História O Garoto Do Parque - Nunca Irei Te deixar

As mensagens não param! Estou realmente com medo, ele não me deixa em paz, a sensação de estar sendo observado voltou, esse medo não me deixa mais dormir, ele diz que o dia da tortura está próximo, mas viver desse jeito já é uma própria tortura, nem comer direito consigo, parece que ele sempre está lá na escuridão me observando.

Dias se passam e de repente ele some mais uma vez, isso não é um bom sinal! Da última vez que ele sumiu, deixou essa marca no meu braço de lembrança!

Lembrar daquela voz, me atormenta, me tira do mundo. Me lembrar disso que estou fazendo, me tira da terra, me levando diretamente ao inferno... realmente estou com medo do dia que ele irá vir fazer algo chegar.

Dias se passam e nem um sinal desse cara, será que ele desistiu? Convido Felipe para me acompanhar em um jantar, ele aceita, mesmo nos dois ainda estarmos inseguros de sair à noite na rua, não sabíamos o que poderia acontecer.

Finalmente a noite do jantar chega, Felipe estava tão elegante, vestia aquele terno branco, que o mesmo usou na vez que ficamos juntos, já eu estava com uma camiseta xadrez e uma calça preta, então logo estendo minha mão a ele e saímos juntos.

A noite estava clara, a lua estava cobrindo o céu, junto a companhia das estrelas ao seu redor, estávamos no parque, passando por uma pequena ponte que havia em cima de um riacho, o reflexo da lua brilhava naquele lugar, paramos para apreciar, logo em um beijo que aconteceu um pedido que não estava esperando, sim o mesmo estava ajoelhado em minha frente.

Finalmente o dia mais feliz da minha vida chegou, Felipe estava me pedindo em casamento, derramei uma lagrima, logo levantando o mesmo e o abraçando fortemente e dizendo que sim.

Nos dirigimos para o restaurante, estava tudo perfeito, logo no restaurante o mesmo tira uma caixinha do bolso, pega um anel e coloca em meu dedo, sim agora é oficial!

A noite se prolongou horas, muito tempo depois saímos.

No caminho de casa, percebemos uma van preta, ela estava nos seguindo e percebi isso, olho para o chão e vejo meu tênis desatado, logo abaixo para atar, vejo a porta da van abrindo, então puxo Felipe e o abraço forte, poderia ser a última vez que iria velo.

Em poucos segundos, muitos homens vieram para cima da gente, gritos de desespero são dados por mim e por Felipe, eles nos separaram, ouvi barulho de outro carro chegando, ouvi o choro de Felipe sendo posto dentro, mergulhei em lagrimas, nem do lado dele fui posto, me sentia inseguro longe dele, desprotegido, indefeso.

Logo sou acertado com algo na cabeça, acabo desmaiando na hora, estava agora sim, completamente indefeso.

Me acordo, estava amarrado em uma cadeira, no que parecia ser um salão abandonado, passando a tontura, resolvo olhar para os lados, logo vejo Felipe... também amarrado em uma cadeira atrás de mim, começo a gritar seu nome, a me mexer para tentar acordar ele, vejo seus olhos abrirem e começo a chorar

- Você está bem? Por favor me responda!

- O-o que h-houve?

Ouvi uma voz ao fundo

- O dia da tortura chegou meus amigos

Era o ex de Felipe, meu coração acelera, sabia que ele tinha algo a haver com isso

- Eu te disse Felipe, eu te disse que ele era culpado.

Começo a gritar por piedade, estava tremendo, não sabia o que fazer

- Você Eduardo! Pegue a faca que tem em seu bolso, e não se preocupe ela não tem fio para cortar a corda

Pego a faca de meu bolso com medo, logo ele vem até mim e vira minha cadeira para frente de Felipe, me aproximo e beijo o mesmo, fazendo nossas lagrimas se encontrarem, logo aquele garoto vem e retira nossos corpos um de perto do outro

- O amor de vocês me enoja! Vamos Eduardo pegue a faca e crave na perna do seu namoradinho!

- O que? Não eu não consigo

- Deixa que eu te ensino

Vejo o mesmo chegar com raiva, e cravar uma faca em minha perna, logo dando uma facada na perna de Felipe, ao relento do salão só o que se escuta e nossos gritos e choros de medo e dor.

Será que iriamos sair desse lugar com vida? Será que o pedido de casamento vai passar de apenas um pedido?

- Vamos Eduardo, crave na outra perna dele agora! Ou a próxima facada vai ser na poha do coração do seu Felipe querido

- M-me desculpe Felipe

Cravo a faca em sua e vejo o mesmo agoniar de dor, meu coração ardia ao ver o mesmo daquela forma, ele me olhava com expressão de dor, lagrimas escorriam enquanto trocávamos olhares de desespero

- Você vai deixar a gente sair com vida daqui?

Vejo Felipe falando

- É claro, só não posso garantir que vão sair em perfeito estado

- Por favor, nos desamarre! Preciso abraça-lo! Fique com armas apontadas para nossas cabeças, mas só por favor deixa eu dar o último abraça-lo

A mesma sai da sala, e logo volta com 2 armas, nos desamara e aponta para agente, vejo que Felipe não poderia se levantar, então corro até ele, coloco a mão em seu rosto e digo

- Fique calmo, vai ficar tudo bem, logo vamos sair daqui, e poderemos nos casar, e passar todos os dias da nossa vida juntos, isso vai ter um fim acredite em mim.

Logo ainda com a mão em seu rosto, lhe beijo, em alguns minutos o garoto me puxa e manda eu sentar, logo amarra nos dois novamente.

Escuto falar algumas coisas, seu tom era fraco.

- P-por que está f-fazendo i-isso? V-Você tem que e-entender que não d-damos certo Rafael

- Como não damos certo? Eu te amo tanto e você me trocou!

- Você me ama, mas você não pode esperar sempre ter um amor de volta

- M-mas eu te a-amo

A mesma, vem ate nos e desfaz os nós, nos libertando

- M-me desculpem!

Vejo a mesma atirar em sua cabeça, começo a chorar desesperado, mas sabia que finalmente iria ficar tudo bem! Realmente não posso dizer que minha história de vida foi péssima, porque tudo que aconteceu, me redirecionou aonde estou agora, peguei a mão de Felipe logo pegando ele em meu colo, e saímos daquele lugar, estava amanhecendo e assim finalizamos nossa história.

Não importa quais dificuldades Deus coloca em nossa vida, temos que vencer elas, mostrar nossa determinação para tudo.

Hoje Felipe e eu dormimos juntos durante todo dia e toda noite, tivemos uma vida perfeita juntos, e estamos sempre juntos, mesmo que a morte tenha tentado nos separar, faleci aos 79 anos e Felipe aos 81, fomos atropelados, e sim mesmo depois disso, onde quer que estejamos, estamos sempre juntos.