Meu nome é Oliver e eu tenho 16 anos. Não diria que eu tenho uma vida normal, na verdade ninguém que conheço acharia isso de mim. Eu gosto de ser o melhor no que faço e por isso me destaco da maioria. Mas, isso passa uma imagem errada de mim, afinal se eu quero ser bom em tudo eu devo ser convencido, não é? Pois eu não sou... E isso me deixa triste, pois passo uma visão errada de mim mesmo. Outra prova disso é a minha sexualidade: Sou gay, e sei disso, só não tenho coragem de assumir... tenho medo, vejam só, de dizer quem eu sou. Muitos já duvidaram da minha sexualidade e eu sempre digo "sou hétero", sempre bem cínico. Dizem que eu sou muito gay, mas eu não ligo, afinal eu sou. Às vezes quando a discussão, pra saber se eu sou gay ou hétero, fica muito séria alguém diz que eu sou "oliversexual", ou seja, que eu só sinto atração por mim mesmo. Volta e meia todos me acham convencido, narcisista, ou até falso, mas eu só sou sozinho... nunca amei ninguém... mas então eu me percebo apaixonado.
Amigos? Eu tenho alguns: Lina é engraçada, inteligente, e gente boa; Mel é bonita e legal, sem contar misteriosa; Eduardo é estranho; e Lucas é controverso, interessante, nocivo, e até um pouco depressivo... nenhum deles "combina" comigo. Todos estamos na mesma sala de aula, mais especificamente no fundão: Eduardo é o último da fileira, na sua frente estou eu, e na minha frente senta Lucas. Na fileira ao lado a última carteira é de Lina, e na sua frente senta Mel. eu não sei o que fez eu me apaixonar por ele, ele não é lá essas coisa no quesito beleza... Ele é no máximo fofo: tem cabelo longo na altura dos ombros e bem cheio, é bem mais baixo do que eu, sempre usa moletom e é muito magro (MUITO). Sua inteligência também não é impressionante, mas ainda sim aqui estou eu caidinho por ele. Não poderia te dizer quando me apaixonei por ele, pois não sei... me dei conta só quando já tinha acontecido.
E é nessa situação em que estou: apaixonado por um garoto que é aparentemente hétero, com amigos que me veem de uma forma diferente da qual eu realmente sou, e aos poucos definhando sem amor, sem amizade, sem ser eu mesmo, sem viver. Eu estava tomando coragem para contar pra ele.
Ouço o despertador tocando, são seis da manhã. Levanto a contra-gosto e o desligo. Vou ao banheiro e começo a me arrumar. Conforme escovo os dentes e penteio meu cabelo eu me olho no espelho. Eu me considero bonito, talvez não com espuma de pasta de dente espalhada pela cara, sou muito alto tenho 1,89 de altura e tenho cabelos castanhos assim como meus olhos. meu nariz é arqueado, sabe com aquele ossinho? Mas sempre achei que isso combina com o meu rosto. Continuo a me arrumar: coloco meu uniforme, arrumo meus materiais e, sem tomar café-da-manhã, vou para a escola. Com certeza, pensei, hoje será um dia normal mas alguma hora eu tomarei coragem e contarei para ele.
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