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História O fantástico bosque - Kamha


Escrita por: KMaddyZ

Notas do Autor


Pois é, acabei essa fic. Eu ia postar mais um capítulo de Aoita mas não me veio nada em mente então só teremos isso mesmo.

Espero que gostem

Capítulo 3 - Kamha


Fanfic / Fanfiction O fantástico bosque - Kamha

Assim que Kamijo desceu de seu carro esporte, se pôs a esticar o corpo, fazendo com que suas costas estalasse. Não sabia por quanto tempo passara sentado naquele carro, dirigindo por estradas que variavam entre o asfalto e terra, para finalmente chegar na cabana de seu amigo.

Kamijo e Reita eram amigos de longa data, se conhecendo no primário onde o segundo teria derrubado o lanche do outro, gerando uma discussão engraçada aos olhos de quem assistia e, no dia seguinte, uma aproximação pois Reita teria gostado de sua lancheira e decidira puxar conversa com o garoto três anos mais velho que si.

 

Os dois homens mantinham uma amizade forte, que nunca chegou a evoluir para algo mais íntimo. Kamijo cuidava do outro quase como se ele fosse seu filho, e Reita sempre aproveitava para caçoar de si por isso.

 

Agora, um mês depois da mudança de Reita para aquele bosque, Kamijo iria o visitar ali pela primeira vez, embora teria ido antes se o trabalho o permitisse. Kamijo Yuji era, assim como Reita um dia fora, um grande empresário de sucesso, possuía dinheiro e fama, mas também tinha que lidar com um estresse insondável, o que fazia com que ele pensasse em seguir os passos do amigo e levar uma vida mais tranquila de alguma forma.

 

De frente a cabana, Kamijo olhou para ela com atenção, observando cada detalhe da mesma antes de olhar em volta e ver apenas a mata. Não sabia como o amigo, acostumado a viver na grande e movimentada Tokyo, conseguia viver com o silêncio desse novo ambiente. Pensava se Reita não enlouqueceria em breve ou se já não havia enlouquecido, de qualquer forma, a calmaria do lugar era tanta que talvez o sufocasse em pouco tempo. Saindo de seus devaneios, o homem loiro de cachos artificiais bateu à porta da cabana, demorando apenas alguns minutos para que ela se abrisse e o desse a visão de seu velho amigo, vestindo um conjunto de moletom cinza e confortável, cabelos bagunçados e cara de sono.

 

– Achei que chegaria mais tarde e não que atrapalharia meu café da manhã. – Reclamou o dono do lugar para, em seguida, soltar um bocejo longo.

 

– Bom dia para você também, Reita, também senti muitas saudades suas. – O tom de Kamijo era falsamente cínico.  

 

– Ah, não reclame da minha falta de delicadeza pela manhã, Kamijo, só entra logo. –  Reita abriu espaço para Kamijo entrar para, assim que o outro já estivesse no interior da cabana, fechar a porta. – Eai’, como anda a vida?

 

– A mesma coisa estressante de sempre, estou ficando de saco cheio já. Estou até pensando em dar o cargo de gerência da empresa para alguém e trabalhar apenas em casa. – Kamijo disse, usando de sua intimidade com o outro para já poder sentar no sofá sem antes pedir se podia.

 

– Vai se estressar do mesmo jeito e sabe disso, mas acho que seria melhor, de qualquer forma. Quer café? – Perguntou Reita, já na cozinha e com a caneca de café, que tomava antes do amigo chegar, na mão.

 

– Você sabe que eu nunca recuso um bom café, que pergunta mais besta. – Respondeu divertido, olhando para o outro que pegava o café que sobrara na cafeteira e servindo em uma caneca para adoçar e o servir. – Aqui tem um ar bem agradável, mas é calmo demais e não deve ter muito o que fazer, me pergunto como você ainda está, aparentemente, são.

Era normal que a conversa entre os dois fosse assim, cheia de mudanças de assunto repentinas, leves ofensas sendo soltas e até mesmo, pouco contato visual. Era como os dois conversavam desde sempre e pretendiam se manter assim.

 

– Aqui pode não ter bares e boates mas tem o que divertir, você se surpreenderia com o que se pode encontrar nessas matas. – A segunda caneca de café que o anfitrião segurava foi entregue ao amigo, permitindo assim que se sentasse para conversar com o mesmo.

 

– O que se pode encontrar por essas matas?  Deixa eu adivinhar… Mato? – Ambos riram.

 

– Também, mas tem muita coisa interessante por aqui, como o admirador de mistérios que você é, acho que combinaria com o lugar.

 

– Ah, vai me dizer que achou um cemitério indígena ou alguma deusa da natureza? O que de misterioso poderia ter no meio do mato? – Perguntou desacreditado, era sim um homem que gostava de mistérios, mas não acreditava que neste bosque teria algum que  pudesse o interessar.

 

– Te mostro mais tarde, agora vou dar uma de tia e te perguntar: e as namoradinhas? – Reita perguntou com humor.

 

– Você daria uma bela tia hein? Olha, as namoradinhas andam me cobrando 50¥ por hora, e as suas? Comendo bastante capim?  – A resposta de Kamijo foi igualmente humorada, fazendo com que os dois rissem.

 

A conversa continuou agradável por mais algumas horas, continuaram dentro da cabana por esse tempo até que, em meio a tarde de clima agradável, decidiram caminhar pelo bosque. Kamijo, por mais que não tocasse no assunto, não parava de pensar no mistério que Reita tanto insistia em dizer que havia no bosque.

 

Era quase três horas da tarde quando os dois saíram para caminhar. Kamijo observava tudo com atenção, buscando sanar suas dúvidas sobre o que o amigo comentara. Não demorou muito para que Reita viesse com um assunto um tanto estranho para o outro. O mais novo falava sobre símbolos místicos, criaturas mitológicas e outras coisas, dizendo o quanto achava interessante esse universo e suas peculiaridades.

 

Com um pouco de tempo de caminhada, chegaram em um belo riacho, este que Reita já conhecia com seus novos amigos, mas que para Kamijo era novidade. O mais velho se encantou com a água cristalina que ali fluía, se abaixou e a tocou, sentindo como era fria, agradável.

 

Mas eis que surgiu da água, emergindo não muito longe dos dois, um jovem ruivo e belo, expondo metade do tronco nu que brilhava com os raios do sol refletindo na pele clara e molhada. Kamijo não poderia estar mais encantado com alguém.

 

– Olá Uruha! Como vai? – Reita perguntou amigavelmente ao garoto, que antes tinha a atenção em Kamijo mas logo a voltou para quem falava.

 

– Olá Reita!  Vou bem, obrigado. Quem é seu amigo? – Perguntou não fazendo questão de esconder seu interesse, pois convenhamos, não era sempre que aparecia um homem tão bonito nos arredores.

 

– Sou Yuji Kamijo, é um prazer conhece… – Kamijo se apressou a responder antes do outro, mas quando foi beijar a mão do rapaz, apenas para jogar um charme, percebeu que ele não tinha pernas, e sim, uma cauda de peixe.  

 

O mais velho se assustou, soltando uma exclamação e saltando para trás. Seus olhos quase saltavam para fora de seu rosto e sua exclamação só não foi mais alta porque sua voz se recusava a sair.

 

– Vejo que seu amigo não conhece mesmo o lugar, não contou para ele o que há aqui, Reita? – O jovem tritão perguntou tranquilo para o humano já conhecido.

 

– Na verdade achei melhor fazer uma surpresa mas não esperava essa reação…

 

– Nem todos os humanos são loucos igual você para não se assustar ao ver criaturas desconhecidas assim, Reita. – Uma nova voz foi ouvida pois, saindo do meio das árvores apareceu Aoi, com sua parte animal bem visível, deixando Kamijo ainda mais assustado. O humano mais velho então conseguiu reagir, levantando e saindo correndo, seguindo a margem do rio.

 

Em meio a correria, acabou por trombar em alguém, derrubando-o. Olhou para quem caira e viu um lindo jovem de cabelos loiros, que levantou os olhos azuis para si e gritou de medo.

 

– E-espera eu… – Kamijo iria se explicar, pedir ajuda, ou dizer qualquer coisa que conseguisse sair de sua garganta, quando um centauro apareceu, indo rapidamente em direção ao menino no chão e o levantando, abraçando fortemente seu corpo com um braço. Com a mão livre, Kai socou o rosto de Kamijo, que com todo o impacto e adrenalina, desmaiou.

 

Tempo depois, Kamijo acordou ao lado do riacho, sua cabeça doía e seus olhos pesavam, não sabia quanto tempo passara desacordado mas sabia que deveria ter dormido bastante. Logo, o efeito do sono passou e Kamijo conseguiu lembrar o que o aconteceu antes de desmaiar. Abriu os olhos no mesmo instante e se levantou subitamente, não se importando mais com dor alguma, apenas com as criaturas que o cercavam e observavam atentamente. Antes que Kamijo pudesse reagir de forma negativa de novo, Reita apareceu e tampou sua boca com uma mão, apertando fortemente seu braço com a outra.

 

– Calma cara, sem pânico, ok? Só escuta. – Sem nenhuma intervenção do amigo,Reita continuou. – Eles não vão te machucar, são legais, beleza? É esse o mistério desse lugar, magia. Olha, o Uruha você já conhece, mas esse sátiro é o Aoi, o elfo é o Ruki e seu namorado centauro possessivo e superprotetor é o Kai. Eles são meus amigos também.

 

Kamijo, um pouco mais calmo, olhou para todos com atenção, não pareciam agressivos, exceto o centauro que não carregava uma expressão muito amigável em seu rosto e abraçava o pequeno elfo como se Kamijo fosse atacar o próprio a qualquer instante. Então Kamijo conseguiu se acalmar por completo, e depois de um tempo, pôde se sentir mais solto na presença dos outros seres.

 

Passaram-se duas horas e eles ainda conversavam, logo começou a escurecer e todos fizeram a pequena festa de sempre. Ruki tocava a ocarina enquanto rodopiava, Kai observava seu pequeno com o famoso brilho nos olhos. Aoi e Reita conversavam sentados em um canto, curtindo a música e a presença um do outro que aprenderam a apreciar em menos de um mês. E Kamijo estava sentado em uma rocha ao lado do riacho onde Uruha estava a conversar com sigo.

 

– Olha, quando você saiu correndo daquele jeito, achei que fosse se matar. – Uruha comentou, rindo após terminar.

 

– Ah, dá um desconto, não é todo dia que se depara com seres que achava não existir. – Kamijo comentou, fingindo estar ofendido. – Sempre achei que vocês só estivessem em contos de fada e mitologias.

– Os humanos normalmente pensam assim mesmo, e é por isso que nós nos mantemos afastados deles. Nunca se sabe o que podem nos fazer.

 

– Concordo. – Kamijo responder, antes de prender seu olhar nos olhos castanhos e expressivos de Uruha. Então, teve uma ideia e seu tom divertido virou sedutor. – Ouvi dizer muitas coisas sobre tritões…

 

– Ah é? O que, por exemplo? – Uruha disse, entrando no jogo de sedução que o loiro propunha.

 

– Que lágrimas e beijos deles eram mágicos, realizavam desejos…

 

– Sobre realizar desejos eu não sei… Mas se são mágicos você pode descobrir. – Disse antes de segurar o rosto alheio e roubar um beijo quente e sensual do outro, massageando os lábios do outro com os seus e sugando os inferiores por fim. – Então?

 

– Mais mágico impossível. – Kamijo disse, seu sorriso era galanteador e seu olhar era penetrante.

 

– Você vai embora amanhã, não é?

 

– Sim, eu irei.

 

Com a resposta do outro, Uruha o pediu que o esperasse e mergulhou, tirando da margem contrária seu saquinho de coisas que sempre guardava ali. Do saquinho tirou uma pedra, um quartzo negro, e quando emergiu o entregou ao loiro.

 

– Essa pedra vai o dar sorte, quero que volte bem e com boas notícias quando puder, e ai nós falamos sobre realizar desejos…

 

E na manhã seguinte, Kamijo partiu de volta à cidade, mas dois meses depois retornou ao bosque. Desta vez, ele tinha o quartzo negro pendurado em seu pescoço, a planta e documentos da construção de uma cabana no bosque e um desejo à ser realizado em mente. O desejo de ter Uruha só para si.


E assim, os três casais um tanto quanto diferentes viveram livres e felizes. Livres porque tinham toda a natureza ao seu redor, os agraciando com seus ares e os presenteando com suas belezas. E felizes porque, independente do que acontecesse, estavam juntos. 


Notas Finais


Foi só isso mesmo, obrigada para quem acompanhou até aqui

Kissus


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