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História O Garoto Que Beija Garotos - O Beijo


Escrita por: Angel_human

Notas do Autor


Então aqui mais uma parte desta aventura. E virão muitas outras, espero que gostem.

Capítulo 2 - O Beijo


Fanfic / Fanfiction O Garoto Que Beija Garotos - O Beijo

Por que você fez isso comigo? – senti ele todo trêmulo.
Matheus apenas olhava para mim, seus olhos estavam em mim, sua boca continuava desejando a minha, eu sentia isso.
Ele não respondeu nada, minha mãe continuava gritando comigo no corretor para qualquer um por perto ouvir. Ela sempre foi o tipo escandalosa.
Mas Matheus, meu melhor amigo me via com outros olhos o tempo todo. Ele queria ser mais que "o amigo", ele queria ser mais que isso na minha vida.
Meu melhor amigo, meu confidente havia me beijado no meio do corretor. Aquele garoto gentil, que sempre me ajudava a sair de todas as encrencas em que me metia, eu não o amava da forma que ele queria.
Eu te amo Brian – sua voz estava trêmula, seus braços ainda estavam no meu corpo – eu sempre te amei.
Aquela situação partiu meu coração em diversos pedaços, retirei seus braços que me prendia em seu corpo. Ah, que corpo.
Seu corpo era quente, seu coração pulsava parecia que ia sair por sua boca. Eu podia ouvir o som de cada batida, provavelmente se eu fosse Bahiano iria sambar; porque eu estava tão feliz por aquele beijo ter acontecido. Mas por que, aqui em meu peito está uma confusão.
Eu te amo – sorri – mas como um amigo, como um irmão.
Seu sorriso desapareceu de seu rosto, seu semblante outrora sublime feliz, agora estava uma tragédia grega. Eu me senti um lixo, por fazer aquele sorriso tão gostoso, que era pra mim, desaparecer.
Todas as meninas dariam a própria vida por aquele beijo, que eu ganhei sem pedir, sem querer — mas eu quis, porque foi correspondido —, isso me deixa tão confuso.
Que desperdício amiga, os gatinhos são gays – uma garota que saia do banheiro com outra disse, eu pude ouvir.
"Perae, Gay! Eu não sou GAY" eu gritava mentalmente aquelas palavras.
— Me desculpa – ele disse tentando segurar o choro que estava entalado na garganta.

Minha mãe me puxou pelo braço e continuava gritando coisas que eu não estava prestando atenção. O cheiro cítrico de seu perfume ainda penetrava em mim, eu sentia como se o seu perfume estivesse impregnado na minha roupa.
O gosto doce da sua boca, ainda podia sentir. Eu queria mais um, dois, três... Milhares.
Eu estava sendo injusto comigo e com ele, eu queria colocar minha cabeça pra fora da janela, mais da metade do corpo pra fora e pegar o megafone que estava no banco de trás do carro e gritar com toda a força de meus pulmões,  o mais alto que eu pudesse para que toda Porto Alegre pudesse me ouvir.
Eu acho que te amo, Matt – eram as palavras que eu gritaria repetidas vezes no megafone se meu bom senso, e as lembranças de seu sorriso, do seu beijo, do seu cheiro me mantivesse imóvel no banco do carona.

Chegando em casa, minha mãe estaciona o carro e me olha com um certo rancor, desprezo. Ter um filho Gay, pode não ser o sonho de toda mãe, mas a razão dela odiar os gays é por causa do meu pai.
Alguns anos atrás meu pai conheceu um cara, ele é um estilista de moda nacionalmente famoso na França. Eles tiveram brigas, discussões – os meus pais – e acabou em divórcio. Deste então minha mãe cortou suas amizades com homossexuais e nunca mais quis aproximação.
Vai para seu quarto mocinho – minha mãe estava se controlando, eu percebia a agitação de seus dedos no volante, mesmo com o carro na garagem.

Matt: Me desculpa pelo que aconteceu, não queria lhe causar problemas. Eu sinto muito pelo beijo, não deveria ter acontecido.

Leio seu torpedo após entrar no quarto e fechar a porta.
Encosto as pontas dos dedos nos lábios, sentindo sua boca na minha, seu gosto mentolado.
Eu sempre imaginei em como eu iria me apaixonar, eu me entregaria por completo como meu pai fez com suas duas paixões. Suas paixões pelo que ele sempre me diz através videoconferência do Skype, ele me diz que sempre vivia intensamente cada paixão. Espero que eu não seja assim.

Brian: Relaxa, não precisa pedir desculpas pelo beijo. Eu amei cada segundo que ele ocorreu, e eu ousaria em pedir mais um, ou centenas. Mas você é meu melhor amigo e eu não sei se sou gay. Não quero perder sua amizade.

Não foi mais do que um minuto ou não sei ao certo, o apito de notificação retorna.

Matt: lhe dou milhares de beijos se você quiser. E te amo tanto, que não vou deixar isso acabar mal.

Um sorriso bobo toma conta de mim após ler a mensagem. Se ele realmente me amar, nos conhecemos a muitos anos para estarmos brincando com os sentimentos do outro. Estou confuso pela primeira vez na minha vida, será que eu o amo também? Será que eu sou gay? E se for apenas uma brincadeira dele para depois zuar com a minha cara? O que minha mãe vai fazer comigo?

Brian: Estou confuso em relação a tudo, me dê um tempo.

Enviei a mensagem e desligo o celular, eu preciso pensar um pouco nisso, digerir essa história, esquecer esse beijo. Mas porque esquecer se essa foi a coisa mais intensa que aconteceu comigo naquele colégio.

Querido pai, estou precisando dos seus  conselhos.
Eu beijei um garoto, ou ele me beijou. E nem sei se tem  alguma diferença nisso.
Era o Matheus, lembra dele? Meu melhor amigo me beijou, e eu gostei.
E agora pai?
  De seu bebezinho, Brian.

Após digitar um email para meu pai na França ouço minha mãe me chamar. Apenas de todo o jeito dela e estar morrendo de raiva pelo ocorrido. Minha sempre espera esfriar a cabeça antes de me dar uma bronca ou qualquer coisa. De acordo com sua teoria, ela tem mais chances de que eu siga seus conselhos se ela estiver calma.
— Desce logo – ela gritava, pois ela não estava calma.

Ela estava na sala de estar na frente do notebook olhando alguma coisa através da tela.
— Não final de semana você irá para um acampamento durante todo o verão. E como estará em férias ficará lá – se levantou — arrume sua mala.

ACAMPAMENTO SONHOS DE VERÃO, eu li no topo da página. Comecei a ler que o site dizia.
— É  para garotos de colégios militares – disse pra ela assustado.
Sim, meu amigo é sócio de lá e me deu o endereço para que você possa passar o verão.

                        2 dias depois

Eu precisava falar com Matheus sobre o que minha mãe havia falado.
Ele sabia para qual acampamento eu irá, eu disse a ele no dia seguinte no banheiro enquanto eu podia saborear sua boca novamente.
  Mas as ameças de minha mãe estava muito presente sobre as consequências que teria caso eu continuasse com o amor da minha vida.
Nesta altura do campeonato, eu confesso que estou perdidamente apaixonado pelo meu moreno. Só meu, como toda vida foi, só que demorei todo esse tempo para ver.

Brian: Você pode me encontrar na praça?
Matt: Claro, daqui vinte minutos.

Eu já estava na praça. Sentado no banco de madeira com a tinta gasta.
Estava me vestindo como de costume, calças esquine, all star preto, camisa branca.
Eu o vi se aproximar sorrindo pra mim com aquela boca carnuda. Minha vontade era de voar nela, e passar super bonde para ficarmos pra sempre colados.
Eu não quero mentir para ele, e dizer que não o amo e que nunca vou vê-lo. Minha mãe não quer minha relação com ele, ela não quer minha felicidade.

— O que foi bebê, me fala – ele insistia enquanto minhas lágrimas escorriam, eu não queria ter o feito sofrer.
Você faz mal pra mim – corri pela grama verde recém molhadas.

                      3 Dias Depois

Ainda não poder ver Matt, e sentir seus labios nos meus, sentir seu cheiro e seu perfume, seu abraço quente e apertado, suas palavras amigas e de consolo.
Minha mãe estava errada, ele não faz mal a mim. Ele é a pessoa mais constante na minha vida, e por causa dela eu o avastei de mim, eu avastei de nós do nosso amor.
A dor, que aperta o peito, consome toda a vontade de viver e continuar com tudo isso, continuar em pé.

Vamos suas coisas já estão no carro – disse minha mãe entrando no quarto.
— Tá – continuo olhando meu reflexo pelo espelho estendido na cama, me encarando.

Vejo no espelho alguém que não sou eu, alguém que não pode ser eu. Fraco e desanimado, seguindo conselhos dos outros, mas o medo de perder o amor da família nos faz cometer coisas que até mesmo nos duvidamos.

Ouço um som de notificação do meu tablet, pelo ele da cômoda próxima a mim e sorrio ao ver que meu pai me respondeu.

Ame, seja e viva o que tiver que viver.
Papai.

Talvez este acampamento não seja tão ruim, e quando eu voltar eu posso finalmente contar ao Matheus sobre tudo, e as chantagens da minha mãe. Espero que ele não me esqueça nestes meses e espere por mim.
— Tá pronto – minha mãe pergunta após eu prender o cinto.
Estou – dou um sorriso amarelo.
   


Notas Finais


Desculpem esse capítulo é um pouco mais curto. Quis nele contar um pouco que aconteceu entre o início ao final do primeiro capítulo.


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