História O garoto do quarto 49 - Perdida

>>>> Querido, escute, por favor

Eu não estou drogada, eu não estou drogada

Eu só estou apaixonada <<<<<

-Tove lo

Vou seguindo pela calçada junto com um grupo que ri e fuma, não sei para onde estou indo, nem conheço essas pessoas, mas pouco me importa, eles me oferece bebida e eu aceito, assim como cigarros, e vamos seguindo em frente, passando por tantas pessoas, e lugares com nomes piscando em luzes coloridas, chamado convidando nos para entrar, cada lugar mais colorido que o outro, como se dissesse "venha até mim, eu pisco mais, vamos nos divertir" dou risada desse meu pensamento, me sinto feliz, rindo com pessoas desconhecidas, esbarrando em outras, não sei por quanto tempo andei ate que me vejo sozinha, as pessoas ao meu lado tinham sumido, mas não importava, posso ir para qualquer lugar, então eu vou, continuo andando, até virar a esquerda e encontrar uma rua repleta de pessoas, sentadas tocando violão bebendo e fumando, outra se pegando, casal gay, lésbicos, beijos triplos música por toda parte, então começo a seguir por essa rua olhando tudo com atenção, muitas pessoas e casais também andam a o meu lado, parando para conversar e cumprimentando pessoas, outras riem estericamente, e eu continuo a andar, tão absorta de tudo aquilo, não sei para onde estou indo, mas não importa, me sinto forte e invencível hoje a noite, me pego rindo sozinha, estou tão eufórica e meu coração tão acelerado, continuo a andar, até que um homem de aparência mais velha, não tão velho, talvez uns vinte e cinco anos, para em minha frente, ele é bonito tem cabelos até o ombro ruivo, e barba por fazer, olhos verdes.

- Oi gata, tá perdida? - Esse homem pergunta a poucos centímetros de mim, nos encaramos por alguns segundos, eu não disse nada talvez porque não tenho o que dizer, aliás não estou perdida, até que nós separamos essa distância, e nossos lábios se encostaram por segundos, até eu ser jogada para trás por uma mão.

Gray está a minha frente, a postura ereta encarando o homem. 

- O que foi cara? Eu achei essa daí, pode arrumar outra para você. - O homem diz, mas não sei a quem ele está se referindo. 

- Você não achou nada. - Diz Gray em tom ríspido e alguem segura meus ombros, outro toque familiar.

- Ah Juvia!!! Nunca mais faça jsso. - Diz Erza me abraçando, vejo Gray e Natsu pararem a o lado dele enquanto diz: - Até porque ela não estava perdida, é melhor você ir dando antes que eu faça você se arrepender de ter cruzado o caminho dela. - Fico ali encarando Gray, até que percebo Milliana e Ever nos encarando. 

- Juvia, onde você esteve? - Pergunta Jellal. - Estávamos loucos atrás de você. 

- Eu... - Começo a dizer, ou tento, falar algo, mas não consigo processar o que aconteceu agora. - Desculpe. - É apenas isso que eu falo. 

- Vamos para casa. - Diz Natsu. Então Erza me puxa e seguimos para fora daquela rua, não sei quantos minutos andamos, mas ficamos em silêncio até lá, apenas andando reto e depois virando, logo chegamos dentro do carro, vejo Erza se despedir das amigas e eu da janela do carro dou um tchauzinho e um sorriso, elas também fazem o mesmo, Natsu vai na frente com Gray dirigindo, e Erza ao meu lado e Jellal na janela, olho para ela, que está com a cabeça apoiada no ombro de Jellal, e viro o rosto e começo olhar as pessoas as luzes passarem rapidamente e o vento bate em meu rosto, fazendo meus cabelos voarem.

- O que você fez Juvia? - Gray pergunta, em seu tom sério, percebo que ele me observa pelo retrovisor, ouço baixinho o Jellal dizer para Erza não dormir.

- Sério Juvia, nos procuramos você a noite inteira, é três horas da manhã, Erza ligou para nos a uma e meia, foi quando viemos para cá. - Diz Natsu, mas não estou prestando atenção, fecho os olhos por um minuto não porque estou com sono, mas porque queria parar de conversar, até Gray bozinar. 

- Ei não durma! - Ele fala, abro os olhos e olho para o lado, Erza da um salto, Jellal está a acariciando a bochecha dela enquanto volta a colocar a cabeça em seu ombro. Tento me lembrar do que aconteceu.

- Eu estava dançando e fui a o banheiro fazer xixi, depois sentir uma vontade louca de vomitar depois que sai da cabine, então voltei lá não sei quanto tempo fiquei até sair de novo e encontrar a fada do banheiro. - Digo, foi assim que eu a apelidei, por me deixar tão feliz depois que sai daquele banheiro. 

- Fada do banheiro? - Pergunta Jellal. 

- Sim, ela me ofereceu mais bebida falando que eu ia me sentir melhor, e era verdade eu peguei e fiquei melhor... - Você é maluca, nunca em Hipótese alguma aceite algo de estranhos. Sua mãe não te ensinou isso? - Erza adverte sonolenta, tento conter o riso, quem era ela mesmo pra dá bronca em alguem? 

- Merda! - Exclama Gray, percebo que ele está muito irritado, principalmente comigo. Seguimos para casa, abro a porta meio cambaleante, Erza entrega a chave para Jellal que entrega a Gray, e ele abre a casa Erza segue na frente mostrando a direção junto com Jelall, e sigo logo atrás de Gray, tudo está escuro e tropeço em algo. 

- Ei! Cuidado! - Ele diz segurando meu braço, seu toque quente faz meu corpo inteiro formigar ele vai me guiando até as escadas, e eu seguro forte no braço dele até subirmos todos os degraus e entrarmos no meu quarto, fecharmos a porta e acender a luz.

Erza senta na cama junto com Jellal, Natsu e Gray olham para mim. - Você ta bem? - Pegunta Natsu. Mas eu ignoro empurrando Gray para o lado e entrando em meu banheiro vomitando mais uma vez, me ajoelho sem forças para poder ficar de pé, depois de vomitar, me encosto na parede. 

- Onde tem outro banheiro aqui? Acho que Erza vai precisar. - Ouço a voz de Jellal distante. 

- Desse a escada, vai ter uma porta a esquerda. - Digo, olhando para a privada e dou descarga, Gray aparece na porta. Olho para ele por um segundo. Até me lembrar dos dois caras que beijei essa noite e vomitar outra vez, dessa vez mais intenso, me sinto suja, nunca vi aqueles caras e nem sei onde eles colocaram aquela boca.

- Merda! - Digo colocando a mão na cabeça. Gray apenas fica ali com seu rosto inexpressivo, sem dizer nada, isso me irrita profundamente.

- Vai embora. - Falo, nunca pensei que mandaria ele embora, mas não quero vê-lo, também nunca pensei que poderia querer tal coisa. 

- Não irei até vê que você está bem - Ele diz, também nunca pensei que ele iria querer ficar.

- Por favor não conte nada a Lyon o que aconteceu hoje. - Digo, olhando para o vaso. 

- Você tem algo sério com ele?

- Não. - Digo, sem olhar para ele, o que era verdade, mas eu mesmo assim me sentia culpada.

- Então não à nada com que se preocupar. - Ele diz. - Você tem que tomar banho, está fedendo. - Olho para ele indignada. - Saia daqui agora. - Digo me levantando, e indo cambaleante até minha mochila, pegando qualquer coisa e voltando para o banheiro de lá ele dá uma risadinha. - Eu já falei que não iria embora pare de insistir.

Olho para o lado, percebo que falta alguém. - Onde está o outro, hum.. Natsu? 

- Foi esperar dentro do carro. - Ele responde, entro no banheiro fechando a porta, tirando meu vestido e entrando debaixo do chuveiro, deixo a água molhar meu cabelo e esfrego o sabonete em meu corpo e rosto, não estou cansada, mas devo está cheirando a suor, bebidas, cigarros e até vômito, tento lavar meu cabelo ainda tonta e consigo. Depois de um banho pego a toalha, e tento sair do box caindo de bunda no chão. 

- Aí! - Grito. Com a toalha sobre meu corpo, minha perna dói, o que aconteceu?

- Juvia? - Ouço a voz de Gray perto da porta. - O que aconteceu???

- Eu... To bem. - Minto, minha perna dói e tento me levantar, mas o chão está escorregadio, será que derramei shampoo? Olho para o lado, sabonete caído no chão e shampoo virado no box, que patético. 

Tento me levantar mas não consigo. Ah que merda! 

- Onde está Erza? - Pergunto. 

- Acho que ela está precisando de muita ajuda também, sério Juvia você ta bem aí dentro? - Ele pergunta de novo. 

- Não. - Digo derrotada. - Eu cai aqui dentro e no consigo sair daqui! - Olho para porta e a maçaneta virando. - Não entre seu babaca, idiota! Não entre! - Sinto o pânico tomar conta de mim, segurando a toalha contra meu corpo tentando me levantar mais uma vez, tarde demais ele já abriu a porta, e me encontra sentada no chão segurando uma toalha branca com cara de idiota. Ele ri. Sinto minhas bochechas arderem as coisas não deveriam ser assim, ele pega o sabonete do chão e coloca em cima da pia. Se aproxima, tentando não focar em mim, e se abaixa, seguro a toalha com uma mão e a outra seu braço, sinto seus dedos quentes e fortes em minha cintura exposta, dando impulso para me levantar e não cair novamente, e consigo, me encostando na parede, com apenas minha toalha nos separando, sinto a respiração dele em meu pescoço. 

- Obrigada. - Digo, apertando a camisa branca dele com os dedos. - Por tudo que aconteceu hoje. - Ele me solta em silêncio e sai do banheiro fechando a porta, fecho os olhos. Absorvendo cada sensação de agora pouco. Jesus! O que foi isso? Abro os olhos e me enxugo ainda encostada na parede, depois visto uma camisa que peguei na bolsa errada, a camisa do The killers da Erza, e um short cotton que é meu e não sei o que estava fazendo na mochila dela, ela sempre pega meus shorts. Mas tudo bem, visto e tento andar me segurando. 

Logo a ânsia me invade mais uma vez e viro a cabeça paro lado, vomitando, dou descarga, me sinto um pouco mais limpa, sem a sensação do toque daqueles dois homens, escovo os dentes. 

- Você tá melhor? - Ele pergunta do outro lado da porta. Murmuro um sim cuspindo a água da minha boca, e abrindo a porta, e ele está lá, com a camisa um pouco molhada por minha causa e de braços cruzados, seus olhos me perfurando. 

_ O que mais você fez hoje? - Ele Pegunta quando eu saio do banheiro. 

- Nada. - Digo, querendo parecer inexpressiva, ele não insiste se senta na cama vou pegar um pente para desembaraçar meu cabelo ele segura meu braço, não precisa nem falar para eu perceber o que ele quer saber. 

- Eu não fiz nada, apenas fiquei com dois caras essa noite o qual me arrependo amargamente. Só isso. - Respondo, e ele me solta, me sento ao lado dele, ele olha para minha cama e logo já sei o que ele vai perguntar. 

- Por que você tem...

- Não me faça essa pergunta, não quero ter a humilhação de respode-la mais uma vez. - Digo fechando os olhos, ele ri, então eu abro logo no mesmo instante, gosto de vê ele sorri, porque o sorriso dele é incrível. 

- Por que você ta aqui? - Pergunto o encarando, ele também me devolver o olhar, depois de alguns segundos ele tira meu cabelo úmido do rosto, seu toque e tão gentil, que não me seguro e fecho olhos para absorve-lo, não sei quando ele vai fazer isso, então preciso ter essa lembrança, talvez ele nunca mais faça isso. 

- Você estava precisando de ajuda, e eu vim cuidar de você. - Ele fala, então abro os olhos, para encara-lo, ele estava aqui, em meu quarto, não que ele já não tivesse ido, mas isso era no dormitório, e era diferente, ele estava ali por minha causa. 

Eu o abraço forte, absorvendo o cheiro dele mais uma vez, o perfume e o calor, fecho os olhos, e logo sinto as mãos dele em minhas costas, retribuindo o abraço. 

- Obrigada, sério... Eu... Não sei o que aconteceria se você não tivesse chegado a tempo naquela hora... - Falo talvez eu ainda estivesse bêbada  e tava falando um monte de bosta, e logo sinto os músculos do braço dele ficarem tensos, mas ele continua me abraçar, me sinto sonolenta. 

- Não pense nisso, eu cheguei a tempo o pessoal também, e é isso que importa. - Ouço ele dizer, essas palavras são a única coisa que escuto depois de pegar no sono com ele acariciando minha cabeça.