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História O Enigma do Príncipe - Planos, Profecia & Poções


Escrita por: stormary

Notas do Autor


Aloha!
Um olá bem empolgado de uma escritora feliz porque tem leitores maravilhosos. Queria eu ter vindo antes, mas pelo menos dessa vez demorou menos que uma semana (um dia a menos é menos ~lê sorriso amarelo~).

Quanto ao título do capítulo: eu não fazia a mínima ideia do que colocar então reconsiderem.

Capítulo 81 - Planos, Profecia & Poções


Severo acordou com uma luz incômoda batendo contra seu rosto e virou-se na cama, sentindo seu corpo encostar contra o de Narcisa. Suspirou mantendo os olhos fechados e passou seu braço pelo corpo da mulher, trazendo-a mais para perto com a intenção de voltar a dormir, já que não estava nem ligando para que horas eram e se sentia muito bem estando ali, - talvez mais do que viesse a admitir mais tarde - portanto evitava pensar em qualquer coisa fora da cama.

Sentiu a mão de Narcisa pousar sobre o sua e a mulher entrelaçar os dedos nos seus, enquanto ajeitava-se melhor nos travesseiros.

- Está acordado? - a voz dela saiu em um tom baixo.

Ele respirou fundo o perfume que dela vinha e demorou mais alguns segundos para responder.

- Talvez. - seu timbre rouco murmurou de volta.

Ela virou embaixo das cobertas, mantendo-se muito bem dentro do abraço dele e o observou por alguns segundos. Os olhos fechados e os cabelos escuros caídos sobre o rosto sempre a impediam de ver muito além.

- Talvez? - sorriu de canto, analisando ele franzir a testa ao ouvi-la se pronunciar novamente.

Será que não dava apenas para ficar ali, em silêncio e voltar a dormir? Seria mais fácil. Snape suspirou, abrindo os olhos e piscando algumas vezes para se acostumar com a luminosidade do quarto antes de assopra os fios negros que lhe cobriam o rosto. Ele esperou alguns bons segundos para que Narcisa falasse alguma coisa, mas ela apenas ficou em silêncio o observando pelos dois minutos seguintes.

- Realmente não quero acreditar que me tirou do meu sono, que estava ótimo se quer saber, para ficar me olhando com essa cara de tacho á Ronald Weasley. - resmungo erguendo a sobrancelha. 

- Estava apenas tendo certeza que era você mesmo. - ela quase riu. - E acabou de me dar, já que bem um bicho papão teria um humor tão ácido logo pela manhã.

A carranca montada pelo ex-comensal só aumentou ainda mais. Havia odiado a comparação já que automaticamente lembrou-se do terceiro ano de Potter na escola, quando o Bicho Papão de Neville havia se tornado ele e em um Riddikulus a escola todo comentava sobre como havia sido o temido professor de Poções vestindo as roupas da vovó Longbottom.

- Afinal, - ela continuou depois de algum tempo em silêncio. - nunca foi de seu perfeito juízo me procurar. Não para ficarmos assim, pelo menos.

O silêncio por parte dele acabou durando algum tempo mais. Olhando por um lado, ela estava certa, afinal mesmo quando estavam de bem um com o outro sempre acabavam aos beijos ou indo um pouco mais longe. Mas quando entrou no quarto na noite anterior ele não queria muito mais do que estavam fazendo naquele momento: ficarem perto um do outro, enquanto ele recebia a sensação de paz que a mulher o fazia sentir.

- Quem sabe devêssemos considerar duas coisas. - disse depois de um tempo. - Primeiro, e o mais claro, é que não estou em meu juízo perfeito há tempos e isso provavelmente isso seja sua culpa. Segundo, e não menos importante, é que algumas coisas estão mudando... - respirou fundo. Era naquele momento em que queria ter voltado a dormir e se livrado daquele tipo de diálogo.- Para mim pelo menos.

Narcisa não teve tempo de pensar em muito mais; o viu se firmar em um dos braços e inclinar-se levemente sobre ela, enquanto lhe capturava os lábios em um beijo lento e de certa forma torturante. O toque dele ainda fazia seu corpo queimar. Severo retirou a mão da lateral do corpo da mulher enquanto a devia por sua cintura bem desenhada e depois por sua perna, apertando levemente o lugar para tornar a subi-la. 

Sua mão chegou novamente a lateral do   corpo de Narcisa e tomou caminho para a frente do meio. Tocou seu ventre e se afastou, separando o beijo e retirando a mão.

- Ainda não... falamos sobre isso. - ele disse um tanto ríspido como se por algum motivo se xingando mentalmente. Talvez pelo fato de estar querendo acertar as coisas com ela, mas seguir ignorando o fato de que estava esperando um filho seu.

- Não. - Narcisa respondeu rapidamente. Não queria falar sobre aquilo e muito menos lembrar. Era uma sequência de péssimos sentimentos toda vez que parava para pensar e sabia bem como ia acabar. - E não vamos falar sobre isso. Eu não quero.

- Não podemos simplesmente ignorar... - ele tentou contrapôs enquanto ela sentava na cama e prendia o cabelo.

- Podemos. - respondeu. - Podemos e vamos.

Snape sentou-se também, com a resposta devidamente pronta na ponta da língua quando foram interrompidos por batidas na porta.

- Narcisa. - Hermione chamou do lado de fora.  - O café está na mesa. Molly pediu para avisar.

A mais velha respirou fundo, recompondo-se.

- Obrigada, querida. - respondeu. - Desço em um minuto. 

Esperaram mais um tempo, para ver se a menina voltaria a se pronunciar, mas não aconteceu. Narcisa levantou da cama, enrolando o corpo em um roupão fino e indo em direção ao armário. Severo ficou ainda a observando por alguns instantes antes de levantar também e aparatar nos aposentos que haviam sido preparados para ele, sem trocarem mais nenhuma palavra.

Cissa parou de fingir que estava procurando por uma roupa e respirou fundo duas vezes antes de escorar o corpo contra o armário. Começava sempre do mesmo jeito, a dor começava a lhe subir pelo corpo, suas mãos ficavam trêmulas e logo em seguida vinha falta de ar. Voltou-se para o interior do guarda-roupas e buscou a mesma caixa de madeira da noite anterior e, evitando ao máximo tremer e com certa dificuldade para respirar, sentou na beira da cama e a abriu, buscando um novo frasco com a poção de cor azul e bebendo-a no mesmo instante.

~*~

Snape terminou de vestir-se, entre um resmungo e outro, com suas habituais vestes negras que dessa vez contavam com um casaco mais leve em substituição a capa que assombrava primeiristas em Hogwarts. Desceu para a cozinha logo depois de pronto, imaginando que assim como Hermione havia ido avisar Narcisa do café, alguém provavelmente havia ido até o quart o dele. Mas sua habitual ignorância com grifinórios não lhes fariam estranhar a falta de respostas pelo quanto vazio.

A mesa do café até aquele momento contavam apenas com o Sr. e Sra. Weasley, George, Gina e Hermione, o que de certa forma era bom. Pensar em conviver com Potter lhe deixava, quase visivelmente, desconfortável. Comprimentou todos com um bom dia muito sutil e sentou assim que Molly lhe indicou a cadeira e começou a empurrar comida em sua direção, as quais ele negou a maioria com educação. Quem conseguiria comer tudo aquilo logo pela manhã? Merlin!

- Professor. - George pronunciou-se ainda meio incerto. Severo apenas ergueu a sobrancelha em sua direção, lhe dando o máximo sinal de que deveria prosseguir. - Acho melhor dar uma olhada no Profeta Diário.

(...)

Estava agora no galpão que Arthur utilizava para guardar a maior parte de sua quinquilharias e aparatos trouxas, algumas coisa que nem mesmo Snape, morando em um bairro trouxa bem dizer sua vida toda, conhecia. Passou um tempo entretido entre elas, mesmo que sem demonstrar interesse algum, enquanto o patriarca dos Weasley tagarelava sobre como havia apreendido ou conseguido cada um deles durante os anos de serviço no Ministério da Magia. 

Muito provavelmente agora Arthur iria ser promovido a brigada de aurores, depois de todos os serviços prestados pela ordem durante as duas Guerras Bruxas, mas sabia que o outro nunca perderia o encanto por aquele monte de tralha ou por qualquer coisa que remetesse o incrível mundo dos trouxas.

Mas agora que estava sozinho ali dentro e com seu caldeirão devidamente instalado sobre uma bancada com os ingredientes todos ao lado, poderia pensar no que realmente importava naquele momento. Primeiro deveria estar atento a toda e qualquer correspondência que viesse do Ministério, já que ao mesmo tempo corriam processos contra ele, Narcisa e Draco, sendo o último o que mais o preocupava.

O Ministério só estaria disposto a voltar atrás da eminente condenação de Draco caso Lúcio aparecesse no último momento ou acabasse sendo capturado. Sabia que deveria estar pensando em si naquele momento e em uma forma realmente concreta de salvar seu pescoço, mas há muito deixou de se colocar em primeiro plano para pensar no que fazer em prol dos outros. E Draco merecia isso. Narcisa também. Não poderia bem supor como seria para a mulher perder os dois filhos por culpa da mesma pessoa sendo que dessa vez ele estava ali, ao lado dela e poderia ajudar.

Só restava pensar e decidir como faria isso. Nesse momento provavemente Lúcio já sabia que ele estava vivo, graças a sua foto que mexia-se na capa do Profeta Diário junto à manchete

"Herói ou traidor? Ex-comensal da Morte e Braço direito de Voldemort agride chefe do Grupo de Aurores, Henry Bennett (36), após prestar depoimento no Ministério.

Severo Snape é acusado de assassinato, tortura, estupro e abuso de vulnerável, uso das maldições imperdoáveis e - é claro - filiação á Arte das Trevas."

Tinha certeza que naquele momento, assim como Bennet, Lúcio Malfoy deveria estar colocando sua cabeça a prêmio. E tinha a plena certeza que poderia muito bem se aproveitar disso para livrar Draco de Azkaban, já que o pai do garoto viria de uma forma ou de outra, em um momento ou em outro, de encontro a ele. Conhecia o Malfoy desde a época de escola, sabia como ele sempre odiou perder e como era controlador com aqueles que considerava sua propriedade. Ele devia estar ficando louco em imaginar que com Snape vivo, Narcisa muito provavelmente estaria junto do homem e isso criava um gostinho especial de vingança na boca do professor de poções. 

O que precisava agora era planejar como e quando, para colocar as mãos no outro bruxo da forma mais rápida possível. 

Ouviu batidas na porta do galpão o tirarem dos devaneios que nem havia percebido ter entrado tão a fundo. Uma opção arroxeada já cozinhava quase pronta no caldeirão a sua frente. Pelo menos a falta de magia não o privava de suas poções.

- Entre. - disse repetindo mais de uma vez o feitiço para que o fogo da poção baixasse.

E lá estava Harry Potter novamente, entrando sorrateiramente, quase esperando o professor expulsa-lo antes que conseguisse atravessar a porta com os dois pés. Nas mãos o garoto trazia uma pequena caixa, com um pano a envolvendo.

- Com licença, professor. - pediu após encostar a porta e seguir até próximo a bancada. - Me parece ocupado então vou ser rápido. Dumbledore... Ele me falou que havia uma profecia. - respirou fundo. - Sobre... Sobre nós. 

Snape cruzou os braços em frente ao corpo.

- Eu soube. Antes de saímos de Hogwarts. - deu de ombros. Havia achado aquela história tão patética que havia parado de passar nela. - E não tenho respostas se está procurando por isso. 

- Na verdade recebi isso aqui hoje cedo. - ele retirou o pano e estendeu a pequena caixa para o professor, esperando que ele a pegasse depois de alguns instantes.

Logo em cima o bilhete em grafia rebuscada dizia "Ouçam juntos. A.D.". 

- Eu deveria saber o que é ou o porquê de ter sido mandado? - Snape ergueu a sobrancelha. 

- Abra. - Harry indicou a trança da caixa. O mais velho ponderou alguns instantes antes de fazê-lo. Uma esfera do tamanho semelhante ao de um globo de neve estava ali dentro, com seu cristal envolto por uma fumaça azul e prata que pareciam dançar em sincronia. - É a nossa profecia. E, não sei mesmo em relação ao que pensa, mas eu gostaria de saber o que realmente ela diz.

Snape respirou fundo. Até aquele momento não tinha o mínimo de curiosidades a respeito da profecia, mas agora não podia negar que queria saber se as palavras eram mesmo aquelas que ouvira de Narcisa na Torre de Astronomia. Pegou a esfera com os dedos finos e longos e estendeu o braço em direção ao mais jovem, enquanto a deixava deslizar com cuidado para a palma da mão e olhou para Harry sem muita paciência para criar expectativa.

O garoto passou a mão direita na calça, limpando o suor que corria por conta do ser nervosismo e a levou sobre a esfera que estava na mão do outro. Foram quase forçados a fechar os olhos pela luz que saiu dela naquele momento junto as primeiras palavras.

"Salvos pelo menos amor, luz e trevas guiam as escolhas daqueles que recebem o destino da batalha..."

Lá estava a imagem de Lílian e Severo, com 15 anos, sentados na biblioteca de Hogwarts, vagando a mente dos dois como um filme.

- Somos amigos, não somos? - a voz dela se fez ouvida enquanto o garoto assentia. - Isso quer dizer que vamos sempre nos proteger?

- Quanto anos tem, Evans? 15 ou 05? - ele riu. - É... Eu acho que sim.

&

Dessa vez Lílian estava em pé ao lado do berço de Harry e brincava com o menino que a olhava encantado.

- A mamãe ama tanto você. Harry. - ela sorriu. - Você é tão amado. Nunca se esqueça disso.

&

- Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos, principalmente daqueles que vivem sem amor. - a voz de Dumbledore sumiu aos poucos.

"A Vitória virá pela União dos caminhos e a libertação pela escolha da vida. O laço mais forte se constrói pela junção da não escolhida escuridão e do brilho da esmeralda. A intervenção no destino dos escolhidos trás risco e sofrimento aos escolhidos."

A voz se calou e os dois se afastaram um passo, deixando a esfera cair sobre a bancada e rolar para perto do caldeirão. Harry ofegava assim como o mais velho, de quem não conseguia tirar o olhar marejados. Snape respirava pesado, desconcertado de mais para falar qualquer coisa, protegendo-se ao máximo atrás da sua máscara de indiferença.

- Se era isso, Sr. Potter. - retirou a varinha do bolso com a mão levemente trêmula. - Pode ir. Minha poção está queimando.

Desviou o olhar do garoto para o fogo baixo e gesticulou duas vezes em direção a ele, buscando apaga-lo. Harry, em um ímpeto, segurou sobre a mão do mais velho e tornou a gesticular, vendo dessa vez o feitiço funcionar de maneira plena. Snape recolheu a mão rapidamente e olhou irritado para o garoto que encarava a esfera sobre a madeira.

- Talvez eu... Talvez eu possa ajudar com a sua magia. - sugeriu baixo, prevendo de certa forma a resposta do outro.

- Eu me entregaria á  Azkaban se estivesse precisando da sua ajuda, Potter. - cuspiu as palavras.

Harry recuou um passo de cabeça baixa e recolheu a profecia, voltando pelo caminho que havia vindo. Quanto teve plena certeza que estava sozinho pode soltar o ar que nem percebeu estar segurando e deixou-se desabar sobre a cadeira, levando junto ao seu corpo a proteção da sua indiferença.

O que havia acontecido ali?


Notas Finais


Diz aí, o que acharam?
Próximo capítulo "Emboscada, Prática & Malfoy". O que esperar? Quero saber de vocês nos comentários!

Um beijo na nuca esquerda e até!


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