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História O estranho da cafeteria - Memórias


Escrita por: Razu

Notas do Autor


tá pegando fogo bicho olha lá

Capítulo 3 - Memórias


Fanfic / Fanfiction O estranho da cafeteria - Memórias

-Eu sinto muito professor!

Era a coordenadora dos clubes da tarde. Estava há o que pareciam horas discutindo com o professor de química.

-E por que eu não fui avisado?! Isso é um ultraje! -estava indignado- Essa espelunca que você insiste em chamar de escola precisa urgentemente rever suas medidas!

-Eu não posso obrigá-lo a participar se ele não quiser. O senhor devia ter seguido o protocolo e simplesmente o advertido ou levado para a secretaria.

O professor parecia furioso. Sem falar nada, saiu da pequena sala da coordenação e foi embora, batendo os pés.

-Jungkook venha até aqui.

Ele, que até então estava sentado, olhando alguma coisa pela janela, se levantou e se aproximou da coordenadora. Era uma mulher alta, muito bonita, aparentava ter uns trinta anos.

-Olhe nos meus olhos quando eu falar com você.

Ele a olhou. Ela não esboçava nenhum sinal de que lhe daria algum tipo de sermão ou punição, apesar de ser o que deveria ser feito. Pelo contrário, seus olhos continham certa curiosidade.

-Eu chequei suas notas. -ela riu- sabe, eu me pergunto como um estudante consegue ter todas as suas notas acima de nove dormindo durante as aulas.

Ele ficou em silêncio. Após alguns segundos, ela começou a andar lentamente em sua direção. Continuava o encarando, mas agora, de maneira diferente, com mais intensidade, mais felina.

-Sabe, é bem impressionante…- ele deu um passo para trás, ela estava perigosamente perto.- …para alguém da sua idade.

Ela continuava se aproximando; ele tentou ir mais para trás, só para bater a cabeça na parede do fundo da sala. Ela sorriu. Agora estavam frente a frente. Perigosamente perto. Ela se inclinou na direção dele e se apoiou na parede, a mão encostando nos fios ruivos do cabelo dele. Ela o encarava profundamente, como um tigre encara uma presa. O coração dele palpitava. Desviou o olhar para o lado. Ela riu baixinho, e ele sentiu a respiração dela em seu maxilar. Ela chegou mais perto e cochichou no ouvido dele:

-Pobrezinho, obrigado a aturar aquelas aulas entediantes. -as palavras em seu ouvido causaram arrepios. -Sabe, eu posso… ajudar … você.

Ele segurou firme o pulso dela assim que ela tentou tocar seu rosto. Olhando-a firmemente nos olhos, disse:

-Receio que não possa. Seu comportamento me envergonha, por favor, me desculpe.

Ele pegou suas coisas e saiu da sala, em passos largos. Ele achou ter ouvido risos ao sair.

De novo não, pensou. Não era a primeira vez que algo do tipo acontecia. Ele não conseguia compreender o motivo. Sempre teve essa influência nas pessoas. Desde pequeno, tudo o que escutava era “nossa, que menino adorável”. As pessoas queriam ficar ao seu redor, sem ao menos conhecê-lo ou tentar. Ele sentia que em seus 19 anos ninguém o conhecera de verdade. Não, não. Havia uma exceção.

Não se lembrava exatamente. Tudo o que havia eram fragmentos de uma cena. Algo que sempre aqueceu seu coração. Era primavera. Em meio às flores do parque perto de sua casa, ele chorava pelo seu gato que morrera. Tinha nove anos, o possuía desde que nascera. Ele tentou pensar mas as lágrimas insistentes não deixavam. Então viu algo em sua frente. Uma mão segurando um sorvete, que escorria entre os dedos.

-Vi você chorando. Não sei o motivo, mas um sorvete sempre ajuda! Foi o que me contaram! -disse. Era um garoto, mais ou menos da sua idade, com um sorriso enorme no rosto. Um sorriso mais quente que o sol. Ele não se lembra mais de ter chorado naquele dia.

Não sabia seu nome, também não se lembrava direito do seu rosto. Tudo o que recordava era de seu sorriso. Tudo o que o restara daquela tarde era um colar, que o menino lhe dera e que marcara presença em seu pescoço desde então. Nunca mais irei encontrá-lo, pensava. Mas continuava sendo a memória mas doce que conseguia lembrar.

Algo pulsou em sua mente de repente. Lembrou que no momento, tinha algo a resolver. Não viveria mais com dúvidas e mistérios. Não mais.

Se dirigiu à Cafeteria.


Notas Finais


talvez eu continue


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