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História O Fim do Mundo pela Percepção de Frances - Sonhos Estranhos e Braços Fraturados


Escrita por: laora

Notas do Autor


Depois de um bom tempo me dedicando, consegui dar "vida" a minha história, pretendo dar uma continuidade bem longa a ela.

Capítulo 1 - Sonhos Estranhos e Braços Fraturados


"Mais uma tranquila manhã no Upper West Side, New York City, as ruas cheiram a poluição e a american dream, em um apartamento de padrão classe média vive Frances Louise Ferguson, mais uma adolescente comum, que pensava ser normal até pouco tempo. 

   O despertador toca, e com um pulo da cama, Frances acorda naquela segunda-feira de manhã, com a respiração acelerada e olhos arregalados, ao se levantar se olha no espelho na parede do quarto, seu rosto cheio de sardas estava mais pálido que o normal, ainda usava a roupa do domingo: um moleton cinza do Hard Rock café e uma calça jeans justa e rasgada. Havia dormido sem trocar de roupa ou escovar os dentes, tinha adormecido  com a televisão ligada na MTV, mais uma vez. 

  _Acorda, Frances!_ Dizia sua madrasta Skyler, batendo na porta, com uma caneca de café na outra mão, usando um roupão com estampa de tigresa. 

  _Acorda, o preguiçosa!_ Diz seu irmão Andrew, ou Andy como era chamado, ao passar pela porta do seu quarto, com a toalha no ombro indo em direção ao banheiro. 

   Frances pega uma toalha e abre a porta e sai correndo em direção ao banheiro, passando por Andy e o derrubando no corredor. 

_Trouxa!_ Andy protesta, anda sentado no chão. 

   Frances apenas olha de volta para ele com olhar de desprezo e entra no banheiro, enquanto escova os dentes dentro da banheira, tenta lembrar do sonho estranho que teve naquela noite, e tenta entende-lo, já não era a primeira vez que ela sonhava aquele tipo de coisa. Ainda meio sonolenta, ela mergulha sua cabeça na agua, e fica alguns minutos submersa enquanto pensa na longa semana que tem a diante, tenta esquecer o "ataque de pânico" que teve na quinta feira passada e tenta lembrar que dia era hoje." 

06.05.2002 

  "Mas que merda está acontecendo comigo", é a única coisa que consigo pensar, ao lembrar da quinta-feira passada: estava no vestuário da escola, as luzes começaram a piscar, eu não consigo lembrar exatamente o que vi, mas comecei a gritar histericamente, encolhida no canto do vestiário, enquanto chorava e gritava desesperada por ajuda, fui achada pelo rebanho da Sophie Benson, que em vez de me ajudar, ficaram assistindo eu ter um ataque de pânico. Quatro vagabundas sem o mínimo de empatia riam enquanto eu me retorcia no chão sujo, apenas enrolada numa toalha, tudo seguia "normal" até eu cravar a unhas no rosto da Katherine Edwards, e bem, obviamente fomos parar na diretoria. 

  _Nós ainda tivemos que te vestir, sua doente!_ disse Sophie. 

Sophie, Lauren Parker, e Hillary Addams acalmavam Katherine, que chorava com dois curativos enormes nas bochechas, um de cada lado, mas reparei que tinham arranhões na sua testa e em seu queixo, e que seus cabelos estavam bagunçados, e ao olhar pra minha mão direita, vi um tufo de cabelos loiros (tingidos) na minha mão, nessa hora pensei: fiz um estrago na cara dela e agora serei taxada de louca. 

  _Sai desse banheiro logo!_ Gritava Skyler batendo na porta, interrompendo meus pensamentos. 

Saio do banheiro vestindo meu roupão e ignoro completamente Andy, que estava implicando comigo, mas nem parei para ouvir o que ele realmente estava dizendo, vou para o meu quarto, me visto, pego a minha mochila e meu Walkman, e vou para a cozinha. Já atrasada, apenas sirvo meu café, tomo rápido e pego um pacote de Cheetos para comer no caminho, olho para a mesa e vejo apenas Skyler, e sua filha Zoe, Andy havia pegado o ônibus, e meu pai já havia saído de carro, resultado: botei o pacote na mochila e peguei minha bicicleta. 

  Admito que era um saco descer um elevador com uma bicicleta, mas andar pelo bairro, era bom, ver o caos tão de perto, respirar fuligem, ver madames desfilando com seus poodles com aquelas tosas ridículas, tudo isso enquanto escuto, minha mixtape de bandas dos anos 80, é bem divertido, boa musica acompanhada de futilidade nova iorquina, não só nova iorquina, humana. 

Chegar numa bicicleta amarela, de cabelo ainda molhado e embaraçado, com um walkman: lá vem a garota estranha. Ainda chocada com o que ocorreu quinta, estava com o maior moleton que tinha, preto e com um capuz, fiz dele o meu "disfarce", bem que queria aquela capa da invisibilidade de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", mas, infelizmente, esse é o mundo real. 

Entrei na sala de aula e fui massacrada por olhares, até mesmo o professor, aquele tarado nojento do Sr. Howard me encarando, felizmente hoje ele olhava pra mim com um olhar de deboche, e não aquele olhar nojento de quem dá encima das alunas. Howard e a turma pararam de fazer o que estavam fazendo e me acompanharam com os olhos enquanto entrava na sala e caminhava até o meu lugar no fundo, do lado de Nick, que era o único que me olhava de forma amigável. 

  _Estava andando dentro de um prédio daqueles de alto padrão antigos, tipo aqueles de filmes dos anos 80, estava junto com os meus pais e o Andy, parecíamos estar fugindo de algo, ou alguma coisa ,o prédio tinha ares de abandonado, e era cheio de corredores, tinha paredes azuis escuras, e de repente ouço um estrondo, e cada um corre para um lado, me perco deles, e entro em pânico, as luzes piscam, ouço gritos vindo de fora, o elevador atrás de mim se abre e... Porra, nessa hora o despertador tocou!_ Contei para ele o meu sonho, já que havia lembrado de mais detalhes enquanto me deslocava até o colégio. 

  _Caramba... que bizarro_ Disse o Nick, enquanto roía um lápis. 

Nick, que parecia que não tinha dormido essa noite, ficou me encarando por um tempo com os olhos quase fechados, quase totalmente cobertos por seus cabelos compridos e cacheados, ele parecia estar tentando formular uma frase, mas foi interrompido por alguém: 

  _Não é que a "Carrie" tem um namoradinho, deem uma olhada nesses dois_ Disse Hillary Addams, apontando para nós, no fundo da sala. 

  _Esses dois tão sempre juntos, hm... aí tem_ Disse Lauren. 

  _E aí, já transaram?_ o "macho alfa", Justin Campbell gritou do outro lado da sala. 

  _CREDO, QUE NOJO! Imagina só, ela deve ser bem selvagem na cama, ela vai te lanhar mais feio do que a cara da Katherine_ Sophie disse, enquanto todos riam em coral, Katherine ficou séria, ainda com os curativos, me olhou com desprezo. Essa é aquela hora em que um sentimento, um misto de ódio e tristeza me domina, eu não se se choro, ou tento responde-los a altura para parecer superior a tudo aquilo. 

  Mas a verdade é que a essa altura eu estava pouco me fodendo pra esses dramas de high school, já que faltava alguns messes para a formatura e realmente estava empolgada para acabar logo a pior fase da minha vida, eu só precisava ficar na minha até a formatura, não estava sozinha, tinha o Nick, e tinha a Alice, que enquanto todos riam como hienas retardadas, tentou protestar contra, mas foi igualmente ridicularizada. Eles eram as  únicas pessoas que fiz amizade: ele era o estranho que andava com um mangá do Dragon Ball na mão e usava aparelho, e eu a garota estranha com uma mochila da Sailor Moon e uma camiseta escrito "I love Scottland", viramos amigos, na segunda semana de aula no primeiro ano do High School, depois de uma conversa sobre o péssimo lanche da cantina, mas depois descobrimos que dividíamos interesses nerds e que éramos alvo de deboche dos "Populares", entre eles, Sophie. 

Tenho que admitir que fomos bem zoados no primeiro ano, mas com o passar do tempo, passamos dos "nerds imaturos" para os "nerds que se travestem de rockeiros", a verdade é que eu e Nick já fomos associados a tudo que é estereotipo babaca, incluindo o nosso suposto "namoro", enfim, nos tinham deixado em paz esse ultimo ano, mas depois de eu começar a ter "estranhos surtos", parece que tudo voltou a ser o que era antes. 

  Depois de um dia cansativo no colégio, um almoço da cantina horroroso, e quase ter sido atropelada, chego em casa e me deparo com dois homens instalando um lustre daqueles chiques e caros de cristais (provavelmente falsos) na sala de estar, Skyler, os observava com um olhar de superioridade e arrogância, passo por eles tentando não ser notada, e consigo o que tentei, ao passar pelo corredor, procuro a chave do meu quarto que escondo num vaso de plantas no corredor, mas não a encontro, ouço a voz do meu irmão vindo do fim do corredor, e ao andar por ele, noto que vem do meu quarto. Ao entrar me deparo com Andy revirando as minhas gavetas, enquanto Zoe olhava uns desenhos meus jogados no chão do quarto. 

  _OLHA O QUE EU ACHEI FRANCES!_ Segurando uma carteira de cigarros e rindo, Andy estava entrando em ecstasy em saber que tinha em suas mãos um grande motivo pra me ferrar_ Então é isso? você fuma?! Seria bem ruim se o pai descobrisse, não é mesmo? 

  _Seria bem ruim se o pai descobrisse que você gasta o dinheiro da mesada com Playboy, seu pervertido!_ Respondi. 

  _O que tem mais aqui dentro do seu quarto? Maconha? Camisinhas?, eu não duvido! 

  _CALA ESSA MERDA DESSA BOCA E ME PASSA ESSES CIGARROS AGORA! 

  _ME OBRIGUE, IDIOTA! 

  Nesse instante eu acabei saindo de mim, daquela mesma forma estranha que perdi o meu controle quando arranhei a Katherine  Edwards, isso pareceu durar alguns segundos, só lembro de quando eu "voltei para o meu corpo",  Andy estava no chão com algumas lagrimas escorrendo, e Zoe estar com os ouvidos tampados também  chorando, só que alto. 

  _QUAL O SEU PROBLEMA FRANCES ,TU QUEBROU O MEU BRAÇO! PORRA!_ Ele se levanta e abre a porta e sai correndo_ EU VOU CONTAR TUDO PRA SKYLER E PRO PAI E TE FERRAR, VADIA! 

 Zoe olha para mim e diz "Vou socar esses cigarros no teu rabo, seu punheteiro" imitando a minha voz, ela vira as costas limpando as lagrimas, mas antes de me deixar sozinha diz bem baixinho 

  _"Seus amigos estão vindo,"_ Ela termina de falar isso, e sai do quero fechando a minha porta. 

  Na hora eu só consegui pensar no tamanho da merda que fiz: Quebrei o braço do meu irmão de 13 anos e falei uma porrada de palavrões na frente de uma menina de 7 anos autista. Zoe é filha da Skyler de um outro casamento antes do meu pai, eles estão a cinco anos juntos, ou seja, meu pai é como se fosse um pai pra Zoe, e nós pra ela somos como irmãos, penso nisso olhando para uma foto em família no mural do meu quarto, a única nele. 

  Saio do meu quarto, e ao passar pela sala me deparo com a Skyler e meu pai aparando o Andrew, enquanto Zoe repete inúmeras vezes "Vou socar esses cigarros no teu rabo, seu punheteiro", enquanto segura uma boneca pelos braços e joga ela com força no chão, o olhar do meu pai pra mim foi um misto de raiva com decepção, ele saiu com Andy e bateu a porta, podia ouvir seus passos pesados pelo corredor, fui em direção a janela, da onde vi ele sair com o carro rápido e cantando pneus. 

  Zoe ainda repetia "Vou socar esses cigarros no teu rabo, seu punheteiro", mas agora dizia isso apontando para o nosso cachorro, um pug, chamado Floyd. 

Mas do nada ela para, olha para mim de novo e diz: _Frances, seus amigos estão vindo... Eles vão te trazer novidades... _ ficamos nos encarando até eu sentir um puxão no braço, era Skyler. 

_QUAL É O SEU PROBLEMA FRANCES? OLHA O QUE VOCÊ FEZ, TU CONSIDERA ISSO NORMAL? 

_Cala a boa Skyler, me deixa... 

_VOLTA AQUI, A CONVERSA AINDA NÃO ACABOU! 

_TU NÃO É A MINHA MÃE? QUAL É? ME SOLTA! 

 Zoe ligou a televisão e começou a assistir um episódio do Barney que estava passando, a oportunidade perfeita pra Skyler dar um tapa na minha cara, e dizer que ainda ia me internar num manicômio. Depois disso voltei para o me quarto e me tranquei nele, lembrei do que a Zoe me disse: os meus amigos, eles estão vindo... Dou um largo sorrisso...


Notas Finais


Sobre as capas: estou trabalhando nisso.
Estou aberta a criticas e sugestões, bem, espero ter conseguido fazer algo razoavelmente bom :)


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