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História O Dragão Branco - O Céu que Sangra.


Escrita por: Memesfar

Notas do Autor


Mais um capitulo! Hoje não vai ter informação sobre personagens porque que achei desnecessário. Aproveitem a história!

Capítulo 4 - O Céu que Sangra.


Jon recebera Stannis no ancoradouro. Homens de ouro e negro saiam dos navios, não no porto, mas ao longo da Costa Ândala. Viu a tartaruga dos Estermont, o raio púrpura dos Dondarrion, os grifos dos Connignton, a lua dos Fell, o cisne dos Swann e muitos outros. Stannis se ajoelhou ao ver o menino com Agron no ombro, marido do dever, pensou ao ver o homem. Era duro e alto, com uma maxilar forte e calvície avançada, com ombros largos e fortes. Jon conseguia sentir sua rigidez.

Seus companheiros também se ajoelharam. Beric Dondarrion era menor que seu senhor, com cabelos ruivos e olhos azuis, muito mais macio comparado a Stannis. Um homem que não conhecia cheirava a sal, também era calvo, mas era mais velho que seu senhor. Ronnet Connington tinha cabelos vermelhos e resplandecentes, com um corpo musculoso, mas era o menor de todos.

— Vossa graça — fez soar Stannis.

— Levante-se, senhor — Jon movimentou seus dedos para cima, autoritário. Parecia que o senhor de Ponta Tempestade gostava disso — eu não o esperava.

— Não era para esperar, as arainhas do Aranha estão em todo o lugar

— Não importa — disse Jon — está aqui. O que tem em mente? Não sei o que vou fazer com uma frota tão grande.

— Eu planejo velejar para o norte, a fim de me agrupar com as forças de Eddard e Edmure, e pretendo levar meu rei comigo.

Jon ponderou:

— Sim, vamos ir à noite — O rei virou-se e começou a andar em direção ao castelo — receio que esteja extremamente desatualizado, como as coisas vão em Westeros?

— Feias — disse Stannis sem rodeios — Os dorneses atacaram as forças reais, e agora esperam ao sul. Edmure levou metade de seus vassalos a norte, e Viserys não se atreve a tentar assaltar o Fosso Cailin. Suponho que ouviu dizer que o Duende morreu.

— Certamente

— Pois bem, uma mentira. Cersei o mantém prisioneiro, mas a filha e a esposa estão mortas. Willas Tyrell também é um traidor, chegou ao meus portões sob a bandeira de Viserys, “pedindo” para que fosse até Porto Real, para me ajoelhar para o novo rei. Recusei e o menino tentou me matar... Matei metade de seus homens, e foi ai que decidi vir aqui.

— Você é um homem leal Stannis, mas não ouvi uma palavra dos homens de ferro. Suponho que teriam uma frota bem maior que a sua.

— Ninguém ouviu deles, vossa graça — o homem que cheirava sal interviu — mas com certeza estão esperando para ver quem ganhara a guerra. Balon Greyjoy é um homem traiçoeiro.

Jon virou-se para o homem e disse:

— Não o conheço...

— Davos Seaworth, meu rei

— O Cavalheiro das Cebolas em pessoa! — Jon sorriu — salvou a vida de um bom homem.

 

Fora um almoço exaustivo. Stannis rangeu os dentes quando ouviu um guarda a chamar Jon de “Dragão Branco”, Beric gracejava tanto que chegou a irritar até Arthur e Ronnet comia que nem uma vaca. Para a sua surpresa, Davos foi o que menos o irritou. Voltava para seus aposentos quando encontrou Nema na sua porta. Linda como sempre, pareceu surpresa ao ver o rei.

— Vossa graça — exclamou, pressionando as costas contra a parede — pensei que estivesse no seu quarto.

O “Dragão Branco” deparou com a bacia de água quente que carregava.

— Deixa que eu abro — disse enquanto abria a porta — não me lembro de ter pedido um banho

— Vo- vossa graça — a menina corou — você sempre...

— Ah... Você me conhece mesmo — Jon virou-se para a varanda — deixe a bacia ai.

Ela o deixou e depois saiu da sala, vermelha que nem um tomate. Jon olhou pela sacada, e viu os Coiotes de Hannys a empacotar seus bens; espadas, armaduras, roupas e dinheiro; e sentiu-se aliviado de não ter que aturar lordes rígidos ou mercenários irados. Ser rei era difícil. Lembre-se por que é rei, disse a si mesmo, e cumpra o seu dever para com seu pai.

Levaria a companhia e Hannys Boo’ta consigo, mas o resto dos mercenários ficariam e protegeriam o presente de Gyloro. Deitou-se na cama e adormeceu.

Sonhou com uma ferida no céu, vermelha como fogo e nítida como o Sol. Montava um dragão, mas não Agron, este era enorme e negro, todo negro. Voou pelo Mar Estreito, e quando chegou em Porto Real, o dragão devorou o tio, como um gato devora um filhote de rato. Percebeu que o tio era azul e branco, e consegui sentir o gelo dentro da barriga do grande dragão.

Acordou de repente, o quarto estava escuro como um breu. Levantou-se, e olhou pela sacada, no céu, e deparou-se com uma ferida no céu, como tinha visto no sonho. Ainda estarei sonhando? Indagou-se. Pensou por um momento enquanto observava a resplandecente imagem a sua frente. É um cometa, finalmente se tocou. Deu-se por acender as velas, e a pensar profundamente por que sonhou com o futuro... Mas ouviu o knock, knock a sua porta.

— Entre — falou alto

Arthur entrou, com Alvorada ás costas.

— Está na hora de partir, meu rei.

Jon ignorou o cavalheiro enquanto punha as botas:

— Olhe o céu.

E assim o fez. Olhou para traz, franzindo o cenho.

— O mesmo cometa estava no céu no dia do nascimento de... Aegon — disse, um tanto curioso — Rhaegar pensou que Aegon era o “Príncipe que Foi Prometido”.

— Rhaegar está morto — Jon disse sem rodeios — Aegon está morto. Nenhum deles foi o “Príncipe que Foi Prometido”.

— Então o cometa é seu — Arthur ressoou num tom encorajador

Jon o rejeitou:

— Não Arthur — disse enquanto abria a porta — Se fosse meu seria um cometa branco.

E deixou o grande cavalheiro em seus aposentos. Não iria voltar a ver a Costa Ândala nunca mais, esperava. Desceu as escadas e se dirigiu ao porto, andando sobre por cima das pedras que outrora foram laranjas, mas agora pareciam brilhar vermelho e a pulsar, em unisom com o cometa. Encontrou Stannis e Davos a sua espera. Felizmente não avistou nenhum dos vassalos do lorde trovão.

— Está pronto, vossa graça? — perguntou o Cavalheiro das Cebolas ao avistar o seu rei. Tinha um sotaque divertido, diferente do sotaque de Gyloro.

— Sim, mas receio que meus cavalheiros e irmãos ainda estão a se arrumar — respondeu um pouco alto, já que o porto ainda encontrava-se cheio.

Depois de alguns minutos de espera, Aerea, Maerys e Daemon apareceram, em divinas roupas de preto e vermelho. Jon usava preto e branco, e Arthur decidiu que deveria adotar um novo brasão, vendo que lutar homens do dragão vermelho contra homens do dragão vermelho seria extremamente confuso em batalha. Sabiamente, escolheu o dragão branco sobre fundo preto.

Não depois de muito Barristan apareceu junto de Arthur, os dois a olhar o céu e o cometa vermelho. Edward “Botas de Pato”, vinha atrás. Era de se esperar que fosse um bom nadador, pelo apelido, mas morria de medo da água e de navios, mas Jon gostava dele, e decidiu o deixar por perto. Stannis tinha pressa, então já havia entrado no barco quando Jon cumprimentou Barristan. Subiram a bordo do Veado Dourado, navio que pertencia ao rígido lorde. Era grande, destacando-se dos demais navios, com três mastros e velas capazes de engolfar cem homens, decoradas com o veado dos Baratheon. Jon teria sua cabine privada, que só si mesmo e as aias iriam dormir. Os irmãos dormiriam próximos, na cabine ao lado, e os seus protetores dormiriam no andar de baixo.

Quando o navio começou a se mexer, decidiu que já odiava aquilo.

 

Jon não conseguia dormir; sentia que ia vomitar a qualquer momento; e Agron sentia o mesmo. Na calada da noite, deixou Baleria e Nema em sua cabine e saiu para fora. Usava uma modesta roupa de dormir, toda em um branco leitoso, e por isso sentiu as rajadas de vento em sua pele, frias mas reconfortantes. Agron já não era muito menor do que um cavalo, por isso estava do lado de fora. Jon não o encontrou, mas sabia que estava no breu caçando peixes ou se aventurando nos céus negros. Na verdade, a noite estava iluminada pela lua, e principalmente pelo cometa, que resplandecia mais do que a luar. O menino colocou os dedos na boca e apitou o mais alto que pôde. Pouco depois, ouviu o silvar do dragão vindo em sua direção. Havia ensinado muitos truques a Agron.

Sorriu quando o viu aterrissar, sabendo que ele aprendera muito bem com as sessões todas as noites por meses. Era uma sensação boa ver que o treinamento valeu à pena. Estendeu o braço, mostrando a parte de trás da mão, indo em direção a face de Agron. Ele virou a cabeça de modo que seus olhos brilhassem azul e vermelho, gelo e fogo, e é claro, silvou. Hoje eu consigo, Jon repetiu a si mesmo, como nas noites passadas na Colina Ândala. Segurou o pescoço do dragão e puxou-se para cima, sentou-se em seu torso e apertou as mão em volta de dois chifres regulares que a besta tinha nas costas. Respirou fundo e fechou os olhos. Repetiu o processo diversas vezes.

Sovegon — finalmente se forçou a dizer.

Agron silvou, claramente se sentindo desconfortável com o peso invulgar nas costas, mas bateu as asas do mesmo jeito. Sim! Jon quase gritou. Não se importava com o vento frio enquanto subia acima dos homens adormecidos, não se importava com as escamas do dragão espetando as nádegas enquanto elevava-se sobre os navios que agora pareciam pequenos brinquedos. Estou voando! Sentiu come se pudesse tocar nas estrelas, e, principalmente, no cometa vermelho. Deu uma vontade de voar até o horizonte, fugir de todos e viver no céus, montado em Agron. Voou por horas, mas quando viu a alvorada chegando, percebeu que devia voltar ao navio almirante, sentindo-se triste por lembrar do pai. Nunca devia ter esquecido em primeiro lugar.

Não era difícil errar, o navio era maior do que todos os outros. Quando chegou lá, os irmãos, Barristan, Arthur e Stannis estavam no convés, olhando acima de si a criatura branca e laranja á luz do sol, planando com o seu rei em suas costas. Aterrissou e viu que todos sorriam, e Stannis até tinha um meio-sorriso no rosto.

— Você conseguiu! — exclamou Barristan

— Como foi? — Aerea indagou

— Um rei de verdade — um marinheiro no convés falou

Jon desceu de sua montaria e sorriu.

— Desculpem-me, senhores, eu estou indecente — disse, referindo-se as suas roupas de dormir. Andou a passo largos para sua cabine, e pôs uma túnica branca e preta, com uma manto pendurado por um broche de dragão de três cabeças, uns calções pretos e uma bota preta de couro fervido. Voltou ao convés, para ver Stannis o esperando. Ele ficou olhando em seu rei, mas finalmente disse:

— Pensei que seria fraco.

— Perdão? — Jon virou-se para Stannis

— Um jovem de treze anos que perde os pais. Não foi preparado para ser rei, e muitos falam que é produto de traição contra os dorneses. Pensei que seria fraco.

— Ás vezes até eu tenho impasse em acreditar em mim — disse Jon com franqueza e compreensão.

Stannis virou-se para seu senhor e desprendeu a espada da bainha:

— Não me jurei a você, jurei?

— Não

Ele desembainhou a espada e se ajoelhou, pondo a espada a altura dos joelhos de Jon. Conseguia sentir os olhos em si:

— Para o Trono de Ferro prometo a fé de Ponta Tempestade. Minhas espadas, lanças e flechas são suas para comandar. Conceda misericórdia aos meus fracos, ajuda aos desamparados e justiça a todos, e nunca te faltarei. Juro por água e terra. Juro por bronze e ferro. Juro por gelo e fogo.

Jon lentamente desdobrou o braço direito e pegou no cabo da espada longa de Stannis, a levantou e o aço reluziu vermelho. Colocou à acima do ombro direto de Stannis. Tinha visto o pai fazer aquilo.

— Concederei misericórdia aos fracos — jogou a espada para seu ombro esquerdo — concederei ajuda aos desamparados — a espada agora estava acima de sua cabeça calva — e justiça a todos — dobrou o braço, apontando a arma para o céu — Juro por água e terra. Juro por bronze e ferro. Juro por gelo e fogo — Jon virou a espada para o lado e pôs suas mãos na lâmina — Levante lorde Stannis. Levante-se como senhor de Ponta Tempestade e das Terras da Tempestade. Levante-se como meu leal vassalo.

O homem levantou a cabeça com rigidez, e levantou-se, pegando no cabo da espada e colocando-a em sua bainha. Seus olhos eram de azul profundo do mar, e ele olhava no fundo da alma de Jon.

— Jon! — Aerea gritou — olhe! — continuou, apontando para a distante terra cinza, preta e branca que o Norte era.

Jon sentiu de repente o frio. Haviam chegado em seu destino. Porto Branco.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!


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