História O garoto do quarto 49 - Banheiro

»Começou com um beijo, como foi terminar assim?
Foi só um beijo, foi só um beijo...«
-The Killers

- Quero conversar com você. - Ele fala, então eu deixo ele entrar. Respiro fundo e fecho a porta meio nervosa. - O que você quer? - Nada. - Ele responde tragando o cigarro. - E por que está aqui? - Por que foge de mim? - Ele pregunta me interrompendo, tento me manter impassível. - Não estou fugindo de você. - Olho nos olhos dele, a música está alta e nossas vozes ficam abafadas, ele está tão perto de mim que nossas respirações se misturam, faço menção de sair do banheiro. Ele coloca o braço na frente. - Está vendo? - Dá uma risadinha. - Não estou fugindo.... - Está sim. - Não! - olho para a ponta do cigarro pendida em sua outra mão. - Por que está fazendo isso? - Pergunto. - Isso o que? - Você me faz ficar com seu amigo, fala que ele é o melhor para mim. Mas... depois... - Minha voz falha no final, ele segura meu queixo, deixando a passagem livre. - E depois... - Ele quase sussurra. Então completo. - Faz isso que está fazendo. - Ele fica em silencio. - Você  não entenderia. - Ele responde, o vejo  tragar mais uma vez deixando a fumaça entre nós, nossos lábios apenas milímetros  longe, meu coração só falta pular pela boca, ele roça o nariz no meu também repito o gesto automaticamente até que nossos lábios  se encontram, solto um suspiro, ele me segura pela cintura, investindo mais sobre mim. Mil e uma sensações  se passam  por mim, enquanto o quero mais perto, Não me importo com nada nem o que irá acontecer depois do beijo. Se ele vai me ignorar ou até mesmo voltar para Minerva.
  Seguro sua nuca e passo minha outra mão livre pelos seus músculos definidos, seus dedos percorrem minhas costas, depois vai até meus cabelos o puxando, arfo, Ele beija meu pescoço, modiscando minha orelha, todos os meus pelos se arrepiam, ele me beija novamente. 
  Suas mãos passeiam pelos meus seios, nossas respirações se misturam, minhas mãos tremem um pouco, não parece certo isso acontecer aqui, quando tudo está tão confuso ainda.     Logo seus dedos deslizam pelas minhas coxas, entrando dentro do meu vestido, até chegar na minha calcinha.
Me afasto dele de seus toques e de seus beijos, ele me encara profundamente, como se estivesse saindo de um transe, tento organizar meus pensamentos. Eu estava certa em parar. Tudo ainda estava confuso, e eu não o entendia. - Não. - respondo a pergunta que ele deve está fazendo mentalmente. - Não com você  e não agora. - Antes que ele me impeça saio do banheiro. Fechando  a porta atras de mim. Todos ainda estavam curtindo. Me sento no sofá disfarçadamente. Lyon estava dancando com Erza e matando a garrafa de Vodka ela fala algo pra ele que olha para trás e nossos olhos se encontram. Ele dá um grande sorriso e vem até mim. - Ondevoce tava Ju? - Ele estava muito bêbado. - Fui dá uma volta. - Minto, ele passa o braço a o redor do meu ombro, pega um cigarro e começa a fumar, me junto à ele também. 
  Depois de alguns minutos todos se juntam e ficam sentados, ate Gray que ficou no banheiro por um curto tempo. - Nossa que tal a gente sair um pouco? Aproveitarrrr - Diz Levy beijando Gajeel. - Acho uma boa ideia. - Digo. - Todos nós  estamos bêbados. - Adverte Jellal. - Eu não bebi, posso levar vocês. - Gray responde. Olhando se relance para mim. Meu estômago revira. Lucy da um gritinho. - Então vamos!!!!! - Todos se levantam. 

  Pegamos a mesma trilha que dá última vez e fomos até o carro, acabei indo automaticamente para o banco do carona na vã, o que me deixa constrangida, mas ninguém parece ligar, olho para o relógio do rádio. 
04:00 AM. 
  Respiro fundo enquanto vamos andando pelas suas vazias, paramos em um posto vinte e quatro horas para comprar mais uma vodka e cigarros. Enquanto escutavamos alguma música aleatória, que todo mundo acabou cantando errado. 
   Bem, em outra época, essa hora eu estaria dormindo e sonhando do alguma coisa inútil, acordaria depois é não faria nada produtivo do dia. 
   Eu não estou fazendo  isso agora, mas estou me divertindo.
   Acabo pensando no que aconteceu no banheiro. Ele não estava bêbado, fez por vontade propria. Ou pode ter feito por impulso. Respiro fundo olhando para a janela. Eu tinha que fazer algo em relação a isso, Lyon gosta de mim. Eu estou ficando com ele. E gostando do seu melhor amigo! 
Que confusão eu fui me meter...
  Mas talvez eu não precise fazer nada. Amanhã tudo pode voltar a o normal e nada disso ter acontecido. 
   Me apego a essa ideia. 

  Alguém lá trás fala em algo de ir a praia, então fomos, o sol estava nascendo então assim que Gray parou o carro todos desceram, estou prestes a fazer isso também quando ele trava as portas, fecho os olhos respiro e abro novamente. - Gray o que está fazendo? O que quer de mim? - Pergunto olhando para frente não para ele. - Não é simples? - Ele responde com uma nova pergunta. - Não! Não é!  Olha o que está acontecendo aqui... não é certo com ninguém. - Respondo. - E o que está acontecendo aqui? - Ele pergunta, olho para ele incrédula. - Você é  burro por acaso? Você está bricando comigo, brincando com todo mundo. E eu não quero isso. - Ele se próxima. - Eu não estou brincando.... Eu só... Não consigo ficar longe de você. Eu quero mais não consigo. - Meu coração acelera. - Ele segura meu queixo entre seus dedos. - Desculpe está te confundindo... Você não entenderia... Apenas fique comigo agora. - Seu olhar me hipnotiza e quando dou por mim estamos no beijando novamente estou em cima dele no banco, daquele jeito quente e profundo. Se ele quer ficar  comigo, eu preciso resolver umas questoes primeiro. Então estou prestes a abrir a porta, com ele beijando meu pescoço, ele vai até minha mão e a segura levemente. Eu invisto e abro a porta, saindo de cima dele, indo para fora, sigo em frente em direção a areia, vejo Lucy, Erza e Levy brincando na água uma jogando  na outra. Gajeel e Natsu estão conversando. Sento um pouco atrás deles, vejo Jellal e Lyon caminhando de longe, Jellal para onde os garotos estão e Lyon vem em minha direção sentando a o lado, o sol estava nascendo e era tão, ou até mesmo chegava a ser infinito, eu não queria que aquele momento acabasse, estavamos nos divertindo, é eu gostava disso, gostava deles. 
  Suspiro. Eu e Lyon  ficamos em silêncio  por alguns minutos, ele não é  idiota eu sei, deve sacar o que está rolando, e isso acaba me deixando com um frio na barriga. - Ju.. - Oi - Eu... Hum... Você é  uma garota legal, sei também que o que temos é até superficial pra você. Mas para mim não, você gosta de outra pessoa é acho isso errado o que estamos fazendo... Até porque conheço quem é... Então acho que é melhor  sermos amigos o que acha? - Respiro fundo, não sabendo se fico triste ou aliviada, mas mesmo assim afirmo que sim com a cabeça,  ele me dá  um meio sorriso. - Agora vem aqui. - Ele me abraça e eu retribuo, apesar de tudo ainda somos amigos, ele é  uma pessoa tão gentil, acabo desejando que ele encontre uma garota maravilhosa que lhe dar todo o amor do mundo.

Depois de brincarmos na praia voltamos  para a escola, para nossa vida normal escolar, que não é  tão normal assim, todos pareciam felizes ou só  pareciam? Quando entrei no meu quarto fiquei olhando o mundo girar por algum tempo, cada um tinha tantos problemas, mas ainda conseguiam ser fortes e supera-los, conseguiam se divertir e aproveitar o ultimo ano escolar. 
   Fecho os olhos, toda a minha existencia a os dezessete anos mesmo fazendo algumas besteiras, eu estava  até feliz, era isso o que importava. Acabo pegando no sono.

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A única coisa que eu fiz no final do verão, no mês de agosto, sábado inteiro foi dormir. 
Dormi tão profundamente como a bela adormecida dorme a espera de um príncipe, no meu caso sem nenhum, porque eu não queria que ninguém me acordasse.
Apenas me levantava para fazer as pequenas necessidades, Erza parecia fazer o mesmo. 
Então quando foi domingo de manhã, estava chovendo, o que era uma péssima combinação para um domingo. Eu acordei muito cedo e fui direto tomar banho e escovar os dentes, já que parecia que tinha morrido alguém na minha boca. 
Coloquei uma camisa grande branca, que cobria meu short cotton, me sentei no puff rosa com os cadernos abertos, e comecei a fazer as tarefas para amanhã, e comecei o trabalho de inglês e geografia, que era para quarta-feira, tentei manter minha mente ocupada, para não ser transportada para o quarto 49, quando Erza acorda. 

- Cruzes, nunca dormir tanto na minha vida. - Ela diz, caminhando até o banheiro. 

- Bom dia, flor do dia. - Tento fazer uma piadinha nesse domingo deprimente. Ela ri, e ouço o barulho do chuveiro. Dez minutos depois ela está com uma camisa preta grande, quando alguém bate quatro vezes na porta, ela atende penteando os cabelos, é Lucy e Levy. 
Elas entram, se senta do no chão. 

- Todos já acordaram. - Diz Lucy percebo que ela carrega sua mochila azul, e coloca no chão, tirando dois sanduíches de peito de peru, duas maçãs e uma caixinha de suco de uva. 

- Trouxemos o café de vocês, está uma pequena confusão, parece que todos dormiram o dia inteiro ontem, até as dez da noite, pelo que ouvimos na cantina, ninguém sabe o por quê mas estão investigando. - Diz Levy, e Lucy me entrega o sanduíche, Erza senta no puff azul e também pega o dela, dando uma grande mordida. 
Olho para o relógio, são oito horas da manhã.

- Natsu e Lyon estão na cozinha, eles disseram que ninguém suspeita deles. - Diz Lucy.

- Todos devem ter ficado muito putos, já que não poderiam voltar para casa esse fim de semana. - Erza toma o suco de uva,
Depois de conversamos sobre algumas coisas engraçadas que aconteceram ontem, nenhuma delas comentou sobre meu desaparecimento por horas no banheiro, mas eu sei que Erza estava louca para perguntar, elas ficaram até a hora do almoço, quando seguimos juntas para o refeitório. 
A primeira coisa que noto e que Gray não está lá. Erza olha em volta. 

- Parece que algumas pessoas ainda voltaram para casa. - Ela diz, Gray sempre voltava para casa nos finais de semana, o que eu não entendia, já que Erza me falou que ele não se dava muito bem com o pai. 
Depois de almoçarmos, pensei em ligar para os meus pais já que fazia três semanas que eu estava aqui e ainda não falei com eles, mas estava chovendo muito, então decidi voltar para o dormitório para fazer os deveres que restavam, Erza, Lucy e Levy foram com a gente. 

No outro dia primeiro dia de setembro, na segunda feira de manhã, algumas pessoas comentavam no refeitório na hora do almoço, e a chuva ainda estava forte, Gray também não estava lá, nem Natsu, nem Lyon, que estavam na cozinha. 

- Gray ainda não voltou? - Pergunta Erza, e Jellal afirma que não com a cabeça. Por um momento fiquei preocupada, mas preferi não demonstrar por que ele ainda não tinha voltado? Será que tinha acontecido alguma coisa? Várias perguntas passavam pela minha mente, tentei afastar todas elas, e voltar para aula. 
No final do dia, a chuva tinha parado um pouco, então decidi ir até a cabine telefônica falar com meus pais, atravesso o grande gramado, onde tinha uma passarela de concreto, três cabines vermelhas, entro em uma delas, e disco o número da casa de meus pais, o telefone toca três vezes. 

- Alô? 

- Pai? 

- Filha! Que bom que ligou, sua mãe estava preocupada, já que você não dava notícias, por que não ligou antes? - Ele pergunta, penso nas coisas que aconteceram essas três semanas. 

- Desculpe não ter ligado, muitas tarefas e trabalhos, e começou a chover muito aqui, bem, eu fiz amizades está tudo correndo bem aqui. - Digo brincando com o cabo do telefone.

- Que bom filha! Sua mãe não está, ela conseguiu arrumar um trabalho a uma semana, ela está bem melhor, vai ficar muito feliz de você ter ligado. - Ele fala em tom empolgado. 

- Pai irei desligar, hum... Começou a chover, preciso ir não quero pegar chuva. - Digo. - Ligo quando der. 

- Tudo bem filha, estou feliz por ter ligado, se cuide. - Ele fala, e eu murmuro um tchau e desligo, Puxo a manga do meu suéter azul até cobrir os dedos, e saio da cabine, e logo me deparo de longe, com alguem indo em direção a porta da sala de estar, com uma mochila preta, cabelos negros úmidos, mãos nos bolsos, Gray. 
Vou andando também em direção a porta.

- Ei! - Digo, e ele para, com os olhos desfocados, ficamos frente a frente. - Hum... Onde você estava? - Pergunto, baixinho, ele continua me encarando, cruzo os braços. 

- Por que quer saber? - Ele me responde com outra pergunta, não em tom ignorante, mas percebo cansaço em sua voz. Não estou com ânimo para as perguntas que me deixam louca, fico em silêncio virando de costas e indo embora. 

- O que você faz quando tudo está tão fodido que você não sabe mais o que fazer? - Essa pergunta me paralisa, e eu viro para encara-lo, seu rosto continua impassível, indecifrável. 

- O que está acontecendo Gray? Porque ficou fora por quase dois dias? - Pergunto, ele continua em silêncio, dá meia volta, indo em direção oposta a entrada, eu fico ali olhando ele ir, mas ele para e olha de lado, como se quisesse que eu o seguisse, e foi o que eu fiz, um pouco atrás, chegamos onde tinha um balanço improvisado, onde ficamos conversando pela primeira vez. - Eu estava com meu pai, ele teve uma recaída. - Ele responde - Recaída? O que seu pai tem? - Pergunto, me sentando no outro, ao seu lado. 

- Minha mãe  morreu quando eu era criança,  meu pai a amava muito e até hoje ele sofre de depressão profunda. Ele já teve pior nos últimos oito anos, mas vem melhorando,  a herança do meu avô serve para pagar minha escola, meu pai e aposentado então acaba que a dele e pra pagar os remédios... - Ele responde, um pouco despreocupado, mas eu sei que ele não está. 

- Então é por isso que você sempre vai para casa. Para cuidar do seu pai? - Pergunto, mas ele fica calado, percebo o que ele passou, deve ser difícil para ele, então aproximo minha mão da dele, a entrelaçando, ele também corresponde, mas sem olhar uma única vez para mim,depois de alguns minutos acabo soltando devagar. Sinto pingos de chuva novamente.

- Vamos indo, começou a chover novamente forte. - Ele diz se levantando então o sigo em silêncio, para dentro da escola. 

Eu fui para o dormitório feminino, e ele o masculino, não nos despedimos, nem se quer olhamos um para o outro, fiquei lá absorta de meus pensamentos.

Quando voltei para o quarto, eu e Erza estávamos sozinhas então contei para ela sobre o que aconteceu comigo e com Gray, tirando o que aconteceu agora a pouco, ela apenas me olhou por um momento, sentou no puff abriu o caderno, e disse. "Tome cuidado Juvia" apenas disse isso e eu assenti. 

❄ ❄ ❄

No outro dia, na terça-feira mas chuvosa que o dia anterior, seguiu tudo exatamente como os outros dias no colégio, e certo por uma coisa que havia de muito errado, quando eu Erza saímos da aula de Japonês já que fazíamos juntas, fomos direto para o refeitório, a qual encontro Minerva sentada a o lado de Gray, mesmo se entender nada, me sento a o lado de Lucy, entre ela e Erza, não tive coragem de falar muito menos de perguntar, ou a até comer alguma coisa, tinha perdido a fome, Erza parecia ler meus pensamentos, ou também estava interessada. 

- Vocês voltaram? - Ela pergunta, comendo, também lentamente, olhando entre Gray e Minerva, que parece não escutar a pergunta, ou a ignora. 

- Não so ficando de vez em quando, sabe como é né Erza, ele não vive sem mim. - Ela fala dando uma risada, não olho para nenhum dos dois, eu sei o quanto ela é bonita, talvez mais bonita que eu, mas eu não esperava por isso, não depois de tudo que aconteceu entre nós. 
Erza ficou calada o almoço inteiro, Lucy, Levy e Jellal tentavam puxar assunto entre todos, mas não deu jeito, assim que o sinal tocou para o segundo tempo, eu me levantei imediatamente, as minhas duas primeiras aulas Lucy e Levy estariam nelas, e poderia pelo menos, ter o olhar de conforto delas duas, quando estava no corredor. 
Lucy passou um braço em meu ombro, e Levy envolveu minha cintura. 

- Não ligue Juvia, estamos aqui. Ele não merece você. - Diz Lucy baixinho. 

- Estamos com você. - Levy fala, e sinto meus olhos lacrimejarem, não poderia chorar, não agora, então respiro fundo. - Obrigada meninas. - Digo, com a voz embargada, com toda a gratidão possível. 

Depois das três últimas aulas, que não prestei a mínima atenção, fui direto para meu quarto, sem parar para falar com ninguém, também não conhecia muitas pessoas, o corredor estava lotado de gente conversando e saindo de suas aulas, passo por eles, até chegar a sala de estar enorme, chego em meu quarto, Erza não tinha chegado, então jogo a mochila em algum canto do quarto, e vou tirando meu suéter rosa, minha calça jeans e o tênis, indo direto para o banheiro, fazendo um coque e tomando um banho quente, já estava começando fazer frio. Por causa dos três dias inteiro de chuva, depois de sair e coloca minha camisola de alsa rosa, com um suéter branco, escuto a porta se abri e fechar, era Erza. 

- Procurei você para virmos juntas, então supôs que você já estivesse aqui. - Ela fala colocando a mochila do lado do puff azul, mas eu contínuo em silêncio, não queria falar, não conseguia, ela também foi tirando a roupa pelo quarto e entrando no banheiro, parece que adquirimos a mesma mania, depois de alguns minutos ela saiu, mas eu já não estava aguentando fingir, juntei minhas pernas contra meu peito, e chorei como uma criancinha, chorei de soluçar," como ele poderia ser tão idiota? Por que ele me beijou? Por que ele me contou aquilo? O que se passava na cabeça dele? " Essas perguntas eu nunca teria a resposta, ele brincou comigo, eu fui uma idiota.
Erza sentou a o meu lado no puff azul, e me abraçou, sem dizer nada, nem um "Eu te avisei" porque era o que eu merecia por ter ido atrás de uma pessoa idiota. Não sei quanto tempo eu fiquei assim, até Erza murmura. "Juvia irei pegar alguma coisa no jantar, você vai querer?" balancei a cabeça em negativo, não queria comer nada, só ficar com minha desilusão, ela fez carinho na minha cabeça colocou uma calça, e saio do quarto, e eu fique lá, sozinha como sempre estive a o longo da vida. 
Enxugo as lágrimas e respiro fundo, eu precisava saber qual o motivo dele ter feito isso, de ter brincado comigo desse jeito, abro a porta, e mesmo de camisola, olho para os lados para vê se vejo alguém, mas todos estão no refeitório jantando. Talvez ele ainda esteja no quarto. Então vou depressa correndo, passando pela sala de estar grande e vazia, com o coração acelerado e o vento frio batendo em minhas pernas expostas chego no quarto quarenta e nove e bato quatro vezes, alguém abre na porta, é ele, parecia estar pronto para sair, estava com um suéter na mão. 
Gray me olha da cabeça aos pés, minha camisola rosa fina bate menos da metade de minhas coxas, com um babado de renda em baixo, ela só aparecia um pouco já que meu suéter cobria boa parte dela. 

- Talvez você não devesse andar por aí assim. - Ele diz em tom irônico, tento ignorar seu comentário.

- Por que fez isso? Por que brincou comigo? Por que uma hora, você queria ficar comigo, e agora está com ela? - Pergunto, quase sem fôlego, ele encara dentro dos meus olhos, como se pudesse enxergar algo através deles. 

- Você não iria gostar dos meus motivos, muito menos da minha resposta. - Ele diz colocando o suéter vermelho, bagunçando seus cabelos depois colocando a corrente visível. 

- Fale logo. - Digo. - Pare de enrolar.

- Então ele respira fundo, me encarando, e diz: - Eu mudei de ideia, não gosto de garotas que fogem, se é que me entende. - Ele fala em tom sarcástico, a única coisa que consigo dizer antes de ir é: - Vai se ferrar! - Saio daquele corredor sem olhar para trás, chorando mas tentando não transparecer, eu preferia não ter ido saber is motivos, preferia ter ficado no quarto, quando coloco a chave tremendo e entro, Erza já está lá. 

- Juvia onde você estava? O que aconteceu? Voce nao sabe o que aconteceu no refeitório... - Ela vem em minha direção, mas eu me desvencio dela indo a o banheiro e colocando o que eu não tinha no estômago para fora, entre o choro, como ele poderia ser tão mal e me falar algo assim? Como pude me apaixonar por um cara como ele? 
Dou descarga e sento encostada na parede, um pouco melhor, Erza está na porta e senta ao meu lado, e eu conto para ela o que eu ouvi.

- Eu vou matar aquele idiota. - Ela fala socando o chão do banheiro. - Vamos Juvia, saia do banheiro ele não merece suas lágrimas. - Ela me puxa para fora, e eu vou enquanto vejo ela fazer os deveres para amanhã, e até os meus, já que não tinha condições de fazer, não sei quanto tempo fiquei olhando para a parede, até que alguém bate na porta, e Erza vai abrir. 

- É Lyon. - Ela fala, dou um salto saindo de meu transe e vou atende-lo. 

{Lucy}

Bato a porta do meu quarto, eu queria explodir, ou até mesmo bater em alguém de tanta raiva. Tentei me manter impassível, enquanto segurava Natsu mas.. E impossível. Ele é impossível. - Lucy... Lu... - Ele vem atrás de mim se desculpar, sempre faz isso.... Sempre. E eu estou cansada. Me viro para ele. - Por que tudo isso? Pra que tanto ciúmes? Por que ser tão explosivo? - Ele coloca as mãos no bolso. - Lu, foi sem querer... eu... - Não Natsu! Não é a primeira vez que você faz isso. - Eu o interrompo. - Você... você bateu em um cara quando estávamos de férias! - ando de um lado para o outro no quarto. - Ele estava dando em cima de você! - ele tenta se explicar. - Isso não se faz Natsu! Você poderia ser preso! Que droga! E agora quase bateu no Sting discutiu com ele! Você quase partiu pra cima dele! Poderíamos ir para diretoria... E você ja está no final da detenção... Que saco Natsu! - Coloco as mãos pendidas na lateral do corpo, Eu já estava cansada das explosões dele, não somos animais, não precisamos resolver tudo a base da força. - Você não muda... As pessoas tem medo de falar comigo por sua causa... - Supiro colocando a mão no rosto. - Lu... Me deixa pelo menos me defender? Eu sei que me ciúmes é exagerado... mas... - A voz dele falha. - Não podemos ficar assim... Continuar assim, está tão errado. - Sussurro parando para encara-lo com a respiração entalada, era minha última opção, eu tinha que mostrar a ele que ele poderia me perder e continuasse assim. Mas, meu coração dói e essas palavras são como pregos na minha garganta. - Você sabe... não podemos. Eu não quero um relacionamento assim. Não quero. E melhor nós acabarmos. - Os olhos dele se arregalam, ele da um passo até mim, mas coloco meu braço entre nós. - Não Natsu, não torne as coisas piores. Por favor. - Lucy... você não pode fazer isso comigo. Nós tínhamos planos, nós namoramos a dois anos! Lu... Você não pode me deixar. Você é a coisa mais importante na minha vida. Nós tínhamos planos de viajar e conhecer o mundo... de ficar juntos independente do que acontecesse. - Ele tenta se aproximar mas eu não deixo minha mão encosta em seu peito. - Sim... Mas. Eu passei esse tempo todo relevando. Não dá mais. Eu não aguento... Simplesmente não aguento... - Digo com a voz embargada, mas preciso ser firme, ele precisa desse choque. - Não digo que precisamos ser amigos mas não terei raiva de você. - Respiro fundo. - Lucy é serio isso? - Ele pergunta. - Sim, é. - respondo abaixo a mão deixando ela a o meu lado. - E isso que voce realmente quer? - Olho dentro dos olhos dele. - Sim... por favor pode ir agora? - Ele Aperta os punhos, então se vira abrindo e depois fechando a porta, meus pés falham, sinto uma ponta de arrependimento. Ele precisa de um tempo sozinho, ele sempre fala que vai mudar, agora espero que mude de verdade, quando não estarei por perto. Lágrimas e mais lágrimas descem de meu rosto, me sinto mal, péssima. Mas sei que fiz a coisa certa.