História O garoto do quarto 49 - Inevitável

{Lucy}

Ele para o carro na frente do condomínio, eu já estava decidida, parei de chorar e esperei silenciosamente pela chegada.
  Por mais que eu estivesse quieta, precisava de notícias. 
   Desci do carro, em silêncio, apenas para pegar algumas coisas minhas que estavam aqui, já que dormiamos juntos às vezes. 
   Pegamos  o elevador em silêncio até chegarmos no apartamento o qual ele morava sozinho,  ele abre a porta então eu entro indo direto para o quarto. - Nossa... que noite louca né  princesa? - Não falo nada apenas junto minhas coisas. - Para onde está indo? - Para casa. - Você disse que iria passar umas noites aqui comigo, não pode ir para casa. - Posso sim, não quero ficar aqui. - Lucy... - Sting. - Ele se aproxima quando coloco minha mochila nas costas - Ei!  Você não pode ir embora! - Quer ver como eu posso? - Ele para a minha frente. - Me deixe ir! - Não! - Seu idiota! - Por que quer ir? - Você só pode está de brincadeira! Meus amigos podem estar mortos!!! - Ele era seu ex. - Idaí? - Levanto os braços gritando. - Uma das minhas melhores amigas estava naquele carro junto com meu amigo!!! Não posso deixa-Los. Não posso deixa-lo. - Digo com os olhos cheios de lágrimas. Como fui uma idiota. - Não pode deixa-lo? O que quis dizer com isso hein? Hein??!! - Ele me segura pelo pescoço. - Me solta!!! - Parece que tem algo errado aqui!!! Algo que eu não estou entendendo... Parece que eu fui descartado? Vai lá esquentar a cama do seu ex... - CALA A BOCA!!!! - Grito em seu rosto, minha bochecha queima, ele me bateu, então eu o soco, mas ele me segura, me jogando contra parede. - Entao é isso? CANSOU DE ME USAR E VAI VOLTAR PARA AQUELE MERDA? - Ele me olha fixamente, raivoso. - Vai se ferrar! Eu nunca mais quero ver você!! - Dou um chute em seu saco, ele me solta e geme e dor é minha oportunidade então saio do apartamento correndo entro no elevador e aperto os botões desesperadamente, as portas a fecham e e ele desce.
   Caso ele decida vir atrás de mim. Vou às pressas pela rua, correndo até o ponto e ônibus mais longe, e agora eu me dou conta, meus amigos sofreram um acidente estão mal,  eu preciso ligar pra Erza novamente.
  Pego meu telefone enquanto vou até a parada de ônibus, já que eu só tinha alguns trocados não  dava para pegar táxi.

-Alô?

-Erza!!!

- SUA VADIA RIDÍCULA!  eu estou  puta da vida com você!!! Se alguns dos nossos amigos morrer eu nunca irei te perdoar!! Nunca! - Ela não me deixa falar, minhas pernas tremem, e começo a soluçar, desligando o celular e guardando na mochila novamente, eu não consegui encarar ninguém agora, pelo tom da Erza eles estão mal, não consigo encarar ninguém. Pego um ônibus para casa.

{Gray}

   Não restou quase nada do carro, que era de Jellal que já tinha sido tirado do pequeno penhasco. - Eles só  estão vivos porque estavam com cinto. - Um dos policias diz, escuto os choros de Lysa e escuto Erza chingar  no telefone em seguida vomitar. -Precisamos  ir lá... - Jellal fala,  mas não escuto, olho para o carro que tinha sido puxado  pelo guindaste, todo destruído, o corpo de Juvia é  tão frágil...
  Eu não podia perde-lá, eu não podia perder meu irmão. Eu não queria enterrar mais ninguém.
Lágrimas e mais lágrimas descem de meu rosto. - Vamos... Vamos para lá. - Escuto a voz de Lysa, Erza me puxa o pela camisa e eu entro no carro novamente. Indo até o hospital mais próximo.
  Lá a recepcionista diz que três jovens entre dezessete e dezoito anos deram entrada à quarenta minutos e já tinham sido mandados para sala de cirurgia. 
  A garota tinha fraturado três costelas, quebrado um braço e a perna. 
  Um dos garotos, teve traumatismo craniano, e o outro quebrou os dois braços e as pernas e deslocou o femo. 
  Meu estômago revira, me sento na recepção Lysa fica com a recepcionista dando os documentos de Lyon. - Alguem tem que avisar a os pais de Juvia e a mãe  de Natsu. - Digo com a voz cortada, o rosto de Erza estava inchado e vermelho, como os olhos de Jellal. - Eu não consigo. Eu não consigo avisar a os pais dela. - Erza sussurra, pego o celular e ligo para a senhora Lockser, que vem imediatamente, Jellal liga para a mãe de Natsu e para Gajeel avisando onde estávamos. 
  Quando todos chegam, eu não consigo me mover, apenas ficar ali, e desejar que tudo aquilo não passasse  de um pesadelo.

{Erza}

Não saímos dali a manhã  inteira, agora com todos eles identificados, eu precisava de mais notícias, mas era tão o frustrante, foi tudo tão rápido, todos nós  corremos atrás de Natsu, nao vi Juvia correndo e nem sei como ela conseguiu chegar primeiro, muito menos Lyon.
  O que era para ser uma noite legal tinha a tornado uma das piores. Lucy me ligou, eu estou tão irritada, ela que começou  com tudo isso, mas  também não tiro a culpa do idiota do Natsu.
  Os policiais  esta o investigando o ocorrido do acidente, claro, foi detectado que Natsu estava bêbado e provavelmente não virou a curva e passou reto. Garoto irresponsável!! 
  Jellal continua abraçado comigo, ele está  tentando ser tão forte que até n inveja. - Erza, você precisa descansar um pouco. Estar horrível. - Fala Gray ainda imóvel na cadeira ao lado. - Eu não vou sair daqui, digo, a mãe de Juvia estava aqui, tão preocupada com ela, me sinto levemente culpada.
  Ela era uma garota tão  na dela, eu não deveria ter feito amizade com ela, já que ela não estaria nessa situação. - Escute Gray Erza. - Diz Sra Lockser. - eu tenho seu telefone, qualquer notícia nós avisamos. - Sim. - Concorda Lysa. - Vão para casa garotos, ficaremos aqui peguem meu carro, se vocês quiserem revesamos, a noite vocês vem e ficam aqui no nosso lugar, descansem agora.
  Concordamos, entao todos nós  saímos  do Hospital, nos despedimos um dos outros, Gajeel disse que estava com a van que tinha passado para pega-lá por isso demoraram. - Qualquer coisa nos liguem por favor. - Pede Levy, nos abraçamos  e eles vão embora.
  Ficamos Eu Jellal e Gray em frente a o carro. - Hum... Vocês  podem me deixar em casa? - Pergunto, Jellal responde que sim. Então fomos, Gray continuou quieto a viagem inteira, ele não falava nada à um bom tempo se fechando no próprio mundo mais uma vez. - Eu só  vou passar em casa para pegar algumas roupas, se você quiser eu fico aqui com você. - Sugere Jellal quando chegamos à  frente da minha casa. - Sim eu quero. - Ele beija minha testa depois me dá  um selinho. - Mais tarde eu volto então.  - Afirmo que sim, é saio do carro. - Fica bem Gray. - Ele não responde, Jellal dá um meio sorriso e vai embora, entro em casa, está todo mundo feliz como sempre. 
  Parece que aquele tipo de coisa pra mim no momento era inaceitável, ninguém poderia ficar assim na minha frente. Não tinha motivos, não poderiam.
  Meus irmãos estavam brincado na sala enquanto o rádio estava tocando música, mamãe estava fazendo o  almoço enquanto seu marido a ajudava. - Oi filha como foi a noite? - Ela pergunta. - Ruim. Ouve um acidente e carro com Natsu, Juvia e Lyon. Estão em estado grave. - A sala fica em silêncio, apenas com a música animada tocando. - Oh, querida. - Ela vem em minha direção me abraçar. - Tudo vai ficar bem. - Ela dá  um meio sorriso. - Obrigada. - Engulo em seco, meus irmãos voltam a brincar. - Oh a comida a queimar! - Ela diz voltando a cozinha. 
  E tudo volta ao normal, como se nada tivesse acontecido, suspiro indo para meu quarto. 
  Tomo um banho rápido, é me nego a olhar pra o mural de fotos que enchemos nesses últimos meses, a maioria com fotos minhas e da Juvia. 
  Deito na cama olhando para janela, não querendo olha para aquelas lembranças, eu não poderia pensar no pior, ela iria sair dessa.
  Penso comigo mesmo, assim como Natsu e Lyon. 
  Meus olhos começam a pesar, eu estava tão exausta. Acabo entrando em um sono profundo sem sonhos.
  
   
 

{Jellal}

Depois de deixar Gray em casa, eu estava tão cansado, eu sabia que eu não poderia fraquejar, minha namorada precisava de mim meus amigos também, por mais que eu estivesse mal por tudo que aconteceu. 
  Tudo foi tão rápido, como poderíamos imaginar que uma noite e curtição  poderia resultar em uma tragédia?
  Respiro fundo, não poderíamos pensar no pior simplesmente  eu me recusaria a pensar, eles são fortes e irão sair dessa.  
  Chego em casa, na minha solitária casa, eu morava sozinho, eu não conhecia meu pai é minha mae e decidiu ficar com um cara em vez e preferir o próprio filho ela mandava uma certa pensão  pra mim todo mês como se o vazio que ela tivesse deixado pudesse preencher com algumas notas, mas eu me virava bem, tudo isso me fez forte. 
    Entro em casa e tomo um longo banho, eu precisava descansar e estar para meus amigos. 
  Entro dentro das cobertas e adormeço.

{Gray}

Entro em casa e a primeira coisa que eu faço e ligar para Laxus.
Eu estava pensando nisso a manhã inteira, Lysa não o avisou porque saiu as pressas de casa, e também não tinha muito contato com o filho depois do último encontro.
  O celular dele só  dá  caixa postal então deixo uma mensagem e respiro fundo, indo para o quarto que eu dividia com Lyon, a cama arrumada, tudo que pertencia  ele estava arrumado, ele é organizado, ao contrario de mim.
  Sinto um aperto no peito, eu tinha que acreditar que ele voltaria para casa.
Eu precisava fumar, tento acender mas meu isqueiro tinha acabado, então vou até a cômoda de Lyon e tento procurar um isqueiro, não acho.
  Vou mais fundo das gavetas dele, e até procuro na mochila acho um caderno, com  capa rabiscada. Dou um meio sorriso. Eu sabia que ele gostava de fazer desenhos aleatórios nas aulas, bem eu já tinha presenciado algumas vezes já que tínhamos algumas aulas juntos. 
  Abro o caderno, vejo um monstro com dentes pontudos  um maior que o outro, um menino mal feito com uma espada tentando mata-lo.
   Passo as folhas rabiscadas com desenhos toscos,  paro em um com um homem de chifres e fogo saindo de suas mãos, ele usava capa e tinha desenhos no corpo e garras. Não era tão bem feito mas dava pro gasto, dou um meu sorriso. Passo mais folhas com desenhos rabiscados, até que vejo um rosto de uma garota sorridente. Olhos grandes e cabelos ondulados.
  Meu coração se aperta e parece ficar em pedaços minúsculos, quando leio a frase em baixo.

  " Eu a amo"

Eu amo, eu a amo,  eu a amo,  eu a amo...

   Viro a página e encontro dezenas, centenas de "eu a amo" em cada linha, em cada uma das próximas páginas, aperto o caderno em minhas mãos, haviam folhas razuradas.
   Eu tinha feito o coração  do meu irmão em pedaços, meus joelhos falham. - Me desculpe Lyon. -  Sussurro mesmo sabendo que ele não pode me escutar, mas querendo muito. - Eu também a amo. Me desculpe. - Solto o caderno no chão, colocando a mão na cabeça, tudo estava uma grande porcaria, eu só queria que tudo voltasse como era antes. 
  

❄❄❄❄

  Jellal veio me buscar para irmos até o hospital, Erza estava em silêncio  na frente, abatida, também não falei nada, queria ficar perdido em meus pensamentos.  
   Chegando lá a primeira coisa que perguntamos foi por notícias, Gajeel e Levy tambem ja tinham chegado.
  Lysa ainda estava abatida, um pouco mais triste. - Como está eles três? - Pergunta Jellal. -  O médico disse que Juvia,  Natsu e Lyon já tinham saído da sala de cirurgia, Natsu estava sob medicamentos mas tinha saído do estado grave, Juvia estava na mesma situação ambos ainda estavam em observação. - Ela respira fundo, é uma parte de mim tinha revivido,  mas a outra me puxava  cada vez mais pra baixo. Ela continua. - A o contrário de Lyon, ele entrou estado de coma. - Ela torna a chorar novamente, Erza abraça Jellal que a toma para si, me sento no banco, pensativo lutando para que mais uma parte de mim, não fosse puxada para baixo, para as profundezas, mais agora estava impossível. 
  Meu amigo estava em sono profundo, poderia acordar, mas também não poderia. Eu não sabia oque fazer muito menos pensar.