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História O Esquecido Deus de Alódia - Capítulo II


Escrita por: JohnVercetti

Capítulo 2 - Capítulo II


Os marinheiros haviam terminado de atracar o navio, e então começam a desembarcar, Franco tomou a iniciativa e foi o primeiro a pisar na ilha, olhando os aldeões que os observavam de longe, porém decidiu não ir falar com eles ainda, esperou os marinheiros terminarem para sair.

Franco teve a ideia de cobrir sua espada com o sobretudo, o fechando para não assustar os aldeões, Apenas três marinheiros decidiram desembarcar do barco, o resto decidiu ficar esperando eles lá, os marinheiros que saíram se juntaram a Franco.

--Acho melhor irmos juntos, podemos achar um lugar para pegar suplementos. – Disse um Marinheiro. –Me chamo Thiago, e estes ao meu lado são Castro e Fabrício.

Thiago era um homem com cerca de trinta anos, talvez um pouco mais, talvez um pouco menos, era a mão direita do capitão do Santa Eurália, e era um dos que estavam mais tempo, naquele navio, era respeitado por toda a tripulação, tinha um curto cabelo preto e uma cavanhaque, vestida um sobretudo azul e uma camisa amarela, portava uma flintlock em seu quadril, chamava sua pistola de ‘’ mão direita do diabo’’.

--E também podemos o escoltar através desses aldeões loucos. – Disse Castro de maneira humorística

Thiago, Franco e Castro se olharam e então começaram a rir, sabiam que alguns marinheiros tinham ficado com medo dos aldeões, e isso só dava mais graça as coisas.

Castro era um homem baixo e fraco, não sabia lutar e evitava, porém era bom com as palavras, podia convencer alguém de qualquer coisa com poucas palavras, vestia uma camisa listrada e uma bandana, era ele quem agitava as calmas noites do navio, conhecia dezenas, milhares de modo de agitar alguma festa.

Fabrício era um homem alto e forte, era o contrário de Castro, não falava nunca, ninguém sabia sua história, apenas sabia que ele estava no bando fazia tempos e era útil, era chamado por alguns marinheiros de ‘’ Grande Muralha’’

Os quatro então tomaram seu caminho, passaram pelo abandonado cais, o cais tinha alguns caixotes jogados, algumas tábuas do chão estavam podres, peixes mortos no chão, assim que eles começaram a se aproximar da vila os aldeões começaram a se afastar, crianças corriam para o colo de seus pais, homens, velhos e mulheres entravam para dentro de suas casas ou entravam nas ruas da vilas para nunca mais serem achados, a vila havia ficado deserta, o grupo havia achado estranho aquilo, mas decidiu continuar a se aproximar.

O porto levava para a rua principal da cidade, uma rua feita de pedra, a única da cidade, o resto das ruas eram feitas apenas de terra batida, as casas eram feitas de madeira e tortas, algumas inclinadas para frente, outras para trás, casas tão próximas umas às outras que poderiam ser considerada uma só.

Enquanto andavam pela rua de pedra, podiam perceber que algumas pessoas de suas janelas, tentando se esconder, olhavam para eles, porém logo assim que olhavam de volta as pessoas trancavam as janelas e se escondiam novamente.

--Um clima bem sombrio não é mesmo meus camaradas? – Perguntou Castro.

--Não posso negar isso. – Concordou Franco. – Como vamos conseguir alguma coisa quando todas as pessoas da cidade se escondem de nós?

--Essa cidade deve ter algum chefe, algum governo que mande nas coisas, deveríamos procurar isso. – Disse Thiago.

--Se seguirmos essa rua podemos chegar a alguma coisa, não me parece que se entrarmos nestas ruas de terras chegaremos a algum lugar. – Continuou Thiago.

E então eles continuaram progredindo, seguindo pela rua de pedra, parecia que toda a vila estava vazia, nenhum dos habitantes gostaria de falar com eles, a rua levava até um edifício abandonado, o edifício antigamente deveria ser um ponto importante da vila, era grande, ficava em um espaço largo e no centro da vila, e por algum motivo havia sido abandonado, todas as janelas estavam fechadas, a parte de cima havia sido destruída, o teto ainda estava no lugar, porém havia sido danificado, a tinta desgastada, a porta estava selada.

Enquanto o grupo ficava observando o edifício, um grupo de pessoas haviam se juntado atrás deles, o grupo era formado por alguns homens com alguns garotos juntos, e começaram a atirar pedras contra Franco e seu grupo.

--Saiam daqui, não queremos vocês aqui estrangeiros. – Disse um homem enquanto arremessava pedras.

--Que bando de filhos de uma puta... – Disse Castro. – Ei Fabrício, por que você não vai lá e mostra para esses caras com quem eles estão mexendo?

--Eu preciso do apoio dos aldeões, não da raiva deles. – Respondeu Franco.

--Segurem firme, vamos contornar a situação. – Disse Thiago.

Eles se defendiam das pedras com seus braços menos Fabrício que continuava sendo sempre uma muralha, uma acerta o olho de Thiago, o fazendo sangrar, O grupo se afasta dos aldeões, indo para atrás, até verem um homem em uma porta, sinalizando para eles entrarem, e rápido.

Eles que não sabiam o que fazer, e não conheciam ninguém naquela maldita vila, decidiram ir com o homem, entrando na porta, que o homem fecha rapidamente.

-- O que diabos vocês estão fazendo nessa vila? –Disse o homem.

O Homem era um senhor de idade, possuía uma barba mal aparada, um cabelo curto branco, e um chamativo olho de vidro.

--Quem é o senhor? –Perguntou Franco.

--Eu sou o homem que deixou vocês entrarem no meu sagrado lar, me chamo Galeão. –

--Você foi a primeira pessoa que não nos foi hostil neste vilarejo, então agradeço. – Disse Franco.

--Se acostume com essa hostilidade, estou aqui a anos e convivo com isso, vejo que o amigo de vocês está machucado, deixe-me ajuda-los.

Galeão se retira por alguns segundos, e volta com equipamento medico caseiro.

--Deixe-me ajuda-los com esse olho. – Galeão começa a costurar o ferimento de Thiago.

--Cuidado com essa agulha perto do meu olho ai. – Disse Thiago.

--Mas e então, qual é sua história? – Perguntou Franco. – O que está fazendo aqui e por que está nos ajudando?

--Eu sou sobrevivente de um naufrágio, meu navio carregava ouro das Américas até a coroa, e fomos atacados por piratas, porém isso faz tempo, décadas, eu ainda era jovem, ainda tinha sonhos, consegui sobreviver ao alto mar e vim parar nessa ilha e tenho vivido aqui por décadas. – Galeão contou sua história enquanto costurava o ferimento de Thiago.

--Bem, é uma história triste, porém por que todos os aldeões nos odeiam e nos evitam?  -- Franco olhava pela janela enquanto falava, e via que os aldeões já haviam saído e a vila estava abandonada novamente.

--Isso é algo além do meu compreendimento, eles já odiavam estrangeiros até mesmo quando eu cheguei aqui, me evitam até hoje, mesmo eu vivendo décadas entre eles, as crianças fogem quando me veem, tudo que eu faço é comércio para tentar sobreviver.

--Qual é a daquele edifício no meio da vila? O que era para ser aquilo? –Perguntou Castro.

--Era a igreja da cidade, foi abandonada antes mesmo de eu chegar aqui, todos os ícones foram destruídos. – Respondeu Galeão.

--Então eles são protestantes. – Diz Castro.

Todos dão uma leve risada, menos Fabrício, que continuava quieto, de pé, como uma muralha.

--Quem me dera se fossem protestantes. – Diz Galeão.

--Eu preciso falar com o líder, chefe, seja o que for que essa ilha tem, o rei tem interesse nesse lugar, você sabe com quem eu poderia falar? –Pergunta Franco.

--Essa vila é administrada pelo líder do culto, ele manda na vila inteira, se você quiser falar com o mais próximo de autoridade aqui, precisa falar com ele, porém eu não recomendo, mas não irei impedi-los. – Falou Galeão.

--Culto? Isso não me deixa confiante, a inquisição precisa fazer um bom trabalho nessa ilha. – Disse Castro.

--Como assim culto? – Perguntou Franco.

--É a religião de toda a ilha, eles cultuam um deus que habita na caverna, ou algo assim, nunca perguntei e nunca tive o desejo de perguntar, se mantenham longe disso, o líder deste culto é um homem chamado Montizes, ele mora na casa mais alta da cidade, perto das montanhas, uma ou duas horas de caminhada.

--Obrigado por tudo, uma dúvida, por que o senhor nunca saiu desta ilha? –Perguntou Franco.

--Eles não me deixam, e não irão deixar vocês saírem. – Respondeu Galeão, olhando nos olhos de Franco.

--Piada engraçada. – Disse Castro.

--Olhem, já está escurecendo, se eu fosse vocês, eu voltaria para o navio e sairia somente na luz do sol.

Galeão termina então de costurar o olho de Thiago, que havia permanecido quieto para não atrapalhar, e então o grupo se retira da casa, pensando no que fazerem. 



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