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História O garoto dos cabelos de vento - O garoto dos cabelos de vento


Escrita por: melstardust

Notas do Autor


Cinco da matina e eu aqui, achando que vou debutar na vida de fic writer....

Capítulo 1 - O garoto dos cabelos de vento


Em dias como esse, de céu cinza azulado, que quase torna translúcido tudo que sua luz toca, é que ele se sentia daquela forma tão atípica. Não sabia ao certo o motivo, mas se tornava tão fechado e frio quanto o clima. O mesmo anis pálido que tingia o céu, parecia tingir sua mente. O mesmo vento cortante que trespassava o ar, parecia sair de seus pulmões. Todo os dias nublados lhe causavam as mesmas reações em cadeia. Tornava-se bucólico. 
      Parado sobre a ponte, apoiando-se na balaustrada, ele podia ouvir o chiado dos carros lá embaixo. As luzes amarelas e trépidas dos postes eram as únicas testemunhas dos suspiros sutís que o garoto proferia. Mais um dia nascia. A garoa já tão fina e cômoda mesclava-se com ele.

                                                                                                              x


      Baekhyun lembrava-se que desde pequeno sempre odiou dias de chuva. Não chuvas de verão, fortes, quentes, que no final traziam consigo um arco-íris. Essas costumavam combinar mais com sua personalidade. Ele odiava as que vinham em manhãs frias, tornavam até nossas almas úmidas, deixavam a sensação de desconforto seja para a mãe que precisava ir ao mercado a pé, ou ao irmão mais velho que ía à escola todos os dias montado em sua bicicleta. Lembrava-se da sensação de ouvir a garoa fina contra o vidro das janelas da sala e o uivo que o vento soprava por debaixo da porta. Talvez parte de suas memórias ruins relacionadas à chuva venha do fato de que era sempre nesse clima que calhava de ele ficar sozinho, na casinha simples que morava com a família em Bucheon.
     O dia em que se despediu deles, para começar sua nova vida na cidade grande, Seul, também fora carregado de nuvens cinzas, pés gelados, barulho dos solados de borracha dos sapatos deslizando no piso de madeira. O garoto cresceu sempre se sentindo muito ligado à arte de todas as formas e durante o ensino médio ouvira diversas vezes que com a aparência que tinha, rosto oval, olhos doces, de boca pequena e nariz delicado, ele deveria usufruir de tais atributos e tentar ser ator. De fato, ele levava jeito para a coisa. Havia o dom do canto também. Baekhyun não entendia muito bem como acontecia pois nunca teve aulas mas sabia que sua voz mexia com algo dentro si. Sabia, também, que a vila em que vivia e a escola que frequentava, eram palcos pequenos demais para tudo que ele sentia ter para expôr. De qualquer forma, no último ano do ensino médio ele havia decidido atuar por questões financeiras. Se inscrevera para o exame nacional de aptidão para entrar na faculdade e havia conseguido uma posição boa o suficiente para se matricular na faculdade de Artes de Seul.
         Nesse exato momento, 7:00 horas da manhã, de estômago cheio pelo café da manhã reforçado que a mãe fizera questão de preparar, ele colocava as malas na parte de trás do carro que o levaria até o terminal de ônibus. Apesar da garoa fina, dos sermões do pai sentado no banco do motorista, da preocupação explícita nos olhos da mãe e das batidinhas de leve que o irmão deixava em seu ombro, o garoto não pareceu perceber que havia tomado a decisão errada. Algo que ele só entenderia uns bons meses mais tarde.

         osh

      Quando amanhecia daquela forma, serena, gotas de orvalho deixando tudo meio a brilhar, Sehun sentia-se aninhado. Gostava de dias frios, roupas quentes e confortáveis, e mais doses de café que o comum. Quando o clima estava assim ele se sentava no sofá, de frente para a vidraça que leva à varanda e contemplava o silêncio e o movimento da cidade. Se adaptara fácil ao clima e a solidão de Seul já que seu bairro em Jungnang, cidade natal, era semelhante ao que vivia hoje em dia. Sehun sempre fora mais introvertido e desapegado do que o normal, assim como seu irmão mais velho e isso tornara as constantes mudanças de casa muito mais fácil para a família Oh. Seu pai, sócio de uma empresa que cresceu muito nos últimos anos, precisava estar sempre mudando, cada vez para mais perto da capital, até que sua mãe, professora estadual, recebera a proposta de dar aulas para uma escola em Mapo, bairro de Seul. Sendo assim, não houve discussão e em uma semana eles já estavam prontos para dizer adeus à antiga casa. Sehun, com seus 16 anos na época, sentia-se estranhamente animado com a nova vida. O que mudaria quando ele descobrisse que iria para um colégio da classe alta. Não que ele mesmo não pertencesse à essa classe. Mas Sehun gostava de sinceridade e simplicidade. Coisas que se tornavam mais raras conforme você subia nas classes sociais.
                                                                                                            x


       Havia sido difícil para Sehun levantar da cama, a chuva lá fora parecia uma canção de ninar aos seus ouvidos e o frio o convidada para um passeio debaixo das mantas e cobertores. Mas seria seu primeiro dia de aula na escola nova, sendo assim não haveria desculpa para faltar. Sehun apenas sabia que essa nova escola era bem diferente de sua antiga, ao invés de estadual, essa era particular e era ao lado de uma enorme faculdade sob a mesma direção. Sehun ouviu de sua mãe que grandes artistas haviam estudado lá, e que era para Sehun encarar essa oportunidade como um investimento dos pais nele. Não costumava se importar muito com toda essa conversa, ouvia que seus 1,80 de altura o levariam à fortuna um dia, que ele deveria cuidar mais da pele e estudar mais, para que não dependesse da herança do pai. Ele não gostava de ouvir isso. Não quando sabia que não dependeria do pai por vontade própria. Ele não concordava com os esquemas do senhor Oh, assim como não engolia a beleza mascarada dos artistas que a mãe tanto bajulava na TV e nas revistas. Se fosse para se sentir familiarizado com alguém de casa, este seria seu irmão mais velho, Oh SeBeom, cuja a vida era discreta e próspera.
          A relação com seu pai, como de previsto, não era tão boa, então nessa manhã quando o mesmo o ofereceu uma carona à escola, Sehun disse que sobreviveria com um guarda-chuva e iria a pé mesmo. Praguejou sua decisão quando lembrou que o caminho não era tão curto. Sem outra opção viável, colocou então os fones de ouvido e decidiu apreciar a paisagem nova. As ruas largas, casas de madeiras escura, úmidas por conta da chuva que não cessara desde a noite anterior, os paralelepípedos escorregadios e senhoras abrindo seus comércios se faziam presentes, como transeuntes, em seu caminho.
      Na altura da ponte, Sehun diminuíra os passos pois não havia carros passando e a vista que se tinha dali de cima era algo glorioso. Os postes ainda acesos, a garoa fina que refletia o amarelo das lâmpadas também deixava turva a imagem dos carros que passavam na avenida abaixo. Ergueu um pouco o guarda-chuva e pode constatar que havia alguém na ponte consigo. A pessoa trajava apenas uma blusa branca, jeans e tênis. Isso mesmo. Sem guarda-chuva. Sem casaco. Ele, era um garoto, parecia estar imerso naquele ambiente. Apoiando ambos os braços na balaustrada atrás de si, cabeça inclinada para trás, cabelo fino dançando conforme o vento, semblante calmo e de olhos fechados. Sehun cogitou por um momento estar diante de um anjo. O desconhecido estava do outro lado da ponte mas de frente para si e Sehun sentia a necessidade de observá-lo como se, ao tirar os olhos dele, fosse perder um milagre. De repente, o estranho abre os olhos e a música no fone de Sehun acaba. Se encaram. Olhares incapazes de se desviarem. Essa troca que parecia durar horas, levara, na verdade, o tempo de a playlist do Sehun pular para a música seguinte. O solo de guitarra o assustando e fazendo parecer bobo diante do observar do garoto do outro lado. Tímido, Sehun seguiu seu caminho mas, não sem antes perceber que o garoto do outro lado analisaram bem suas roupas. Com isso em mente, considerara estranho o garoto não estar trajado de uniforme também, não parecia muito mais velho que si e era uma segunda-feira, dia de visitar o inferno, ou colegial, como queira chamar. O outro muito menos parecia um delinquente daqueles que fogem da escola. Bom, há tantas possibilidades de resposta que Sehun decidiu não divagar muito.
       Na frente da escola, Sehun entendera todo o discurso da mãe. De fato, não era nada como a que frequentava em Jungnang. Era uma escola daquelas que aceita alunos estrangeiros e dão aulas de inclusão à cultura e idioma coreano para os tais. Ao lado dava para ver a enorme faculdade de artes, paredes enormes de tijolo vermelho, a bandeira da Coréia fincada no gramado e uma faixa que descia do telhado da instituição até quase a escadaria de entrada indicando que aquela era a tão renomada faculdade de Artes de Seul. Sehun sentiu o estômago embrulhar ao pensar em todo o tipo de pessoa do nariz empinado que teria de se relacionar mas mesmo assim, dirigiu-se para a entrada do colégio. 


Notas Finais


Essa está sendo minha primeira fic de todas. Espero que não esteja ruim a ponto de eu ter que apagá-la no futuro. Perdoem os erros, a falta de jeito, e se você chegou até aqui, obrigada. Espero que tenha sido bom pra ti, como foi pra mim. c:


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