História O garoto de Etéreos (Yoonmin) - Reset

Eles sempre apareciam em horas erradas, esses morcegos gigantes e ridículos me atormentavam o dia todo, era um inferno naquela faculdade mas eu não desistiria, não pela segunda vez. Na aula de anatomia e em todas as seguintes, estavam lá me observando pela janela e eu logo saía do prédio para afasta-los e destruí-los. Apesar de tudo, eles me pareciam menos violentos e mais covardes, imaginava se era algum tipo de brincadeira que estavam fazendo comigo ou se algo realmente estava acontecendo para que eu voltasse para Etéreos antes que algo pior ocorresse. Faziam duas semanas desde que Hobe e eu fugimos, desde que eu deixei o Jimin meio-anjo de lado e decidi viver como o Jimin humano que eu fui nesses últimos dezoito anos, tirando os meses que passei em Etéreos claro. Duas semanas que o pai de Hobe deu um jeitinho na faculdade onde trabalha e me colocou para cursar medicina enquanto o outro conseguiu destrancar a sua bolsa e voltar para suas aulas de engenharia química, duas semanas desde que vi Yoongi pela última vez. Meu coração apertava apenas em lembrar disso, ficar longe do anjo caído era mais difícil do que recusar os instintos de voltar para a cidade especial. E todas as noites eu me via chorando enquanto Hoseok acariciava os fios de meu cabelo, agora tingido de cinza, e dizendo que tudo ficaria bem.

—Miniee!—. Ouvi Hoseok berrar do andar de baixo e corri até lá. Ao descer as escadas meu coração pulou e eu jurava que poderia morrer ali mesmo.

—Jimin—. Yoongi falou passando da porta e correndo até mim, seus braços logo deram a volta em meu corpo e eu me aconcheguei ali, como se nada fosse mais importante do que aquele momento.

—Eu achei que havia te perdido para sempre, senti tanto medo, não fuja mais de mim—. Sua voz era rouca e baixa, eu sentia que ele segurava o choro mas logo vi as lágrimas molharem suas bochechas pálidas.

— Sinto muito, eu sinto muito—. Foram as únicas coisas que saíram de minha boca antes dos meus olhos encharcarem e eu logo me afundar no choro intenso. Estava feliz por vê-lo, por tê-lo, mas sabia que ele tentaria me levar de volta e eu já estava decidido a não voltar.  Alguns minutos nos braços de Yoongi foram o bastante para me aquecer, não só fisicamente mas sentimentalmente também, eu sentia meu coração em chamas.

—Jimin, nós precisamos...—. O mais alto começou a dizer mas eu o interrompi.
—Eu não vou voltar Yoongi, me desculpe mas eu não posso—. Yoongi desceu as mãos sobre meu rosto e segurou em meu queixo fazendo-me olhar em seus olhos, eles brilhavam como nunca.

—Você sabe o quanto é perigoso aqui fora, seu lugar não é aqui meu amor—. Disse com a voz calma, isso estava me matando.

—Aqui é o meu lugar, Yoongi, sempre foi e eu nunca deveria ter saído, nunca deveria ter deixado meu pai, nunca deveria ter deixado essa vida—. Me afastei dele segurando em suas mãos gélidas, meus olhos encontraram o chão e eu precisei permanecer encarando-o pois não conseguia me manter nos olhos de Yoongi, eles me imploravam para não insistir no erro, mas eu insistiria.

—Eu não sou Park Jimin o meio-anjo, eu sou Park Jimin o humano normal que cursa medicina e tem o sonho de ajudar as pessoas, eu nunca fui um meio-anjo, não posso insistir nisso—. Olhei de relance para a porta e Tae me olhava estático, ele parecia pensar em algo, logo voltei a encarar o chão.

—Vamos Yoongi, Jimin não nos quer, Jimin não quer a vida que lhe foi destinada, ele está desistindo de tudo que conquistamos até hoje, vamos embora antes que algo mais me chateie—. Tae disse de um modo tão extremamente frio que meu coração que queimava a minutos atrás, agora estava gelado como as mãos de Yoongi.

—Ele está certo, eu desisti—. Yoongi continuou me encarando, mas sua expressão agora revelava a angústia de ouvir minhas palavras.

—Se nos dão licença, eu tenho aula daqui a vinte minutos, preciso me arrumar—. Disse soltando a mão de Yoongi e ele foi puxado por Tae que o guiou até o carro. Minhas pernas fraquejaram e eu precisei me sentar no último degrau da escada, não estava preparado para isso, mesmo sabendo que alguma hora aconteceria, observar a frustração estampada no rosto do anjo caído, à quem eu amo e me entrego, me deixou destruído.

O dia havia começado mal, eu me sentia mal, tudo parecia ir mal, e eu só conseguia pensar que Yoongi não desistiria tão fácil de mim, eu também não desisti dele, desisti de Etéreos e de ser um meio-anjo, mas nunca desistiria de Yoongi em hipótese alguma, ele era precioso de mais para mim. Assim que deu a hora de ir embora eu agradeci a Deus, me senti sobrecarregado o dia todo, algo pesava em mim, talvez a consciência, mas preferi ignora-la. Encontrei Hoseok enquanto saia e ele me acompanhou até seu carro, não é como se eu tivesse outra escolha para voltar para a casa, aliás eu nem me importava muito com a ideia de ir com Hobe, mas me sentia mal pelos gastos diários que ele tinha comigo, até pensei em arrumar um emprego de meio período mas Hobe me impediu dizendo que passou todos esses dias na casa de Yoongi sem pagar por nada, e achava justo que eu ficasse em sua casa sem custos também.

—Você acha que eles irão embora sem você?—. Hobe perguntou enquanto dirigia para fora do campus.

—Com certeza não—. Disse sem hesitar. —O que você acha?—. Perguntei.

—Não sei, Tae parecia irritado—. Ele disse e então o silêncio se fez presente por um tempo curto.

—Tae também não iria embora sem mim, ele pode sim estar irritado mas é por causa da minha rebeldia, ele se preocupa muito comigo Hoseok, sem contar que ele está afim de você e agora que estamos juntos aqui fora você também corre perigo, Tae não irá embora se é isso que te preocupa—. Desviei a atenção da paisagem de fora para encara-lo e ele estava corado, ah Hobe, nem consegue mais disfarçar o que sente. Quando chegamos eu abri a porta e corri para o quarto, os pais de Hobe trabalhavam até tarde portanto a casa estava vazia apenas com nós dois. Por um momento me recordei de todas as vezes que o mais velho ia em minha casa para jantar já que os pais estavam fora e ele sentia preguiça de cozinhar. Meu pai sempre o recebia de braços abertos já que Hobe sempre elogiava muito sua comida, o ego de meu pai ia as alturas, o que me fez pedir para o garoto maneirar nos elogios, papai ficava insuportável quando estava exibido. Ri sozinho me lembrando de tudo isso e voltei a me concentrar no futuro banho. Retirei as roupas brancas e o jaleco da mesma cor e liguei a torneira da banheira, por algum motivo havia uma banheira no quarto de hóspedes e apenas uma ducha nos quartos principais, sempre questionei Hoseok por isso mas nem ele mesmo sabia explicar. Assim que a água encheu até a metade eu desliguei a torneira vendo o vapor subir e me sentei sentindo a água quente invadir meu corpo, fechei os olhos relaxando por completo.

—Meu Deus, você é tão lindo—. Ouvi uma voz familiar dizer e me virei  procurando-a, Yoongi estava sentado na janela atrás de mim e me observava, me pergunto a quanto tempo ele está aqui.

—Como entrou aqui? Subiu pela janela? A quanto tempo está ai?—. Perguntei rápido de mais e ele sorriu de canto.

—Por que aparenta estar preocupado?—. Ele perguntou se levantando e vindo em minha direção. —Você estava dormindo e a janela estava aberta, eles deveriam troca-la, é uma janela muito grande para um banheiro não acha?—. Sua voz era calma e ele não desviava os olhos nem por um instante, o que me fez corar. Yoongi retirou seus tênis brancos e o moletom preto que usava e eu o observei atentamente até que retirasse sua calça jeans clara.

—O que está fazendo?—. Perguntei tentando soar como desentendido.

—Está com vergonha? Só quero te dar um banho—. Ele sorriu, um sorriso largo e bonito, Yoongi era lindo. O anjo retirou a peça que faltava e eu abri espaço para que ele se sentasse atrás de mim, e ele o fez rapidamente já me puxando sem delicadeza, fazendo um pouco da água quente cair sobre o chão. Seu nariz percorreu desde meus ombros até minha nuca, fazendo todos os pequenos pelos se eriçarem e todo o meu corpo estremecer.

—Você não vai embora não é?—. Perguntei um pouco manhoso de mais.

—Claro que não Minnie, eu só saio daqui com você—. Disse me apertando pela cintura.

—Você sabe que eu não vou voltar não é? Já estou decidido. Eu quero viver como alguém normal agora—. Yoongi segurou em meu queixo e me trouxe até ele, um selinho rápido me foi dado e ele sorriu.

—Por que você é tão teimoso, hun? Mesmo que não volte, eu continuarei aqui e te protegerei assim como sempre fiz, eu morrerei por você se precisar—.

—Eu te amo Yoongi—. Disse de vez e as palavras sinceras fizeram o ruivo me puxar novamente dando início a um beijo mais profundo, um beijo aonde nossas línguas se encontravam e davam pequenos choques enquanto se perdiam uma na outra. Não pude conter os suspiros quando sua boca deixou de lado a minha e mordiscou minha orelha, depois de todo esse tempo sem o ter direito, sem dar-lhe a atenção merecida, eu desejava senti-lo como nunca, queria ser tocado, queria sentir seu gosto e mergulhar novamente no prazer que é ter Min Yoongi. Joguei a cabeça para trás encostando em seu ombro e logo sua boca já percorria também meu pescoço, mas eu queria mais.

—Yoongi-ah, eu senti tanto a sua falta—. Disse arrastado e manhoso, quase num sussurro. Yoongi me puxou novamente fazendo-me sentar em seu colo, logo senti seu membro já desperto em minhas nádegas e sorri com a sensação.

—Eu te quero tanto, te ter novamente em meus braços é como um sonho depois dessas duas semanas—. Ele disse sobre meu ouvido e logo eu já estava deitado em seu corpo enquanto o mesmo se encontrava deitado também, escorado na banheira branca. Suas mãos passearam pelo meu abdômen e pararam sobre minha coxa, as mãos firmes de Yoongi me apertavam e me acariciavam, eu não conseguia discernir qual das duas sensações era a melhor mas ele parecia contente com as minhas reações.

—Yoongi-ah, por favor me toque—. Disse não aguentando mais toda aquela tortura e pude ouvir o outro rindo.

—Jiminne está tão necessitado de meus toques. Mas você acha certo o que fez? Fugir de mim assim? Eu vou te punir por isso, agora—. Disse esbanjando luxúria na voz fazendo-me perder mais da sanidade que me restava. O ruivo ergueu o quadril me fazendo sentir mais de seu membro e me tirando um gemido baixo. Meu corpo todo estava quente, sentia o rosto queimar e o baixo ventre formigar, meu membro pedia por atenção, atenção essa que eu mesmo estava prestes a dar. Desci uma das mãos e posicionei sobre a base, mordi o lábio inferior me castigando, eu estava assim tão necessitado em pouquíssimo tempo, Yoongi fodeu meu estado mental enquanto tudo que eu quero que ele foda está mais em baixo. Massageei meu membro e logo investi com movimentos lentos de vai e vem, mordia o lábio sempre que um gemido ousava sair, Hobe poderia ouvir, e a qualquer momento seus pais poderiam chegar, e tudo que eu menos queria era que algum deles ouvisse. Meu corpo estava tão quente que eu pensava que poderia explodir pelo calor. Yoongi, percebendo toda minha excitação, resolveu brincar mais um pouco colocando um de seus dedos em minha entrada e fazendo movimentos circulares, eu queria mata-lo e ao mesmo tempo agradece-lo. Joguei uma das pernas para fora da banheira na tentativa garantir mais espaço para que Yoongi me penetrasse, mesmo sendo com os dedos, eu estava a caminho do céu com seus movimentos. Gemi alto quando senti dois de seus dedos entrarem, intensifiquei meus movimentos sendo até um pouco rude comigo mesmo, mas eu não ligava, a sensação era ótima.

—Jimin, geme para mim, hun? Chame meu nome, eu quero te deixar louco—. Ouvi sua voz falhando enquanto falava revelando que também estava próximo a insanidade. Ousadamente Yoongi penetrou-me com o terceiro dedo me fazendo soltar um gemido insensato o que fez o ruivo cessar os movimentos para que eu me acostumasse, e logo eu já rebolava contra seus dedos, deixando meu membro de lado e sentindo o de Yoongi pulsar em baixo de mim, eu queria o sentir logo.

—Me fode—. Disse baixinho enquanto ele me penetrava com os dedos.

—O que disse?—. Ele perguntou cessando os movimentos mais um vez, me fazendo soltar um resmungo, algo que nem eu mesmo entendi.

—Eu quero que me foda—. Disse tentando controlar a voz para que saísse um pouco mais firme e então senti o corpo atrás de mim se levantar fazendo o meu se levantar também, Yoongi segurou firme em meu cabelo me levando até a outra ponta da banheira.

—Alias, adorei essa cor nova—. Ele disse enquanto me colocava de quatro e ficava de joelhos atrás de mim. Sorri pelo comentário aleatório e segurei firme nas bordas brancas.

—Você fica tão bem nessa posição Jimin—. O ouvi dizer antes de ouvir um estalo forte e sentir minha nádega arder. Enquanto ele ainda me segurava pelo cabelo, sua outra mão passeou por minhas pernas e eu o senti separando-as, meu corpo estremeceu, finalmente eu o sentiria em mim, finalmente dividiríamos todo esse prazer. Me abaixei mais expondo minha entrada para Yoongi que pareceu observa-la.

—Yoongi-ah!—. Falei em um tom alto para chamar sua atenção e apressa-lo, eu necessitava muito de senti-lo, indo fundo em mim e me preenchendo. Percebendo minha pressa ele me penetrou com metade de seu membro e mesmo depois de toda aquela preparação eu sentia minha extremidade arder e recusa-lo, era quase insuportável. Yoongi depositou beijos molhados em toda a extensão de minhas costas e me segurou pela cintura com firmeza. Demos um tempo até que eu me sentisse mais confortável e então eu rebolei em seu membro avisando que estava pronto, Yoongi arfou e começou a estocar fundo sem delicadeza alguma.

—Eu vou te foder assim como me pediu, meu amor, isso vai ser inesquecível—. Disse me penetrando por completo, soltei um gemido alto sem me importar com Hobe ou com seus pais, eu estava com Yoongi e não me privaria desse prazer, para falar a verdade a ideia de ter alguém nos ouvindo me deixava extremamente excitado agora. As estocadas eram brutas e faziam nossos corpos se movimentarem na água que também se movia de um lado para o outro. Logo senti minhas pernas fraquejando, Yoongi não estava pegando leve o que me levava a total loucura rápido, eu queria mais, mais fundo, mais rápido. O ruivo me segurou com as duas mãos e eu agradeci mentalmente já que estava sem forças. Mais algumas estocadas fortes e rápidas e ele se desfez em mim e eu me desfiz logo depois sem nem ao menos ser tocado.

O suor escorria por nossos corpos, a água estava gelada e nossas bocas estavam secas, e tudo que eu queria era me aconchegar nos braços do meu anjo e passar o resto da noite ao seu lado.  Yoongi se levantou saindo da banheira gelada e me puxou delicadamente para sair também, puxou uma toalha e secou meu corpo, seguido do seu, envolveu seus braços em meu corpo e me carregou de volta ao quarto, me colocando na cama. Me sentia tão cansado que não protestei com nenhuma de suas ações.

—Mesmo com essa aparência você continua adorável—. Ele disse me vendo enrolar no edredom.

—Isso era para ser um elogio?—. Perguntei fazendo-o rir e se deitar comigo.

—Eu te amo Park Jimin—. Disse por fim e me enroscando em seus braços.