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História O Dragão Branco - O Leão Congela Sob a Neve


Escrita por: Memesfar

Notas do Autor


Mais um capitulo para vocês!!! E com a corte de Jon e a lista de mortos na batalha do "Olho do Dragão" nas notas finais!

CORTE ATUAL DO REI LEGITIMO
JON TARGARYEN, “O Dragão Branco”, o rei legítmo dos sete reinos e líder dos DRAGÕES BRANCOS.
AGRON, seu dragão

Seus irmãos:
- MAERYS TARGARYEN, irmão e amigo do rei,
- AEREA TARGARYEN, irmã e amiga do rei,
- DAEMON TARGARYEN, irmão do rei.

Sua “guarda real”:
- BARRISTAN “O OUSADO” SELMY, irmão juramentado da Guarda Real de Rhaegar Targaryen e protetor de Jon,
- ARTHUR DAYNE, irmão juramentado da Guarda Real e amigo de Rhaegar Targaryen, protetor de Jon,
- EDWARD, “BOTAS DE PATO”, amigo e protetor de Jon.

Companheiros de comandantes:
-EDDARD STARK, companheiro e tio do rei, experiente comandante,
- EDMURE TULLY, Amigo de Eddard, comandante arrogante e imprudente,
- STANNIS BARATHEON, companheiro do rei, experiente comandante,
- BRYCE CARON, o “Cavalheiro Rouxinol”, salvou Jon na batalha em Fosso Cailin.

Vassalos e senhores que os acompanham:
- SELWYN TARTH, Vassalo de Stannis e senhor de Solar do Entardecer,
- IMRY WYLDE, Vassalo de Stannis e senhor de Casais de Chuva,
- RALPH BUCLKER, Vassalo de Stannis e senhor de Portabrônzea. Está sob custodia em Porto Real,
- BERIC DONDARRION, Vassalo de Stannis e senhor de Portonegro,
- RONNET MORRIGEN, Vassalo de Stannis e senhor de Ninho do Corvo,
- RONNET “VERMELHO” CONNINGTON, Vassalo de Stannis e senhor do Poleiro do Grifo,
- ARSTAN SELMY, Vassalo de Stannis e senhor de Solar de Colheitas.

Capítulo 6 - O Leão Congela Sob a Neve


Jon olhou no céu em tons de amarelo, laranja e vermelho, nada se destacando mais que o cometa brilhante que seus homens agora chamavam de “O Olho do Dragão”. Hoje é o dia de meu nome, lembrou-se, tenho 14 anos agora.

Os prisioneiros estavam ajoelhados em sua frente; cinco deles; cabisbaixos e bufantes depois de uma luta intensa. Brigou contra a dor nas costas e andou para frente, largando de Agron. Fixou nos olhos negros dos Homens de Ferro, cheios de ódio e sem medo algum, e andou lentamente em sua frente. Uma fogueira crepitava, a apenas dez metros atrás deles, queimando os corpos de soldados rasos. Homens andavam de lá pra cá, alguns descansavam perto de fogueiras e outros enchiam as caras.

Eddard e Edmure chegaram para ver o dragão e Jon, quebrados e cansados, mas não foram vistos.

— Os nomes deles — disse a um intendente por perto. Não conhecia as caras, só conhecia os nomes.

— Rodrik Harlaw, seu filho, Edrick, foi encontrado entre os corpos, Gorold Goodbrother, Andrik Blacktyde, o pai, Baelor, morreu, viram Denys e Donnel Drumm na área, sem sinal do pai...

— Eu o matei junto de Bryce.

O intendente olhou quase incrédulo, mas continuou:

—Rodrik e Maron Greyjoy. Só esses senhor.

Jon olhou os derrotados por um momento.

— Mande todos para as celas na torre, Rodrik e Maron ficam.

O intendente chamou alguns soldados que bebiam ali perto e rosnou ordens, pouco depois os homens eram empurrados colina acima, tropeçando na lama e alguém até caiu, mas Jon não saberia dizer quem.

— Quer nos humilhar é? — latiu Rodrik de repente — você não é rei nenhum, Viserys ganhou o trono com sangue e fogo, do jeito que as palavras de sua casa profetizam.

Maron manteve-se quieto, remexendo-se desajeitadamente.

— A única forma de não te humilhar será cortando sua cabeça aqui e agora, para que morra com o pouco de honra que te sobra.

— Nosso pai... — hesitou Rodrik — Ele vai te afogar! Prometo!

Jon lentamente agachou-se. Agora estava a altura do homem. Residiria com medo se fosse o menino que tinha saído de Porto Real, mas agora era um homem, e matou um homem duas vezes maior que Rodrik. Não tinha medo de homens acorrentados.

— Todos nós sabemos que seu pai é um oportunista fraco. Espera o reino estar em guerra civil para atacar um região vulnerável.

Desta vez Rodrik ficou calado. Não sabia se era por que era verdade, ou que o homem sabia que tudo era em vão. Jon levantou-se e viu o tio a olhá-lo, junto de Edmure. Chegou mais perto e cumprimentou-os.

— O que deveríamos fazer com ele? — perguntou Jon solenemente.

— Corte suas cabeças — Edmure soou com um sorriso.

— Estavam apenas lutando pelo pai — respondeu severamente Lorde Stark — , mas se aderirem à idéia do mesmo... Imagine se Rhaegar cortasse minha cabeça quando a guerra acabou. Estaria fazendo a mesma coisa aqui.

Jon ponderou.

— O senhor se ajoelhou para Rhaegar, não?

— Sim.

— Se jurarem fidelidade a mim, estarei feliz em mandá-los de volta — Jon disse enquanto olhava o fogo a queimar a carne. O cheiro era bom.

— Estamos no Norte. Quem passa a sentença deve passar a espada — Ned avisou, duro como a Muralha.

Não parecia que Eddard gostasse da idéia, mas o que faria com eles quando a guerra terminasse? Não queria um Greyjoy como o pai a ser o senhor de Pyke, mas queria um Greyjoy, sabia que se substituísse eles com uma família qualquer de sua confiança estariam condenados a anos de rebeliões, no caso dos Nascidos de Ferro, décadas.

Rapidamente voltou e olhou para baixo:

— Chegamos a um acordo. Se jurarem fidelidade a mim, serão homens livres. Se não, serão homens orgulhoso, e homens mortos.

Maron foi mais rápido do que Jon previra, colocou um joelho a sua frente e começou a rezar votos e promessas inaudíveis. O rei não prestava atenção, estava esperando Rodrik, que continuava imóvel. Sentiu os olhares de seus homens atrás de si. Somos a pedra, somos os guerreiros do mar, ouviu um bêbado cantar uma música de marinheiros. Ele tinha a voz boa, e a música era lenta e triste. Rodrik lentamente olhou para cima. Somos as ondas, somos os Drumm. Desembainhou a espada, que continuava sendo a de lorde Dunstan Drumm. A lâmina era vermelha, brilhando vermelho do Olho do Dragão. A mão esquelética, desliza na lâmina. Rapidamente agarraram Rodrik pelos braços, arrastando ele pela lama e entre as tendas homens, corpos e estandates quebrados, até chegarem num lugar mais espaçoso, formando um circulo, onde, no meio, estava uma pequena tábua com um buraco semicircular, aonde a garganta iria ficar.

Vermelha, vermelha, da Chuva Rubra! Empurraram-no e chutaram a parte de trás de seu joelho, fazendo-o cair, encaixando o pescoço no semi-circulo da tábua suja de sangue seco e lama. O homem que cantava agora estava olhando, junto de todos os outros, que rodearam o lugar para ver o Greyjoy ser executado. A chapa era do tamanho de uma espada bastarda, mas era muito leve. Jon fincou a ponta na lama e proferiu os votos:

— Lorde Rodrik Greyjoy, herdeiro de Pyke, aqui, a vista de deuses e homens, o sentencio a morte por traição — Jon disse alto, para que todos ouvissem — ultimas palavras? — falou mais baixo.

Rodrik se limitou a olhar o chão. Era o sinal. Jon brandiu e passou a espada, como Eddard disse que teria que fazer.

 

Levou bastante tempo pra Jon perceber que empunhava Chuva Rubra, a espada ancestral da casa Drumm, ou melhor, a espada ancestral que muitos acreditavam que pertencia ao Reynes, mas foi roubada pelo Hilmar Drumm; mais conhecido como Hilmar, o Astuto; que de alguma forma conseguiu a espada de aço valiriano só com a inteligência e um porrete de madeira. A arma inteira era vermelha, incluindo a lâmina, com a guarda personalizada com pequenas mãos esqueléticas. Jon estava decidido que iria ficar com ela, por isso chamara Ned para caminharem de volta ao acampamento que continha seus irmãos.

— Você não pode ficar com a lâmina — disse o “Lobo Silente” — é a espada e o orgulho deles, não é coisa que se faça.

— Esta me dizendo que o orgulho da casa Drumm é uma espada roubada? — respondeu severamente

— Ninguém sabe se é de fato roubada.

— É claramente roubada, e aliás, um homem que é morto por um menino de 14 anos e um jovem inexperiente de 20 não merece uma espada dessas.

— Nem todos os que empunharam Blackfyre... — parou de repente — esta sentindo cheiro... — fumaça.

Começou a correr o mais rápido que pôde. Não. Eles não, não fizeram nada, implorou para ninguém em especial. Correu pela lama, quase caindo, entrando numa floresta composta de pequenos abetos e uma densa vegetação rasteira. Desta vez realmente caiu. Levantou-se e começou a correr novamente, soltando a espada da bainha quando chegou perto do acampamento. Cheiro de sangue, fumaça e fogo. Homens, aias e curandeiras estavam no chão, cavalos corriam à solta e alguns jaziam na lama, escudos, espadas, lanças e estandartes ostentando o dragão de três cabeças branco sobre preto estavam fincados na terra. Não havia um sinal de vida humana. Jon notou poças de sangue, mais rapidamente viu que só era a luz rubra do Olho do Dragão. Brilhava mais que Jon julgara possível.

Olhou para trás e checou se Ned estava em sua cola. Ele tinha o mesmo horror que Jon. Andou por entre os corpos e armas, examinando as caras para ver se reconhecia uma. Ai esta você Hannys. Tinham achado estranho que os Coiotes do Desertos não tinham aparecido atrás do inimigo e também não tinham voltado da batalha. Ai estavam eles, entretanto. Andou mais um pouco, até chegar à tenda real.

Não sentiu nada quando viu uma menina bonita embaixo de um cavalo. Nema. Sentia apenas que sabia que ia acontecer, e que o sonho havia denunciado tudo. Aquilo era apenas uma brincadeira cruel dos deuses, talvez o sonho tivesse algum significado. Será que o cometa e mesmo meu? Mas não teve tempo de ponderar, de dentro de uma moita lá perto pulou alguma coisa. Jon desembainhou a espada rapidamente, porém viu a linda figura de sua irmã, cheia de terra e minhocas em sua roupa. Não se importava, só correu pra abraçá-la.

— Irmã — exclamou — esta bem?!

— Sim... — era um único murmúrio que ela conseguia soltar.

Não precisou perguntar onde estava os irmãos, Maerys saiu da mesma moita junto de... Aonde esta Daemon?

— Não sabemos aonde ele esta — falou imediatamente Maerys

Jon sentiu uma mão paterna em seu ombro.

— Temos que ir, já — Ned soltou meio que um sussurro meio que um grito.

Ouvia-se o galopar de cavalos, não muitos, mas o suficiente para destruir um guerreiro experiente com um jovem e duas crianças. Não tiveram tempo de se mexer, entre as pequenas arvores um grupo de cinco homens a cavalo portando a mão esquelética dos Drumm apareceu, galopando na direção deles. Três eram arqueiros, com pouca armadura, mas dois eram nobres, mesmo assim carregavam apenas túnicas de couro fervido e cotas de malha.

— Arranje um cavalo — Eddard sussurrou para Maerys. Ele saiu correndo em busca de um.

Quando chegaram perto, o mais velho dos lordes disse:

— Olha o que temos aqui Donnel — Denys e Donnel Drumm. Jon tinha ouvido dizer que os dois comandavam um grupo de batedores. Os homens de ferro devem ter tido a mesma idéia de ir atrás do inimigo, e quando as forças se encontraram os homens de ferro ganharam a luta. — a porra do rei dos sete reinos; ou devo dizer, o rei que perdeu os sete reinos?

— Vai perder a vida daqui a pouco — Afirmou Donnel, enquanto todos desmontavam

Os dois eram bem parecidos, com quase a mesma altura. Denys tinha os cabelos castanhos profundos, ombros largos e fortes, uma barba grande, algumas rugas na cara e nos dedos e olhos preto-cinzentos com olheiras marcantes. Donnel tinha os cabelos também castanhos, mas não tinha barba alguma, não conseguia fechar a boca e tinha dentes grandes e amarelos, os ombros eram largos, mas eram esqueléticos e seus olhos eram mais para um castanho-cinzento.

Quando Donnel viu a espada que usava deu um passo para frente:

— Aonde arranjou essa lâmina?

Era a chance de Jon. Sabia que tinham muito orgulho. Se conseguisse convencer um deles...

— Essa? — colocou as duas mãos no cabo e a balançou — tirei do corpo de seu papaizinho.

— Você matou nosso pai? — Donnel pareceu se divertir

— Não me ouviu direito? É surdo? Eu cortei a cara do seu pai ao meio!

Jon olhou para o lado e viu que Ned não se divertia nem um pouco, Vou ter que me explicar pra ele depois.

— Você não fez isso — Donnel repetiu

— Quer descobrir? Vem aqui e me mate, ou vai me mandar flechas, só mulheres mandam flechas.

Donnel gostou do desafio, ao contrario de Denys, que era um pouco mais esperto.

— Eu te mato com um golpe só — Donnel desafiou confiante, enquanto Denys se balançava inconfortavelmente perto do cavalo

— Vamos ver — disse quando se punha em guarda e começava rodear o magro homem.

Jon ainda estava com a armadura que usou na batalha, toda arranhada e amassada, principalmente na parte de cima das costas, aonde o impacto da queda milagrosamente não quebrou seu pescoço. Donnel desembainhou uma espada longa, decidindo usá-la com duas mãos, como Jon fez com a espada bastarda que era Chuva Rubra.

Donnel brandiu o primeiro ataque na vertical, porém foi devagar e Jon pulou para o lado. Tentou acertar Chuva Rubra em sua cabeça, pra acabar com aquilo logo, mas ele defendeu com um bracelete de metal. Isso funcionaria com uma espada de aço normal, mas a lâmina passou e deslizou, fazendo sangue cair no chão. Ele grunhiu sonoramente de dor, depois olhou para o antebraço para deparar-se com um corte profundo e, acima de tudo, dolorido.

Donnel atirou-se contra Jon, mas foi defendido, isso continuou por alguns minutos, eles dançando freneticamente de lá pra cá. De repente as habilidades do oponente se melhoraram, com certeza por que estava só brincando, mas agora sua vida estava em jogo. A dor aparecia em sua face enquanto atacava aqui e ali. Ele estava desesperado. Quando estavam a uma boa distância, o jovem decidiu dar uma olhada na ferida. Minha chance. Jon correu e guiou a espada rapidamente para baixo, em direção a sua outra mão. Ele até tentou erguer a espada, mais só adicionou ao impacto. No próximo momento o homem gritava e sua mão estava presa; balançando e esguichando sangue; Donnel olhou para Jon.

— Cortei a cara de seu pai assim! — exclamou quando jogou um golpe horizontal na face esquelética de Donnel. Pedaços de mandíbula voaram para fora enquanto o homem caia numa festa de vermelho.

Jon rapidamente se recompôs. Orgulho de mais, cuidado de menos, pensou, é nisso que dá. Denys olhou seu irmão no chão, só um de muitos corpos que se encontravam ao redor, grunhiu e impulsiono-se para cima do cavalo, atirem, ouviu-se dizer. Jon se virou para correr em um estalo, mas não era mais rápido que flechas. Felizmente, estava usando a armadura de placas negra, e dois dos arqueiros atiraram nele, as flechas rebatendo inofensivamente no metal. Assumiu que não sabiam o que metal era. Uma flecha zumbiu sob seu braço, acertando Ned em cheio na coxa. Ele soltou um berro e mancou para o lado, mas direcionou esse manco para os corcéis atrás dele; dois, um branco com marrom e um castanho. Jon montou o branco com marrom. Segurou a mão de irmã. 30 centímetros da haste furou a parte de atrás do joelho de Aerea, saindo pela frente e quebrando o osso, fazendo-a esbugalhar os olhos e apagar imediatamente.

Jon esforçou-se pra puxar ela pra cima e rapidamente bateu os calcanhares no garanhão, percebendo que lorde Stark estava 20 metros a sua frente, junto de Maerys, em cima de um corcel galopante. Levaram alguns minutos para passar a mata, sem baixar a velocidade, até que visaram o acampamento com estandartes, homens, cachorros, cavalos e corpos por todos os lados. Entraram em meio-galope e passaram por entre as tendas e pessoas bebendo e comendo, regressando até a tenda real de Jon. Eddard estava mais pálido que gelo; se isso era possível; e tropeçou quando desmontou do cavalo. Devia ter trazido Corli... Seus pensamentos foram interrompidos quando Agron silvou atrás da tenda, não a ele, sabia, mas a alguém. Desmontou com um pulo, fazendo lama voar para cima, pegou Aerea no colo e andou até a traseira da barraca.

Encontrou ninguém menos que meistre Corliss segurando jarro de leite de papoula, tentando se aproximar do dragão. Virou-se num estalo e sorriu. Tinha ordenado que ele permanecesse Colina Ândala.

— Vossa Graça — reverenciou a Jon numa forma rústica. Tinha feito um tipo de enfermaria atrás do abrigo; algumas mesas de carvalho velho jaziam com pergaminhos, mapas, flores, plantas e ferramentas de cirurgia, malas e sacos estavam no barro; e parecia que tentava tratar da besta ferida — que bom que chegou — viu que Eddard e Aerea estavam feridos — aonde estavam?

— Cuide de Agron — desprezou-se por dizer aquilo — eu fico aqui junto de Ned e Aerea.

— Eu estou mesmo precisando de você — se virou para a criatura — ele não confia em mim.

— O que tenho que fazer? — perguntou enquanto punha delicadamente Aerea em cima de uma mesa. Eddard mancou para seu lado e sentou-se ao lado de menina.

— Ele precisa de leite de papoula — Corliss chegou mais perto, dando a jarro para Jon — o jarro inteiro.

Corliss recebeu olhares confusos.

— Sim, acredito que um jarro de leite de papoula iria ter efeitos em um homem, porém este dragão é um dragão, não um homem — Corliss respondeu aos olhares, apreciando a fera mítica que estava diante dele — olhe como esta grande! Maior que um cavalo! — se estava assim tão feliz, Jon supôs que apesar do dragão estar quase morto, poderia ser curado.

Fez o que lhe foi pedido e chegou perto de Agron. Ele estava frio, o calor de sua vida estava desvanecendo, mas alguma coisa o manteve vivo. Deu tapinhas debaixo de seu olho cor-do-fundo-do-mar e cochichou:

— Vamos, abra a boca

E ele abriu, lenta e desmilinguadamente, mas o fez mesmo que as suas forças o abandonaram. Seus dentes eram facas afiadas e negras, sua língua era fina e vermelha e o bafo era quente,fétido com cheiro de fogo e sangue. Despejou o liquido branco-amarelado lá dentro com a mão esquerda; se alguma coisa desse errado não perderia sua mão de espada. Agron hesitou, mas manteve a mandíbula alta e estável. Depois de engolir, não foram precisos trinta segundos e ele dormia.

— Ótimo, agora o trabalho é meu — anunciou Corliss atrás de Jon.

O vinho fervia enquanto o meistre inspecionava o olho agravado, aonde a flecha tinha acertado. Balançou a cabeça e pegou um tipo de alicate da mesa mais próxima, agarrou a flecha e a atirou com um barulho meloso e nojento. Olhou lá no fundo vermelho e amarelo e balançou a cabeça novamente. Pegou um saco que estava do lado de uma das mesas. Quando Jon viu que o saco se mexia, sabia o que era. Corliss Abriu-o e pegou os vermes com a mão e despejou-os no ferimento do olho, para comer a carne morta. Andou em volta do dragão apagado e foi desembargando mais vermes em mais cortes e brechas nas suas escamadas branco-azuladas. O vinho borbulhava quando Corliss o tirou do fogo, e não muito depois ele começou o processo árduo e repetitivo de “tira os vermes, derrama o vinho”. Quando estava pronto, pegou a agulha e linha, começou a pôr cataplasma nos ferimentos e a costurar-los.

Foram mais de quatro horas de tratamento.

— Porque tanta honra e confiança em inimigos Ned? — perguntou de repente Jon.

Ele olhou em Jon, não solene e duro, mas humilde e mole.

— Esqueço que se nasceu no Sul, parece tanto com um nortenho — engoliu um seco — este é um verão longo. Você nunca viu um inverno árduo, ainda mais no Norte. Lembro-me de meu primeiro inverno, tinha sua idade. Foi pequeno, mas foi um dos mais frios nos últimos mil anos, e lá nos tínhamos que dormir todos no Grande Salão para manter o calor. Lembro-me de Roger, Língua Aguda, do Bernard, Traseirão, de Líla a filha do ferreiro, do Lennar, Haste Dura e... Esqueço-me — tossiu um pouco — estou velho. Bem todos esses congelaram naquele inverno. Cresci junto deles. No Norte, somos uma matilha, e se não termos confianças uns nos outros morremos, e aliás, se a Longa Noite um dia chegar, as briguinhas dos lordes de Westeros não vão significar nada. O rei não vai significar nada. Se o reino não deixar o orgulho de lado e se comportar como matilha, seremos como leões, e leões congelam sob a neve.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Ai vai a lista de mortos de prisioneiros!

LISTA DE MORTOS....

Na sexta lua(mês) de 300 DD :

- EDRIK HARLAW, herdeiro de Dez Torres, morto na batalha do “Olho do Dragão”,

- BAELOR BLACKTYDE, senhor de Pretamare, morto na batalha do “Olho do Dragão”,

- NEMA, Assasinada durante a batalha do “Olho do Dragão”,

- DUNSTAN “BONEHAND” DRUMM, senhor de Velha Wyk, morto na batalha do “Olho do Dragão” por Jon Targaryen e Bryce Caron, sua espada de aço valiriano, Chuva Rubra, foi tomada por Jon.

- DONNEL DRUMM, secundo na linha de sucessão de Velha Wyk, morto em combate singular contra Jon Targaryen.

- RODRIK GREYJOY, Executado por Jon Targaryen sob acusações de traição contra a coroa, idade - 30


LISTA DE PRISIONEIROS
- RODRIK HARLAW, senhor de Dez Torres, idade - 47

- GOROLD GOODBROTHER, senhor de Cornatelo, idade - 52

- ANDRIK BLACKTYDE, senhor de Pretamare, idade - 16

- MARON GREYJOY, herdeiro de Pyke, poupado e perdoado pelo rei, idade - 29


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