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História O florescer da lua - Lótus cor de rosa


Escrita por: _Lua_A

Notas do Autor


Oiê, meus amores! ^^ Eu retornei! Peço desculpas pela demora, esse final de semestre acaba com qualquer um T.T mas estou voltando. Espero que gostem!

Capítulo 30 - Lótus cor de rosa


            “Quando chegaram na cachoeira, os olhos perolados da Hyuuga percorreram o lugar atentamente e o seu coração pareceu se aliviar ao perceber que o único rastro de que o príncipe esteve ali eram as poças de sangue. A princesa correu até uma das poças e com uma concentração invejável, se pôs a tentar rastreá-lo, sem sucesso. Apesar de ferido, Ogedei não era imbecil ao ponto de se deixar ser encontrado no estado em que encontrava.”

            Neji se aproximou das pedras que ainda estavam sujas de sangue e com as mãos unidas, fez uma breve oração. Ninguém sequer notou e se tivessem notado, não ousaram questionar aquela ação do moreno. Aquele era um lugar sagrado, destinado à meditação e à paz, não deveria ser palco de batalhas e de carnificina. Era necessário pedir perdão pelo sacrilégio e o Hyuuga não via nenhum problema em pedir humildemente aos deuses.

            —E agora, o que faremos?—Questionou Tenten, parecendo ansiosa para encontrar Ogedei.

            —Entrarmos no Santuário é o melhor por agora.—Respondeu o Hyuuga, a olhando sobre o ombro.A sua voz rígida não permitia espaço a questionamentos.— Lá poderemos encontrar refúgio e também poderemos saber como eles estão se preparando à essas adversidades, finalmente os seus sonhos vão deixar de ser enigmáticos, Hina.

            —Eles?—Repetiu Hinata, franzindo o cenho.

            —Sim, Hina.— Concordou Neji, sorrindo.— Hora de conhecer a outra ramificação da família.

            Aquela frase não ajudou a sanar as dúvidas da morena, na verdade, a sua mente agora borbulhava de questionamentos, porém seu primo não lhe dirigiu mais atenção. O Hyuuga fechou os olhos, em uma concentração invejável. O céu se tornou anil antes que percebessem e o grupo sequer sabia que a noite era o primeiro passo para que o Santuário fosse aberto. Neji cantarolou a musiqueta que lhe fora ensinada na infância repetidas vezes e cada nova entoação, as silabas pareciam abandonar o ar infantil, tornando-se palavras poderosas, quase como se pudesse se materializar no ar.

            Pouco a pouco a lua foi brilhando cada vez mais no céu, timidamente acompanhada das estrelas, as suas fieis damas de companhia. Enquanto a Lua apreciava a canção declamada, o ambiente ao redor das pessoas também pareceu ir congelando. O vento cessou a sua sinfonia de farfalhar as folhas das arvores, os pássaros emudeceram e até mesmo a água da cachoeira assumiu uma coloração prateada, como se refletisse o luar. E por fim, as areias do tempo se recusaram a escorrer, em uma reverencia a invocação à deusa.

            —Finalmente receberemos visitas, isso é maravilhoso!—Exclamou uma voz infantil, atrás do grupo, fazendo com que todos se virassem para encarar a pequena menina que estava acompanhada de dois guardas que empunhavam lanças em um aviso claro de ameaça.

            Hanabi parecia brilhar, se assemelhava à um ser que transcendia as eras e as leis da natureza. A jovem que parecia ter no máximo quatorze primaveras trajava um kimono claro, onde as mangas eram decoradas com diversas flores coloridas, e o obi vermelho não parecia incomodar apesar de parecer bem amarrado em sua cintura. O cabelo da caçula ainda se mantinha despenteado, como Hinata se recordava na infância.

            Neji se ajoelhou, prestando solenemente os devidos respeitos e mesmo desajeitados, o restante do grupo o imitou, até mesmo Tenten.

            Porém Hinata não obedeceu aos protocolos e correu até a irmã caçula, a envolvendo em um abraço apertado.

            Os guardas assistiram à cena atônitos, sem saber como deveriam reagir. Afinal, ninguém jamais fizera aquilo.

            Hanabi sorriu, afagando as costas da irmã mais velha ao perceber que ela começara a chorar, soluçando ruidosamente.

            —Vamos minha irmã, hora de voltar para casa.—Disse Hanabi, afastando-a docilmente.

            A mais velha acenou com a cabeça, parecendo-se com uma criança obediente à sua mãe e ainda olhando para trás, cruzou a cachoeira que se abrira em duas, revelando a passagem para o Santuário.

            O segundo a ir foi Naruto, sendo logo acompanhado de Sasuke. Quando a mongol caminhou em direção da cachoeira, o seu caminhar foi interrompido por duas lanças afiadas, famintas de sangue.

            —O que te faz pensar que cruzará a cachoeira, mongol?—Perguntou a Hyuuga, caminhando até ela com uma elegância hipnótica, quase que inumana.

            A palavra “Mongol” havia sido dita com educação, assim como o restante da frase, porém a princesa sentiu os pêlos dos seus braços se eriçarem, como se existisse uma pontada de escárnio e uma força de maldição ali.

            Ela abriu a boca, mas nenhum som saiu por entre os seus lábios. Não havia como retrucar uma deusa, principalmente quando não havia nada a ser dito em sua miserável defesa.

            Neji surgiu ao seu lado, tão incerto quanto ela nas palavras, mas ele ainda tinha uma fagulha de esperança.

            —Ela está conosco, nosso inimigo é o mesmo, Hanabi-sama.—Comentou o homem, suas palavras eram trêmulas e inconstantes.

            — Ela era o inimigo.—Retrucou a menina com uma seriedade assustadora.

            —Era.—Enfatizou o Hyuuga e os dois primos continuaram a se encarar durante dois segundos.

            De súbito, a menina quebrou o contato visual com uma risada descontraída, tão cristalina quanto o cristal que adornava o seu pescoço.

            —Agora eu compreendo, Neji.—Comentou ela com um sorriso característico de crianças travessas.—Pode seguir a minha irmã.—Anunciou estendendo o braço na direção da cachoeira.

            O homem franziu o cenho, hesitante. Como que para incentivá-lo, Hanabi se aproximou de Tenten, enlaçando o seu braço no da mulher, como se fosse uma planta trepadeira.

            —Não se preocupe, meu primo!—Exclamou a menina, sorrindo abertamente, quase que inocente.—Trocarei apenas algumas poucas palavras com Tenten e dentro de poucos minutos, ela estará sã e salva no Santuário.

            A mongol tentou lhe endereçar um sorriso, mas estava tensa demais para parecer natural. Talvez Neji tenha percebido, porém se o fez, resolveu que seria mais prudente seguir o que a mais nova dizia e se distanciou de ambas, mesmo que lentamente. As duas assistiram o Hyuuga cruzar o portal e Tenten não conteve um suspiro, não tendo coragem de encarar a pequena figura que estava o seu lado.

            Seria mentira dizer que ela não sentia medo, por mais que isso ferisse o seu orgulho, era verdade. Hanabi era uma criança, uma menina que não parecia ter passado sequer um ano da menarca, mas essa face infantil parecia ser apenas umas mascara, uma fantasia para os mais desavisados. Havia algo de poderoso nela, algo que parecia irradiar timidamente com a luz da lua e pulsar com a força de mil corações.

            —Vamos caminhar.—Decretou a menina, a sua voz infantil não permitia espaço para questionamentos e a morena a seguiu, mesmo exausta.—Ah, como eu adoro esse ar puro...—Comentou Hanabi, suspirando enquanto uma brisa fresca as lambia.

            —Duvido que queira conversar comigo sobre as estações.—Disparou Tenten, tentando se desvencilhar do toque da menina, porém o agarre da deusa tornou-se mais forte, beirando a ser doloroso e a princesa ficou em silêncio, esperando que ela se pronunciasse.

            —Cetro. Vamos direto ao ponto, sem rodeios. Eu não pude deixar de notar que Neji nutre ao forte por você.—Tenten tropeçou em uma das inúmeras pedras ao ouvir aquilo e pensou até mesmo em retrucar. Porém ao encarar a menina, percebeu que era melhor engolir as suas palavras. Ela eram adocicadas e ardentes, o típico gosto do acanhamento.— Ele pode até mesmo “confiar” em você.—Disse com palpável desdém, sem sequer encarar a mongol. Tenten se sentia ouvindo um discurso, não conversando.

            —Talvez ele tenha motivos para confiar em mim.— Retrucou a mongol, por entre dentes, se sentindo levemente orgulhosa de si mesma por sua voz não ter soado trêmula.

            A fala de Tenten fez com que Hanabi a encarasse, impassível.

            —Mas em contra partida, eu tenho motivos de sobra para separar a sua cabeça do seu corpo.—Rosnou Hanabi, a encarando-a de maneira ameaçadora.

            —Então por que não o faz?—Desafiou a mais velha, exibindo um sorriso àcido.

            A menina não pareceu se intimidar com a mulher e até mesmo sorriu, como se Tenten tivesse contado uma piada idiota.

            —Sou a reencarnação atual da deusa da lua, como muitas foram em outrora. Sou a junção de todas as sabedorias, de todas as vivências e de todos os corações e se tem algo que todas nós aprendemos é que a paciência é a chave para encurralar a sua presa.

            Antes que Tenten pudesse sequer absorver o conteúdo da frase, uma luz prateada pareceu irradiar da criança, enquanto os olhos se transformavam no Byakugan. O poder que pulsava da menina se assemelhava ao chackra, mas ao mesmo tempo parecia o oposto dele. Era mais antigo, mais forte e mais letal. Não era lapidado, era selvagem, uma força indomável, quase rugindo.

            De súbito, a mais velha sentiu uma fisgada agonizante despontar na ponta dos seus dedos e alcançar o seu cotovelo como se um raio a eletrizasse. A sensação desconfortável parecia se multiplicar, sendo absorvida pela sua pele, músculos e células. A sua pele formigava e Tenten se afastou de Hanabi, assustada.

            —O que você fez comigo?—Perguntou a mulher, gaguejando enquanto segurava o braço que agora estava trêmulo por espasmos.

            —Não se preocupe, não é nada que atente contra a sua vida.—A voz de Hanabi era entediada, como se a dor que Tenten sentia fosse escandalosa e exagerada como a birra de uma criança.—É uma apenas uma maneira para que eu te rastreie e saiba o que está fazendo no meu território.—A Hyuuga se aproximou da mongol e com a voz cortante demais para a sua tenra idade, sentenciou: — E para te lembrar de que você jamais será bem vinda aqui.

            Tenten desejava trucidá-la. Desejava do fundo do seu coração sanguinolento, poder desferir tabefes bem estalados na face de Hanabi. Sentia-se ultrajada, jamais fora humilhada por uma criança. Uma criança! E a dor pontual em seu braço era a prova amarga e física do golpe que o ego sofrera. O seu humor estava péssimo e enquanto os seus pensamentos estavam focados em técnicas de tortura, Tenten sequer se deu conta da aproximação silenciosa de um certo Hyuuga.

            —O que Hanabi conversou com você?—Questionou Neji, de súbito e por mais que a sua voz fosse suave, Tenten se assustou como um gato.

            A morena não percebeu que não havia respondido à pergunta quando o Hyuuga arqueou fez um gesto com a mão, a estimulando a falar.

            —Ah, bem, ela me deu boas vindas.—Murmurou a princesa, arregalando levemente os olhos, mas o seu sarcasmo foi tímido demais para que o Hyuuga percebesse.

            —Aqui é lindo, não é?—Comentou ele, olhando para todos os lugares e pessoas, encantado com o Santuário.

            Com má vontade e cara de poucos amigos, a mongol desgrudou os seus olhos do homem e desligou os seus pensamentos da menina e resolver observar onde estava e sinceramente, ela não via nada de tão fantástico ali. Nas lendas, o Santuário era descrito como um lugar feito de prata, onde a noite era eterna. Sua fantasia infantil acabava por ser destruída ao ver um lugar que mais parecia com uma vila, cheia de casinhas simplistas, irritantemente simplistas.

            As pessoas que vivem nas casas saiam para rua, curiosas para verem os desconhecidos e a princesa os classificou como duplamente irritantes. Todos visivelmente eram Hyuugas, o outro ramo da família, e o fato de todos ao seu redor parecerem entrosados acrescentava mais raiva ao seu humor. Ela estava odiando aquele lugar, aqueles olhares a esquadrinhando como se fosse um animal exótico.

            Ela olhou novamente para Neji, que cumprimentava todos ali como se os conhecesse à décadas e tinha um sorriso idiota na face. Observá-lo tão fascinado até a acalmou um pouco, mas ficou satisfeita que ele já tivesse esquecido da pergunta que havia feito. Não gostaria de ter que mentir novamente pra ele. Cravou o seu olhar em seus pés, se dedicando à tarefa tediosa de contar os seus passos.

            Se o objetivo de Hanabi era fazer com que ela se sentisse deslocada, a meta foi alcançada com louvor. A mulher sentia que não se encaixava no quebra cabeça harmônico que o Santuário era. Tudo ali parecia ter sido moldado meticulosamente para ser o paraíso e Tenten não nascera para aquilo. A princesa era o caos, e Hanabi tinha completa ciência disso e não tardaria em usar isso em seu favor.

            Hinata estava extasiada por encontrar tantos familiares e sentia vontade de abraçar a todos como se a timidez que sempre a rondava não existisse mais. A solidão que assolava o seu coração era agora uma lembrança opaca e vazia. Achou estranho como as pessoas se curvavam respeitosamente para Hanabi, não tendo completa ciência do que a sua irmã mais nova representava no Santuário.

            Logo chegaram ao Santuário que consistia em uma construção de templo tipicamente japonês. Lá dentro, apenas alguns guardas barravam a entrada principal e dentro da casa, algumas serviçais passavam flutuando pela residência. Tais serviçais eram as únicas que não faziam parte do clã Hyuuga e sinceramente, sequer pareciam fazer parte da raça humana.

            Eram mulheres baixinhas, pálidas como uma folha de papel com cabelos longos e igualmente brancos. Os traços era delicados e a única cor que elas tinham era a cor dos olhos, que exibiam um curioso tom de violeta. Primeiramente poderiam ser facilmente confundidas por fantasmas, mas foi então que Neji sussurrou, incerto:

            —São... Estrelas?

            —Sim, elas são as minhas mais fieis ajudantes.— Complementou Hanabi, com um sorriso e se você esforçasse um pouco a vista, poderia realmente perceber uma aura brilhante rodeando as Estrelas.

            Uma delas se aproximou de sua senhora e disse com a voz mais melodiosa do mundo:

            —Hanabi-sama, o almoço está servido.

            Os viajantes jamais imaginaram que aquela frase pudesse soar tão maravilhosa e até mesmo o humor caustico de Tenten se tranqüilizou ao ouvir que a sua fome seria saciada. O almoço mais se assemelhava à um banquete: nenhum taça se deu ao luxo de ficar vazia e nenhuma boca deixou de mastigar até que todos se saciassem. Quando o silêncio se instalou na mesa, Neji julgou ser um bom momento para conversar:

            —Acredito que você sabe o motivo pelo qual viemos aqui...—Começou ele, incerto.

            Hanabi suspirou, como se não estivesse disposta a discutir o assunto naquele momento.

            —Na verdade, são vocês que não sabem o motivo pelo qual estão aqui.

 


Notas Finais


Peço desculpas por qualquer erro que possa existir, eu não tive tempo de revisar pois não queria deixar para postar apenas amanha >< :*


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