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História O General - Cap X


Escrita por: ManuNihal

Notas do Autor


Boom dia Brasel!! Como estamos nesta linda quarta feira??

Primeiro, quero agradecer a todos os comentários, eu PROMETO que vou responder todinhos, mas estou numa correria danada e fiz o possível para postar, então acho que vocês não querem minha cabeça numa bandeja de prata certo?? hahahahaahha

Segundo, MO BANDIA! Esse cap é pra você que sonhou com o General! Vem sonhar comigo sua linda!! <3

Terceiro, boa leitura ^^

Capítulo 10 - Cap X


Fanfic / Fanfiction O General - Cap X

O General - Cap X

 

Condado de Suffolk - Propriedade de campo do Rei

 

Sasuke saiu desconcertado do galpão usado pelo ferreiro do Rei, tropeçando em um cavalariço e sequer olhando para trás para lhe pedir desculpas, como normalmente faria.

Seguiu em direção à grande casa sem sequer olhar para os lados, passando por empregados e até sua própria serva, Tenten, que lhe chamou mas não foi atendida. Subiu as escadas rapidamente, galgando degraus para chegar ao topo do corredor amplo e bem arejado pelas vastas janelas que permitiam a brisa morna, e o cruzou até chegar nos aposentos utilizados pelos visitantes.

Não bateu à porta rústica e imponente, somente a abriu em um rompante e adentrou no quarto.

- O que está fazendo? - sibilou Sakura assustada ao ver o General invadir seus aposentos.

- Não terminamos - disse ele se aproximando com avidez dela, que recuou alguns passos completamente perdida naquele espaço estranho.

- Terminamos sim! Saia daqui, agora!

- Me diga que não gostou.

Ela engoliu em seco e puxou a respiração de seu interior, forçando-se a permanecer lúcida enquanto aquele homem gigante lhe olhava com uma expressão faminta.

- Eu…

Sasuke não esperou, somente a tomou nos braços e a boca, provando do gosto que ainda não havia esquecido. Suas mãos foram para os cabelos róseos que ele gostara tanto de puxar, e então ela lhe devolveu o beijo.

Um gemido rouco saiu de sua garganta quando Sakura mordiscou seu lábio com força, quase tirando-lhe sangue. Ela sentia a barba raspar em seu rosto, arranhando a pele macia e fechou os olhos quando a boca dele tocou seu pescoço, descendo em direção ao seu colo.

- Sasuke… - implorou mordendo com força seus ombros, enquanto apertava mais seu corpo contra o dele.

Ele a empurrou em direção à cama, jogando-a e parando para fitar o rosto corado. Ela ficava ainda mais linda com a respiração cortada.

Sakura sentiu o corpo estremecer e gemeu inconscientemente quando ele se aproximou, cravando os olhos nos dela.

Quando sentiu todo o peso do corpo dele sobre o seu, achou que iria enlouquecer com as sensações novas que lhe acometiam. Sasuke segurou seu rosto com uma das mãos de pele áspera e lhe tomou os lábios novamente, tirando-lhe o ar a cada beijo sôfrego.

Sakura sentiu um arrepio alarmante na coluna, não aguentava mais os gemidos contidos na garganta e revirou os olhos quando Sasuke se levantou e ficou sobre os joelhos no colchão, seu olhar, sua respiração, tudo lhe davam um ar de animal feroz.

Ela inclinou o corpo para frente e com avidez puxou a chemise que ele usava, arrancando a peça pelo pescoço. Por alguns minutos seus olhos pairaram pelo peito largo que subia e descia por conta da respiração cortada, ela o tocou com os dedos trêmulos que lentamente desceram para o abdômen forte e suado, parando então na virilha. Sakura puxou a respiração ao olhar o cós da calça de couro, deixou os dedos tocarem o tecido para então voltar os olhos para os dele. Gemeu ao vê-lo molhando os lábios.

- Senhor?

Ele se remexeu na cama ao ouvir o chamado longínquo. Sua respiração estava pesada.

- Vossa graça?

Sasuke acordou com um susto, levando alguns minutos para acalmar o peito que suava embaixo da chemise amassada.

- O que quer?- perguntou rispidamente ao servo que o chamava de forma acanhada.

- Seu irmão retornou.

Seu coração o acordou rapidamente. Finalmente, pensara.

- Mande-o vir até aqui.

O servo concordou e com uma reverência saiu do quarto ocupado pelo General, enquanto o mesmo levantava da cama ainda tonto pelo sonho que tivera. Caminhou até a bacia de prata que ficava atrás de um fino biombo de madeira e couro, mergulhando o rosto lá, até ouvir um pigarro ao seu lado.

Sasuke retirou o rosto da água puxando uma lufada de ar com força, por um segundo fitou o irmão que o encarava encostado no biombo.

- Está com uma cara horrível, o que aconteceu?

- Acho que suas novidades são mais importantes que as minhas - disse de mau humor, enquanto pegava uma toalha branca e secava o rosto.

- É bom se sentar, temos muito a conversar irmão.

 

~~

 

Sakura deixou que Tenten engomasse o vestido perolado que usava, mesmo que sua expressão não combinasse com a peça tão bonita e adornada.

- Faz dias que a senhorita está estranha, o que a preocupa? - perguntou a serva com cuidado, sabendo que desde que chegaram, há três dias, Sakura não pronunciava uma só palavra.

- Não é nada Tenten, só estou preocupada com minha mãe. Não tive mais noticias dela.

- Entendo, mas tente parecer feliz agora hein?! Irá ter com o Rei! - disse a outra animada.

Sakura se afastou e fitou a própria imagem no espelho, admirada em como estava bonita com aquele vestido e com os cabelos presos em um penteado alto.

- Deseje-me sorte.  

Tenten juntou as mãos e acompanhou sua senhora com olhar, sabendo que havia algo mais naquele silêncio todo.

Sakura caminhou lentamente pelos amplos corredores da casa de campo do Rei, fitando as pinturas que adornavam as paredes brancas, juntamente com os imensos vasos de flores, que dissipavam um perfume doce pelo ar.

Respirou fundo ao chegar à porta guardada por dois soldados armados com suas espadas de melhor qualidade. Ambos abriram caminho para que ela passasse, e assim ela o fez.

Adentrou em uma sala larga, o piso era de madeira e havia cortinas vermelhas nas janelas, deixando o local mais acolhedor. Uma lareira jazia limpa à direita, junto com um aparador cheio de jarras de vinho e suas taças de prata.

Ao fundo da sala, acima de uma plataforma mais alta estavam o Rei e a Rainha da Inglaterra, juntamente com seu filho, o príncipe Naruto e a princesa a qual salvara a vida, Hinata.

Ao lado esquerdo estavam mais soldados, e também o embaixador da França e primo de Hinata, Neji.

Sakura se aproximou um pouco nervosa pela imponência daquelas pessoas, com uma reverência os cumprimentou.

- Majestades.

O Rei Minato levantou da cadeira estofada e abriu os braços em sinal de acolhida, seguido pela Rainha.

- Senhorita, fico muito grato que tenha nos presenteado com sua presença aqui hoje.

Sakura sorriu, sem saber o que deveria fazer.

- Não negaria um convite seu, majestade.

Ele sorriu e virou-se em direção à Naruto, que levantou e se aproximou, descendo do tablado e ficando na mesma altura de Sakura.

- Tenho muito o que lhe agradecer senhorita, salvou a vida de minha noiva. Quero, em nome da Coroa da Inglaterra, lhe presentear com isto.

O príncipe fez sinal para um dos soldados, que se curvou à frente de uma mesa e pegou com ambas as mãos um pequeno baú. O homem, sem nenhuma expressão como era típico dos servos caminhou até a jovem e Naruto abriu a tampa marrom, delicadamente talhada.

Sakura arregalou os olhos quando viu o conteúdo, perdendo por alguns minutos a fala.

- Meu senhor… eu não sei o que lhe dizer, eu não fiz o que fiz para receber isso.

Minato se empertigou na cadeira para qual havia voltado e pigarreou, chamando atenção para si.

- Apenas aceite senhorita, não se nega o presente de bom grado vindo do Rei.

Sakura engoliu o bolo que sua garganta fizera e concordou em um aceno.

- Eu agradeço a enorme generosidade, Vossa Alteza.

Naruto sorriu feliz e ordenou que baú carregado de moedas de ouro fosse levado para os aposentos da moça.

Após mais alguns gracejos trocados entre as partes, Sakura foi liberada com um aceno e se retirou discretamente do ambiente. Ao ficar longe dos olhares dos guardas, ela soltou o ar preso nos pulmões, agradecendo por aquela sessão ter acabado.

Quando começou a rumar de volta aos aposentos que utilizava, ouviu uma voz lhe chamar, e ao virar-se encontrou Hinata, que vinha um pouco afobada em sua direção.

A princesa sorriu e enganchou o braço no dela, a puxando para uma sacada repleta de flores que ficava no caminho que seguiam.

- Não tive tempo de lhe agradecer pessoalmente pelo que fez por mim - disse a morena sentando-se à mesa com tampo de madeira e coberta com uma toalha delicadamente bordada. Sakura a acompanhou puxando a cadeira à frente e tamborilando os dedos na saia do vestido, sem saber para onde olhar.

- Eu quero lhe dar um presente.

- Oh não - disse finalmente erguendo os olhos para a princesa - aquele ouro já é mais do que eu deveria ganhar.

Hinata sorriu e puxou um saquinho cor de rosa, fechado por um laço branco de fita mimosa.

- Por favor, é o presente de uma amiga.

Sakura suspirou e sorriu, estendendo à mão para pegar o saquinho macio e cheiroso. Ao abrir tocou a fina peça e a puxou até a altura dos olhos: uma linda pulseira de ouro branco, com um pingente azul marinho.

- É a cor de minha casa, o azul. Juntamente com o perolado do ouro branco, agora você é amiga dos franceses.

- Obrigada, princesa.

- Teve notícias de Itachi?

- Nada ainda, vossa alteza teve?

Hinata balançou a mão no ar.

- Para com toda pompa, eu quero uma amiga na corte Sakura, se for pra me bajular chamo as damas que me servem.

Sakura riu cansada e a princesa acompanhou a mesma, porém, notou que havia algo diferente.

- Esta estranha…Aconteceu algo?

- Não… eu, só ando preocupada com algumas coisas.

Hinata franziu a testa e soltou uma risada anasalada.

- Por favor Sakura, eu disse que quero uma amiga.

Uma serva apareceu perguntando se desejavam algo, Hinata pediu um chá refrescante, e Sakura pediu vinho.

A princesa da França esperou silenciosamente até que a serva retornasse com as bebidas, e alguns biscoitos de nata recém saídos do forno, que foram provados com muito gosto pela mesma. Sakura segurou a taça de vinho tinto e virou o líquido na garganta de uma só vez. Após limpar a boca com as costas da mão, ela encarou Hinata.

- Sasuke me beijou.

A monarca arregalou os olhos e logo abriu um sorriso.

- Não me parece surpresa.

- Por que não? Preciso de mais vinho…

- Beber não vai ajudar. Sakura, ele ficou desesperado quando a viu sangrando naquela noite, até meu noivo ficou impressionado.

Sakura cobriu os olhos com as mãos e pressionou ambos por um tempo, até descansá-las novamente nas pernas.

- O General é um homem comprometido, não acho correto o que faz por aí.

- Os homens nascem com o direito de ter quantas mulheres quiserem.. - disse a outra a contragosto.

- Concorda com isso?

- Jamais. Meu pai tem uma amante oficial há anos… minha mãe se sente muito humilhada, mas nada faz… isso acabou com o casamento deles.

- Não quer que Naruto tenha uma amante quer?

Hinata bufou pelo nariz.

- Eu sou uma Rainha antes de ser a Rainha dele… não haverá amantes em nosso casamento, eu não permito.

- Sasuke é noivo de Ino, não poderia ter feito tal coisa…

- Ouvi dizer que o General tem um sangue quente, e um amigo difícil de saciar… mas, também ouvi que largou a cama de sua última amante e não vem se deitado com ninguém.

Sakura se aprumou na mesa, fitando a outra com mais interesse.

- E por que haveria de largar a cama da amante?

- Talvez queira outra… - respondeu Hinata brincando com os farelos que o biscoito largara na toalha.

- Não serei amante de ninguém - disse Sakura ofendida, voltando para trás e se escorando na cadeira.

- Ou talvez - continuou a outra - esteja apaixonado.

Sakura levou aquela informação como uma navalha que corta a carne. Sua pele ficou fria e algo aconteceu em seu estômago.

- Por mim?

- Não viu como ele a olhou, Sakura, ou como mandou aquela caravana parar mil vezes só para checar como estava.

A rosada suspirou fundo e levantou da mesa, acompanhada por Hinata.

- Tem uma amiga na corte, e para todas as horas - disse segurando as mãos geladas de Hinata, que sorriu de volta.

- Obrigada, Sakura.

As jovens se separaram no corredor, cada uma seguindo o caminho que a vida lhe propusera. Cada uma com seus medos e fantasmas.

 

~~

 

O maxilar já doía, tamanha a força que aplicava na mordida para controlar a raiva que acometia todo seu corpo. Os nervos estavam à flor da pele, e ela podia sentir as carnes serem mastigadas por estranhos invisíveis que lhe perturbavam desde que Rin viera com a notícia de que seu noivo havia beijado a caipira.

- Senhora - o pedido suplicante e tímido veio de longe, mas ela não queria responder, pois havia três dias que só olhava para aquela janela procurando no ar alguma vingança digna.

- Senhora, por favor.. suas unhas já estão sangrando.

Ela abaixou os olhos para fitar as mãos, e Rin tinha razão, seus dedos sangravam pelo tanto que havia roído todas as unhas, e por fim, à carne.

- Saia daqui! - rosnou com raiva, virando-se para encarar a serva - sai daqui e só volte quando o meu pai voltar! Sua cadela imunda!

Rin grunhiu de dor ao sentir os cabelos sendo enrolados por uma das mãos machucadas de Ino. A nobre dama arrastou a empregada até a porta do quarto e a pôs para fora, salivando pelos cantos da boca. Não queria ver ninguém, somente seu velho pai, que lhe ajudaria a conseguir o que queria, por bem, ou por mal.

 

~~

 

Após o jantar junto de Tenten na cozinha, Sakura foi ter com o cavalariço, combinando que na manhã seguinte seu cavalo deveria estar encilhado e pronto para partir ao nascer do sol. Combinado feito, subiu até os aposentos que utilizava e começou a guardar as parcas coisas que julgava precisar em um saco de linho. Só parou quando ouviu a batida na porta.

- Entre.

- O que está fazendo?

Ela reconheceu a voz do amigo e largou a camisola branca no chão mesmo, correndo para lhe dar um abraço caloroso.

- Itachi! Oh por Deus, você está bem! Fiquei tão preocupada!

O diplomata que, embora bem, parecia mais magro e abatido, abraçou-a de volta e afagou os cabelos róseos.

- Senti sua falta.

- Eu senti a sua. Para onde foi? E a peste? Como não pegou?

- Nem todos pegaram… podemos entrar?

Só então ela se deu conta do outro homem que esperava em silêncio do lado de fora do batente.

- Claro - disse dando espaço para que adentrassem em seu quarto. Itachi notou na hora que havia algo errado.

- O que está fazendo? - perguntou Sasuke se aproximando da cama e observando os pertences jogados nela, o velho saco um pouco cheio jazia ao chão.

- Vou embora, amanhã cedo.

- O quê? Por quê? - continuou Sasuke afoito.

- Porque consegui o ouro que precisava… meu pai vai me receber de bom grado quando ver o baú cheio de moedas que ganhei do Rei.

- Sakura, você não pode voltar para casa… - disse Itachi em um tom mais baixo, que alertou os sentidos da jovem.

- Por que? - perguntou se aproximando do amigo.

- Porque seu pai planeja outro ataque contra o Rei - concluiu Sasuke.

Ela virou-se para o general e ambos sustentaram um olhar longo e pesado.

- Como sabem disso?

- Eu segui… Inoichi até a casa de seu pai. Consegui informações…

- Inoichi? - exclamou alarmada.

- Shiu! - fez Itachi - isso é segredo de estado Sakura, não podemos alarmar o Rei agora. Não antes da peste passar.

- Ouvimos rumores de que está passando…- disse ela levemente arrepiada pelo medo.

- Sim, e são verdadeiros. Mas a Inglaterra está um caos, há mais mortos do que vivos e as ruas estão um verdadeiro cemitério. A guerra virá na hora certa, os homens se rebelarão contra o Rei, pois Inoichi está afirmando que essa peste é um castigo pelo rompimento com a Igreja e pelo aumento de impostos… a massa derruba um reino, Sakura.

- E usarão os escoceses também… - sussurrou ela juntando as pontas.

- Sim. Os escoceses também. Eles serão a massa forte, e serão guiados por seu pai.

- Minha mãe… ela?

Itachi se aproximou e segurou os ombros de Sakura, que estava visivelmente abalada.

- Ela está bem, mas muito adoecida. Não consegui me aproximar o bastante para ter com ela, mas paguei por algumas informações.

- Pagou? - interpelou Sasuke - a pessoa era de confiança?

- E quem é de confiança nesses dias sombrios, Sasuke? Não seja tolo.

- Eu preciso falar com ela… com meu pai.

- Não adianta minha querida. - disse Itachi - Se voltar para lá será vista como traidora e inimiga do Rei da Inglaterra, vão alegar que só estava aqui para conseguir informações… Sakura, terá sua garganta cortada e eu não viverei para ver tal ato. Ficará conosco até que o Rei saiba o que está acontecendo… eles não vão agir até que a peste tenha passado, não tem homens para reunir ainda.

- Pelos sete infernos - sussurrou ela se pondo a caminhar pelo quarto enquanto roía as unhas.

- Vamos deixá-la sozinha, eu preciso voltar à Corte ainda hoje - disse Itachi com um olhar significativo, que ela entendeu muito bem.

- Faça uma boa viagem - disse ela o abraçando - e mande um abraço caloroso à Sasori.

Ele assentiu sorrindo pelo último sussurro ao pé da orelha, e junto de Sasuke se retirou. Ambos caminharam até um entroncamento no corredor, onde o Uchiha mais velho virou-se de frente para o irmão.

- Viajo logo mais … o que aconteceu entre vocês?

Sasuke trincou o maxilar e tentou desviar o olhar.

- Sasuke?

- Nós nos beijamos - bufou ele.

Itachi soltou uma gargalhada estridente, arrancando um olhar bravo do irmão.

- E ela não cortou sua cabeça fora?

- Claro que não, idiota!

Itachi ergueu a sobrancelha pegando os detalhes que não eram perceptíveis aos leigos.

- Sasuke, você é noivo e Sakura não é uma mulher que aceita ficar para amante.

- Eu sei disso.

- Então faça a coisa certa, logo.

- Pare com…

- Ora ora… quem temos aqui? Quanto tempo!

Ambos viraram e encontraram o rosto corado de Inoichi Yamanaka, sorridente e apertando o casaco de veludo ao corpo.

- Vossa Graça - disse Itachi polidamente, como sempre.

- Vossa Graça, meu futuro genro! Fiquei sabendo a incrível coincidência de voltarmos à casa de campo do Rei ao mesmo tempo, Itachi. Disseram-me que chegou poucas horas antes de mim.

- Uma incrível coincidência mesmo senhor, cuidei dos afazeres que me cabiam e retornei. Estava preocupado com meu irmão.  

Inoichi olhou para Sasuke e demorou a sorrir.

- Obrigada por ter trazido Ino para cá… minha esposa viajou para cuidar da mãe enferma e não levou nossa herdeira, fico grato por sua delicadeza general.

- Era minha obrigação, senhor.

- Claro que era…- retrucou o outro fitando Itachi mais uma vez - Bom! vou ter com minha filha, estou morto de saudades.

Com uma reverência ele se afastou, seguindo em frente pelo corredor.

- Ele sabe - disse Sasuke rapidamente.

- Sim. Devem ter me visto, ou me seguido…

- Vá rápido para a corte, cuidado.

- Confie em mim.

Com um abraço apertado Itachi se afastou, indo na direção dos estábulos, deixando Sasuke imerso em pensamentos.

Enquanto isso, atrás de uma pilastra Inoichi mancomunava com um de seus servos, ordenando silenciosamente que este seguisse Itachi Uchiha e levasse uma carta ao Duque de Bristol, na Corte.

O velho senhor suspirou vendo o servo correr na mesma direção do nobre, para então tomar coragem e ver sua filha.

 

~~

 

A noite caíra sobre os campos do Rei, campos verdejantes e cobertos de lindas e perigosas papoulas vermelhas. O vento assobiava pelas frestas silenciosas das janelas e portas, cantando como um mau agouro há todos aqueles que fugiam da peste, escondidos naquela casa.

Sasuke permaneceu na penumbra da sala, sentindo o vento morno lamber-lhe a face morena do sol, algumas velas e candelabros postas de maneira ordenada traziam alguma claridade aquele aposento, mas ele só via as sombras do fogo dançarem nas paredes, como uma bela mulher que seduz com suas curvas.

Suspirou e entornou mais um gole do vinho amargo na garganta, sentiu a ardência descer pelo corpo, trazendo o torpor que ele tanto queria.

Há dias as coisas haviam mudado, e agora, além da guerra que batia à porta e o medo iminente da morte pelos bulbos negros de uma peste, havia Sakura.

Ela agia como se nada houvesse acontecido, como se o beijo não tivesse existido e fosse fruto de sua mente libertinosa. Mas ele sabia que fora real, ele via os olhos verdes tremerem sob seu olhar, via os pelos da nuca ficarem de pé quando ele falava algo, sentia o corpo retesar quando se aproximava. Fora real, e estava sendo.

Mais um gole de vinho, e logo a taça estava vazia. Ele queria colocá-la contra a parede novamente, queria morder toda aquela pele branca, rasgar-lhe o espartilho e sentir a pele macia e quente dos seios pequenos.

Mas não podia.

Sabia que ela nunca iria permitir tal ato, e também sabia que talvez, o aperto que agora morava em seu peito não sumiria apenas com uma noite de prazer. Ele a queria, e ele a teria.

Soltou uma risada anasalada ao lembrar de cada detalhe daquela selvagem que quase lhe cortara a garganta, e sabia que era um tolo por deixar que sua mente vagasse tanto de encontro à ela.

Ela o estava enlouquecendo, e só ele sabia como aquilo era perigoso para ambos.

- Sem sono?

Levantou os olhos e encontrou seu velho amigo, Naruto, a lhe encarar junto à uma pilastra de mármore.

- E quem consegue dormir com todo esse silêncio? - resmungou de volta.

Naruto sorriu em entendimento e se juntou ao amigo, sentando-se na poltrona ao lado.

- Acabou o vinho?

- O vinho sempre acaba, Naruto.

- Acha que sairemos bem disso tudo? Será que é um castigo de Deus?

- Deus nada tem a ver com os erros dos homens… deveria saber disso.

Ambos ficaram em silêncio por mais tempo, como se não precisassem falar para saber das tormentas que lhe acometiam a mente. Lá fora uma coruja piou alto, e Sasuke decidiu que era hora de dormir.

 

~~

 

Londres - Corte do Rei

 

O sol nascia pelo segundo dia de viagem, e Itachi sorriu aliviado ao ver as torres do castelo de pedra se erguerem no céu azul. Chegou pela cidade, pois queria ver o mal de perto.

Pessoas enegrecidas pela peste jaziam escoradas umas nas outras, as moscas zumbiam alto, deixando-o quase surto.

O silêncio era sepulcral, e alguns homens que trabalhavam nas grandes covas pararam para fitar o homem que marchava em direção ao castelo. Pouco sobrara, e o que sobrara, estava podre.

Adentrou pelo portão guardado por poucos soldados e deixou que o som dos cascos de seu cavalo ecoassem pelo caminho de pedra. Deixou que o cavalariço magro e mal cuidado levasse seu puro sangue inglês para a baia, afim de comer e beber água pura.

Tentou segurar o máximo que pode a empolgação e o nervosismo, cumprimentando os poucos nobres que percorriam os corredores do Rei.

Galgou os degraus rapidamente e afobado, bateu à porta da sala que tanto esperava ver.

- Entre - ordenou a voz cansada.

Itachi a abriu e sentiu o coração perder o rumo ao fitar Sasori sentado em sua mesa, imerso há uma montanha de papéis e tintas.

O ruivo demorou alguns segundos para levantar os olhos e fitar o recém chegado, somente o necessário para terminar a assinatura na folha timbrada.

- Itachi… - sussurrou ao levantar-se de forma atrapalhada, derrubando a cadeira para trás.

Ambos encurtaram os passos que levavam aos braços do outro, e em um beijo afoito, suas bocas mergulharam no prazer da saudade.

As mãos finas de Sasori grudaram os cabelos sedosos de Itachi, sentindo a textura, o cheiro e o sabor de cada pedaço daquele homem.

- Eu … senti … tanto… - tentava dizer entre um beijo e outro.

- Eu também… - respondeu Itachi, apertando o corpo contra o do capitão da guarda.

- Eu amo você - disse Sasori por último, mergulhando em mais um beijo profundo, daqueles que tocam a alma.

Itachi tentou responder, porém sua boca não queria que se afastasse, e não o fez.

Lá fora, o servo enviado por Inoichi acabava de cruzar a grande floresta e adentrar nos terrenos do Rei. O Duque de Bristol o aguardava junto às escadas laterais do castelo, e após receber a carta que lhe fora mandada, presenteou o servo com uma moeda de ouro.

Leu o pergaminho com atenção, e não pode deixar de se perguntar o porquê do chanceler estar interessado na vida íntima de Itachi Uchiha.

 

~~

 

Condado de Suffolk - Propriedade de campo do Rei

 

Inoichi Yamanaka não queria e não podia perder tempo com os gracejos da filha, mas, após receber a visita da serva mais fiel de Ino, coberta de talhos e arranhões na face, não pode deixar de se preocupar com o que estava acontecendo.

Após o café da manhã junto do Rei, para lhe informar dos novos acontecimentos e se manter informado, o homem grisalho seguiu até o quarto da filha, e com um batida discreta na porta, adentrou ao aposento.

Sua mão fora levada imediatamente ao nariz, pois o quarto cheirava a algum animal em decomposição, mas, felizmente, com uma breve olhada ao redor de tanta sujeira, ele detectou o dono do odor como um pedaço de porco deixado na bandeja de prata.

Notou que a filha estava sentada em uma das cadeiras brancas e bem trabalhadas que ficavam na maioria das sacadas particulares. Com calma se aproximou, vendo-a com um olhar perdido para os campos de papoulas.

- Minha filha, não acha que deveria… vestir-se com roupas mais adequadas? - perguntou observando alarmado a sujeira do vestido carmim da moça.

Ela lentamente girou a cabeça para encará-lo, os olhos fundos com olheiras delatavam que pouco dormia, assim como os cabelos amassados em tufos mostravam que havia deixado sua vaidade de lado.

- Demorou para vir - sussurrou ela com a boca seca, fazendo com que os lábios se abrissem em pequenas fendas com sangue.

- Eu tive afazeres, de nosso interesse.

- Eu tenho um afazer de meu interesse agora, e o senhor irá dar jeito.

O homem suspirou e puxou uma das cadeiras para sentar ao lado da filha.

- O que quer?

- Casar com Sasuke o mais rápido possível.

- Não posso o obrigar a casar agora Ino, ele não registrou o noivado… e meus planos mudaram, não preciso mais dele.

- Mas eu preciso - grunhiu ela raivosa, socando a mesa suja de restos de bolo.

Ele observou cada movimento e achou melhor não discordar.

- Dará jeito naquela selvagem que me humilhou diversas vezes…

- Ino…

- Chega! - gritou ela ficando de pé - vai fazer o que mando, ou irei agora ter com o Rei e vou contar tudo o que sei, tudo o que está planejando… eu tenho como provar.

Ele trincou o maxilar com força, estudando o próximo movimento.

- Irá trair seu pai?

- Aprendi com o melhor. E não estou blefando - disse ela balançando a cabeça perigosamente.

Ele concordou com a cabeça e se levantou.

- O que quer que eu faça com ela?

 

~~

 

Sakura mordia uma suculenta maçã verde sem prestar atenção a nada mais do que a bela fruta que achara na cozinha. Seus pensamentos vagavam até sua infância, onde por vezes Lee roubava maçãs da vizinha e lhe trazia furtivamente na calada da noite. Riu sozinha, sentia falta dele.

Com uma última dentada sentiu o corpo bater contra algo firme e duro, e de repente a fruta virou palha em sua boca.

- Tem que ser mais cuidadosa - sussurrou Sasuke a olhando de cima.

Ela abaixou a maçã e limpou a boca com as costas da mão, fazendo-o sorrir de canto diante de tamanha falta de modos.

- O que quer? - perguntou ela lhe encarando nos olhos. Sabia que aquela situação estava se tornando cada dia mais insustentável.

- Quero que fale comigo. - pediu ele em um tom suplicante - Que pare de fingir que aquilo não aconteceu.

- Mas não deveria ter acontecido!

- O que não muda o ato!

- Vossa Graça, senhorita…

Ambos viraram o rosto para encontrar Inoichi junto do Rei, ambos com roupas de caça.

- Majestade - disseram Sakura e Sasuke ao mesmo tempo, curvando-se em uma reverência.

- Iremos caçar para celebrar as boas novas! - disse o Rei alegremente.

- Boa novas? - repetiu Sasuke arqueando uma das sobrancelhas e passando a língua entre os lábios.

- Deus nos ouviu e a peste se foi. Agora enterraremos os mortos e daremos comida aos vivos!

- É uma ótima notícia, majestade - declarou Sakura.

O Rei virou-se para ela e sorriu, estendendo as mãos até os ombros magros da jovem.

- Terei boas notícias para você também, senhorita! Em breve! Agora vamos indo Inoichi, e podem arrumar seus pertences, amanhã partimos para minha amada Londres.

Sasuke e Sakura se encararam por um tempo, enquanto os dois homens saiam para a caçada. Ambos sabiam que o fim da peste ditava o início de uma guerra, e algo no tom de voz do Rei não deixou Sakura animada para saber qual seria a boa nova destinada a ela.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!!

Beijocas


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