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História O Dragão Branco - Com o Mundo nas Costas


Escrita por: Memesfar

Notas do Autor


Bem, um capítulo corrido, mas corrido de proposito. Imagine seu irmão morrer meio que por culpa sua? Corrido também por que foi feito em semana de provas. Agr que estou de ferias vou fazer uns capítulos maiores, apontando para um a cada semana, mas não prometo nada, as vezes vou viajar e as vezes não vem inspiração, mas os capítulos certamente vão ser maiores. Aproveitem esse daqui como um setup para muitas coisas por vir, muuuuuitas mesmo.... ;D

Capítulo 10 - Com o Mundo nas Costas


Agron voava sobre suas cabeças num mar de nuvens brilhantes, como uma flecha na neve. Seu silvo ecoou pelo ar cheio de fumaça e conseguiu a atenção dos homens que limpavam o sangue das espadas ou que apenas descansavam. Foi uma luta rápida e sangrenta, e múltiplas figuras negras flutuavam na água, de barriga para cima ou para baixo; não importava, estavam todos mortos. Jon resfolegava na água, com as mão em volta do pescoço esguio de Balon, que não se movia fazia há algum tempo. Forçou-se a levantar e a arrastar o corpo da Lula para fora da água, que estava pintada com um vermelho escuro. Sentou-se e respirou. O sangue era mais claro aonde Daemon descansava a margem do Rio Febre. O ar era salgado, os lábios estavam salgados, a vida era salgada.

Jon sentiu-se grato que ninguém apareceu para atendê-lo. Se levantou e olhou para o céu, onde um dardo branco rodeava o perímetro do acampamento. Assobiou o mais forte que pode. Isso não chamou só a atenção dos soldados. Agron planou e pousou nas águas ao lado de Jon, fazendo os homens de ferro respeitá-lo um pouco mais enquanto observavam o controle que tinha sobre a besta. Eddard apareceu junto de Barristan, Robb e Arthur, que mancava apoiando-se em Bryce.

— Esta bem? — perguntou de imediato Barristan.

Não respondeu, apenas olhou o corpo de Daemon, o último Targaryen de sangue puro do Império Valiriano. O cavalheiro entendeu.

— Balon esta... — apontou Eddard com certo espanto, quando viu o corpo.

— Coisas não foram como deveriam ter ido, eu sei — disse tocando Chuva Rubra na perna. Não teria percebido que estava ensopada de sangue se tivesse tentado — capturaram os filhos pelo menos?

— Sim — respondeu Bryce, obediente como sempre.

Viu Arthur.

— O que aconteceu?

— O jovem Theon mostrou-se traiçoeiro. Me pegou por trás — falou Arthur, apontando para a mancha vermelha em sua armadura nevada, onde uma brecha abria-se atrás do joelho.

Jon olhou novamente ao corpo da Lula, rígido e solene, como foi na vida.

— Prepare uma fogueira grande com o brasão de minha casa, vermelho, não branco. Vamos transportar Balon até o mar.

Se afastou dos cavalheiros brancos, mas Robb o seguiu. Estava suado e o manto azul escuro estava manchado de sangue, fazendo uma parte parecer negra brilhante. Andaram juntos por algum tempo, em silêncio, exceto pelas suaves vozes em volta, ou pelo crepitar de fogueiras. A noite se aproximava.

— Não devia ter matado ele — finalmente soou Robb, com certa hesitação.

Sabia o que tinha feito, e certamente sabia que foi um erro. Tudo quilo foi um erro. Mas me chamariam de fraco, Jon, o “Fraco”, deixou o assassino do irmão viver. Era o que Stannis insistia em dizer, quando assistia Jon treinando. “Não deixe que pensem que é um fraco”.

— Ele não devia ter matado Daemon — o sangue de valíria perdido, o legado da família perdido. Sua voz amoleceu — e... Não pretendia...

— Faria o mesmo se tivesse sido Bran — admitiu o amigo.

Chegaram aonde um amontoado de senhores conversavam entre as tendas. Gorold Goodbrother o viu. O homem que momentos atrás usava correntes agora usava um gibão vermelho. Ela era o único dos prisioneiros que havia colaborado.

— Ouvi que meu senhor morreu...

Havia prometido que Balon ficaria sã e salvo. Promessas são palavras, e palavras são vento. Mais como palavras são lâminas, a sensação cortava fundo como aço valiriano.

— Afogado, se isso ajuda.

Os ombros do velho caíram e ele fitou o chão. Olhou para Jon num estalo e agarrou o cabo vermelho da espada longa. Vermelho demais, pensou.

— Você prometeu... — não completou a frase. A raiva cobria a face de Gorold.

— Sei o que prometi e o que quebrei — disse Jon, admitindo o erro, como um rei faria — e sei que irei pagar de volta, de um jeito ou de outro.

Deixou Goodbrother e os filhos com as palavras solenes e subiu o morrinho, dirigindo-se a meistre Corliss. Viu que os homens de ferro olhavam-no, não sabia dizer se o odiavam ou se o amavam. Pareciam estranhos, rígidos e feios, com cabelos finos ou com carecas reluzentes. Impressionou-se quando viu algumas mulheres no campo, sujas, peitos com mais músculos do que seios.

Subitamente lembrou-se de Euron Greyjoy, o bastardo traiçoeiro que causou tudo aquilo. O plano era totalmente diferente do que o maldito havia feito; era para Euron esgueirar-se até o acampamento e dar o sinal ao soldados, estes prenderiam ou matariam os leais a Balon. Os lordes que estavam ao lado de Greyjoy durante a “reunião” eram todos traidores. O Olho de Corvo apareceu como um leão dourado num campo de neve. Todos sabiam que Balon o odiava, e quando ele apareceu a Lula aceitou que perdeu, mas teve que puxar um Dragão para o inferno, Jon assumiu.

Quando achou Corliss ele sorriu ao olhar alguma coisa atrás deles, então perceberam que Agron seguia-os, grande, branco e novinho em folha, com um tecido no olho esquerdo. Aerea sentava junto de Maerys, num pequeno amontoado de mesas com papeis, ferramentas e livros que o Meistre havia montado a sombra das árvores que acabavam ali; não que importasse, o horizonte estava laranja, escarlate e brilhante, ostentando uma linha azul do mar distante.

— Aonde esta Daemon? — foi a voz de Aerea que quebrou o coração de Jon.

Agachou-se para abraçá-la. Estava quente como Agron estaria. Olhou em seus olhos púrpura que combinavam estranhamento com os cabelos castanhos.

— Daemon... Não sobreviveu — foi direto, como uma flecha acertava um alvo.

Pensou que a veria chorar, mas ela conseguiu se segurar, como uma princesa faria.

— Você disse que ele voltaria.

— Vou... Matar todos que causaram isso — fez questão de não prometer.

— Isso vai fazer ele voltar? — perguntou Aerea, quebrando Jon em mil pedaços.

Não respondeu, só fitou-a por alguns momentos. Quando soltou seus ombros ela deitou na grama, quase negra por causa da luz que desvanecia, dando lugar a escuridão. Sentou-se ao seu lado, ponderando. Mais um irmão morto, a única diferença era que desta vez tinha conseguido a vingança. A vazia, sem-sentido, estúpida vingança. Do que servia? Nunca mais iria ver os cabelos prateados de Daemon, e nunca iria beber de seu silêncio, que agora seria para sempre. Tudo que lhe restava eram os dois irmãos, o dragão, um punhado de amigos e o estúpido Trono de Ferro, uma cadeira estúpida que fazia homens estúpidos assassinar os irmãos. Estúpido, estúpido, estúpido. Pensou em amigos. Arthur, Barristan, Eddard, Robb, Stannis e... Edward Botas de Pato. De vez em quando sumia, assim, do nada, preferindo a companhia de veteranos bêbados a de reis.

Foi interrompido por Robb.

— Tem comparecer a reunião — a Lobo falou, e isso fez Jon se lembrar de Fantasma, que devia estar com Corliss.

— A reunião? — estava quase dormindo — não é simples? Queimamos Daemon e depois vamos matar uns leões.

O amigo pareceu confuso.

— Você disse que devíamos fazer uma reunião e... Temos que resolver a morte de Balon.

Inclinou-se para frente.

— Robb, acham que precisam de um imbecil de um rei-criança para decidir o que fazer com um morto? — estava quente, queimando como fogo – de a eles uma indenização, queimem suas casas, estuprem sua mulheres, estou pouco me lixando — agarrou os braços frios de Robb — a coroa esta caindo, eu sinto, e tem tantas coisas em minha cabeça, vai cair como um pedra, vai quebrar minha garganta.

Viu a careta que ele tinha e o soltou.

— Esta quente Jon — Robb soou, tocando os braços — quer que chame Corliss?

— Não, vá a reunião, decida por mim e volte com Eddard, já esta mais que na hora de acabar com isso.

E assim Robb se afastou, solene e por uma vez quente, quente como um Targaryen. Sentiu-se um pouco mais frio quando sentiu o toque de Fantasma, pequeno e branco, na sua mão enluvada que descansava na grama. Apareceu ali como um fantasma.

 

 

Um milhão de olhos brilhantes os espiavam no céu. Em sua volta eles estavam de verde, amarelo, branco, preto e de mais um punhado de cores, todas vestindo o negro das sombras. Não conseguia ver suas caras, mais sabia que estavam solenes. Uma cama de galhos estava em pé a sua frente, encoberta pelo dragão vermelho. Via-se um ponto dourado-prateado e uma silhueta de um corpo infantil. Jon segurava a tocha, podia deixá-los esperando o dia inteiro se quisesse, mas em um movimento vagaroso o fogo tocava madeira. As chamas eram mais febris que ele, e se espalharam rapidamente, queimando galhos, tecidos e carne. O calor era intenso e fez com que todos dessem um passo para trás.

Uma mão delicada o tocou o ombro de Jon. Se virou para encontrar os olhos vermelhos de uma mulher. Vestia-se toda de vermelho, até o cabelo, a face tinha a forma de coração e o colar que usava em volta do pescoço parecia refletir uma luz escarlate, fazendo o mundo virar carmim.

— Permite-me cantar ao Senhor da Luz? — disse numa voz que encheu o ar de calor — está frio para uma dragão — ela percebeu.

Havia escutado sobre o tal de Senhor da Luz, R’hllor, uma religião vinda do outro lado do mar estreito. Ficou surpreso quando o toque lhe trouxe calor; não era sempre que sentia calor.

— Tanto faz — disse virando a cara para o fogo que queimava Daemon — nenhum deus vai trazê-los de volta.

O crepitar das chamas envolveu o ar, tal como o sussurro da mulher rezando ao seu lado.

— Vi você nas chamas — Ela disse por fim, quase mais baixo que a brasa — ganhava uma guerra que só o escolhido poderia vencer.

Não queria vencer guerra nenhuma, só queria a Estúpida vingança pelo pai.

— Venço quantas guerras for preciso, no final vou me sentar nos ossos dos traidores.

ah — ela respirou — a Guerra dos Tronos, não é dessa que falo — deu um passo a parou a frente de Jon — o fogo criou esse Trono, as espadas, as armaduras e o sol queima em fogo. Quando o gelo chega só o fogo pode pará-lo. Falo da Guerra para o Amanhecer.

A Guerra para o Amanhecer. Jon não pensou que iria sorrir em um longo tempo.

— Esta dizendo que os Outros então vindo para destruir o mundo?

— Tome cuidado Jon Snow, o Filho de Gelo e Fogo, porque a noite é escura e cheia de terrores — ela disse e desapareceu no aglomerado de pessoas.

Não entendeu. Não nasceu no Norte e era muito menos bastardo. Teria chamado a mulher de louca, mas o corpo esfriou e Jon estremeceu. Viu um vermelho na multidão mas estava muito ocupado desmaiando.

 

 

Acordou numa cabine de madeira. Achou estranho um pavilhão de carvalho, mas o balanço e o grito as aves marinhas denunciaram sua localização. Corliss trabalhava numa escrivaninha, escrevendo em folhas e cartas, mas não viu o despertar de Jon. Fantasma dormia em seu peito, porém despertou junto de seu dono, fitando-o com olhos rubros. Um silêncio ensurdecedor. O vermelho vez ele lembrar da mulher que o visitou aquela noite, onde Daemon fora queimado apressadamente. Mexeu-se em um esforço para chamar a atenção do Meistre. Corliss virou-se rapidamente.

— Está acordado! — disse pondo a mão na testa de Jon — pensamos que iria morrer, mas quando o lobinho te tocou melhorou. Tinha certeza que aquela bruxa havia te envenenado, bom que pegamos ela.

Não, pensou, foi magia, não veneno.

— Deixe-me levantar.

— Infelizmente não está em condições, vossa graça — Corliss repreendeu.

Me deixe levantar — disse, autoritário e alto.

Dessa vez o loiro cedeu. Pegou Fantasma com a mão e sentou-se na cama.

— Aonde estamos?

— No Veado Dourado.

No mar, novamente. Agora sentia o sal no nariz e nos lábios, fazendo-o lembrar de quando afogou o sete vezes maldito Balon. Perguntou-se quantos dias esteve inconsciente, entretanto o sonho que teve voltou a visão. Fitava a neve, branca e infinita. Ouviu o marchar de milhares, mas não ouviu vozes ou risos, não precisavam de tochas na nevasca e os olhos fitavam mortos a cabeça do próximo. Cavalheiros trotavam a frente, frigidos e azuis como gelo. O cintilar cegou Jon, refletindo da luz miserável de um sol branco e glacial. Ouviu o quebrar o gelo e os olhos cadavéricos o observaram, procurando uma fraqueza. Agradeceu quando Corliss o acordou.

— Se vai levantar é melhor ler isto — o Meistre disse entregando uma carta a Jon, com a selo negro, mas quebrado.

Para todos Lordes e Senhores de Westeros.

A Patrulha da Noite implora para que prestem atenção em nossas advertências. O inverno esta chegando, mas este será o mais frio e rigoroso em centenas de anos. Um único homem voltou do Norte da Muralha, um único homem de uma companhia de irmão com noticias que nunca pensei que reportaria. Os Caminhantes Brancos ressuscitaram e eles atravessam as terras pra-lá-da-muralha, transformando os nossos caídos em bestas frias. Um exército de mortos marcha as centenas, talvez milhares, que só podem ser derrotados por fogo. Preparem suas defesas meus senhores. Eles estão vindo.

Aemon, Meistre da Patrulha da Noite, Castelo Negro.

... Jon não podia acreditar. A mulher estava certa, os mortos andavam pelas terras frias pra-la-da-muralha, e, segundo ela, Jon, o jovem dragão deveria ganhar a Guerra para o Amanhecer. Suspirou. Se achava que uma coroa era pesada agora tinha o mundo nas costas.

— Chame a minha suposta assassina.

Corliss o olhou.

— Theon demanda falar com você.

Estúpido era uma palavra que servia para tantas coisas. O orgulho do Estúpido do Theon era uma delas.


Notas Finais


Bem, bem, bem, parece que nosso querido Jon esta numa fria (ha, entenderam? Numa fria! Por causa dos... Caminhantes... ah deixa pra lá) Não se esqueçam dos supostos inimigos que estão bem pertinhos dele, tipo um tal de um Bastardo maldito esfolador de pessoas, ou de uma Lulinha caolha manipuladora que talvez ou talvez não possua um berrante manipulador de coisas.... Eh, não vou dar Spoilers, mas se vc já leu o livro...

Resumindo, estou me divertindo muito escrevendo isto aqui!


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