História O Dragão Esmeralda e seu Anjo - Genji e Angela - A Primeira Carta

Genji havia decidido escalar a montanha e alcançar o monastério de Shambali, porém aquilo soava muito mais fácil em palavras do que no ato em si. Ele havia começado a subir haviam alguns minutos, mas o frio era impiedoso, os moradores diziam que a subida era um desafio, devido aos ventos fortes e gélidos, mesmo sentindo o frio quase congelando seu tronco, Genji continuava a escalar, ele tinha certeza que levaria o dia quase inteiro para subir, pois tinha de ser cuidadoso.

Depois de um tempo caminhando pela trilha, Genji começava a sentir cansaço, mesmo tendo seus braços e pernas como próteses, seu corpo estava mostrando que estava próximo do limite. Mas o monastério parecia estar tão mais perto de ser alcançado, depois de um longo caminho de neve espessa e ser várias vezes derrubado em sua escalada por pancadas fortes de ar, ele simplesmente não podia desistir. Para sua surpresa, suas pernas vacilaram e um frio incomum o incomodava da cintura para baixo, era como se as próteses estivessem sentindo o frio e transmitindo para o resto do corpo.

Já haviam horas que estava ali caminhando na neve, sem saber se era por cansaço ou se pelo fato de não dormir direito desde o dia em que deixou aquela carta para Angela, ele sentia seu corpo e seus olhos pesarem, por baixo de sua máscara/elmo Genji bocejava e cada movimento era de um esforço sobre-humano. Exausto com sua caminhada, finalmente a única coisa que o separava do monastério era uma ponte que ligava aquele pico ao local, ele avista uma pessoa na outra ponta, feliz por ver alguém naquele lugar que parecia abandonado, mas antes que pudesse fazer algo, sua visão começa a escurecer e seu corpo amolecer, uma luz dourada vem em sua direção e como se sua mente estivesse lhe sacaneando, ele vê a silhueta de Angela indo em sua direção.

O Shimada desmaia a poucos centímetros da ponte, o que ele não havia notado era que havia um orbe dourado flutuando a poucos centímetros em suas costas e logo atrás um ômnic vestindo trajes de monge o seguia silenciosamente.

- Já tem um bom tempo que não nos vemos...meu velho amigo...hm... tamanho esforço o para chegar aqui...bom, não deixarei que sejam gastos. Se veio até Shambali creio eu que tenha algo importante a fazer...

Diz Zennyatta pegando Genji no colo e o levando pela ponte até o outro lado, ele o deixou descansando em um cômodo com uma de suas Orbes da Tranquilidade, que utilizavam a mesma tecnologia que o cajado de Mercy, curando e relaxando o corpo cansado de Genji.

Após quase dois dias dormindo, Genji desperta num local desconhecido por ele, era um cômodo simples, janelas fechadas, um pano vermelho como porta. Sentando-se e analisando melhor o lugar, ele nota que estava sobre um fino colchão que estava abaixo dele, Genji se levanta e dá seus primeiros passos para fora daquela humilde morada. O que ele encontra era algo semelhante a um templo, todo coberto pela neve, ele caminha pelo templo procurando por alguém que pudesse lhe dizer o que havia acontecido ou a quem pudesse agradecer, passados alguns minutos, vê uma silhueta ao lado de uma estátua dourada, a pessoa tinha entorno do pescoço uma série de esferas que o rodeavam a todo momento.

Ele se aproxima devagar do homem, não sabia dizer se era amigo ou inimigo.

- Vejo que se recuperou rápido... Já faz um tempo desde que nos encontramos...sua amiga vai bem.... ?- dizia calmamente Zennyatta.

- Zennyatta...Hana está ótima, graças a você. Na verdade... – diz Genji indo rapidamente até o ômnic e se curvando diante dele. – Mestre Zennyatta, por favor peço humildemente que me ajude a alcançar o equilíbrio e a paz interior.

O ômnic parecia estar analisando Genji, ficando alguns minutos apenas o observando.

- Meu caro amigo...Seria uma honra para este monge de Shambali, tentar ajudá-lo a alcançar a Tranquilidade... Mas deixemos isto para o próximo dia... Descanse e tente limpar sua mente...e seu...coração...pense em tudo aquilo que lhe faz bem e deseja proteger, assim estará iniciando sua caminhada para apagar essa sombra que o segue.

Genji concorda com as indicações de Zennyatta, não entendeu muito bem a respeito da sombra de que ele havia falado, mas imaginou que o monge se lembrasse da conversa que tiveram, á que ele não disse o que lhe atormentava.

~Uma Semana Depois~

Enquanto isso na base americana da Overwatch, Angela estava começando a se preparar para iniciar mais um dia. Todo dia quando se levantava, Angela passava alguns minutos fitando a pena que Genji lhe havia deixado e imaginava quanto tempo mais ele ficaria sumido, sem dar quaisquer sinais de vida. Se estava se alimentando, se nenhuma das próteses havia quebrado, se estava vivo, eram tantos ‘’ses’’ na vida da loira que aquilo a deixava desgastada. Ela andava tão focada no trabalho que não se lembrava quando foi a última vez que viu Lena ou Hana, usava muito o trabalho para ‘’acelerar’’ seu dia, apesar de agora estar mais anestesiada e mais esperançosa.

Como de praxe, Angela estava fazendo seu café da manhã, colocando a pena de Genji em seu lugar, ao lado de uma xícara de café e sentando-se de frente para ela como se fosse o ninja que estivesse ali. Ela ouve passos do lado de fora e em seguida uma carta passa por baixo de sua porta, a loira acha estranho algo daquele tipo e então ela vê o que estava preso a carta, uma pena de falcão, largando seu café da manhã de lado, abre rápido o envelope e assim abrindo a carta para que pudesse lê-la.

‘’Querida Angela...

Como tem passado? Não sei se realmente irá ler está carta depois do que lhe fiz a meses atrás, indo embora e lhe deixando um mero pedaço de papel para explicar o que acontecia. Mas...eu precisava ‘’falar’’ com você, queria saber se estava bem, se estava brava e até mesmo se tem se alimentado. Pois mesmo de longe ainda acompanho junto de meu Mestre o que se passa com a Overwatch e com você dentro do possível, eu a vi na última entrevista e estava linda como sempre foi, desde o momento em que meus olhos a viram. Deve estar se perguntando quem é o meu ‘’Mestre’’ ou mentor se preferir...(inclusive na linguagem ocidental soa menos...errado...) você já ouviu falar sobre ele, seu nome é Zennyatta e foi ele quem me encorajou a lhe escrever.

Ele é tão tranquilo que chega a me irritar as vezes, hehe, aos poucos estou conseguindo enfrentar meus demônios, aqui no monastério é bem gelado...acredita que desmaiei praticamente na porta do monastério? E a última coisa que me lembro de ver era uma mulher muito parecida com você, Zennyatta disse que foi coisa da minha cabeça e que não haviam rastros humanos por perto.

Espero que possa ler sua carta em breve...estou quase enlouquecendo de vontade de lhe ver e sentir seu calor novamente. Ah...e sinto em dizer que acabei trazendo uma roupa sua junto comigo, vi apenas quando já estava aqui no Nepal.

Aguardo sua resposta...

Com amor. Do seu Genji.’’

Angela não era capaz de expressar sua felicidade em receber aquela carta, ela até mesmo chegou a rir em certas partes e notou que sequer havia dado falta de qualquer peça de roupa que lhe faltasse. O despertador começava a tocar, lhe avisando que estava na hora de começar seu dia, vestindo seu jaleco e pondo a carta em seu bolso, ela estava pela primeira vez em semanas animada para fazer algo, mais tarde iria compra envelopes e mais papel para que pudesse escrever uma carta em retorno a Genji.

A loira estava feliz indo para o consultório quando encontra com Winston no caminho estava estranhamente agitado e parecia bem tenso, tanto que quase se chocou com Angela.

- Me desculpe, Doutora. É que estou terrivelmente atrasado, na verdade...estamos...

- Estamos? Como assim Winston?

- Não viu as notícias? Ou então não recebeu um comunicado a pouco minutos?

Winston deixa ela para trás e segue seu caminho às pressas, Angela checa se comunicador e logo vê uma convocação no centro da cidade, sem perder tempo ela corre até o refeitório para ver se ainda tinha algo nas notícias. Ao que parecia a situação da Overwatch era a pior possível, um grupo de soldados uniformizados da empresa haviam aberto fogo no senado contra vários ôminics e pessoas simpatizantes da paz entre Ôminics e Humanos. E antes de serem capturados utilizaram explosivos C4 para se explodirem e levarem os presente no local junto deles.

- Meu...Deus... – dizia Mercy aterrorizada.

A notícia correu o mundo inteiro num piscar de olhos, ninguém queria acreditar naquilo, afinal foi a Overwatch quem salvou tantas vidas e agora ela estava tomando tantas outras. As nações unidas decidiram se reunir e cancelar toda e quaisquer operações que estivessem ocorrendo na atual circunstância.

- Hey...Doutora... Acha que isso é mesmo verdade? – perguntava Roadhogg, com um tom diferente do normal.

- Hey, Roady...assim como a doutora Ziegs, vimos a reportagem... – dizia Junkrat.

- Não se preocupem...ainda tenho esperanças, talvez seja armação, vou para lá fazer o reconhecimento dos corpos ou o que sobrou deles...

~Numbani~

Todos os presentes observavam aquela horrível notícia pasmos, exceto Ana e Reinhardt que pareciam nada surpresos daquilo ocorrer, Fareeha e Maccree também pareciam menos impressionados que o resto dos soldados que começavam a discutir sobre aquilo e se revoltarem pelas N.U chamarem a Overwatch de organização criminosa.

- Parrem todas! – grita Reinhardt tomando a frente de todos. – Grritarr e chorrar non vai resolver nada! Os Nações Unidas von se reunir, vamos nos acalmarr e esperrar! Como vocês eu estarr muito ofendido e preocupado, todos aqui derram anos de seus vidas para este empresa! Estamos entendidos?!

- SIM, SENHOR! – respondem os soldados a altura.

Ana e sua família se retiram do local e Reinhardt vai logo atrás deles.

- Minhas queridas façam um bom viagem, chego em território amerricano em alguns dias.

- Tome cuidado, Rein. – diz Ana se aproximando do crusado e lhe dando um beijo. – Não faça nada que o coloque em perigo, não terá nenhum de nós para lhe tirar de uma enrascada.

- Cuida delas Jesse, son meu maior tesoro.

- Pode deixar, se alguém tocar na minha linda Fareeha, eu irei abrir mais um buraco na cabeça do infeliz.

O crusado se despede de sua família, que iria na frente para a base americana, pois Winston havia feito um recall de todos os agentes especiais da Overwatch.

Enquanto o mundo da Overwatch desmoronava, o mundo da Talon também parecia um tanto instável, afinal seu principal líder ainda estava preso e Maximilien estava como sempre visando apenas o lucro. E Sombra não confiava em gente como ele, ainda mais vendo que eles utilizavam Widowmaker como uma prostituta de luxo, escolhendo alvos que tivessem algo a dar para a Talon e usando o belo corpo da assassina para arrematar os alvos ou então prósperos ‘’patrocinadores’’. A morena invadiu o sistema por completo analisava e armazenava cada informação importante e deixava tudo engatilhado, para caso da Talon quisesse ferrar com ela, era tanta informação que Sombra sentia-se numa mina de ouro, inclusive encontrou informações sobre a vida de Widowmaker, quanto mais ela lia, mais tinha certeza que seus ‘’chefes’’ eram os seres mais desprezíveis com quem já havia esbarrado. Ela copia aqueles arquivos e anexado a eles, estudos sobre a reversão daquilo que fizeram a sua amiga azualada.

- La azulita irá quase ficar feliz com estas informaciones. Translocate ativar...

Num faixo de luz, a hacker desaparecia e o sistema do local voltava a funcionar normalmente. E a hacker estava posicionada em seus aposentos, como se nada tivesse acontecido.

~Shambali, Nepal~

Estava quase anoitecendo e Zennyatta e Genji estavam meditando do lado de fora do templo. O mongo ômnico observava Genji, utilizando seus sensores para medir o humor de Genji a partir de sua temperatura, mas o ômnic acaba por captar algo diferente no Shimada, uma energia quente e que parecia estar vinculada a espada e ao corpo dele e outra mais sombria que se envolvia ao redor de seu pescoço, porém sem demonstrar qualquer natureza hostil em meio a aparente paz que ele tentava impor ao seu corpo.

- Sensei, me diga tem alguma ideia de quanto tempo eu posso acabar demorando?

- Tudo irá depender...do quanto seu coração e sua alma desejam a paz. Quando conseguir colocar seus pensamentos em ordem, será o primeiro passo e o resto virá por consequência... Agora...volte ao exercício...

Dizia o monge, deixando um de seus orbes pairando sobre Genji, a energia quente e acolhedora que vinha do orbe, ajudava o Shimada a acalmar sua fúria de alguma maneira. Em sua meditação, seus pensamentos pairavam entre sua preocupação com Angela e seu desejo por vingança, que fervia cada vez que pensava em seu irmão. Sem aviso, ele leva um leve golpe na cabeça, dado por Zennyatta que havia notado uma crescente hostilidade em seu novo discípulo.

- Não deve deixar que essa raiva quebre sua paz interior...concentre-se e tente de novo...

- Hai! Sensei!

Diz Genji, respirando fundo e retomando sua meditação, mas uma coisa lhe veio a cabeça, se perguntava se realmente Angela iria responder a carta que ele havia enviado. Esta fora ideia de  Zennyatta, segundo ele, Genji mantendo contato com o mundo exterior e com aquela mulher que ele diz amar, ajudaria muito em sua jornada e por isso seu mestre o convenceu a enviá-la.