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História O Essencial - Roma não foi construída em um dia


Escrita por: srtainsana

Notas do Autor


Meus anjos... Talvez vocês já tenham me abandonado.
Mas vejam bem, eu voltei, eu não abandonei a fanfic e agora trago um capítulo, que, claramente não compensa o tempo que passei fora, nem de longe está bom, porém foi o que deu pra extrair da minha belíssima mente doentia.
Voilà..

Capítulo 28 - Roma não foi construída em um dia


Taylor’s POV

Ela está gostosa. Ela está tão gostosa naquele vestido que eu estou quase desistindo de deixa-la fazer isso. Laura deve estar se arrumando há mais de duas horas para o grande encontro com Andre e minha ansiedade aumenta mais cada vez que ela aparece no quarto para pegar algo e volta para o banheiro perguntando como ela está.

Ela está como sempre esteve. Linda e irresistível.

Como é em Manhattan onde tudo acontece, viemos à dois dias para o loft alugado por Laura aqui em TriBeCa, para o compromisso com o filho da puta. Laura ignorou a escolha ousada de Andre, que sugeriu o encontro em sua casa de praia na Flórida.

Por fora, estou tranquila, evitando emitir os típicos sinais de ansiedade como balançar de pés e pernas, suspiros pesados, olhar o relógio de cinco em cinco segundos... Entretanto, meu interior grita desesperado. Ansioso, ciumento e medroso.

Eu já me meti em muita encrenca na minha vida. Já fiz muita besteira quando jovem, mas não lembro de ter sentido nada semelhante a essa sensação e situação que estou vivendo. Que eu escolhi. Não sei o que eu tinha na cabeça quando decidi permitir que Laura fizesse uma insanidade dessas. Ele poderá divulgar o vídeo quando quiser. E ainda conseguirá o que quer: a minha mulher. Não será nada vantajoso para mim.

Deus, eu a amo. Eu a amo tanto e vou deixar um homem possui-la esta noite. A última vez que eu vi um homem com Laura ele estava ameaçando machucá-la e eu apontei uma arma para o canalha. Eu não sei o que fazer, nunca me senti tão fraca. E não quero ter me arrependido da escolha que fiz.

A luz do banheiro apagou, ela está vindo para cá. Checo o relógio. Nove e meia. Falta meia hora para minha mulher ser usada por aquele chef de cozinha repugnante. A minha vontade é de rir.

– Como estou?

A pergunta me atinge em susto juntamente com a imagem impressionante de Laura ao meu lado. Levanto a cabeça mirando aquele ser faustuoso envolvido em um tecido vermelho escarlate até os joelhos. O decote exageradamente convidativo para ser tocado. O cabelo está preso em um coque, alguns fios soltos, assanhadamente perfeitos. Saio da minha posição e fico à altura dela, para aprecia-la melhor. E o cheiro dela, um aroma misto de orquídeas e madeira, logo me enfeitiça e me faz suspirar de desejo pelo meu quase um e oitenta de altura.

– Você está maravilhosa.

Como sempre...

Ela aproxima mais o corpo do meu e me dá um beijo no canto da boca. Sinto a marca molhada de seu batom firmando-se em minha pele. Estremeço com o toque simples, porém despertador de tanto desejo. Laura sorri e tenta se afastar, mas eu seguro a mulher, trazendo-a para meus braços.

Ao mirar aqueles olhos verdes, tementes e perceptivelmente nervosos, bate um leve desespero, compartilhado por ela.

– Amor... – aperto a cintura de Laura – Tudo bem?

Sinto como se eu tivesse a necessidade de protege-la. Eu quero abraça-la e livra-la de qualquer perigo. Dizer que está tudo bem, que somos só nós duas e quero tirar qualquer medo que ela tenha. Entretanto, sou eu a geradora de seus medos. E poderei gerar outros mais. Isso me destrói.

– Eu não sei, Tay. – Ela dá sorriso de canto de boca e coloca os braços em cima dos meus ombros – Espero que sim.

– Eu quero que saiba que... – minha frase é cortada pelo som da campainha.

Olhamos para a porta, deixando a apreensão bate mais forte.

É ele.

Não posso fazer isso com Laura.

Já era.

Não vai durar a noite toda.

Não vai passar desta noite.

Ela é minha.

– Taylor, você está bem, meu amor? – Laura vira o meu rosto com a mão para eu olhar para ela.

Ela é minha.

– Estou. Vamos acabar logo com isso.

Caminho até a porta, apertando a barra da minha saia, firmando-a em meu corpo. Laura insistiu que eu usasse uma saia ou vestido, e eu, tão boba, tão boa para Laura faço o que ela quer. Então optei por um visual simples como deveria ser, camisa branca formal de mangas e uma saia rodada. Sem atrativos, sem exageros, apenas eu, preparada para assistir um espetáculo erótico abominoso entre minha Laura e um homem desprezível.

Agarro e giro a maçaneta. A partir desse momento, de abrir a porta e dar de cara com Andre, não lembro mais de nada. Nem cumprimentos, nem indiretas, nem mesmo a reação de Laura ao vê-lo e ao receber o mísero CD com a gravação. Eu apenas caio em uma espécie de transe que me deixa atordoada e que eu só consigo me recuperar quando chego ao quarto e eu vejo a situação em que me meti com Laura.

°°

Na suíte, o clima se prepara... E eu poderia destrui-lo agora mesmo. Eu poderia muitas coisas.

Eu poderia dizer que nosso cenário esta noite é espaçoso e agradável, mas cancelo o segundo adjetivo, porque estar prestes a ver aquele chef comer a minha mulher nunca seria agradável, nem hoje, nem em um milhão de anos.

Sentada na poltrona decorativa de frente para a cama, presencio os primeiros momentos da noite. Minha bolsa ao meu lado, proteção acima de tudo... Atrás de mim, janelas que vão do chão ao teto. Á minha frente, os dois ao lado da larga cama em uma visão para desapreciar.

– Eu esperei por esse momento desde que a vi pela primeira vez naquela série, exibindo esse corpo delicioso. Eu sabia que ainda seria meu – diz o homem, acariciando o rosto de Laura com o verso da mão.

Cada frase proferida por ele é pior e mais nauseante que a outra. O homem pega a cintura de Laura e aproxima o corpo dela do seu.

Oggi hai perso, bionda – Andre vira Laura de costas para mim e me olha por cima do ombro dela, enquanto cheira o pescoço descoberto da mulher.

Eu não sei que porra ele falou, mas eu senti seu olhar de posse caindo sobre mim. Laura continua imóvel, não falara nada desde que entraram aqui.

A mão do homem aterrissa no traseiro dela. Aperto o braço acolchoado da poltrona e trinco os dentes. Não sei por quanto tempo vou aguentar isso. Eu sou fraca, eu realmente sou muito fraca. Aquela mesma mão desliza por todos os relevos de Laura, tocando aquela divindade. O homem passa um bom tempo alisando todo o corpo da morena, espancando meus ciúmes.

Depois de infindáveis e tão abomináveis carícias, Andre revela seu lado abrupto, esbandalhando o vestido dela com força. Acabo me assustando com a rapidez do ato. Em segundos, o rubro tecido está rasgado no chão.

Laura fica apenas de lingerie. Uma lingerie cor de rosa claro que me surpreende por me fazer ver a digladiação em sua personalidade. O vestido vermelho, provocante, representa o eu perigosamente sedutor de Laura, enquanto as peças íntimas, condizem com o seu íntimo, sensível e delicado. Eu não esperava senti-la tão frágil.

Meu coração pesa quando o homem empurra Laura na cama e ela cai sentada. Ele desabotoa sua camisa de seda, devagar, de frente para ela, mas olhando para mim. O atrevimento em seu olhar inspeciona minhas pernas expostas.

Tento lembrar por que cedi à vontade de Laura e aceitei usar uma roupa que deixasse minhas pernas à mostra. Não paro de olhar para ela... Está tão tímida, tão calada.

Andre tira a camisa e coloca-a dobrada com cuidado na cadeira ao lado da cama. O gesto aparentemente tão suave antecede uma brutalidade quando o homem libera os cabelos de Laura do coque e os agarra, fazendo-a olhar para ele.

– Tire minha calça – diz, acariciando a cabeça de Laura.

A morena manda um breve olhar para mim e começa a desfazer a calça do homem. Cinto, botão, zíper e logo o tecido preto está abaixado. Andre introduz um dedo no meio do sutiã de Laura e puxa. Ele repete o gesto na calcinha dela.

Como se conferisse um produto.

– Toque... – Ele leva a mão dela até sua cueca e a faz apertar seu volume. – É todo seu hoje.

Laura começa tímida, massageando o órgão do homem. Ele continua alisando os cabelos da mulher e ela vai aumentando seu ritmo, com mais firmeza, com vontade. Ele levanta Laura da cama e senta-se no lugar dela. Despe-se de sua única peça e faz um sinal para que ela se ajoelhe. A partir de então tenho que aguentar ver minha mulher botando a boca naquele homem. Um homem que não está à altura, ou melhor, ao tamanho de Laura.

Dio mio, meu mindinho deve ser maior que o grande italiano.

Contudo, me surpreendo por gostar de ver a cena. Talvez em outro homem, talvez outro dia... Mas com esse sujeito era quase impossível aprovar o que eu veria. E eu ainda quero matar o homem, mas a situação exala erotismo. Laura parece gostar do que faz, ela chupa sem vergonha, como uma profissional. Eu não sei se isso me excita ou me irrita. Ou os dois.

A expressão do homem é de puro deleite. Claro, a mulher é um escândalo de boa e sabe bem o que faz. Eu sei bem o que ela faz. Eu não deveria sentir tesão nessa situação, mas passo a ver apenas Laura. É o único jeito de suportar a cena. Ver apenas ela. Como sempre fiz nas gravações de Orange.

E Laura, ah, Laura... Está tão concentrada em seu trabalho que me faz esquecer quem ela está chupando. A mulher que vive em minha cama se revela e olha para mim constantemente, como se estivesse gostando daquilo que faz, como se quisesse me provocar. Eu não achei que ela conseguiria tornar essa atmosfera tão prazerosa para mim.

Talvez saber que o chef está recebendo tanto prazer por causa da minha morena, praticamente à mercê dela, me dê certa altivez para assistir a esse show de horrores e prazeres.

Os gemidos e grunhidos de Andre começam a me incomodar e entregam que ele não está muito longe de seu clímax. Me surpreende saber que um homem tão garboso e arrogante mal está durando... Três minutos?

O expresso da meia noite e seu pequeno comboio estão prestes a descarrilhar.

O homem resolve parar e empurrar Laura para que se deite na cama. A imagem perde a sensualidade novamente com a brutalidade do homem, que debruça-se sobre Laura e a penetra com força. A expressão confusa de Laura me faz sobressaltar da poltrona.

Andre mete, grunhindo como um urso matando uma presa. Estocando com uma intensidade violenta. Mãos robustas alcançam os seios da morena, apertando, afagando, antes de uma boca masculina toma-los avidamente.

– Meu nome... Diga meu nome – o homem sussurra, quando esquece os seios e enfia o rosto no pescoço de Laura.

Fecho meus punhos imaginando que em minhas mãos está o pescoço daquele cretino que está conseguindo o que queria, o que nos chantageou para conseguir.

Alguém que eu tanto desprezo está se deliciando com o corpo da minha mulher. Eu não sei se quero que ela reaja, que tente algo, que esboce alguma reação, que deteste a situação, que goste... Não quero vê-la sentindo prazer com esse homem, mas também não quero vê-la sofrer, machucada por ele, sendo usada. Estou tão confusa. Aflita, temerosa, zangada... Quase excitada.

– Oh, Andre...

Quando Laura vira o rosto e entrega-se ao homem que a consome, adquiro uma nova postura. Á princípio, me recuso a aceitar que ela esteja gostando, mas quando Laura olha para mim e pisca de um jeito maroto, suavizo a tensão e aguardo o que virá pela frente.

Ela engaja-se no jogo. Começa a se esforçar para nos mostrar que está aproveitando a transa. Não dá para não estranhar ouvir Laura gemendo sabendo que não sou eu quem está-la fazendo gemer. Não dá para não desconfiar se ela está fingindo ou se a sua resposta àqueles toques é genuína.

Mesmo atordoado e concentrado em seu próprio prazer, o chef admira-se da reação positiva de Laura e reforça seus movimentos dentro dela. O homem segura Laura e a deita em uma posição vertical na cama, fazendo com que eu não veja o rosto dela, mas sim o dele. Com o movimento, Andre aproveita para arrancar a calcinha dela com uma rapidez feroz. De frente para mim, tenho que vê-lo sorrir cinicamente enquanto fode a minha mulher.

Cada movimento de entra e sai do corpo másculo sobre Laura é uma provocação para mim. Porém uma provocação que muda de lado quando Laura inusitadamente inverte as posições em um momento de distração de Andre.

Laura fica por cima, agora sua visão é em mim. Não nego que isso me faz vibrar, sua disposição é instigante e ela me encara, afrodisíaca. Laura segura o pescoço do homem e intensifica o movimento, impulsionando-se com vigor. Posso ver o ódio e o desejo transbordando do corpo dela, enquanto mantém o homem sob seu domínio. Ele tenta reagir, talvez trocar a posição, mas Laura resiste, colocando a outra mão no pescoço do homem. Forçando a ação, forçando o sexo, que começa a parecer desconfortável para ele.

Saber que ele pode estar perdendo a respiração me assusta, mas, de algum jeito, também me estimula.

Andre se mexe, inquieto, tentando segurar Laura, mas esta pende a cabeça para trás e geme manhosamente, tirando as forças do homem. A cena causa um frenesi em meu íntimo. Quando ela consegue remover o sutiã, o chef avança em seu colo, agarrando e sugando aquelas volumosas mamas.

O homem grunhe, rosna, está descontrolado, mas Laura ainda consegue colocá-lo de volta ao mesmo lugar. Deitado, imobilizado e ansioso. Esganado pela sensualidade da mulher. Minha deusa grega está se sentindo a própria Afrodite cavalgando e liderando aquele reles mortal. Ela me encara mais uma vez, provocante. Segura o lábio inferior entre os dentes enquanto me confere inteira... E agora faz sentido o pedido de Laura para que eu expusesse as pernas.

Tudo fora muito bem arquitetado.

Sabendo disso, cruzo e descruzo lentamente minhas pernas para ela. Levanto um pouco da saia, jogo um charme barato. Não achei que gostaria de fazer isso, mas apesar de tudo, ela está conseguindo me fazer tirar proveito dessa experiência.

Isso não torna o italiano menos calhorda.

Laura aumenta a velocidade, agora mirando o chef. Sua boca está aberta, mas os dentes cerrados entregam a ira de sua expressão. Forte, como se quisesse machucar o membro do homem. Andre se agita ainda mais e Laura também. Fica nítido que ela pretende realmente machucar o homem, mas começo a me preocupar se não acontecerá o contrário. O homem estala um tapa na nádega esquerda de Laura e todo o meu tesão é bloqueado.

Não quero aceitar que outra pessoa encoste no que é meu.

Mas quando o corpo de Andre começa a manifestar um certo sossego, Laura vai folgando o homem. Com isso, ele rapidamente impulsa a mulher para longe dele, arremessando-a no colchão. Ofegante, Andre deixa o quarto segurando seu ítalo órgão, sem olhar para nenhuma de nós duas.

O homem sai e o silêncio entra.

– Era isso que você pretendia? – pergunto, abismada com o que vira.

Laura ergue o corpo, virando de bruços para olhar para mim.

– Do que está falando?

Aperto os olhos para ela. Vai ver cinismo pega.

– Achei que fosse quebrar o pau dele enquanto o estrangulava – murmuro, olhando para a porta. – Não estava rebolando pra gozar.

– Eu devia rebolar pra gozar, Tay? Não queria dar prazer a ele... – responde, séria – Além disso, quase vi você avançar no cara, talvez eu tenha querido te distrair um pouco...

– Me distrair? Parece que você calculou bem. E o cara sumiu... Deve ter fraturado o brinquedinho.

– Ele disse que queria uma noite... Ele terá uma noite. Uma noite inesquecível – um sorriso sarcástico surge nos lábios dela.

Laura parece ter perdido todo o nervosismo de outrora. Mais solta, menos apreensiva...

– Você tá mais tranquila? – ajeito minha coluna, voltando a me encostar no assento.

– Tay, não começa. Ei, nós estamos juntas nessa... – Laura estica o braço para que sua mão se aproxime de mim.  – O que mais falta acontecer?

A figura de Andre aparece na entrada do cômodo para responder a pergunta. Olhamos ao mesmo tempo para ele. Os olhos cristalinos enegrecidos pelas pupilas acrescidas, o corpo brilhando em suor e o membro exposto semiereto entornam uma espécie de escultura renascentista viva.

Laura, atônita, recua seu braço e põe-se estática com a chegada do homem.

Após alguns segundos nada contentes mirando Laura, ele volta para a cama. Olhos sempre fixos nela, a mandíbula quase quebrando com a força que está fazendo. Em alerta a qualquer movimento, posso jurar que ele tentará algo com Laura.

E ele tenta.

Andre calmamente relaxa seu corpo sobre o de Laura e começa a beijá-la. Suave, manso e carinhoso.

Assustador.

Ele apossa-se dos lábios da mulher como se fosse seu último beijo, como se ela fosse a última mulher no mundo... Como se ele a amasse.

A cena me destrói quando vejo Laura retribuir os beijos, acariciando discretamente o homem. Com a boca na dela e os olhos nos meus, Andre encoleriza-me até as veias com sua pretensão.

Ciúmes afiados rasgam o meu peito, mas eu assisto, resisto, insisto em ver até onde eles irão. O que ele quer. Até onde se satisfará com a minha mulher. O quanto ela se entregará e se satisfará com ele. Mãos fechadas em ódio, já veria o sangue escorrendo caso unhas grandes eu tivesse, com a força que estou pressionando meus dedos contra minhas palmas.

Em um ato acavalado, Andre vira Laura de bruços e lhe estapeia duas vezes no bumbum, dessa vez os estalos são mais altos e as pancadas mais fortes fazem a mulher tremular. Sem demora, o homem se introduz dentro dela com uma pressa rancorosa. Laura se debate e geme algo.

Meu primeiro impulso é tentar me levantar.

Fermarsi, puttana! ­– ele berra e eu obedeço a ordem recebida, sem querer, parando imediatamente.

Pega de surpresa, Laura olha para mim, o desespero tomando conta de sua expressão. Andre, montado, bárbaro, faz do cabelo dela rédeas e continua sua galopada feroz na mulher.

Sangue em ira em meus olhos com o que presencio, tento controlar minha vontade de dilacerar a garganta daquele homem com meus dentes. Laura balança a cabeça para mim, tentando me manter firme, mesmo estando em tal desequilíbrio. Me sinto péssima por ver um homem tão ordinário abusando de Laura dessa forma e eu apenas sentada, assistindo. Eu vejo nos olhos dela a dor do momento, a violência do italiano, a minha inércia diante de tal desfloração... Não posso afirmar piamente que ela não está gostando, mas eu a coloquei nessa situação. Nunca me perdoaria se ela saísse machucada, ainda mais por um imbecil como Andre.

Quero arrancar o chef de cima dela, quero pegar Laura e ir embora daqui. Quero destruir a vida daquele homem e trazer de volta a minha com aquela mulher. Quero que essa noite termine logo. Quero agir, mas não descumprirei minha palavra, por enquanto. Eu disse que queria testemunhar tudo o que houvesse essa noite e aqui estou. Isto, ou algo pior, estaria acontecendo mesmo que eu não estivesse presente. Então eu continuo observando o sexo explícito selvagem e desonrante.

Respiro fundo e me seguro. Eu não irei interromper nada porque se eu tocar nesse homem vou cometer um homicídio. Além do mais, isso não vai durar exatamente a noite toda. Do jeito que ele está, não irá muito longe já que suas energias parecem estar esvaziando-se cada vez mais.

E quando o homem despenha ao lado de Laura, saturado e arquejante, vejo que é hora de parar. Olho para meu relógio.

01h56.

Não vou ficar esperando o homem recuperar sua minguada energia a cada trepada miserável.

– Chega.

Pego minha bolsa e a coloco ao meu lado. A dupla, exausta, mal consegue me ouvir. Repito a ordem, mais uma vez e Laura vira-se para olhar para mim.

– Calma, mia cara. Está muito apressada... – diz ele.

Os lençóis se movem. Andre dá uma palmada em cada coxa de Laura, já puxando a mulher para ele novamente.

Perco a razão e saco minha impaciência.

– Chega dessa sacanagem. – Determino, equilibrando uma pistola semiautomática em minha mão.

O chef retruca algo até virar-se para mim e apavorar-se com o que exibo tranquilamente. Espantado, o homem espalha-se na cama. Agora sim a pose de garanhão foi embora deixando apenas um fracote encolhendo-se nas cobertas.

– Taylor! – Laura grita, virando e se encostando na cabeceira.

Eu não queria ter que fazer isso, mas Andre me tira dos meus limites. A raiva pelo presenciado me garante certa frieza e tranquilidade para manusear a arma. Retiro calmamente o dispositivo silenciador e o enrosco na pistola.

A minha visão é uma verdadeira cena de traição, uma emboscada para dois adúlteros. Dois sustos, dois rostos desesperados.

– Isso é alguma brincadeira? Faz parte de algum jogo... Laura? – o homem olha confuso para mim e para Laura, tentando entender.

A morena me encara, zangada, mas ainda aflita. A expressão embaraçada do italiano é cômica. Não resisto e caio na risada, sem perder a mira no meu alvo. Eu achei que poderia tremer, ficar apreensiva com minha atitude perigosa, mas estou segurando as pontas com firmeza. Continuo sentada, na mesma posição, um nervosismo apenas por estar carregando algo tão letal.

– Me entregue o CD com a gravação e vá embora.

– Eu já o entreg...

– Aqui, na minha mão. Agora! – exclamo, começando a me irritar. Tanta adrenalina me assusta.

– Tenha calma, Taylor... Abaixe isso. – pede ele, escorregando lentamente para sair da cama. – Está lá embaixo, eu vou buscar.

O homem tenta pegar sua calça, mas o impeço com um sonoro “não”. Ele irá despido. Despido de suas roupas e de sua valentia. Quando Andre deixa o quarto, Laura abaixa a cabeça, encolhida, segurando suas pernas.

– Que porra deu em você, Taylor? Por que não me contou que trouxe uma arma? Onde você arranjou isso?

– Laura, eu não planejei nada...

Ela levanta o olhar para mim.

– Ok, eu planejei, mas só trouxe por precaução. Eu sabia que ele poderia dar trabalho. Além do mais... Está chateada, Laura? Queria mais?

– Não... Não é isso... – ela gagueja, desconfiada – Você me assustou.

O homem volta, agora mais comportado, uma mão segurando o CD, a outra cobrindo seu abatido órgão. Peço que ele se aproxime de mim e deixo-o em uma posição de modo que minha mira fique no que ele tem entre as pernas.

Destravo a arma.

É nítido que ele está trêmulo e eu olho para seu rosto assustado, mas não consigo sentir pena ou vontade de parar. Olho para Laura. Olho para todos os cantos, mas sem desviar o foco do chef. Lembro do semblante aflito de Laura minutos atrás, enquanto o homem simplesmente exibia seu ar de confiança e sua potência sobre minha mulher.

Potência nenhuma.

– Peça desculpas a ela.

– Desculpas? Pelo quê? – o homem questiona, com um fio de sorriso.

O sangue me sobe à cabeça com a desfaçatez do homem. Arremesso o CD no chão e acerto um tiro no objeto, estourando a capa acrílica que o envolve. Minha coordenação e mira me impressionam.

O homem trepida ao meu lado. Laura se encolhe. E eu, sinto uma nova corrente de adrenalina e poder passando em meu sangue. Volto a apontar rapidamente a arma na direção dele.

Perdonami, Laura. – Andre murmura, me encarando profundamente. Ele está tentando esconder a tensão atrás de um olhar concentrado. Seria uma falsa coragem? – Satisfeita? Vai atirar em mim?

Um blefe não mata ninguém. Ergo meu corpo ficando à altura do homem, com a mira no mesmo alvo: o pênis.

Agora ficou pessoal.

– O que está escondendo aí? – pergunto, vendo o homem cobrir seu membro com as duas mãos. – Não estava tão envergonhado assim mais cedo... Bota as mãos para trás.

Os movimentos no maxilar entregam a apreensão do homem, que continua me enfrentando, antes de fazer o que mando.

Me aproximo mais do italiano.

– Satisfeito com a sua noite?                            

– A noite ainda não acabou... – sussurra o homem.

– Tem razão.

Esfrego o cano da pistola no débil membro de Andre e seu corpo retesa. Me divirto com a sensibilidade do homem.

– Quer continuar sua noite com ela? Tudo bem. Vá em frente...

O homem olha para Laura e depois para mim de novo, confuso, receoso.

– Mas minhas mãos podem começar a suar um pouco e pode ser que meus dedos escorreguem, aí eu não sei o que pode acontecer com você – advirto, segura e sorridente para o homem.

Encosto o cano da arma no pênis do chef, um deslize do meu dedo agora e destruo o que faz Andre ser homem.

– Vá embora daqui – murmuro, séria – Quer que eu acredite que essa era a única cópia? Divulgue o vídeo, se quiser. Eu não me importo.

Claro que não quero que ele lance o vídeo na rede, mas engato noutro blefe e deixo-o pensar que já não me importo, que já não nos importamos. Chegar aqui com a porra de um CD achando que eu vou acreditar que no instante em que sair daqui ele não vai divulgar o vídeo é subestimar a minha inteligência. É melhor jogar tudo para o alto, então.

– Ou você se importa, Laura? – Levanto o tom da voz, chamando Laura. A mulher nem parece que está aqui de tão quieta.

Laura chama a minha atenção e a do chef com sua demora a responder.

– Faça o que quiser. – o tom dela é desinibido, mas a timidez ainda está lá.

Impertinente, sorrio para o homem. Ainda nos encaramos de uma maneira aguda, perfurante, como um duelo para ver quem se rende primeiro.

– Desejo às damas uma boa noite. – O italiano sussurra, cavalheiresco e melindrosamente educado.

Rendido, despido e fodido? Andre afasta-se de mim cautelosamente, sempre com os olhos nos meus, sabendo que meu jogo foi sujo, assim como o dele. Meneio a cabeça, negando seu acesso ás roupas mais uma vez, quando ele insiste em pegar algo para cobrir seu corpo.

Ma per favore, donna! Não pode me deixar sair daqui assim! – reclama, deixando sua exasperação aparecer.

Eu achava que ele manteria sua distinta classe, apenas me engano. A imagem que vejo novamente ganha um ar jocoso e eu quero rir da agonia do homem de achar que sairá daqui vestido. Embravecido, ele pega a calça e anda até o outro lado da cama para buscar sua camisa. Filho da puta teimoso.

Antes mesmo que ele consiga alcançar a peça, atiro no tecido dobrado sobre a cadeira. Laura alarma-se e Andre para, assustado com o disparo e a proximidade de seu corpo quase raspado pela bala.

– Largue a calça e vá embora. – intimo, com toda a minha seriedade.

E assim, ele vai, desnudo, atravessando a porta do quarto e da entrada, saindo como veio ao mundo, levando em sua dignidade uma vergonha tatuada. Depois que no quarto só ficamos nós duas e o som da porta batendo é ouvido, passo um bom tempo encarando Laura e volto a me sentar na poltrona, de frente para ela.

 

Laura’s POV

Eu não acredito que vou fazer isso. Não acredito que Taylor consentiu com esse encontro. Ela sempre demonstrou ódio por Andre e agora quer me ver com ele. Eu deixei a decisão nas mãos dela porque, na minha certeza, ela iria recusar qualquer tipo de aproximação minha com ele.

Mulheres... Vá entendê-las.

Já é tarde, estou fazendo de tudo para que meu visual não fique muito extravagante e chamativo. Nada mirabolante. Taylor já tem a cabeça muito fodida, não quero que ela pense que estou me produzindo demais para o chef.

O homem me causa algo estranho, mas comum. Diferente, mas normal. E a loira sabe disso.

Peço a opinião dela, quero que veja que o que estou fazendo é por ela, por nós. Mas toda vez que apareço na sala, Taylor parece mais impaciente e apreensiva. Vou, volto, me olho no espelho, arrumo e desarrumo o cabelo, repito as mesmas ações inúmeras vezes... Estou nervosa, mas não deveria estar.

Confiro as horas no visor do meu celular. Hora de dar a atenção à quem está sem. Nunca vi Taylor tão séria, não nego que tenho medo do que ela possa fazer, do que possa estar armando. Não quero nem imaginar o que ela pode aprontar. Eu conheço a mente malina daquela mulher, sei um pouco do que ela é capaz. Retorno à sala e Taylor está verificando seu relógio. Parece tão concentrada em sua própria ansiedade...

Me aproximo cautelosamente da mulher.

– Como estou?

Taylor me observa, quase abismada, e levanta-se, ficando de frente para mim.

– Você está maravilhosa.

Me encosto em minha admiradora e dou-lhe um beijo em sua bochecha, quase no cantinho da boca. Sinto o perfume dela, que acaba me lembrando que esqueci do meu. Parto para busca-lo, mas Taylor me puxa de volta para seus braços.

Ela não sorri, não traça nenhuma reação, nenhuma expressão facial, há apenas aflição em seus olhos que mistura-se á minha, quando nos fitamos por um longo segundo. Seu olhar, pesado e preocupado, me desola e só me deixa mais nervosa.

– Amor – ela segura minha cintura – Tudo bem?

Tudo bem não é como eu diria que está agora, mas é o que desejo para hoje. Que fique tudo bem entre nós... Porque estou com um mau pressentimento.

– Eu não sei, Tay. Espero que sim.

Deixo meus braços sobre os ombros da loira, quero acolhê-la, quero que saiba que estou aqui, com ela. Apesar de estar com medo, quanto à tudo, principalmente quanto ao que sentirei com Andre, quero mostrar certa segurança.

Quando Taylor começa a me falar algo, a campainha toca. Nós duas levamos nossos olhares à porta imediatamente. Quando olho para Taylor, ela está encarando a porta como se dali fosse entrar um monstro.

E realmente poderá entrar.

– Taylor, você está bem, meu amor? – quero que ela olhe para mim e me diga.

Seu olhar está escuro, sombrio.

– Estou. Vamos acabar logo com isso.

Taylor abre a porta e desde que Andre aparece e entra, ela perde a voz, calando-se de tal maneira que não responde nada. Nem a mim, nem ao chef, simplesmente sobe para o mezanino, como só esperando por nós. Muito silenciosa, muito quieta... Taylor não é a simpatia em pessoa e eu também não esperava que ela fosse bater palma e oferecer chá ao homem, mas depois da chegada dele, ela simplesmente expressou toda a sua adversidade, sendo indiferente até mesmo comigo quando me mandou pegar o CD que o chef queria entregá-la.

– Isso é raiva ou ciúmes? – Andre pergunta, ao ver Taylor subir as escadas.

Coloco o CD ali por cima de algum móvel e espero Taylor entrar no quarto para me aproximar do italiano.

– Por quê? É isso que te interessa?

O homem tenta me pegar e se encostar em mim, mas me esquivo e saio em busca de subir para, como Taylor disse, acabar logo com isso. Enquanto avanço degrau por degrau, percebo, sem uma visualização direta, que o homem me acompanha, taciturno.

Quando chegamos à suíte, Taylor já está sentada, em uma cadeira em frente à cama, com o olhar fixo, compenetrado, em algum ponto a sua frente. Me viro para Andre, que me segura pela cintura com calma. É tão mais difícil fazer isso com Taylor nos observando dessa forma... Seu olhar julgador me deixa tensa e faz parecer que o que estou fazendo é errado. Me sinto mal por acreditar que seria mais fácil se eu estivesse às sós com ele.

– Eu esperei por esse momento desde que a vi pela primeira vez naquela série, exibindo esse corpo delicioso. Eu sabia que ainda seria meu – uma mão masculina vem alisar meu rosto.

Andre encosta-se ainda mais em mim e me faz virar, ficando de costas para Taylor. Apertando minha cintura em suas mãos, ele diz:

Oggi hai perso, bionda.

Italiano não é o meu forte, mas pelo que entendo, ele quer dizer que Taylor perdera hoje. Como se eu fosse um troféu que ele conquistara. Me mantenho calada, imóvel, deixando que o homem faça o que quer enquanto pode.

Andre continua suas cobiçosas carícias por meu corpo. A luz do abajur me distrai. Não sinto nada. Apertões, apalpadas, toques travessos... As mãos do homem fazem um caminho calmamente ansioso por todas as minhas formas, um tateado leve, outro mais forte. Até que começo a sentir as sensações do corpo dele, cada vez mais próximo do meu.

Toda a suavidade de seus toques some quando ele segura meu vestido e, na truculência, o rasga ao meio. Ele despedaça minha roupa, me deixando seminua. O olhar do homem violenta a exposição do meu corpo. As pupilas dilatadas com um meio sorriso maldoso imprimem um aspecto diabólico no homem.

Olho para Taylor rapidamente e ela está tesa, mantem o ar sério e soturno. Andre me senta na cama e começa a tirar sua roupa. Eu não lembro a quanto tempo não tenho uma visão dessa. Já a visão dele está em Taylor, com a expressão molestada por um sorriso impertinente.

Delicado como um cavalo, Andre segura meu cabelo e ordena que eu tire sua calça. E assim o faço. Espio Taylor, sei o quanto ela deve estar odiando. É estranho estar de frente, tocando um corpo masculino enquanto ela me observa de uma maneira tão reprovativa. É como se eu estivesse fazendo contra a vontade dela, porém ela mesma quis isso. E eu não sei como agir, por isso prossigo com minha postura quieta e impassível.

Mais uma vez ele me toca, checando o que há dentro do meu sutiã e da minha calcinha. Não posso negar que fico estremecida com a forma como Andre me toca e me deseja. Assim, agora, bem perto de mim...

– Toque... É todo seu hoje.

Vamos ver se tanta prepotência não se transforma em impotência.

Andre leva minha mão até seu membro e eu aperto, sem medo. Como se precisasse senti-lo. Começo a massageá-lo, com gosto, por cima da cueca. Sinto o calor do órgão do homem contra minhas palmas e meu corpo quer reagir.

Sinto a espessura, calculo o tamanho e já vou pondo mais firmeza, mais vontade. Por dois motivos: eu não quero que ele pense que estou acanhada ou envergonhada. Estou insegura, mas não quero que ele ache que está acima de tudo. E o outro motivo é que um lado meu sente-se poderosamente atraído por esse contato, quer senti-lo de verdade.

O homem troca de lugar comigo e pede que eu me ajoelhe. Obedeço, assistindo sua desnudez completa quando ele tira sua última peça. E como eu esperava, ele aparece. Pêlos rasurados, o tamanho acaba me surpreendendo... Negativamente. Agarro-o e coloco-o na boca, e me ponho a acompanhar cada trejeito de Andre ao sentir minha língua o chupando.

O calor, o gosto, a textura... Tem um homem na minha boca e eu só penso em senti-lo, leva-lo à loucura, satisfazê-lo, observá-lo e deixar que ele faça seu trabalho em mim. Olho para ele, o italiano parece deleitado. Continuo, empenhada e determinada, sentindo aquela velha sensação de poder e lascívia de outrora carregando o prazer dele para mais perto, mais perto...

Tão pertinho e sou puxada de volta para a cama, e, sem demora, sou preenchida pelo homem que avança sobre mim, guloso, adiantado e quase desesperado. Á princípio, me pego desorientada com o abrutamento dele, mas acabo tendo que entrar em sua órbita asselvajada.

– Meu nome... Diga meu nome – o exigido e sussurrado em meu ouvido faz meu corpo arrepiar. As mãos dele me tomam sem gentileza, o toque é forçado e firme.

Olho para Taylor e ela é toda tensão. Está parada, petrificada, acompanhando os movimentos do homem sobre mim e eu penso no ódio que a corrói. Eu sabia que seria uma péssima ideia ela querer assistir isso, nunca conversamos sobre sexo explícito, Taylor sempre foi muito reservada nesse quesito. Parece até que ela não gostava do que tinha vivido, só falava do futuro e tudo relacionado ao seu passado e ás suas preferências ela manteve guardado apenas com ela.

Uma fortaleza de sentimentos revestida em mistério.

Então, decido me jogar, me entregar, me deixar levar pelo homem que me possui agora. Gemo o nome dele, me encaixo, me adapto, me usufruo no ato. Pisco para Taylor, quero que ela saiba que não deve se preocupar, mas não sei se ela entenderá meu sinal. Sempre sei, mas não faço a menor ideia do que estou fazendo.

Sou movida e trocada de posição quando o homem decide virar-se para ficar de frente para Taylor. Ele continua, mais forte, mais motivado, assim como eu, porém com meu espírito de vingança transtornado em busca de satisfação. Calcinha lançada, estou pronta para tirar o sorrisinho deslavado daquele rosto desalinhado. Enquanto distraído, me apodero do homem, que estreita Taylor com o olhar, e deixo-o sob mim em um movimento rápido.

Por que não abraçar o capeta se já estou no inferno?

Pego Taylor em minha visão, enquanto me completo totalmente com Andre. Taylor nem pisca, me encara, quase indecifrável se não fosse sua boca entreaberta entregando toda a surpresa sentida. Continuo, em uma ginga sensual sobre ele, que começa a se alterar e tentar me tirar da tal posição. Seguro o pescoço suado, bruto, primeiro com uma mão, depois a outra. E vou apertando, apertando, tomando seu ar para dentro de mim. O fôlego, a respiração, a vida de Andre agora são meus. Invado o homem, pressionando, empurrando meu corpo, meu sexo, contra o dele, contra ele.

Deslizo, sentindo-o forte, duro, pronto para jorrar toda a sua vontade dentro de mim. O controle sendo prazerosamente disputado...

Prazer... Prazer de estar em cima de um homem, prazer de estar acima daquele homem, violentando sua ideia de se satisfazer como quer, e, inegavelmente, prazer de estar sentindo um homem novamente entre minhas coxas.

Agressivo e descontrolado, Andre se esforça para me arrastar para baixo, mas ponho toda a força que tenho em cima dele. Quanto mais força ele põe para escapar, mais força eu coloco para mantê-lo ali, fixado sob mim. Gemo, em delírio, entregue a deliciosa sensação que parece suspender meu corpo. Um espasmo que contrai todos os meus músculos me forçando a cravar minhas unhas nos músculos do italiano.

Andre vem avidamente de encontro aos meus seios, quando me desfaço do sutiã, capturando-os com a boca e com as mãos. Mas não quero que ele me toque assim, que sinta que pode fazer o que quer, agora que me apossei do corpo dele, quero vê-lo desesperado, sufocado em prazer. Literalmente...

Pressiono o homem de volta ao mesmo lugar, segurando ainda mais forte seu pescoço com as duas mãos, empurrando toda a minha ira em cima dele. Quanto mais vou sentindo a pele suada, quente, enrubescida por todo o corpo com a falta de ar que vou provocando ao apertar sua garganta em minhas mãos, mais vou sentindo vontade de continuar, mais forte, mais intensa, até acaba-lo por completo.

Levanto a cabeça e encaro uma Taylor bestificada, mas não menos sexy, sentada de pernas cruzadas, de frente para mim, como se fosse a dona da cena. A sensação de olhá-la e provoca-la enquanto estou em cima de um homem é indescritível. Sinto que estou perto de gozar e Taylor sabe disso... Tanto sabe que não me decepciona e levanta um pouco a saia enquanto descruza as pernas. Aproveitando a minha sensibilidade, me atiçando ainda mais... Ela não faria isso se não estivesse gostando.

Olho de volta para Andre, estou cada vez mais sedenta, mais perto do meu momento, me esforçando para que ele mantenha-se asfixiado em seu próprio desejo. Sou pega pelo meu próprio lado bruto e impetuoso que me domina por inteira, tentando esmagar toda a arrogância e audácia desse chef. Eu posso sentir a fúria, a gana e o fervor do ato. Eu posso senti-lo perdendo todas as suas forças. E eu quero sentir tudo... Tudo.

Sinto a intensidade de todos esses sentimentos ziguezagueando pelas minhas estruturas até descerem ao meu ponto de encontro com Andre, satisfazendo-me de maneira aguda e severa. Destruindo todas as ameaças e aflições que ele me fez sentir. Além do ódio que ele despertou em Taylor e os conflitos que ele causou entre nós.

Já não mais aguentando, Andre transborda dentro de mim, quase emudecido, quase agonizante, com sons guturais saindo de uma garganta sufocada. Não sem antes usar seu resto de energia para me estapear fortemente no traseiro.

Forças enfraquecidas, acabo relaxando o corpo e desacochando Andre. É o momento em que ele aproveita para conseguir escapar de sua posição tão inferior e me empurra na cama. O homem deixa o quarto em um silêncio vergonhoso.

Fecho meus olhos, retomando minha respiração.

– Era isso que você pretendia?

Uma voz suave me faz virar, levantando o corpo para olhar a mulher que a sussurra. Taylor parece intrigada...

– Do que está falando? – ofego.

– Achei que fosse quebrar o pau dele enquanto o estrangulava. Não estava rebolando pra gozar.

Parece piada. Taylor era só apreensão mais cedo, como se o que eu fosse fazer fosse um crime, um pecado, um ato proibido entre nós, além do ódio sempre bem compartilhado que temos pelo homem, agora ela vem falar que eu não estava rebolando pra gozar e queria estrangulá-lo?

Eu gosto da Taylor menos ingênua.

– Eu devia rebolar pra gozar, Tay? Não queria dar prazer a ele...  Além disso, quase vi você avançar no cara, talvez eu tenha querido te distrair um pouco...

– Me distrair? Parece que você calculou bem. E o cara sumiu... Deve ter fraturado o brinquedinho. – Deduz, agora com um sorrisinho sádico.

Me deixo relaxar, esparramada entre os lençóis, sentindo uma ou duas correntes orgásticas ainda escoando em meu corpo.

– Ele disse que queria uma noite... Ele terá uma noite. – Sorrio com o meu feito, lembrando da petulância de Andre semanas atrás – Uma noite inesquecível.

Taylor fica calada por alguns instantes até me acertar com seu projeto de deboche.

– Você tá mais tranquila?

A expressão da loira se fecha, como da água para o vinho. Ela é muito boa nisso. Dual, diferente daquela mulher de expressões tão claras que conheci. E eu sinto a picada de sua insegurança.

– Tay, não começa. Ei, nós estamos juntas nessa... – me estico para encostar a mão na dela – O que mais falta acontecer?

E minha resposta aparece em forma humana, na porta do quarto. Andre surge renovado, um pouco mais suado, mas nada cansado. Totalmente desnudo. Todo rígido. O olhar profundo em mim.

Quase posso ouvi-lo rosnar.

Minha reação se perde em meio a minha visão quase chocante ao presencia-lo vindo ao meu encontro e me surpreendendo com a sutileza de seus toques. Sou atacada por carinho, suavidade e delicadeza. Alisando meu corpo dos pés à cabeça, Andre mostra sua versão mais gentil, me beijando inteira. Muitos beijos na boca, acariciando meu rosto com a maciez de sua barba, sem pressa, sem nenhum rastro de brutalidade. Sou tomada pelo momento e acabo baixando a guarda, entregando-me ao italiano.

Mas tanta suavidade em nosso contato só disfarça o rancor que se manifesta dentro do homem quando este me arrebata de bruços e me invade rapidamente. Só ouço duas palmadas e o sinto todo introduzido dentro de mim. Maciço, atacante... Extremo.

Gemo, dessa vez de dor, e tento me erguer, mas o italiano me tem imobilizada. Olho para Taylor e a vejo prestes a saltar sobre o homem.

Fermarsi, puttana! – grita, e sinto a raiva dele aumentando.

Taylor tem um desespero no olhar que eu nunca vira antes, meneio com a cabeça para que ela não faça nada. Não quero que a situação piore.

Andre segura meu cabelo, puxando sem dó, e a dor grita mais alto que eu. Mais rápido, ele grunhe preparando-se para despejar o seu castigo em mim. Recebo mais tapas, puxões, apertões, toda e qualquer tipo de demonstração de violência. Joelhos e cotovelos no colchão, olho uma última vez para Taylor e vejo minha dor no olhar dela.

Fecho os olhos, rendida, totalmente entregue.

Depois de saciado, ele cai ao meu lado. Desabo junto com ele, minhas forças roubadas. Não consigo nem olhar para o homem ao meu lado, me sinto tão suja, tão desgostosa. O alto arfar do chef mistura-se ao meu arfar e mal ouço o que Taylor murmura.

– Chega.

– Calma, mia cara. Está muito apressada... – Andre responde, confiante, movendo-se para perto de mim.

Posso ouvir Taylor bufar.

– Chega dessa sacanagem. – Vocifera a loira.

Andre resmunga algo em italiano. Quando torce o corpo e olha para Taylor, o homem se assombra. Mais uma vez, me volto para ela para entender o espanto do homem e acabo igualmente espantada, gritando o nome dela.

Taylor tem uma arma apontada para Andre. O rosto tão expressivo quanto uma tela em branco. Me afasto para o mais longe dela, na cama, junto com o italiano, que se aproxima de mim, ainda mais assustado.

– Isso é alguma brincadeira? Faz parte de algum jogo... Laura? – ele olha para mim, embaraçado.

Não posso acreditar que Schilling está fazendo isso novamente. Acabo tendo um déjà vu, de meses atrás, ao vê-la apontando para Oliver a Taurus que tia Maggie me deu. Depois daquele dia nunca mais deixei outra coisa senão roupas dentro daquelas minhas gavetas. Sabia que Taylor estava aprontando alguma peripécia. Tão calculista, eu soube que ela estava preparando algo desde que incutiu na cabeça essa ideia voyeur.

Onde Taylor pode ter arranjado uma arma? Ela está transtornada. Tenho medo da ira engoli-la de tal modo que a faça cometer um crime. E se ela estiver irada comigo também? E se ela errar o alvo? Não, minha Taylor, jamais seria capaz de algo contra mim. Ela, provavelmente, está só querendo assustá-lo, como fez com Oliver.

Não, ela pôs um silenciador... Puta merda, ela está mesmo destinada a matar Andre. Eu não quero o sangue desse homem em mim, nem quero ver Taylor sujando as mãos. Encaro Taylor com toda a apreensão que me domina, ela sabe que é um ato insano, mas a loira apenas cai na gargalhada, debochada.

– Me entregue o CD com a gravação e vá embora. – Ordena ela, agora sem nenhum humor na voz.

– Eu já o entreg...

– Aqui na minha mão. Agora! – brada, taxativa.

Essa voz... Absurdamente irritada.

– Tenha calma, Taylor... Abaixe isso. Está lá embaixo, eu vou buscar.

Pavor. Eu estou apavorada.

Ao tentar se vestir, Taylor barra o italiano e exige que o homem saia sem roupas. Se bem conheço a loira, não duvido que ela o expulse daqui pelado. Ela está tão brava, tão imperativa, tão imprevisível... Eu não convivi com ela tempo suficiente para vê-la assim tão irosa.

Me encolho, abraçando as pernas, me deixando beijar os meus joelhos. Taylor continua calada mesmo quando Andre sai do quarto. Estranha, sinto que ela me observa e começo a me sentir intimidada.

Resolvo mandar as perguntas que me inquietam.

– Que porra deu em você, Taylor? Por que não me contou que trouxe uma arma? Onde você arranjou isso?

– Laura, eu não planejei nada...

Incrédula, encaro a mulher a minha frente.

– Ok, eu planejei, mas só trouxe por proteção. Eu sabia que ele poderia dar trabalho. Além do mais... Está chateada, Laura? Queria mais? – provoca ela.

Tudo fora bem arquitetado.

– Não. Não é isso... Você me assustou.

Não sei como ela pode insinuar que estou protegendo o chef. Pronta para me defender das provocações de Taylor, Andre aparece, agora acuado, com o CD em mãos. Todo o garbo e atrevimento foram embora e parece que só a vergonha restou em cada pedaço daquele sujeito.

– Traga aqui... Venha cá. Venha, não tenha medo.

O homem caminha até Taylor, impressionantemente obediente. Assisto, aflita, a loira usando e abusando de seu poder sobre ele. Um rosto enigmático me fita, deixando-me coibida entre os lençóis.

– Peça desculpas a ela.

– Desculpas? Pelo quê?

Andre se inclina para olhar para mim, com seu velho sorriso sarcástico no rosto. É uma visão estranha: Taylor sentada de frente para um homem nu. É uma noite estranha. Na minha cabeça, a qualquer instante ela vai balear o cara.

Vai baleá-lo em um lugar muito escroto.

Taylor me faz gritar de susto quando joga no chão o CD que Andre trouxera e atira no objeto. Minha cabeça roda. Ela está munida.

Perdonami, Laura. – murmura, aparentemente calmo – Satisfeita? Vai atirar em mim?

A mulher se move para ficar à altura do italiano. Erguida e ereta. Estapafúrdica. Taylor planta um ar soberano em cima de Andre que me faz jurar que vai apertar o gatilho. A apreensão do homem o faz proteger seu membro refém com as duas mãos.

De repente, me sinto no Velho Oeste. Ambos armados, enfrentando-se como em um duelo íntimo de egos. A imagem é excitantemente tenebrosa.

– O que está escondendo aí? Não estava tão envergonhado assim mais cedo... Bota as mãos para trás.

Orgulhoso, ele reluta, mas acaba obedecendo a mulher mais uma vez.

– Satisfeito com sua noite? – murmura ela.

– A noite ainda não acabou...

– Tem razão.

Taylor mexe com o homem, tocando-o com a pistola. Abusiva e afrontosa, toda essa marra de Taylor acaba mexendo comigo. A postura elevada, o olhar incisivo, aquela sua boca distraída...

– Quer continuar sua noite com ela? Tudo bem. Vá em frente... – a loira assente, despreocupada.

Andre olha para mim, desconfiado, e por um instante posso jurar que ele vai voltar para a cama. Agora eu fiquei confusa.

– Mas minhas mãos podem começar a suar um pouco e pode ser que meus dedos escorreguem, aí eu não sei o que pode acontecer com você...

Taylor não faria isso, está blefando. Se ela fosse mesmo mata-lo, já teria feito. Andre carrega a possessão em seu olhar. Eu poderia jurar que ele precisa ser exorcizado com tamanha raiva que sustenta e expressa em cada punho trêmulo cheio de zanga. Não tenho dúvidas que em breve todos saberão o que Schilling e eu fizemos naquela adega. Já posso imaginar as piadas que nossos fãs criarão com esse caso.

– Vá embora daqui. Quer que eu acredite que essa era a única cópia? Divulgue o vídeo, se quiser. Eu não me importo. – diz, áspera. – Ou você se importa, Laura?

O blefe é evidente. Só arriscando tudo ela diria isso. Taylor sabe da gravidade do seu comportamento hoje, ela sabe que a publicação do vídeo seria o mínimo que ele poderia fazer. Não conhecemos esse homem, não sabemos de quais costumes ele vem, quais maus hábitos tem... Acho que seria uma grande ambição querer que ele simplesmente nos deixe em paz depois de tudo o que houve hoje.

Andre é um homem pragmático. Passo a me assustar mais com o depois que com o agora. Ambos olham para mim, esperando alguma resposta de alguma pergunta que Taylor fizera.

– Faça o que quiser – rumorejo, fraca.

– Desejo às damas uma boa noite. – diz ele, com sua conhecida voz macia e calma.

E que noite.

Ele tenta ir se vestir, mas, como eu pude prever, Taylor o impede. Uma espécie de sorriso vitorioso está lá, na boca dela, vendo o homem implorar para levar suas roupas. Eu diria que ela está prestes a cair no riso novamente ao vê-lo com súplicas quase deselegantes. Até que mais balas são gastas com a teimosia do italiano ao contrariar Taylor com sua insistência em pegar suas vestes. Ela atira, com uma tranquilidade intrigante, nas roupas dele, quase posso jurar que ela o atinge.

Ela deve estar se sentindo tão bem naquela posição tão imperiosa. Ameaçando, expulsando e expondo o homem dessa forma. E ele vai, bravio, porém sem pressa, guardando bem nossos semblantes tão distintos, e carregando seu próprio, quase sem camuflar seu arrependimento.

Encaro a minha mulher, como esteve no princípio, de frente para mim, largada no vazio escuro do silêncio, despindo minha alma sem piedade, enquanto perfura meu íntimo, e, fecho meus olhos, exausta de tudo, curvando lentamente a cabeça, reverenciando e rendendo-me às imutáveis circunstâncias da vida.


Notas Finais


Mil perdões pela demora excessiva dessa vez, não me odeiem...
Daqui a 50 anos ou em uma semana, estou de volta.
Até lá.
Beijos


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