapidamente, ela arrancou um de seus dedos e enfiou dentro da boca de Beelzebulb.
 

-Mosquinha inútil. —Disse ela.—
 

Kiss-Shot golpeou Beelzebulb com sua mão que havia todos os dedos, bem na cara. A força do soco fez o demônio mastigar e engolir o dedo da mulher que estava em sua boca, e ao mesmo tempo, o arremessou com força pra trás, o afastando da mulher e da treva.
Para parar a treva, bastava fazer Beelzebulb cumprir seu trabalho como demônio. Beelzebulb era o pecado da gula e Kiss-Shot deduziu que a treva sumiria caso ele comesse uma comida de verdade. Bem, ela estava certa, quando Beelzebulb engoliu o dedo da vampira, a treva desapareceu, mas... Naquela altura... Kiss-Shot já havia sido totalmente engolida.
A treva desapareceu, após engolir Kiss-Shot. Beelzebulb teve a visão da vampira brilhando num dourado e em seguida, sendo engolida pela treva sem deixar nenhum rastro, o demônio achou aquilo completamente estranho. Principalmente a mulher ter salvado ele da treva, isso era o que ele mais queria entender naquele momento, logo o demônio sentiu que a Treva teria realmente desaparecido, ela já não o seguia mais, Beelzebulb então começou a voar em direção da cidade, indo de encontro para o prédio que sua namorada ficava, ele realmente a amava, mas esse amor acabou fazendo com que ele fosse perseguido por algo totalmente inexplicável, que acabou por engolir uma pessoa que ele odiava, mas que por algum motivo, o salvou, porém, mesmo com esses acontecimentos, o demônio não iria deixar de ficar com a garota, mesmo sabendo do risco que estava correndo.

 

Enquanto o demônio ia para sua humana, o vampiro e o mercenário estavam em um local que não foi atingido pela destruição de Kiss-Shot, isso é, eles estavam no meio daquele local, afastados do lago e ocasionalmente, da destruição, ambos acharam estranho a energia de Kiss-Shot ter sumido repentinamente, porém pensaram que ela havia dado um jeito de escapar da Treva e de salvar Beelzebulb, o que não fazia sentido algum para ambos os seres.

 

-Espero que tu tenhas gostado do show, Itou. —Disse o vampiro, abrindo novamente suas asas, que foram usadas para proteger-lo.—

 

-Espere Vlad. —Disse o homem, antes de o vampiro começar a voar.— Eu tenho uma pergunta para você. —O tom do homem deu um sentido sério, ao que parecia ser apenas uma simples pergunta.—

 

-Então, pergunte homem, tu não deves se segurar, eu irei responder com sinceridade. —Disse o vampiro.—

 

-Como você sabia dos Highlander e como sabia que eu era um? —Os olhos rubros do homem mostravam seriedade, assim como seu tom.—

 

-Tua essência é algo notável Highlander, eu conseguiria destacar quem és um Highlander a quilômetros de distancia, mas, para ser mais exato, tu já fizeste alguns serviços para meu pai, tua energia, eu nunca me esqueci de tua energia homem. —Disse o vampiro.— Ela é uma energia que me desperta interesse, espero poder descobrir mais dela outrora. Até logo, Itou. —Disse o homem de maneira fria e logo começou a voar em direção de seu imenso castelo.—

 

Itou ficou pensando e tentando relembrar o serviço que teria feito para o pai do vampiro, mas ele não estava recordando naquele momento, uma confusão havia entrado em sua mente e ele estava curioso quanto a tal Treva, ele queria saber mais, ele queria descobrir o que realmente era aquele ser, queria ver suas capacidades, já que mesmo viajando em diversos locais diferentes, Itou jamais havia presenciado algo que causasse uma sensação tão ruim, porém, era algo que o grisalho deveria fazer outra hora, já que deveria sair do local.

O mercenário então ascendeu um novo cigarro e começou a tragar-lo devagar, enquanto a lua iluminava seu cabelo e o deixava completamente branco, logo o homem começou a caminhar para saída do parque, com passos calmos, um ritmo sem pressa para chegar aonde quer que fosse.

 

Continua...


Notas Finais




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