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História O faraó do Egito - CAPITULO XVII


Escrita por: Sara0903

Capítulo 17 - CAPITULO XVII


— É minha assistente,  srta. Mazaki. - Lembrou ele. Parecia  pouco a vontade e não a encarou diretamente. Então aquele era o jogo. Pretendia dizer que nunca se casou e que ainda era solteiro. Não era de se espantar que colocasse guardas desconhecidos a sua porta, para protegê-lo de uma invasão. Com o diálogo, ocorreu a ela que não possuía aliança ou certificado escrito. Apenas as pessoas que lá estiveram testemunharam a cerimônia : Anzu, Átem e Mana sabiam do casamento. A criada, naturalmente, diria o que ele ordenasse. 

Ergueu o queixo, também orgulhosa. Se o que ele queria era Teana, podia muito bem deixá-lo nos braços dela.

— É verdade, senhor Átem. Desculpe-me pela intrusão. Só vim dizer que estou de partida para o México amanhã e terá de me substituir. Boa noite!

O jovem guarda que foi insolente com ela a encarava, perplexo. Anzu lançou uma ofensa em árabe, que vinha aprendendo secretamente desde que chegou, num esforço de agradar o marido. Não tinha certeza do significado, mas devia ser terrível, pois o jovem empalideceu. Aprendeu com o velho faraó, muito eloqüente quando um servo quebrara um vaso, ainda com a orquídia dentro. Ele repetira a frase vezes suficiente para que ela gravasse. Praticara sozinha.

— Mademoiselle... - Jamais uma mulher falou com ele naquele tom em toda a sua vida. Estava chocado.

— Para você madame!

Não se importou que Teana escutasse, furiosa com a situação e principalmente por ter sua identidade negada pelo marido. Erguendo um pé, chutou a canela do guarda com toda a força e saiu corredor afora. As sombrancelhas  de Átem se arquearam em choque, observando a tempestuosa retirada de Anzu e seu guarda, desequilibrado num pé só e tentando manter a dignidade. Átem dispensou-o com uma ordem. Olhou para o outro homem, que fazia força para não rir, olhando para frente, em posição de sentido. Átem entrou de novo no quarto e fechou a porta, pouco a vontade com Teana. Não se comportou bem. Seu ardor nas núpcias o deixou chocado e envergonhado. Mesmo quando jovem, suas aventuras na cama sempre eram silenciosas e controladas. Com Anzu ele disse e fez coisas que nunca teve vontade de fazer com outra mulher. Sua fraqueza e vulnerabilidade o deixaram pouco seguro perto dela. As mulheres gostavam de ter os homens a seus pés. Em seu passado podia contar dezenas delas que teriam se aproveitado dessa vulnerabilidade para obter o que queriam dele. Entretanto, nas semanas que sucederam a viajem pelo deserto, sua esposa não o viera proucurar nenhuma vez, para pedir alguma coisa. Aquilo o envergonhava e agora sentia-se culpado. Não a tinha tratado bem naquela noite. O que poderia fazer com Teana agora, a não ser manter a amizade? Ela amava o marido. Queixava-se diariamente com Átem do desentendimento que o casal teve.

A chegada dela, depois do atentado, provocou no faraó uma espécie de amortecimento emocional. Já amou aquela mulher, cuja vida corria perigo por sua causa. Começou a evitar Anzu, vivendo num mundo dos sonhos onde  Teana e o filho eram sua família. Mas o sonho não foi realizado. E naquela noite , com a reação de Anzu, foi como receber um balde de água fria para recobrar o bom senso. Ficaria sem nada, pois era o esperava de Teana. Nada.

Ainda gostava dela, mas ambos eram casados. Se existisse uma chance para os dois, ficara no passado; agora era tarde. Ela só falava de Bakura e como se sentia mal desde que o deixou zangado e partiu.

Havia ainda outro problema mais grave. Não se sentia excitado perto dela. Seu corpo, que se tornou tão receptivo aos encantos de Anzu, parecia adormecido quando se encontrava perto de Teana. Levou muitos dias para perceber como seu comportamento devia ter parecido indecente aos que o cercavam. Naquela noite cometeu o pior erro de todos, ao negar seu casamento e deixar Anzu ir embora.

— Por que contratou uma assistente mexicana? - quis saber Teana, com expressão de curiosidade. Átem passou a mão pelo cabelo e suspirou. Olhou para baixo.

— Já cometi muitos erros na vida. Esta noite foi o pior... Anzu não é minha assistente, Teana. É minha esposa. - O rosto de Teana exibiu fascinação, surpresa e divertimento, numa seqüência rápida.

— Sua esposa? - Ele deu de ombros, embaraçado.

— Ela é de Chiapas. Cavalga muito bem e atira melhor ainda com uma pistola 45, como no cinema. - riu ele. - Caiu numa emboscada e foi seqüestrada quando tentava me salvar.

— Que mulher interessante. - comentou Teana. - Tentando salvar você...

— Ela só tinha me visto com roupas ocidentais, em minha personalidade de negociante. Pensou que eu fosse um fracote da cidade. - Teana riu, interessada. - Meu avô a adora. Permite até que ela toque as preciosas orquídias dele, imagine. É perigoso partir agora. Seu padrasto ainda está por aí, provavelmente esperando um descuido.

— Não acha que deveria ir até lá e dizer isso a ela?

— Seria necessário um homem muito corajoso para entrar lá desarmado. Talvez meu guarda vá mancar por vários dias e certamente nunca vai se recobrar do choque de ouvir uma mulher pronunciando um improprério daqueles. - disse ele, sério a princípio, depois deixando escapar o riso. - Não tenho idéia de onde ela possa ter aprendido uma linguagem dessas, e ainda num dialeto arcaico do meu povo. Suspeito que meu avô tenha alguma coisa a ver com isso... Preciso ter uma conversa com ele.

— Há muito tempo espero que você encontre uma mulher que pudesse... Bem, que pudesse aceita-lo como é, e fazê-lo feliz. Você é um amigo querido. Eu me preucupo com você.

— Assim como sempre me preucuparei com você. - respondeu ele. - Mas Anzu é diferente... Eu sou... Inteiro com ela.

— Yami!

— Nunca acreditei em milagres até que ela entrou na minha vida. - Explicou ele, sorrindo. - Tenho sido injusto com ela, ultimamente. Agora preciso tentar readquirir o equilíbrio. Pode me dar licença?

— Claro. Para dizer a verdade, acho que vou aproveitar o exemplo e ligar para Bakura, para saber se ele tem estado tão mal quanto eu. Se ele estiver disposto a conversar de verdade, talvez eu até volte para casa.

— Só se for com um esquadrão dos meus homens. Sozinha, não. Me recuso a deixar que corra qualquer risco.

— Pode deixar, eu digo ao Bak. - Sorriu ela, avançando e dando um beijo no rosto dele. - Muito obrigada, Yami. Você foi ótimo para Edward e para mim.

— Adoro seu filho. Gostaria... Bem, acho que um milagre é suficiente na vida de uma pessoa. Não devo ser ambicioso.

— Descobri em minha vida que os milagres acontecem quando a gente menos espera. Até mesmo os médicos erram... Como você mesmo já descobriu, se entendi direito.

Átem riu e saiu pelo corredor, na direção dos aposentos de Anzu. No caminho encontrou Mana, que parecia confusa e preucupada.

— Sidi! A senhora está fazendo as malas. Não me escuta quando tento argumentar com ela... Está dizendo palavras terríveis, faraó!

— Tem sorte por ela não estar armada. - Comentou ele. - Anzu chutou um dos meus guardas.

— Ela perdeu a cabeça de repente... Parece maluca! - disse Mana.

— Eu lido com ela. Pode ir para a cama.

— Mas, sidi...

— Vá.

Ao se aproximar da entrada, encontrou o avô, que saía. O velho faraó o fitou com ar de reprovação.

— Vá e contemple seu trabalho. Ela está partindo por sua causa!

— Como você parece inocente julgando os outros! - Respondeu Átem. - Se ouvisse a linguagem que essa mulher usou com um dos meus guardas...

— Ela aprendeu comigo. - Admitiu o velho faraó, pigarreando. - Quando um criado imbecil derrubou uma das minha netas. Mas eu não traduzi.

— pois devia ter traduzido. Espero ser criticado por todos os criados agora. E ela chutou um de meus guardas com tanta força que ele não está conseguindo andar direito.

— Foi mesmo? E por quê? Posso perguntar?

— Bem... Para encurtar a história, ele se recusou a acreditar que ela era minha esposa.

— Isso é compreensível, desde que você  passa tanto tempo com a mulher de Paris e tão pouco com a mulher que casou - Disse o avô, fazendo um gesto em direção a porta. - Não consigo impedi-la. Mas pelo menos insisti que levasse Phillipe com ela.

— Minha esposa não vai a lugar nenhum! - declarou Átem, decidido.

O velho faraó o olhou de cima para baixo, o medindo.

— Sugiro um pouco mais de proteção no corpo, antes de entrar lá. Talvez um colete a prova de balas...

Com isso, afastou-se. Átem respirou fundo e entrou no quarto de Anzu. A cama estava coberta com poucos artigos de roupa ocidental que ela havia trago. As gellabia e abas de veludo estavam empilhadas sobre duas cadeiras, proxima a janela. Os cabelos chocolate estavam soltos e caiam sobre o rosto; ela se encontrava abaixada, resmungando para pegar uma das túnicas que caiu no chão. A colocou com o restante das roupas não desejadas. Não olhou na direção dele, quando Átem entrou.

— Veio se despedir? Muito bem. Já se despediu. Adeus. - ele hesitou, incerto sobre que atitude tomar.

— Dartz ainda está por perto. Não é um bom momento para viajar.

— Vou levar Phillipe. Ele me protegerá, não se preucupe. - retrucou ela. Átem cruzou os braços.

— Não vou lhe dar permissão para sair do país. Será barrada no aeroporto.

— Seu avô já me deu os documentos necessários. Vou viajar no jato particular dele. Sem precisar de sua preciosa permissão. - Informou ela, com voz inexpressiva.

— Você é minha esposa!

— Sou coisa nenhuma!!! Sou apenas sua assistente! Você mesmo disse!

— Pois é isso que quero explicar.

— Não precisa explicar nada. Você foi bem claro. Agora saia do meu quarto!

— Não me dê ordens em meu próprio palácio, madame. - disse ele, em voz baixa e ameaçadora.

— Aqui é meu quarto, e quero que saia.

— Saio no momento que eu quiser. Não antes.

— Se não sair daqui eu... Átem! - ele a pegou subitamente nos braços. O rosto parecia furioso. Foi até a porta e a trancou. - Ponha-me no chão imediatamente!!! Vou para minha casa! Vou me casar com um fazendeiro ou com o capataz da minha fazenda! Depois viverei feliz para sempre! Está me ouvindo?

Ignorando as palavras e os golpes, ele a levou até a cama, a atirou ali. Com um sorriso selvagem, arrancou o vestido que ela vestiu depois do banho, arrancando de uma só vez. Anzu ficou nua, a não ser pela reduzida calcinha de seda, que logo teve o mesmo destino. Ele ficou de joelhos sobre a cama, o rosto congestionado pelo ciúme de um homem sem rosto de Chiapas, pelo qual ela foi apaixonada quando adolescente.

— Seu brutamontes! Como ousa? - Reclamou ela, corando e puxando o lençou sobre seu corpo.

— Você é minha esposa! - Átem estava estremecendo de desejo e raiva.

— Não foi isso o que disse há alguns minutos. - retrucou Anzu. - O que está pretendendo fazer, posso saber?

— Já que não tenho mais nada a fazer, resolvi mostrar com quem você se casou. Se acha mesmo que sou um monstro, deixe-me provar que tem razão, antes que vá embora.

Apanhou a bainha da túnica e a levantou de uma só vez. Em seguida  soltou o fecho da calça de seda e a deixou cair. Quando se voltou, as cicatrizes que cobriam todo o lado esquerdo pareciam como borrões esbranquiçados sobre o bronzeado da pele. Anzu ficou ao mesmo tempo chocada e fascinada. Já vira fotografias de homens nús, mas Átem era um capítulo a parte. Ela não enxergava os defeitos. Na verdade, não estava certa de reconhecê-los. Sentou-se na cama, subitamente tímida, olhando para ele.

— Bem? Não tem nada a dizer?- indagou ele, o rosto lívido.

Anzu o encarou.

— Não foi a toa que doeu da primeira vez. - Comentou ela, devagar.

A expressão de Átem se alterou. Os punhos se abriram.

— O quê?

— Você me ouviu. - respondeu Anzu, olhando para o objeto de seu comentário.

— Eu queria que visse as cicatrizes! - Disse ele, sentando-se na cama.

— Ah... E por quê?

— Achei que seria uma vingança a sua fuga.

— Vingança? Como assim? - indagou ela, sem entender. Em vez de responder, ele a beijou suavemente. Sentiu que as mãos dela procuravam seu peito, depois se apoiaram ali. O gesto provocou nele uma espécie de arrepio interno. Sentiu em seguida as carícias que os pés dela faziam em suas pernas e deslizou para a cama, deitando-se a seu lado.

As mãos acariciaram o rosto de Anzu enquanto a beijava. A lingua traçou o contorno exterior dos lábios, depois penetrou na abertura. O silêncio tornou-se explosivo. Ele sentiu-se como quando era um adolescente, com a mesma ansiedade para experimentar. Tratou-a como trataria uma virgem, primeiro excitadando-a, depois negando o prazer pelo qual ela suplicava. Outro ponto sensível era despertado,  para terminar da mesma forma, estabelecendo um ritmo crescente de excitação. Quando por fim se dispôs a consumar tudo, ela tremia violentamente de pura necessidade. Anzu gemia no ouvido dele, marcando os ombros com as unhas, enquanto era penetrada. Ele sentiu que os quadris dela se projetavam na direção do movimento. Leu a necessidade nos olhos azuis, repleros de amor. Pegou um travesseiro e o colocou sob os quadris inquietos. Em seguida, moveu-se até o fundo.

— Assim...

Ela gemia enquanto era beijada de forma completa. Ele sussurrava coisas que a faziam mover-se mais depressa. A cada estocada ambos eram levados um pouco mais, até assumirem um ritmo enlouquecedor e frenético.

Átem sentiu as contrações internas, que o fizeram abandonar todo o controle. O prazer dela era o que mais tinha poder de excita-lo. O corpo suava ao atingir o êxtase, quando os musculos se imobilizaram. Assim que a respiração voltou ao normal, os olhos se abriram, para deparar com o rosto pálido cheio de lágrimas.

— Anzu! Machuquei você?

Os lábios dela tremiam. Anzu sentia-se humilhada envergonhada por haver cedido, quando tudo que o marido desejava era estar da mesma forma com Teana. Ele a usou ela e permitiu, pois seu amor era muito grande. Mas isso não era certo. Anzu o empurrou para o lado. Curvou-se em posição fetal e se recusou a falar.

— Machuquei você? - insistiu ele. Ela negou com um gesto de cabeça. - Então o que aconteceu de errado?

Ela engoliu em seco, o odiando pelo prazer que recebeu.

— Ela é casada. Mas até um cego pode ver que é parecida comigo. Acho que esta noite eu fui a substituta dela, não é? Não pôde ir para a cama com ela, então veio para cá. Espero que tenha apreciado a dublê.

— Como? - foi o que ele conseguiu dizer.

— Estou tão envergonhada... Nunca me senti tão humilhada na vida. Nem sequer tenho força de vontade para negar. Deixei que você... Me usasse.

Átem jamais se sentiu tão ultrajado. Se levantou da cama e vestiu a roupa antes mesmo de perceber o que estava fazendo. Ficou tão furioso com o intolerável insulto que esqueceu das cicatrizes. De qualquer forma, ela continuava encolhida, de costas para ele. Atirou as cobertas sobre o corpo dela, a chingando em três idiomas, nenhum deles compreensível.

— Você simplesmente não suporta a verdade, não é? - começou Anzu, se sentando na cama. - Deseja o que é nobre demais para ter. Não teve coragem de me apresentar a ela como esposa, mas na hora de fazer sexo, veio correndo para cá. Estou à disposição!

— Pois você não é mais minha esposa! Eu me divorcio de você! Pode voltar para o México e casar com o capataz da sua fazenda, com as minhas bençãos!

— É, e você pode conseguir que Teana se divorcie para casar com ela, não pode?

— Acredite no que quiser, madame.

Átem girou nos calcanhares e saiu do aposento, chingando alto e provocando a fuga de vários criados. Mana entrou correndo.

— Senhora, o que posso fazer pra te ajudar?

— Pode me ajudar a fazer as malas e chamar seu marido. Estou saindo agora mesmo!

— Mas, minha senhora... 

— Você escutou. Todo o palácio escutou. Ele se divorciou de mim. Não moro mais aqui. - declarou Anzu, se recompondo na cama. - Quero tomar banho e depois quero que chame o motorista para ne levar com Phillipe até o aeroporto.

— Irei para ajudar. - ofereceu Mana.

— Vou sentir sua falta, sabia? Mas não pode viajar comigo. Logo terá outra ama para servir, aqui.

— Ela é casada, madame.

— Isso pode ser resolvido com tanta facilidade quanto foi aqui. Vamos, quero terminar logo e entrar no avião.





Notas Finais


Continua...


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