História O Garoto Da Casa Ao Lado - Capítulo Único

São 4:00 da manhã e eu ainda não consigo dormir. Remexo-me de um lado para o outro, bagunçando os lençóis sob mim, em uma tentativa inútil de encontrar uma posição milagrosa que me faça dormir. 

— Ah cara, isso de novo não. 

Levei minha destra à cabeça em um sinal de frustração. Mais uma noite de insônia. Levantei-me da cama e fui até o banheiro. Com a luz já acesa, olhei para o espelho e vi esse rosto repleto de cicatrizes, hematomas e um olhar vazio. Ergui minhas mãos e vejo mais machucados, então me lembrei mais uma vez da cena. Eles gritavam meu nome, elas tiravam suas roupas íntimas e jogavam pra mim enquanto faziam propostas indecentes. Um sorriso do diabo não saía de meus lábios. Eu amava a sensação, a atenção, a admiração. Uma garota gostosa joga seu sutiã à frente, é hora de ir. Deixo apenas fumaça enquanto acelero o carro cada vez mais. Insanidade e perigo era o que buscava naquela noite. Já tinha feito isso antes, já me coloquei em perigo várias vezes, eu amava a sensação. Mas dessa vez foi diferente, algo deu errado. Em questão de segundos, ouço o som de coisas se quebrando enquanto meu carro capota diversas vezes comigo dentro. Só lembro de acordar no hospital com olhares de juiz por todos os cantos. Minha mãe entra no quarto do hospital furiosa gritando, gesticulando.

— Você faz alguma ideia do que fez? Do que poderia ter acontecido? O que aconteceu! Você podia está morto. O que eu iria fazer se você morresse?

Eu tento me mexer mas meu corpo inteiro dói, lembranças cortadas inundam a minha mente. Eu olho para ela e pergunto:

— O que houve? Por que eu estou aqui? 

Ela me olha com preocupação e até mesmo pena. Balança a cabeça negativamente. O que ela negava? O que havia acontecido, seu filho irresponsável. Já fazia um tempo que eu não a via chorar na minha frente.

Às vezes me pergunto se tudo aquilo foi real. Os machucados estão aqui para me lembrar que sim, foi tudo real. A tornozeleira eletrônica também me lembra dos meus erros.

— Jimin? Jimin! Acorda! 

Abri meus olhos rapidamente e dou de cara com a minha mãe reclamando que eu havia dormido no sofá de novo. 

— Você tem que parar com isso.

— O que eu deveria fazer, mãe? Dormir em cima de um corpo nu diferente todas as noites?

Ela jogou um objeto na minha direção. Não sei se tenho bons reflexos ou ela uma péssima pontaria, mas não me acertou. 

Eu não a julgo na verdade, cada um alivia a dor do abandono de um jeito. Mas já faz 10 anos desde que o meu pai se foi, e ela não reencontrou o amor desde então.

Saí de dentro da casa e caminhei até onde a tornozeleira permitia. Joguei minha cabeça para trás e permiti que o calor e a luz do sol atingissem o meu rosto. Então ouvi uma voz grossa ao meu lado:

— Hey, bom dia! Eu sou o Yoongi.

Virei meu rosto imediatamente e cerrando um pouco meus olhos com uma expressão confusa perguntei quase que por reflexo:

— Quem?

Ele sorriu e repetiu gentilmente:

— Yoongi. Seu novo vizinho. 

Acenei a cabeça em sinal de entendimento. 

— Eu sou... 

— Jimin. – Ele completou. Eu olhei confuso para ele, que continuou:

— Você é famoso por aqui. Eu vi o vídeo. Não acredito que saiu daquela vivo – Ele falava rindo inclinado sobre a cerca que dividia nossos terrenos.

— É, eu não me sinto muito vivo. Eu estou preso aqui, isso não é estar vivo. - Respondi olhando para a tornozeleira com desgosto e raiva. Um objeto tão pequeno me privava de tanta coisa.

Ele pulou a cerca e deu alguns passos em minha direção. Agachou-se ao meu lado e começou a analisar o aparelho preso ao meu tornozelo. Fazia isso com uma curiosidade que era até fofa. Percebi que o sol estava muito forte e começava a praticamente queimar a pele extremamente alva do Yoongi. O chamei para entrar e conhecer a minha casa. Ele aceitou imediatamente. Seus olhos escuros e pequenos observavam tudo com curiosidade enquanto ele fazia perguntas sobre fotos, objetos. Eu tinha algumas boas histórias para contar sobre alguns. Sentamo-nos no sofá após dar algumas risadas. Ele olhou para mim, sua boca abriu como se fosse falar algo mas houvesse desistido. Reagi aquilo como um riso. Não era a primeira que acontecia. 

— Você quer saber sobre a noite do acidente? 

Ele sorriu um pouco sem graça, abaixando a cabeça.

— Você se arrepende? Eu ouvi histórias sobre você. Dizem que você já fez muitas besteiras.

Engulo em seco refletindo sobre tudo e rapidamente aceno com a cabeça.

— Sim... Eu me arrependo de muitas coisas. Eu fui irresponsável, coloquei algumas vidas em risco, inclusive a minha. Desapontei a minha mãe, perdi alguns amigos, ganhei alguns falsos. Foi tudo uma ilusão, um grande erro.

Naquele momento afundei meu rosto e minhas mãos espalmadas perguntando-me o que havia feito da minha vida. Eu não era assim, não devia ser assim. Eu costumava ser um bom garoto, não a droga de um bad boy. Quando eu me perdi do caminho? 

Senti o estofado em que estava sentado afundar ao meu lado, era Yoongi sentando-se bem próximo a mim. Ele colocou sua mão sobre a minha coxa e me olhou com uma empatia que nunca havia visto antes. Meus olhos se perderam um pouco fitando os alheios. Inclino minha cabeça e nossos lábios chocam-se um contra o outro. Por instinto, meus olhos fecham-se de imediato. Seus lábios eram finos, porém macios e úmidos. Eu estava beijando um garoto que acabara de conhecer. Quando volto a mim, tento separar os nossos lábios mas ele agarra minha nuca com força e me puxa de volta. Nossos lábios colam-se novamente, dessa vez com a timidez em falta. Nossas línguas se encontraram e tocaram-se libertinamente. Foi travada ali uma batalha com dois vencedores. Explorei cada canto de sua boca. Calor atingia e percorria cada centímetro do meu corpo. Minhas mãos eram tão libertinas quanto minha língua, acariciam e apertam  cada parte do corpo alheio que conseguem alcançar. De repente senti a mão de Yoongi agarrar o meu pênis sobre a bermuda. Ponho fim ao beijo porque o ar em meus pulmões já se fazia necessário mas também em um ato de surpresa. Olhei para ele como se perguntasse o que ele estava fazendo. Parece que o garoto entendeu e antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa ele falou com uma voz descompassada:

— Vamos fazer isso.

Yoongi se ajoelhou à minha frente, abriu minha bermuda e puxou a peça junto com a boxer para longe do meu corpo. Agarrou o meu membro com as duas mãos e não pensou duas vezes antes de me abocanhar. Um gemido profundo escapa dentre meus lábios quando senti sua língua molhada e quente tocar o meu pênis. Ele parecia um gatinho faminto, empurrando e me sugando até sua garganta. Dava alguns engasgos mas não parava de me chupar. Estimulava-me com suas mãos enquanto chupava a minha glande inchada. Apertei meus olhos com força e tombei minha cabeça para trás, afogando-me num profundo mar de sensações. A boca de Yoongi recebeu o meu pré-gozo. Ele pareceu se deliciar com aquilo. Levantou-se em poucos segundos e removeu suas próprias roupas rapidamente. Encontrei-me naquele momento, em frente a um corpo esguio, nu e rígido. Hyung sentou em meu colo e eu já sabia o que vinha a seguir, então o fitei e perguntei com preocupação:

— Você não quer que eu molhe antes? 

Ele me respondeu com uma expressão safada e isso foi o bastante pra mim. Deixei que o mesmo envolvesse meu membro pela base e empurrasse a glande contra sua entrada. Ele sentou de uma vez e isso me fez gemer alto. Senti o aperto gostoso do Yoongi e a partir daí deixei que o tesão dominasse meu corpo. Agarrei o corpo esguio pela cintura enquanto esse pulava e rebolava no meu colo. Carência de timidez atingia o Yoongi naquele momento. Seu corpo se movimentava de forma pecaminosa e extremamente excitante, fazendo meu membro enrijecer e engrossar cada vez mais. Cada estocada parecia a primeira. Usei minha língua para brincar com os mamilos alheios, lambendo aquela parte sensível. Ele gemia em sinal de aprovação, seus dedos agarravam meu cabelo puxando-os.

Após alguns minutos mudamos de posição. Dessa vez ele estava de quatro no sofá enquanto eu encontrava-me de joelhos. Abaixei-me e umedeci mais um pouco sua entrada com a minha língua. Fiz isso pensando não apenas em facilitar minhas estocadas como também para excitá-los. Ele adorou sentir a minha língua ali. Invadi Yoongi vagarosamente, ele sentiu cada centímetro meu consumir o seu interior apertado. Reiniciei o sexo de forma lenta, movimentando meu quadril com calma, mas me vi mais uma vez tomado por um tesão animal. Passei a bombear o meu quadril freneticamente, causando violentos choques de nossos corpos. 

O som de corpos suados e nus chocando-se ecoava no cômodo. Olhei para sua bunda branquela e não resisti, desferi algumas tapas naquela região. Agora a sala era inundada por gemidos, gritos, e sons de sexo selvagem. Ele estava dando para mim de uma forma perfeita, entregando-se completamente e eu adorei cada segundo. Possuí seu corpo maestria.

— Ohh Yoongi... Você é tão gostoso e apertado. 

Ele virou o rosto para mim, me olhando com uma expressão evidente de prazer, era até manhosa. 

— Não para, Jimin. Está quase lá. – Gritando a última parte.

Estiquei meu braço até que meus dedos tocassem seu cabelo. Entrelacei algumas mechas entre meus dedos e puxei os fios trazendo a cabeça alheia um pouco para trás. A forma que eu tomei seu corpo para mim era quase brutal de tão feroz. Nosso suor misturava-se, nossos corpos eram um só. Proporcionando um ao outro um intenso e memorável momento de loucura e prazer. Ele começou a se masturbar, sabia que estávamos quase lá. Até que eu acertei o seu ponto, ele gritou e um líquido quente atingiu o estofado, ficando um pouco nos seus dedos. Derramei fartos jatos quentes dentro de Yoongi. Dentro daquela cavidade que comprimiu meu pênis de forma tão gostosa. Seu corpo caiu sobre o sofá e eu caí sobre ele. Meu peito subia e descia sobre suas costas. Tentava recuperar todo o ar que naquele momento se fazia tão raro, enquanto encontrava-me em puro êxtase. Tentei juntar palavras e formar uma frase mas Yoongi foi mais rápido do que eu:

— Você fodeu com o meu corpo e a minha mente. 

Eu iria dizer naquele momento, exatamente o mesmo para o garoto da casa ao lado.