Subo para meu quarto indignada, meu pai estava me mantendo presa na tal prisão imaginária dele.
Eu nunca mais vou poder sair de Los Angeles?
Meus amigos de São Paulo morreram?
E minhas tias...Meus tios...ele não pensa neles?
Alguém bate de leve na porta entrando, ouso passos delicados e cautelosos vindo em minha direção.
- pai sai do meu quarto por favor.
- não sou seu pai, ainda sou novo para isso. Tiro a cabeça do travesseiro e vejo Anthony sentado na poltrona ao lado de minha cama com um sorriso alegre no rosto.
- agora não ta?! Se veio rir de mim, pode da a meia volta e sair daqui, não preciso das suas ironias.
- eu não vim rir de você morena, eu entendo que essa seja sua vontade...ir pra São Paulo rever amigos e familiares, mas vê se entende o lado do seu pai também, você é a garotinha dele...É tudo oque ele tem aqui, e pra ele a sensação de saber que você quer passar o seu aniversário de 18 anos longe dele deve ser péssimos.
- quanto?
Ele me olha meio confuso.
- quanto oque?
- quanto que ele te pagou pra vir e dizer tudo isso?
- haa... uma grana preta.
Comecei a rir automaticamente, eu gostava desse efeito que Anthony causava nas pessoas, ele não se esforçava pra fazer as pessoas sorrirem era tudo automaticamente.
- é assim que eu quero ver você...
ele para e me olha por longos minutos
-quero te ver sorrindo princesa.
- corta essa...ainda não esqueci que você me abandonou plantada na frente da escola pra ficar se agarrando com aquela mimada.
- eu não abandonei você...você disse que já tinha carona, então fiquei na frente da escola esperando sua carona chegar, mas foi so eu me distrair e você sumiu.
- eu vi bem como você estava se distraindo.
Ele abaixa a cabeça parecendo envergonhado, suspira pesado e volta a olhar em meus olhos.
- quer conversar sobre isso?
- Anthony não, eu já entendi tudo...vamos deixar assim ok?!
- eu...
- você é um chato isso sim.
Digo arrancando um sorriso de seus lábios.
- eu só quero que saiba que eu e ela não estamos namorando.
- não foi oque ela me disse.
- eu sei oque ela deve ter falado pra você... pra você e pra escola toda mas a verdade é que...
- eu não quero saber a verdade, você tem que parar com essa mania de achar que sabe tudo oque eu quero.
-é muita marra pra pouco tamanho sabia?!
- seu idiota.
Digo dando um soco em seu braço, estávamos em silêncio apenas um admirando o outro até seu telefone tocar.
- pode atender, tudo bem.
Ele olha para o visor do celular ainda indeciso.
- já volto.
Ele sai do quarto já com o celular no ouvido, com certeza era Emanuelle ligando... marcando território... ridícula.
Pego meu notebook acesso meu Facebook, aquilo estava uma loucura, muitas notificações, diversos convites, e várias conversas.
Ainda tinha conversas de conhecidos meu de São Paulo perguntando onde eu estava e o porque de estar sumida.
Eu não estava afim de responder nenhuma delas, aquelas pessoas que nunca se importaram comigo so notaram minha falta quando sumi.
Vejo Lili online e me apresso para falar com ela.
19:02 Oi Lili, quanto tempo.
19:05 Oi lore, as coisas andam corridas por aqui,final de ano chegando e eu estou estudando em dobro.
19:06 entendo, aqui também está corrido, tantas coisas acontecendo que nem tenho mas tempo de falar com vocês daí, e quando tenho falta disposição.
19:10 Não se preocupe esta tudo ok por aqui, e ai?quais são as novidades?
19:11Nenhuma amiga, minha vida está o mesmo tédio de sempre, é de casa pro Colégio e do Colégio pra casa, não saio muito por falta de permissão e companhia.
19:15 Somos duas, e é ótimo você não se divertir muito ai, se eu não estou do seu lado não tem diversão.
19:16 Há, palhaça, duvido que você não está se divertindo como nunca ai.
19:21 Não, não estou mesmo, mas e você...e aquele boy que estava na sua que você comentou comigo dias atrás.
19:22 Ilusão, não passou disso, Lili tenho que ir mas prometo ligar pra você no meio dessa semana ok?
19:27 Ok, vou esperar sua chata.
19:27 Também te amo.
Fecho o notebook olhando para Anthony que estava escorado na porta me observando.
- alguém importante no celular?
Ele demora pra responder, parecia pensar, na verdade parecia estar indeciso.
- digamos que no momento sim, e você? Alguém importante no notebook?
- digamos que sim, muito...
- algum namorado?
Olho para ele séria, não era monorado algum e ele sabia disso, ultimamente ele andava tanto no meu pé que se eu tivesse namorando ele seria o primeiro a saber.
Ele olha para o relógio em seu pulso, pensativo.
- quer dar uma volta?
- não obrigada, quero descansar um pouco.
- vamos vai...pode ser por perto, só quero me distrair um pouco.
- não obrigada, fica pra outro dia.
- vamos, não me faça levar você nos ombros.
- não teria essa coragem...
Anthony caminha em minha direção se baixando e pegando em minhas pernas, solto um grito meio oprimido.
- ta tá legal, eu vou...com minhas próprias pernas, pode me esperar no corredor por favor?!
Ele da um sorriso perverso e sai calmamente do meu quarto, realmente não estava afim de sair mas Anthony era tão persistente que seria em vão eu persistir no não.
Puxei meu cabelo e fiz um coque desajeitado, coloquei minha calça leg e meu sobretudo por cima.
- Lorena não vamos viajar, vamos apenas dar uma volta.
Anthony dizia do outro lado da porta impaciente com minha demora.
- larga de ser chato, eu ja estou terminando.
Coloco um batom clarinho, um lápis de olho e pra fechar passo o rímel.
Abro a porta me deparando com Anthony sentado no chão do corredor.
- como você é exagerado, não demorei nem 10 minutos.
Ele se levanta pegando em minha mão e me puxando até as escadas.
-ai... calma, pra que tanta pressa?
- não quero que seu pai nos veja saindo.
- e porque não?
- pergunta menos e anda mais.
- Grosso.
Ele sorri e desce as escadas ainda segurando minha mão.
logo apos de me alcançar o capacete montamos na moto e seguimos para algum lugar misterioso no qual ele não quiz me dizer onde era, me agarrei ainda mais em sua cintura e ergui a cabeça sentindo o vento gelar meu rosto.
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