1. Spirit Fanfics >
  2. O garoto dos meus olhos >
  3. Homens adoram vermelho!

História O garoto dos meus olhos - Homens adoram vermelho!


Escrita por: amargo1918

Capítulo 6 - Homens adoram vermelho!


Fanfic / Fanfiction O garoto dos meus olhos - Homens adoram vermelho!

Enrolei os cabelos, pintei as unhas e passei batom da mesma cor do esmalte: um tom forte de vermelho. Franzi a testa para meu reflexo no espelho. Não era o Tyler que eu estava tentando impressionar.

Eu não tinha o direito de me sentir insultada quando o Heitor me acusou de estar de joguinho com ele no fim das contas. Dando uma última olhada no espelho, fui invadida pela culpa.

Meus pais já tinham saido de novo. Meu pai com uns amigos do golfe e minha mãe estava na casa de Caitlin, recolhendo toda e qualquer novidade que ela trouxe. Caitlin era a filha que minha mãe gostaria de ter. Gostava de moda e se importava mesmo, sem zueira e sem exagero, com tendências de moda e essas coisas.

E ninguém era mais antenada com essas coisas do que a Cláudia Butler. Ela estava animadissima com a idéia de me ver saindo com alguém, eu definitivamente não ia muito a encontros.

Saí do meu quarto e fui para a sala de estar. Meu melhor amigo ainda estava jogado no meu sofá de qualquet jeito, Ryan cuzão trocava a fita do video-game. Nossa rotina era basicamente essa. Chegava da escola e se jogava em cima de um video-game o dia inteiro. Meus pais viajavam bastante e não estavam muito em casa para ditar regra ou limites. Por isso, Heitor basicamente também morava conosco.

Heitor sorriu — e não era essa, de jeito nenhum, a reação que eu esperava.

— Você... está linda — ele me sorriu.

— Obrigada — falei, perturbada com a ausência de irritação ou ciúme na voz dele.

Ryan assobiou.

— Bela escolha, Tay. Os homens adoram vermelho!

A campainha tocou e eu sorriu. Abri a porta. Tyler segurava um pequeno buquê de flores, de calça social e gravata. Ele me analisou rapidamente de cima a baixo, depois voltou a olhar para o meu rosto.

— Você é a criatura mais linda que já vi na vida — disse, simpático.

Tyler estendeu a mão e me levou até a sua Ferrari reluzente.

— Melhor a gente ir. Temos uma mesa à nossa espera.

— Onde? — perguntei curiosa.

— No Biasetti. Eu me arrisquei... Espero que você goste de comida italiana — ergui uma sobrancelha ao ouvir aquelas palavras.

— Não está muito em cima da hora para conseguir uma mesa? Aquele lugar vive lotado.

— Bom... — ele ficou meio sem jeito —, o restaurante é da minha família. Metade dele, pelo menos.

— Adoro comida italiana.

Tyler foi dirigindo até o restaurante na velocidade limite, dando seta quando ia virar e desacelerando a cada sinal amarelo. Quando ele falava, mal tirava os olhos do caminho. Quando chegamos ao restaurante, dei uma risadinha.

— Que foi? — ele perguntou.

— É só que... você é um motorista muito cuidadoso. Isso é bom.

— Diferente de quando você está atrás do volante? — ele perguntou com um sorriso. Eu deveria ter dado risada, mas a diferença não parecia algo bom. Ele saiu do carro para abrir a porta para mim.

Fomos conduzidos imediatamente a uma mesa, perto da janela da sacada. Embora eu estivesse de vestido, meu visual parecia pobre em comparação ao das outras mulheres, cheias de joias e com vestidos de festa. Eu nunca tinha comido num lugar tão chique. Fizemos o pedido e Tyler fechou o cardápio, sorrindo para o garçom.

— E, por favor, nos traga uma garrafa de Allegrini Amarone.

— Sim, senhor — disse o garçom, recolhendo os cardápios.

— Este lugar é incrível — sussurrei, apoiando-me na mesa. Seus olhos verdes se suavizaram.

— Obrigado. Vou falar para o meu pai.

Uma mulher se aproximou da nossa mesa. Os cabelos loiros estavam puxados em um apertado coque francês, e uma mecha de cabelos grisalhos interrompia a onda suave da franja. Tentei não ficar encarando as joias cintilantes ao redor do pescoço ou as que balançavam nas orelhas, mas elas eram feitas para ser notadas. O alvo de seus olhos azuis, apertados para enxergar melhor, era eu. Ela desviou rapidamente o olhar para voltá-lo ao meu acompanhante.

— Quem é sua amiga, Tyler? — seu tom de voz era rude.

— Mãe, essa é Taylor Butler. Tay, essa é minha mãe, Vivienne Posey. — Estendi a mão e ela me comprimentou rapidamente. Em um movimento bem pensado, o interesse iluminou suas feições distintas, e ela olhou para Tyler. — Butler?

— Ela é filha do Doutor Butler, mamãe.

— Ah — Vivienne olhou para mim de novo e agora, uma parte dela parecia me aprovar. — O Tyler vai embora no ano que vem. Para Harvard.

— Ele me contou. Acho ótimo — sorri sem jeito. — A senhora deve estar muito orgulhosa.

A tensão ao redor de seus olhos se suavizou um pouco, e os cantos de sua boca se viraram para cima, num sorriso afetado.

— Estamos sim. Obrigada.

Fiquei impressionada pelas palavras dela serem tão educadas e, ainda assim, transbordarem desprezo. Não foi um talento que ela desenvolveu da noite para o dia. A Sra. Posey devia ter passado anos enfatizando aos outros sua superioridade.

— Foi bom ver você, mãe. Boa noite.

Ela o beijou no rosto, tirou com o polegar a marca de batom que havia deixado ali e voltou para sua mesa. Sem muito mais despedidas.

— Sinto muito por isso, não sabia que ela estaria aqui — ele ficou inquieto por um momento e deu um gole na água qur estava servida a nossa frente.

— Tudo bem. Ela parece... legal.

Tyler riu.

— Sim, para uma predadora.

Contive uma risadinha, e ele abriu um sorriso como que se desculpando.

— Ela vai ficar mais amigável. É só uma questão de tempo.

— Sendo otimista, quando você for para Harvard.

Conversamos sem parar sobre comida, a nossa escola, cálculos e coisas assim. Tyler era charmoso, divertido e dizia todas as coisas certas. Várias pessoas se aproximaram para cumprimentá-lo, e ele sempre me apresentava com um sorriso orgulhoso. Ele era visto como uma celebridade lá no restaurante, e, quando fomos embora, senti os olhares avaliadores de todos no salão.

— Obrigada, Tyler — eu estava ciente do sorriso ridículo em meu rosto. Mas eu agradecia ao escuro do carro por estar encobrindo este momento pra lá de constragendor. — Foi ótimo.

— É cedo demais para convidar você para sair de novo?

— De jeito nenhum — falei, irradiando alegria e excitação.

— Ligo pra você amanhã?

— Perfeito.

Nós dois descemos em direção a minha casa e dessa vez, ele me levou até a porta de casa. E então chegou o momento do silêncio constrangedor. O elemento que eu mais temia nos encontros. Beijar ou não beijar, eu odiava essa questão. Antes que eu tivesse a chance de imaginar se ele ia me beijar ou não, Tyler segurou meu rosto e me puxou para perto, pressionando os lábios nos meus. Lábios macios, quentes e maravilhosos. Ele se afastou um pouco, depois me beijou de novo.

— A gente se fala amanhã, Lor.

Acenei em despedida, observando enquanto ele descia os degraus direção ao carro.

— Tchau.

Era mágico. Primeiro transamos depois tivemos todos os encabulamentos de um encontro. Talvez, aquilo vingasse. E eu não percebi que queria aquilo até pensar na possibilidade de tudo acabar.

Mais uma vez, quando girei a maçaneta, a porta se abriu com tudo e caí para frente. Heitor me segurou, e consegui voltar a ficar em pé.

— Quer parar com isso? — falei, fechando a porta depois de entrar. — E ai? Não tem mais casa?

— Lor? Que tipo de apelido é esse? — disse ele com desdém.

Eu me segurei no braço dele para tirar os sapatos de salto e depois entrei no quarto. Enquanto trocava de roupa e colocava o pijama, fiz o melhor que pude para continuar brava com ele. Heitor se sentou na cama e cruzou os braços.

— Foi bom?

— Foi. Como sempre. Foi fantástico. Ele é tão.... — procurei uma palavra adequada para descrever Tyler, então só balancei a cabeça. — Ele tem lábios muito macios.

Heitor ficou horrorizado.

— Não me interessa que tipo de lábios ele tem.

— Vai por mim, é importante — eu gargalhei, molhando o algodão no demaquilante e tirando a maquiagem da noite. — Fico tão nervosa com o beijo, mas esses nunca são ruins.

— Você fica nervosa com um beijo? — ele me perguntou, com ar divertido.

— Qual o problema? Eu ainda sou uma garota.

— Você já transou com o cara, Taylor. Constrangimento com um beijo é simplesmente a coisa mais ridícula que eu já ouvi.

— Não muda o fato de que eu odeio esse momento de despedida e a pressão que ele me coloca.

— Eu também odiaria, se tivesse que beijar o Tyler Posey — ele tirou sarro.

Dei uma risadinha e fui até o banheiro terminar de tirar o excesso da maquiagem. Heitor foi atrás de mim e se apoiou no batente da porta.

— Então, vocês vão sair de novo?

— Vamos. Ele vai me ligar amanhã.

— Tá ficando sério — ele bufou. — Vão namorar?

— Talvez.

— Isso é o que ele fica dizendo pra todo mundo — ele fez um barulho de desaprovação, estalando a língua no céu da boca.

— Não seja idiota. Ele tem prioridades... Ele quer entrar em Harvard, não quer namorar. Quer estudar. Acho responsável da parte dele.

— A mina dele não deveria estar no topo das prioridades?

— Não sou a mina dele. Saímos algumas vezes, Posey — falei em tom de bronca.

— Vocês já transaram, e estão saindo sério. É claro que você é a mina dele — olhei para ele com um ar meio hostil e ele riu. — E o que vocês fizeram? — estava a ponto de pergunta se ele era louco ou bipolar. Não era possível. — Que foi? Estou curioso!

Vendo que ele estava sendo sincero, descrevi tudo, desde o restaurante, passando pela comida e depois pelas coisas doces e divertidas que o Tyler dissera. Eu sabia que minha boca estava congelada em um ridículo sorriso, mas não conseguia evitá-lo enquanto descrevia minha noite perfeita.

Heitor me observava com um sorriso entretido enquanto eu tagarelava, e até me fez perguntas. Embora parecesse frustrado com a situação, eu tinha a distinta sensação de que ele gostava de me ver tão feliz.

Ele se ajeitou na cama e bocejei. Ficamos nos encarando por um instante antes de ele soltar um suspiro.

— Fico contente que você tenha se divertido, Tay. Você merece.

— Obrigada — abri um sorriso. Meu celular tocou na mesa de cabeceira, e me levantei, um pouco torta, para ver o número de quem ligava. — Alô?

— Já é amanhã — disse Tyler. Olhei para o relógio despertador ao lado da cama e ri. Era meia-noite e um. — É. Eu acho que é.

— Então, que tal na segunda-feira à noite? — ele me perguntou. Cobri a boca por um instante e inspirei fundo.

— Ah, tudo bem. Segunda à noite está ótimo.

— Que bom! A gente se vê na segunda — disse ele.

Dava pra "ouvir" o sorriso em sua voz. Olhei de relance para Heitor, que observava a cena com uma leve irritação. Desviei do olhar dele e me encolhi como uma bolinha, tensa de animação.

— Você é uma menininha mesmo — disse Heitor, saindo do meu quarto mas voltando a meio. — Você gosta mesmo do Tyler?

Revirei os olhos.

— Não estrague as coisas para mim, Heitor!

Ele ficou me encarando por um instante, balançou a cabeça e desviou o olhar de novo.

Tyler Posey — disse antes de sair de vez.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...