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História O garoto dos meus olhos - Nós nos entendemos


Escrita por: amargo1918

Capítulo 5 - Nós nos entendemos


Fanfic / Fanfiction O garoto dos meus olhos - Nós nos entendemos

Acabei indo pra casa do Tyler de novo e a gente transou e dormiu junto mais uma vez pra variar.

Acordei com o toque do celular estridente. Era Heitor.

— Churrasco, hoje? — ele perguntou animado quando eu atendi.

— Acabei de acordar e não sei bem o que fazer agora... Quem dirá se vou pra churrasco, te mando mensagem qualquer coisa. Tchau, Heitor — delisguei o telefone e ele tornou a tocar.

— Então, você me fez despensar a Chlöe? — ele cobrou assim que eu atendi de novo, ansiosa para que aquela porra de som acabasse.

— Era uma aposta, e você perdeu — minha voz saindo abafada porque minha cara estava quase toda afundada no lençol. — Não posso fazer nada.

— Covarde.

— Tchau, Heitor — desliguei o telefone dessa vez pra garantir que ele não tocaria de novo.

Tyler estava acordado e me olhava sorridente e bem curioso com a cena.

— Heitor tem ciúme de você — ele observou.

— É — assenti.

— Ele quer te pegar?

— Acho que não. Ele só conhece muito bem o seu tipo e tem medo que eu me apaixone — revirei o olhos.

— E você? — ele se virou para encarar o teto.

— Se eu tenho medo de me apaixonar por você? — me deitei por sobre o peito dele. — Nem um pouco, sei onde eu piso.

— Sou tão pouco apaixonável assim?

— Não — eu ri fraco. — Eu que sou esperta demais.

— Tu é uma garota incrivel — ele beijou o topo da minha cabeça.

— Sou?

— É. Você não tem essa frescura, esse drama e toda essa bagagem que as mulheres insistem em levar de um relacionamento por outro. Eu acho legal.

— Porque quando começa a acumular bagagem, eu fecho a mala e caiu fora. Ninguém vai me ajudar a levá-la, caso ela fique muito pesada pra mim.

— Essa boquinha inteligente — ele me puxou pra outro beijo. — Quer tomar café fora? Hoje é sabado. Sou todo seu, hoje.

— Opa — eu selei nossos lábios e sai para um banho rápido.

Acabamos indo parar em um starbucks para tomarmos tomar café lá mesmo. Eu tinha pedido um café de leite maltado e alguns donut. E Tyler um café duplo forte sem açucar com pão de mel e canela.

— E então? — ele começou. — Quais seus planos para depois da escola?

— Quero viajar o mundo. Conhecer alguns países, pessoas, histórias. Depois quero conhecer alguém, casar, ter filhos e me aquietar em um só canto. E os seus planos? — dei uma mordida em um donut de açucar e caramelo.

— Bem, quero ser oncologista pediatra — ele falou meio inseguro.

— Curar o câncer? — debochei. — Isso não é meio papo de miss mundo?

— Você não me deixou terminar — ele revirou os olhos. — Quero ser mister mundo também.

— Hahahha — eu rir.

— Não. É brincadeira — ele sorriu. E quandoo ele sorria, duas lindas covinhas apareciam nas bochechas do rosto e eu ficava quase encantada, sem tirar os olhos de lá. — Mas vou ser oncologista, um dia.

— Tô zoando, Tyler. É uma bela profissão.

— Obrigado — ele sorriu. Começou a mexer o café com uma colherzinha de plástico e eu percebi que ele queria falar algo, mas não sabia bem como falar. — E nós?

— O que tem nós? — eu o olhei, tão surpresa que parei de mastigar o donut.

— Acha que vai pra frente?

— Não sei se quero falar de nós — eu senti meu rosto corar. — Sem complicação, vamos levando enquanto dá. Quando não dê, a gente segue o nosso caminho.

— Eu gosto de você por isso — ele sorriu de novo. — Você nunca namorou sério, né?

— Não. Eu sou bem fria por fora, mas quero a pessoa certa.

— Enquanto isso se diverte com as erradas? — Tyler chutou, molhando o bolinho no café e dando uma mordida na parte encharcada.

— Mais ou menos. Só não quero namorar pra passar o tempo.

— Acho isso legal — ele assentiu.

— E você? — eu quis saber.

— Namorei a primeira e última vez quando tinha 12 anos, era novidade. Pra mim, o beijo prendia a gente em alguem.

— Poxa vida — eu imaginei um beijo desastroso de duas crianças de 12 anos. — Achei que você iria me achar uma vadia por eu ter te dado no promeiro encontro — soltei de repente.

— Não — ele se sobressaltou. — Você tava afim, se um homem pode porque não uma mulher?

— Bonito da sua parte pensar assim — assenti surpresa.

— Talvez.

— E você faz curso de quê? — a nossa escola oferecia cursos de especialização em algo. Eu fazia designer, com especialização em mídias.

— Biologia, com especialização em anatomia — eu me surpreendi de novo. Curar câncer de crianças, feminista e anatomia não faziam parte da personalidade que eu jurava que Tyler tinha. — Tenho mais um ano pela frente, depois vou fazer a prova de admissão para medicina e, assim espero, entrar em Harvard.

— Você já sabe se entrou?

— Meu pai estudou em Harvard. Não tenho certeza, mas ele é um ex-aluno generoso, se é que você me entende. E minhas notas são legais, então tenho boas chances de conseguir uma vaga.

— Seu pai é médico? — Tyler confirmou com um sorriso simpático.

— Cirurgião ortopédico. E dono de lojas de carros nas horas vagas. É um hobby milionário.

— Impressionante — eu o encarei chocada demais.

— E você? — ele me perguntou.

— Não decidi ainda. — Típica resposta de calouros. Suspirei de um jeito dramático. — Acho que acabei de destruir minhas chances de ser brilhante pra você.

— Você com certeza não tem que se preocupar com isso. Prestei atenção em você desde o primeiro dia de aula. O que uma designer está fazendo em cálculo três?

Sorri e torci o cabelo em volta do dedo.

— Matemática é meio que fácil pra mim — assumi.

— Isso sim é impressionante — disse ele no meio de mais um sorriso.

Ficamos no sturbucks durante mais de uma hora, mesmo depois que terminamos de comer. Conversamos sobre tudo, desde os restaurantes locais até como me tornei tão amiga de Heitor.

— Eu não ia falar nada, mas sempre achei estranha a amizade de vocês.

— Que ótimo — murmurei com sarcasmo.

— É que é algo fora do comum para o Heitor. Ele não faz amizade com mulheres. Ao contrário, tende a transformá-las em inimigas — ele me olhou como se entendesse tudo sobre o mundo.

— Ah, não sei não. Já vi várias sofrerem de perda de memória ou serem tolerantes demais em se tratando dele — eu respondi e Tyler riu. Os dentes brancos brilhavam em contraste com a pele bronzeada.

— As pessoas só não entendem o relacionamento de vocês. Você tem que admitir que a coisa é um pouco ambígua — ele plantou verde em busca de colher maduro. Dançou.

— Você está me perguntando se transo com ele? — cobrei.

Ele sorriu.

— Se transasse você não estaria aqui comigo. Conheço o Heitor desde os catorze anos e sei muito bem como é que ele funciona, só estou curioso em relação à amizade de vocês.

— Ela é o que é — dei de ombros. — Saímos juntos, comemos, vemos televisão, estudamos e discutimos. É basicamente isso. Nos conhecemos desde sempre. Fomos criado juntos. Eu, Cait, Chris, Charles, Ryan e Heitor. Ele é meu melhor amigo porque sempre tivemos uma ligação maior. Então, eu não acho que entre nós dois, você seja a pessoa mais indicada pra me dizer como o Heitor age.

Tyler riu alto, balançando cabeça com a minha honestidade sobre o assunto

— Ouvi dizer que você é a única pessoa que tem permissão de pôr o Crowley no lugar dele. É um título honrável — ele jogou um pedaço do bolinho que tinha caido na mesa, na minha direção.

— Seja lá o que isso significa, ele não é tão mau quanto todo mundo pensa. E nem tão marrento — o encarei sorridente. — Sua Ferrari é bem bonito.

— Não é só uma Ferrari. É uma Ferrari 458 Italia, elapossui motor de 4,5 litros e 8 cilindros em V. Mais potente que a F430, foi lançada em 2004, e gera 570 cavalos de potência a 9.000 rpm e torque de 55 kgfm a 6.000 rpm. Com esse propulsor, que tem injeção direta e é totalmente feito em alumínio, acelera de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos e atinge velocidade máxima de 325 km/h. Esse carro conta ainda com transmissão de dupla embreagem e sete velocidades, chamada de F1 Dual Clutch Gearbox, que permite troca de velocidades a cada 0,06 segundos.

— Deixe-me adivinhar — suspirei. — Ela é o amor da sua vida?

— De forma alguma. O amor da minha vida será uma mulher com meu sobrenome — eu me permitir abri um leve sorriso, tentando não ficar tocada além da conta com o que ele havia acabado de dizer. — O que vai fazer hoje a noite?

— Hoje a noite?

— Ainda é de manhã — ele respondeu como se aquilo fosse óbvio demais. — Quero te chamar pra jantar, antes que alguém o faça.

— Não tenho planos pra hoje a noite — sorri.

— Pego você à seis? — ele sorriu.

— Não saio com estranhos.

— Pra sua sorte, eu saio — ele riu.

Tyler me levou até a minha casa no limite da velocidade, com a minha mão na dele. Desceu comigo e me despejou um beijo na bochecha quando veio abrir a porta pra mim.

— Descanse um pouco. Te pego mais tarde — ele se colocou no capô do carro.

— Claro — eu sorri quase encantada. Será que eu tava esquecendo quem eu era? Tyler era tão... diferente.

Caminhei até a porta e abri a maçaneta, e eu fui com tudo pra frente. Heitor me segurou antes que eu caisse.

— Vai com calma, menina — ele riu.
Tyler voltou o olhar pra nós sem entender e com desconforto.

— Alguma menina humilhada e largada precisando de carona? — ele gritou do carro dele. A porta do motorista aberta enquanto ele fazia média antes de entrar.

Heitor o olhou com ódio.

— Pelo menos tem alguma garota, babaca — ele revidou com nojo.

— Essa história de gay ficou na oitava série, justamente quando tu lançou modinha de cabelo com franja — ele me olhou. — Boa noite, Taylor.

— Não quer dizer "Bom dia"? — eu gargalhei.

— Isso também — ele entreou dentro no carro e a porta foi fechada com uma força maior do que o necessário.

Heitor bateu a porta com força. E eu usei de todo o meu reflexo para conseguir tirar rápido a cabeça do caminho, antes que a porta a prendesse.

— Que foi? — perguntei, irritada.

Heitor balançou a cabeça e foi andando até meu o quarto. Fui atrás dele, dando pulinhos com um pé só para tirar o sapato de salto. Minha casa jazia num silêncio eterno e eu já estava completamente acostumada com aquela situação.

— Ele é legal, Hei — ele soltou um suspiro e veio andando até mim.

— Você vai se magoar — disse, enganchando o braço na minha cintura com uma das mãos e tirando meus sapatos com a outra. Ele jogou meu salto em algum canto do quarto.

Abri o zíper do vestido e fui deslizando-o até o quadril, depois o chutei no canto. Quando estava prendendo o cabelo em um coque no alto da cabeça, notei que ele me encarava.

— Tenho certeza que não há nada aqui que você já não tenha visto — falei, revirando os olhos.

— Perdi um racha noite passada — ele me disse. Heitor corria em raxas. Era basicamente o melhor da cidade. E ganhava maior nota por isso, esse era o motivo maior de ele aceitar participar disso. — O Chris ligou e eu não fui.

— Por quê? — perguntei, me virando de frente para ele.

— Quis me certificar de que você chegaria bem em casa — ele bufou.

Torci o nariz.

— Você não tem que bancar minha babá, Heitor. Além do mais, você eatava bêbado demais pra correr.

— Eu sei. Acho que ainda me sinto mal pela Chloë — ele me seguiu enquanto eu descia as escadas pra piscina. — Eu realmente estava com ela pra te irritar.

— Eu já falei que não me importava.

— Por isso que fez questão de dormir no Tyler? Porque sabia que eu dormiria aqui?

— Meu melhor amigo fica com a minha pior inimiga, a pessoa que mais me irrita e que fica feliz em foder minha vida por causa de uma vingacinha idiota? Puta merda. Que egoista da minha parte.

— Eu disse que sentia muito.

— E eu disse que não ligo.

Sentei em uma cadeira de sol e Heitor foi pra piscina. Cait que tinha chegado de viagem na noite passada, sentou-se do meu lado e me olhou safada.

— Olá, super modelo amiga de infância — despejei um beijo na bochecha dela e depois me ajeitei de novo na minha cadeira.

— Obrigada por ter me esperado em casa.

— Desculpa, Cait — sorri. — Heitor fez maior cagada comigo e eu cai fora.

— Com quem, Taylor?

— Tyler Posey.

— O Tyler da consecionária? — ela riu alto.

— As coisas mudam, gata. Não vou me privar de nada por causa do Heitor.

— Relaxa, gata. Só fiquei surpresa. Ainda mais com a Taylor, minha amiga Taylor, dormindo com os rapazes... Achei que caia fora antes do sono bater? — Cait riu.

— Tyler é um cara legal — eu ri envergonhada. — Mas não é como se eu fosse começar a namorá-lo agora ou de uma hora pra outra — bufei.

— Crowley nem saiu de casa, só esperando tu chegar. Eu tinha até esquecido o tamanho da intensidade da amizade de vocês — ela riu sem jeito.

— Esqueceu muito coisa, Caitlin Beadles. Inclusiva, querida, o caminho de casa.

— Tô de volta, amorzinho — ela deu um beijinho no próprio ombro.

— Ouvi dizer que você ainda vai ter um encontro hoje à noite — disse ela animada.

— Às seis! Ele é tão fofo, Cait. Ele simplesmente... — parei de falar, soltando um suspiro. Eu estava toda empolgada falando do Tyler, mas não era a minha cara fazer esse tipo de coisa. Continuei pensando em como ele tinha sido perfeito desde o momento em que nos conhecemos. Ele era exatamente aquilo de que eu precisava quando estávamos juntos: o oposto do Heitor.

— Deixou você sem palavras? — ela me perguntou, dando uma risadinha.

— Eu não queria voltar pra casa! Poderia ter ficado conversando com ele para sempre.

— Isso me soa promissor — ela riu. — Mas não é meio estranho o fato de você estar com ele? E ser melhor amiga de Heitor Crowley?

— Expliquei a situação para ele — gargalhei.

— Você é tão má quanto ele. É uma doença... Ninguém aqui consegue pensar direito — Cait debochou.

— Você está brava com ele, lembra? — eu a cobrei. Heitor e Cait tiveram um breve rolinho e Cait acabou se machucando, como se esperava.

— Estamos falando de você. E não é como se eu não conseguisse conviver com Heitor, não é esta a situação.

— Tudo bem, vamos mudar o assunto. Como está a carreira?

— Depois do VS, estou em uma montanha russa que só vai pra cima — ela suspirou. — Tô conhecendo pessoas, lugares, coisas.

— Eu fico feliz por ti, Cait. Já sabe quando vai voltar?

— Minha mãe quer que eu fique até o fim do mês, mas não sei ao certo. Meu pai precisa de mim, Tay. Então é provável que eu não fique muito mais.

— Me diz uma coisa — ergui a sombracelha. — Você tem falado com o Chaz?

— Somers sumiu pra mim também.

— O que será que tá havendo com esse garoto? — minha pergunta saiu em tom retórico.

— Eu só sei que ele tá querendo se esconder de todo mundo — ela suspirou. Fechou os olhos e se posicionou melhor para o bronzeado ser melhor.

Charles era o mais sensível dos meninos. Nos rolés, eles sempre se importava mais comigo e Caitlin do que os outros. Eu e Chaz sempre fomos mais próximos. Ele era hétero, mas a alma dele era feminina.

Ele nunca ficava com ninguém ou bebia demais quando eu e Cait estavamos juntos, ele sempre queria saber se estávamos nos divertindo. Fazia papel de irmão mesmo. Os outros eram os outros.

E era por isso e outras coisas que eu não conseguia entender porque justo Heitor era meu melhor amigo, se Crowley era mais cagão do que o Chaz.

Vai ver era nossa teimosia que nos unia. E a gente ia ser pra sempre, eu sinceramente não tinha que duvidar da duração que teríamos.



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