Notas do Autor
Heyyyy
Capítulo 2 - Você vai se machucar
Heitor pisava pesado vindo até nós e empurrou Tyler que riu irônico e mal se moveu, mas eu tropecei nos meus pés e cai de bunda no chão.
Eles me olhavam sem entender e meu rosto ficou vermelho de ódio. Eu não era um objeto e muito menos um prêmio pra eles. Eles não me disputariam. De jeito nenhum. Eu me negava.
— Você caiu? — Heitor me olhou sem acreditar, mas rapidamente se recompôs. — Tudo bem, pouco importa — ele virou-se para Tyler. Irritado. Os punhos apertados e os nós dos dedos brancos. — O que você está fazendo aqui?
— Vim ver a Taylor — ele encarou Heitor.
— Só pode tá de brincadeira — ele passou a mão no rosto como se buscasse uma paciência que sabia que não tinha. — Vai embora.
— Só se a Taylor não me quiser mais aqui — Tyler o peitou.
— Taylor manda esse babaca ir embora — Heitor me olhou visivelmente irritado e me cobrando algo que eu não queria fazer, mas fiz. Porque?
Eu pensei em enfrentar Heitor, em mandá-lo calar a boca e cuidar da vida dele, mas ele parecia bem nervoso pra lidar com minha irritação.
— Tyler? — eu suspirei vencida. — É melhor você ir — suspirei vencida. — Te ligo mais tarde.
— Ok, baby — ele puxou-me pela cintura e grudou nossos lábios. Me soltei rápido. Só que mais veloz que isso só o soco que Heitor depositou no rosto de Posey. Levei as mãos a boca assustada e olhei para Tyler que tinha um corte no canto da boca e sua posição parecia defensiva, pronta pra revidar.
— Tyler — coloquei minhas mãos sobre o peito dele e o fiz olhar para mim —, por favor, vai.
Ele me abraçou mantendo os olhos nas minhas costas. Em Heitor.
Me soltou e deu a volta no carro, entrando e dando a partida.
Passei por Heitor sem encara-lo, esbarrando com força em seu ombro, ele deu uma risadinha sarcástica que me irritou profundamente.
— Obrigado por ter me contado — ele gritou para ser ouvido.
Continuei o ignorando, caminhando rápido até a casa dele.
— Tá com vergonha? — ele riu. — Com o Tyler? Esperava mais de você.
— Não estou aqui para te agradar — gritei de volta ainda sem encará-lo.
Os passos apressados dele só foram assimilados quando ele me jogou na parede do lado da porta.
— Tá ficando com ele? — a posição que ele se encontrava dificultava a minha fuga.
— Não — eu suspirei derrotada. — Nós estávamos conversando, nada de muito relevante e hoje ele veio aqui e a gente se beijou. Eu devia ter te contado.
— Você sabe que eu o odeio, Tay — ele choramingou. Ele não falava por mal. Ninguém nesse mundo cuidava e se importava mais comigo do que Heitor. Por isso eu relevava tanto. Não era por maldade.
— Sinto muito — eu tentei.
— Sinto muito? — eu tentei sair, mas ele me empurrou de novo. Entender o lado dele, não significava que eu ia deixar de fazer o que estava afim. Não ia rolar, Crowley. — Ele só quer te comer, Tay.
— Tomara — bufei.
— Tomara? — ele socou a parede do meu lado. — Desde quando você virou vadia?
— Não pode me chamar de vadia porque eu fiquei com alguém — minha voz saiu mais alta do que eu realmente queria.
— Pois pare de agir como uma. Tyler vai brincar com você, só isso. Por favor, Taylor.
— Claro — sorri indignada. — Obrigada por duvidar da minha capacidade de servir de brinquedo.
— Você é importante pra mim, Tay. E é isso que ele quer, magoar você e me magoar — ele alisou meu rosto e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. E naquele olhar terno, eu vi toda o amor fraternal que ele tinha por mim.
— Não tem nada a ver, Heitor. O mundo não gira em torno de você.
— Você vai se magoar.
— Não vou — comecei a ficar irritada de novo. Um voto de confiança? — Só nos beijamos.
— Ele tava pegando na sua bunda — Heitor criticou-me.
— Como se você nunca tivesse visto outra pessoa fazer a mesma coisa.
— Com qualquer outra pessoa que não fosse o Posey — ele justificou cheio de razão.
— Com quem eu quiser — meus olhos estavam marejados de ódio.
— Porque está agindo asssim? Só estou preucupado com você — ele parecia mais redutível.
— Porque você quebrou a cara do menino — eu o estapeei.
— Foi só um soco, para de drama — ele bufou. — Eu é quem devia ta chateado.
-— Você ia enlouquecer — eu não iria contar que estava comversando com Tyler, Heitor ia pirar. Se eu chegasse a ficar com ele, Heitor saberia antes de qualquer pessoa, sem dúvida.
— Fez diferença? — ele riu. — Eu enlouqueci do mesmo jeito.
— Eu não planejava ficar com ele.
— Mas a chupada de língua parecia legal — ele indicou com a cabeça, o lugar que estávamos momentos antes.
— E foi — passei por ele fumaçando e entrei, me jogando ao lado de Ryan que me olhou sem entender e sentou-se para que eu me acomodasse melhor. Seus olhos encararam Heitor, sem entender.
— Estavam juntos? — Ryan perguntou simpático.
— Taylor estava lá fora chupando na língua do Posey — Heitor fingiu nojo.
— Por isso saiu tão apressada — Chris tirou sarro.
— E ai, Heitor? Tá com ciúme? — Ryan perguntou brincando.
— Heitor e eu somo apenas amigos — revirei os olhos, sentindo o rosto esquentar.
— Somos amigos mas se tu bobear, eu te pego — Heitor falou sorridente. Não tinha como odiá-lo.
— Eu também — Chris riu se sentando também.
— Babacas — eu ri.
— O que achou de Tay e Tyler? — Ryan colocou pilha.
— Dei um soco na cara dele — Heitor falou simples e eu gargalhei alto me lembrando. Ri significava que eu tinha achado legal e eu tinha achado tudo, menos engraçado. Me recompus e o olhei.
— Onde tu tava, Heitor? — perguntei desconfiada.
— Sai com a Miranda — ele respondeu simples, os olhos fixos na tela do celular.
— Miranda? — falei sobresaltada.
— Miranda Cosgrove.
— Você disse que tinha odiado sair com ela. Minha amiga já está suficientemente iludida.
— Odiei, mas ela chupa bem — ele deu de ombros.
— Que merda.
— Que foi? — ele me olhou sem entender.
— Ela tá doidinha por você, isso só aumenta as esperanças dela.
— Não sei porque isso seria problema meu.
— Ok — ri sem humor.
Mal deitei e meu telefone tocou novamente, achei que era o Tyler, mas o nome de Heitor brilhava na tela.
— Oi — atendi sem humor.
— Não é o Tyler.
— Eu sei ler — dei uma risada forçada.
— Me desculpe por hoje mais cedo.
— Tudo bem — suspirei.
— Eu só conheço o jeito dele.
— Claro que conhece — revirei os olhos. — É o seu jeito.
— Mas não estou usando meu jeito contra a minha melhor amiga.
— Eu sei onde piso.
— Estou aqui, você sabe.
— Sei? — brinquei.
— Cala a boca, Tay.
— Posso te pedir algo?
— Pode.
— Tenta não dá falsas esperanças pra Miranda — eu preferia os meninos indo e voltando, mas Miranda era a minha única amiga mulher e eu sabia que era recíproco e verdadeiro nossa amizade. Não tinha porque fazer algo contra ela ou deixar nossa amizade a Deus dará. Eu me importava com ela. Do meu jeito sem jeito, mas me importava.
— Ela se ilude porque quer — o meu irredutível melhor amigo chiou do outro lado da linha. — Sou simpático com ela, mas não é como se eu respirasse "Eu te amo" por ai.
— Vocês transaram? — interrrogatório mesmo.
— Ela me chupou e quando eu tirei seus shorts, ela tava com uma calcinha igual a da minha avó. Não subiu. As parada não evoluiram.
— Que droga — eu ri alto. Era bem a cara da Miranda.
— Parece as que você usa — ele atiçou.
— Não uso calcinhas grandes — entrei na pilha. Eu sempre entrava.
— Fio dental?
— Calcinhas normais, Heitor.
— Só acredito vendo.
— Boa noite, Crowley.
— Boa — ele riu e desligou.