P.O.V Rezende
-Esse é o seu melhor?Você ainda é um fraco Phoenix,um fraco! - falei depois do décimo quinto choque que tomei na cabeça.
-Rezende,eu vou te fazer voltar a ser como antes,nem que tenhamos que ficar aqui por um ano inteiro,eu vou tentar de tudo até você voltar porque sei que você está aí. - ele remexeu na mochila velha e rasgada que havia jogada em um canto tirando várias coisas de lá que na minha experiência com hospitais que é bem longa são instrumentos para realizar uma cirurgia. - já ouviu falar de lobotomia?Retirar parte do cérebro para curar uma doença psicológica?Bem,espero que de tudo certo...
-É acho que vai dar certo com você. - pulei em cima dele com o canivete que havia usado para me soltar. - me dá só um motivo pra eu não te matar agora.
-Me mata,anda,eu sei que você não consegue mesmo,nunca conseguiu.
-Não sou mas o garoto que te desafiou,eu vou te matar agora é ninguém vai te procurar,sabe por que?Porque ninguém liga se você está bem ou não,vivo ou morto,nem o Pac lembrava de você até ontem mas você teve que atrapalhar a vida dele de novo. - eu ia fincar aquilo no peito dele mas parei a centímetros de meu alvo. - sabe de uma coisa?Você vai ficar vivo,só pra ver a vida dele ser destruída na sua frente.
Me levantei e o puxei pelos cabelos ,o preensei na parede enquanto amarrava suas mãos com o resto das cordas que ele utilizou em mim,ele estava chorando mas sabia que não sentia nada,afinal ele me criou a sua imagem e eu não sinto nada faz um bom tempo,afinal a única pessoa que me fez sentir algo está prestes a se casar com outro.
P.O.V Mike
-TARIK ME DEVOLVE MEU SORVETE EU NÃO TO BRINCANDO. - gritei no meio da rua enquanto tentava pegar meu sorvete que Pac roubou.
-Quer o sorvete?Toma. - ele ESFREGOU o sorvete na minha cara e saiu correndo.
-PESTE AGORA EU TE PEGO! - Corri atrás dele e depois de um tempo parecia que tínhamos corrido uma maratona de trocentas mil quilômetros.
-Eu vou desmaiar. - Pac praticamente se atirou no banco no meio da praça na qual paramos.
-Isso é pelo sorvete. - dei um sono no ombro dele e ele se encolheu. - você é um idiota.
-Idiota que você ama.
Ficamos um tempo ali na praça observando as crianças que pareciam capetas correndo,desde criança eu odiava brincadeiras que exigiam que eu corresse e observar isso sentado ao lado de Pac me parecia algo nostálgico não entendi bem o porquê.Ele colocou a mão no bolso da jaqueta provavelmente para pegar o celular,ai eu congelei momentaneamente pois lembrei que tinha ficado com o celular dele,meu velório é hoje senhor.
-Mike,eu deixei o celular em casa? - ele perguntou enquanto revirava qualquer bolso que encontrasse na roupa.
-E-eu peg-g-guei pra ver as horas mais cedo,tá aqui. - puxei o celular do bolso da minha calça e entreguei pra ele.
-Você mexeu em tudo né? - ele perguntou afirmou,pois eu nem precisava confirmar já tava na cara.
- posso muito confiar em você nossa. - ele se levantou com raiva e saiu andando rápido em direção á sua casa.
-Pac,espera,a gente ainda não tinha conversando quando eu mexi! - gritei de longe,mal conseguia acompanha-lo
-E precisávamos?Caralho,eu te disse que não ia te contar porque era uma coisa que você não precisava saber! - ele parou,apenas para gritar comigo mesmo,alguns curiosos paravam e observavam a cena tentando descobrir se daquilo ia sair uma briga de verdade ou só uma discussão mesmo.
-Certeza que eu não preciso saber quem é Phoenix , Pac? - ele ficou pálido como papel quando eu disse o nome do desconhecido.
-Você não precisa saber sobre alguém que você nunca vai ver caralho! - ele disse mas parecia nervoso em falar dele.
-Então me diz logo quem é ele,e para de gritar no meio da rua.
Ele pegou no braço e começou a me arrastar pra crackolândia porque não podia ser num lugar normal me arrastando pro meio de um monte de mato na minha visão.
-Phoenix é um dos quarenta e sete mil irmãos do Rezende. - ele fez uma pausa para respirar e ainda não tinha parado de andar. - Muito tempo atrás quando eu era um anencéfalo de treze anos de idade,eu e ele eramos melhores amigos,isso era na época do meu namoro com o Rezende também,mas o Rezende ainda não era esse psicótico que você vê hoje,ele era uma pessoa doce.- fomos entrando em uma parte mais fechada da floresta,as copas das árvores tampavam a maior parte da luz solar que entrava. - Mas o Phoenix,ele era bem diferente,ele desde pequeno frequentava um psicólogo por que não conseguia controlar sua raiva,se ele se irritasse muito podia chegar a matar alguém,até aí eu não acreditava que uma pessoa que é irmão de alguém tão fofo podia fazer isso mas bem,eu sempre estou errado,Phoenix fugiu de casa uma vez e eu e Rezende fomos procura-lo,a mãe deles tinha ido procurar antes também mas não voltou. - ele parou bruscamente e me olhou nos olhos. - Phoenix matou a mãe deles,na frente do Rezende,ele costurou a boca dela para que não pudesse gritar,arrancou os olhos primeiro deixando os globos oculares vazios amostra,retirou parte do estômago dela e deu pra Rezende comer,o resto do corpo ele jogou vermes por cima para que ela se fosse mais rápido pelo que ele disse.
-... - fiquei sem palavras,eu simplesmente não conseguia falar,eu poderia ter dito qualquer coisa mas não disse porque eu sou um ignorante e iria acabar falando merda.
-Isso deu um pane no cérebro manipulável do Rezende,ele entendeu aquilo que o Phoenix fez como algo socialmente aceitável e entrou na cabeça dele que o mundo fosse um lugar sem regras,Phoenix se culpa por tudo que o Rezende já fez para qualquer um mas ele se culpa mil vezes mais pelo que ele fez pra mim. - Pac suspirou como se estivesse soltando um peso de anos só naquela conversa. - vou te mostrar uma coisa,só promete que não vai contar pra ninguém.
-Prometo. - foi a única palavra que deixei sair.
Ele andou mais um pouco e mesmo que eu estivesse cansado continuei seguindo,passamos um tempo assim quando ele parou,parei ao seu lado e quase saí correndo com a cena que vi.
Um corpo em decomposição posto sob uma árvore tombada,uma caveira com poucos fios de cabelos era visível e roupas que pareciam pertencer a uma mulher rica mas agora não passavam de farrapos,de dentro da boca do corpo saíam vários pequenos insetos desde ratos á baratas,o cheiro de carne podre que se alastrava pelo local era horrível mas mesmo assim várias flores estavam em volta da mulher.
-Bem neste lugar que você está pisando,eu e Rezende assistimos a morte dela.
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