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História O General - Cap XI


Escrita por: ManuNihal

Notas do Autor


Boa tarde gente linda!
Primeiramente, fora Temer!
Segundamente, quero agradecer o carinho de todos vocês. A cada capítulo eu fico mais boba e encantada com vocês, pessoas lindas que dedicam um pouco do seu tempo para ler o que escrevo, e ainda fazem comentários tão carinhosos. Não mereço tanto ❤❤

Quero deixar meu agradecimento a página Fanfics Sasusaku pela recomendação, OBRIGADA! Eu fico boooba quando isso acontece, sério, vocês são demais.

Agora, boa leitura! ^^

Capítulo 11 - Cap XI


Fanfic / Fanfiction O General - Cap XI

O General - Cap XI

 

 

Paxton – Fronteira da Escócia com Inglaterra

 

A mulher suspirou cansada, puxando os fios ralos do cabelo seco que caiam sobre sua face enquanto retirava, com a ajuda de uma pá feita de ferro, o jantar de dentro da fornalha que ficava na área coberta de sua casa. O haggis era o prato favorito de seu marido, e embora soubesse que ele não merecia tal demonstração de afeto, julgou ser a melhor maneira de se despedir do homem a quem dedicara a vida.

Colocou o haggis sob uma tábua de madeira e o cortou ao meio, checando se os miúdos de carneiro estavam bem cozidos, assim como o estômago do animal que servia de massa para o assado. Pegou a tigela de madeira, que estava lascada em várias partes por conta do uso e remexeu mais uma vez a massa que fizera com batatas nativas e outros legumes. Com ambos os pratos na mão, seguiu em direção à sua cozinha, onde o homem a quem queria se despedir mancomunava com outros, sobre o que fariam dali uns dias.

- Finalmente - exclamou Kizashi ao ver a comida - estava faminto.

Mebuki sorriu e limpou as mãos calejadas no avental sujo, trazendo logo em seguida um grande litro de uísque.

Os homens que ali pareciam selvagens vindos das histórias que sua velha mãe lia quando era criança se fartaram da comida e da bebida, batendo os talheres nos pratos ruidosamente, quando lembravam de usar os mesmos.

Suspirou e se retirou furtivamente, deixando uma carta mal escrita em cima da pilha de toras que usava para pôr fogo em seu forno. Seguiu até a lateral escura da sua casa, onde havia uma pequena trouxa de roupas e algumas lembranças de Sakura.

- Estão ocupados? - perguntou o jovem saindo das sombras.

- Sim Lee, só lembrarão de mim quando acabarem aquele litro de uísque.

- Tem certeza que quer fazer isso?

Ela apertou com força a trouxa no peito e olhou para o menino que se criara com sua menina.

- Se eu ficar, morrerei pela espada de algum inglês ou pelo desgosto de ver meu marido ir atrás de uma guerra. Prefiro partir, e sei que Sakura me ajudará.

- Confia no homem que lhe mandou a carta?

- Confio. Ele disse que eu poderia seguir pela fronteira e me deu o caminho, ele me deu moedas também, parecia aflito para me ajudar.

Lee assentiu com a cabeça, as mãos na cintura e o cenho franzido conforme seu pensamento se esticava. Ele não conhecia o tal homem a quem mandara diversas cartas para sua querida segunda mãe, mas sabia que ela tinha razão, e pela primeira vez temeu o que poderia vir da vontade de sangue do senhor Kizashi.

A colocou no cavalo que comprara com as moedas que o homem rico dera a sua senhora, como havia ordenado a mesma, e montou no seu próprio ruano, ordenando baixinho que ela o seguisse.

- É uma viagem de quatro dias pelo caminho que aquele senhor lhe mandou seguir. Ele estará esperando a senhora neste local?

- Disse-me que não poderia prometer nada, mas que eu estaria segura lá, e que em breve Sakura se juntaria a mim.

- Como era o nome dele?

- Itachi Uchiha.

Lee concordou e esporeou o cavalo, agora com mais força.

- Vamos rápido, antes que deem conta de sua ausência.

 

Londres - Inglaterra

Dois dias depois

 

O clima na corte não estava agradável, e embora o Rei estivesse feliz por conta do fim da peste, os problemas não pareciam fáceis de serem resolvidos. Com a morte de milhares de pessoas, dezenas de famílias ficaram desestabilizadas. Muitas mulheres sem os maridos para pôr o pão na mesa, muitas crianças sem suas mães ou pais, e muitos idosos sem ter quem olhasse por eles.

As plantações de trigo apodreciam no campo sem homens com força o suficiente para colhê-las, e como uma última tentativa, o Rei Minato pediu ajuda a sua pátria irmã, como chamava agora, a França.

O Rei da França, retornou o pedido imediatamente, feliz por ajudar um monarca que achava que era maior do que o próprio Deus, e iria certificar-se de que Minato nunca se esquecesse do favor pedido.

Naquela tarde ensolarada de primavera, o tintilar das espadas era ouvido de longe e muitas pessoas pararam em torno da arena para ver a famosa Sakura lutar com a princesa do reino.

Hinata era boa, atacava com rapidez e defendia com perfeição. Sakura apenas lhe dava algumas dicas no jogo de pés, já que a morena parecia um pouco enferrujada neste sentido. Depois de horas lutando debaixo do sol ardente, ambas pararam ao notar um servo se aproximar com um guarda sol, e outro com uma bandeja equilibrando um jarro cheio de limonada. Sorrindo uma para outra, ambas seguraram as mãos suadas em um aperto carinhoso e fraternal, caminhando lentamente em direção ao homens vestidos de forma pomposa, enquanto a terra se erguia em pequenas bolhas de poeira a cada passo de davam.

- Isto está ótimo - disse Hinata bebericando delicadamente um gole do refresco - preciso retirar essas roupas, estão me dando nos nervos.

Sakura riu e entornou o refresco, sentindo com prazer o gelo descer pela garganta.

- Não sei como pode tentar treinar de vestido.

- Obrigações. Meu sogro teria um ataque do coração se me visse usando seus trajes, e convenhamos, não queremos mais um problema.

- E como está Naruto? Perdão - disse se atrapalhando com as mãos - o príncipe.

Hinata gargalhou e largou o copo na bandeja, os dois servos ainda permaneciam de pé como estátuas que suavam copiosamente.

- Não se preocupe com os termos, digo, não quando fala comigo. Ele está bem, um pouco preocupado, pois temo que o Rei ande bem… incomodado com a atual situação da Inglaterra.

Sakura anuiu e ouviu um pigarro atrás de si. Ambas olharam para ver quem chegava e um sorriso grande fora estampado em suas faces.

- Itachi! - disse Sakura se aproximando e tocando a mão morena.

- Vossa alteza - disse ele fazendo uma reverência à Hinata - minha mais bela senhora - disse enquanto beijava a mão de Sakura.

- O que faz aqui, com tanto calor? - perguntou Hinata.

- Vim roubar momentaneamente esta selvagem de cabelos róseos, me permite?

Sorrindo Hinata concordou e Sakura teve e o braço delicadamente puxando, tomando o caminho de volta para o castelo.

- O que quer me falar que não pode ser na frente dela? - perguntou ela quando adentraram no frescor dos corredores cobertos, e longe de ouvidos curiosos.

- Está ficando esperta, gosto disso - respondeu ele sorrindo.

Caminharam em um silêncio que só era quebrado quando Itachi passava vez ou outra por um conhecido, e logo que Sakura percebeu, estavam nos aposentos de Sasuke.

- Pode abrir a boca - disse ela assim que Itachi fechou a porta. Ele virou-se para encará-la e cruzou teatralmente os braços em frente ao peito.

- Não acha que deve aprender uns bons modos, senhorita?

- Tem a ver com o sumiço de Sasuke? Eu reparei que há dois dias ele não aparece…

Ele ergueu uma sobrancelha e segurou o riso, ato que não foi realizado com muito sucesso, pois ela logo revirou os olhos e notou um queimor correr pela face.

- Embora o assunto em si não seja o meu irmão e sua saída pelo reino a mando do Rei, para que a senhorita acalme o coração preocupado, digo que ele já está de volta a corte, porém, em uma reunião com nosso tolo soberano.

- O que ele foi fazer pelo reino?

- Terá de perguntar a ele mais tarde, pois agora, eu quero lhe dizer algo muito importante.

Sakura se aproximou do moreno, que fez uma cara mais séria.

- Eu não havia lhe dito nada antes, pois não sabia das chances de tal coisa dar certo...mas hoje um amigo muito fiel chegou à corte com um recado.

- Do que está falando Itachi? - perguntou ela séria.

- Sua mãe fugiu de Paxton.

- O que? - disse ela arregalando os olhos e dando um passo para trás - o que aconteceu?

- Nada. Se acalme e me escute. Eu me comuniquei algumas vezes com sua mãe através de cartas, enviadas por alguém que percebeu que eu rondava a casa… o homem se dizia seu amigo, eu tive que me apresentar antes que fosse delatado.

- Quem era o homem?

- Lee.

Ela levou a mão junto à boca, imaginando mil situações em que ambos poderiam ter se colocado em uma breve conversa.

- Enfim Sakura, sua mãe aceitou se refugiar em nossa casa de campo, aqui no interior de Londres. Está há dois dias na estrada, e corre tudo bem.

- Por Deus, Itachi! - disse ela correndo e abraçando o amigo, com os olhos marejados - eu não imaginava tal coisa!

- Achei mais seguro… não sabemos o que irá acontecer agora.

Sakura concordou e se afastou de Itachi, secando algumas lágrimas solitárias.

- Quando posso vê-la?

- Falaremos sobre isso em breve, agora basta que saiba que tudo corre bem.

- Meu pai ficará como louco quando perceber sua fuga.

- Provavelmente já sabe, mas não tenho todas as informações.

- Espere… ela viaja sozinha?!

- Toma-me por tolo? Claro que não, seu amigo Lee lhe acompanha.

- Oh meu querido Lee…

Itachi sorriu e apertou os ombros magros dela com as mãos.

- Agora vá comer alguma coisa e descansar… logo meu irmão volta ao seus aposentos…

- Vá pentear macacos, Itachi…

O moreno gargalhou e se virou para sair.

- Lavarei sua boca com sabão antes disso!  - gritou ao fechar a porta, deixando-a em um mar de dúvidas e preocupações.

 

~~

 

A noite caíra com seu vento morno costumeiro de verão, e embora a sombra da morte ainda pairasse sobre todos como um espectro ruim, Kushina queria ter um jantar agradável em família. Esperou como sempre ser autorizada a entrar nos aposentos de seu marido, para então encontrá-lo junto a milhares de papéis e uma aparência nada simpática. Teria que jantar sozinha, mais uma vez.

- Meu senhor - disse de forma mecânica, esperando que isso o alertasse sobre seus atuais sentimentos.

- Sim, Kushina?

Ela mordeu o lábio pela total falta de atenção de seu marido, mas, como boa Rainha pigarreou e se aproximou dele o suficiente para que o fizesse erguer os olhos.

- Minha irmã nos fez uma surpresa nesta tarde.

- Sua irmã? - perguntou confuso - Lady Cristine?

- Sim. Ela mandou minha sobrinha para viver um tempo na corte… acha que é apropriado que encontremos um bom partido, e tenho fé que meu Rei não iria se opor a agradar minha família.

- É claro que não, arrumaremos um bom casamento.

- Por enquanto, ela servirá como minha dama. Será bom para aprender algumas coisas que lhe cabem.

Minato levantou suspirando e encontrou forças para sorrir diante de sua mulher, tocando-lhe as mãos geladas. Lembrou-se de que há muito tempo não se deitava com ela.

- Pode ter quantas damas de companhia quiser, faça o que achar melhor, minha Rainha.

- Irá jantar conosco?

- Eu preciso fazer umas contas… o cardeal Tazuna virá para me dar alguns conselhos…

Ela assentiu, sabendo o quão bom seriam os conselhos de um homem que servia a Deus.

- Mesmo assim… eu gostaria de lhe apresentar à minha sobrinha, afinal, somos uma família.

Minato levemente irritado com aquela conversa se afastou da mulher suspirando profundamente.

- Traga-a até aqui, assim ficará livre das boas maneiras e eu poderei pensar em paz.

Kushina engoliu a saliva que parecia navalha em sua garganta, mas sorriu, como uma Rainha sempre deveria fazer. Mesmo quando seu povo morria, seu marido vivia trancafiado mancomunado manobras para tirar mais dinheiro dos que restaram, ou quando tudo parecia estranhamente fora do lugar. Uma Rainha deveria sempre sorrir, e ela nunca esquecia tais lições.

Fugindo de tais divagações a mulher ricamente vestida virou-se para o servo que aguardava junto à porta, e com um aceno o mesmo a abriu, trazendo a tona uma jovem ruiva muito bonita, que discretamente se aproximou da tia.

- Majestade - disse ela fazendo uma reverência em frente ao Rei.

Minato por alguns minutos se perdeu pelos vales de seios fartos que pulavam para fora de um decote muito provocante. Quando a jovem se levantou, os cabelos ruivos lembraram sua mulher quando mais jovem, juntamente com a pele branca e lisa.

- Lady?

- Lady Karin meu senhor - disse ela se aproximando e segurando a mão que o Rei lhe estendia, para então beijar demoradamente o anel de rubi que vestia a pele ressecada - ao seu total dispor.

Um arrepio subiu pela espinha do Rei, juntamente com algo estranho no baixo ventre. Algo naqueles olhos lhe perturbou imediatamente, embora ele não conseguisse decidir se era a luxúria ou o erotismo implícito.

Pigarreou e sentiu uma grande vontade de desafogar a gola de rufos que agora lhe apertava o pescoço.

- Seja bem vinda a minha corte Lady Karin, espero que faça uma boa estadia. Não se incomode em nos pedir nada, gostamos de agradar quem é de nosso sangue.

Ela sorriu de uma forma perigosamente doce, se afastando logo em seguida com outra reverência.

Kushina observou cada reação daquela pequena apresentação, sabendo que agora, teria de ficar com os olhos bem abertos.

 

~~

 

Sasuke mascava algumas folhas verdes para tirar o amargor da boca depois da pequena reunião com o Rei, tentando absorver as coisas que haviam sido ditas, juntamente com as que teriam de ser feitas a partir daquele momento.

Com um toque discreto na porta Tenten apareceu, atenciosa como sempre, lhe trazendo uma boa dose de uísque e um prato recheado com salames e queijos.

Agradecido ele esperou que ela saísse, antes de virar metade da dose de uma vez só, coçando a barba já deveras grande com irritação.

- Finalmente - disse a voz de Sakura, o fazendo olhar novamente para a porta de onde ela entrava.

- Fiquei sabendo que estava com saudades… - disse ele em um tom de pura malícia, sabendo que irritaria a jovem.

- Não seja tão tolo… fiquei sabendo que estava aqui, na verdade quero saber das novidades.

Sasuke passou a língua pelos lábios e suspirou, bebendo o último gole da bebida e dando alguns passos em direção de Sakura.

- O Rei mandou que eu fizesse pequenas visitas pelos vilarejos que cercam Londres. Com o pouco tempo que ele me deu, consegui visitar alguns... e as notícias não são boas.

- O que quer dizer?

- Pequeno motins, em todo canto. As pessoas estão se unindo, planejando uma revolta contra o Rei.

- E você disse isso a ele?

- Obviamente. Ele não é um homem tolo Sakura, caso contrário teria perdido a cabeça há muito tempo. Minato sabe que o povo está insatisfeito, e isso vem desde o rompimento com a Igreja. Ele mandou destruir seus templos sagrados, tentou obrigá-los a rezar em outros, e o povo inglês é muito crente. Agora com essa peste, e com Inoichi arquitetando um plano por trás…

- Ainda não o delatou ao Rei? O que está esperando? - perguntou ela exasperada, dando um passo à frente.

- Ainda não… preciso do momento certo, ou ele não irá acreditar. Inoichi não sai do gabinete no Rei, mal consigo falar com meu senhor a sós.

- Ele sabe que você sabe.

- Sim, ele já sabe. E agora é o momento de andar sob ovos Sakura, a corte é muito traiçoeira…sem alguém para me acompanhar na denúncia, de nada adiantará. E os rebeldes nunca irão denunciar seu chefe, o homem que está lhes dando esperança.

- Mas Naruto, ele não acreditaria em você?

- O príncipe há muito se tornou uma criança que não sabe olhar com seus próprios olhos…Veja bem, se o Rei cair, ele reclama o trono, porém, não sabe governar. Quem o faria por ele?

- O Chanceler…

- Ele seria de ótima ajuda, não?

- Isso está ficando complicado…

Sasuke parou para observar as reações preocupadas da mulher à sua frente, sorrindo de canto no momento em que ela mordiscou o lábio de uma maneira tensa. O riso anasalado chamou atenção de Sakura, que ergueu os olhos e se deparou com o General lhe olhando de maneira profunda.

- O que foi… - perguntou um pouco mais baixo do que gostaria.

Ele se aproximou lentamente, sem desviar os olhos dos dela. Tocou a chemise branca encardida de poeira que ela usava e deslizou os dedos grossos pelo tecido até chegar no couro da calça marrom.

- Ainda não deseja ser minha?

A voz rouca junto daquele pedido a deixou aturdida, um tanto quanto surpresa pela ousadia de Sasuke.

- Eu nunca serei sua, General… - respondeu erguendo a cabeça e o fitando nos olhos.

- Não? - perguntou se aproximando perigosamente da boca dela, que se manteve totalmente parada, como uma rocha na terra.

- Nem todas as mulheres sonham com a sua cama - respondeu ela firme, enquanto ele sorria de canto, com os olhos cravados em sua boca.

O rosto dele se desviou lentamente, subindo até a orelha esquerda, e sem tocar a pele macia dela com a face, ele sussurrou:

- Vai implorar pra ser minha, Sakura...vou fazê-la implorar...

Ela fechou os olhos sentindo uma descarga elétrica perpassar por toda sua coluna, quase trazendo seu estômago para fora. Queria tocá-lo, queria senti-lo, mas quando ele se afastou passando a língua pelos lábios novamente, ela se recompôs, mesmo sabendo que sua face ardia tanto quanto o resto do corpo.

- Pode me dar licença agora? Tenho muito papéis para analisar - disse ele se encaminhando para a jarra de vinho.

Ela riu de canto, fechando os olhos momentaneamente enquanto pedia para Deus ajudá-la a não cometer uma loucura, como por exemplo, cortar aquela cabeça linda fora.

- Como desejar, General… - disse debochadamente, saindo do escritório e batendo a porta com força.

Tenten estava parada junto ao corredor com uma pilha de toalhas brancas muito bem dobradas, sendo equilibradas em suas mãos.

- Minha senhora? - perguntou confusa e curiosa.

- Não pergunte nada…

- Seu banho está pronto… - disse calmamente, já conhecendo aquela face vermelha como sinal de perigo.

- Ótimo - respondeu caminhando rapidamente pelo corredor até o quarto de banhos, e batendo a porta atrás de si.

- Esqueceu das toalhas…- murmurou Tenten com os olhos arregalados, pensando que era melhor voltar à sua cozinha.

Sakura retirou as roupas pesadas e sujas deixando-as de qualquer jeito no chão mesmo, sabendo que depois ajudaria Tenten com aquilo.

Se encaminhou nua até a banheira grande e larga que Sasuke utilizava, e gemeu quando os pés cansados tocaram a água quente. Deixou o corpo esguio e um tanto quanto mais magro do que o saudável mergulhar na água cheirosa pelos fluidos que Tenten colocara, e fechou os olhos quando a cabeça foi escorada na borda.

- Por Deus… - murmurou sentindo os músculos relaxarem depois de um dia exaustivo. Sua cabeça não parava de pensar nos segundos anteriores, junto à sala de Sasuke.

Aquele tom de voz, aquela presença…. tudo a deixava atordoada. Implorar para tê-lo? Ela nunca faria tal coisa, embora não pudesse parar de imaginar no que ambos fariam se isso acontecesse. Sentiu uma ardência no meio das pernas, e notou que quando estava com o General, normalmente sua intimidade ficava molhada. Deixou a mão deslizar por baixo d’água até as pernas lisas, tentando lembrar-se dos muitos pecados que sua mãe cítara sobre o próprio corpo. Mas a sensação em suas pernas era tão gostosa… Por que seria pecado?

Pela primeira vez levou a mão até sua intimidade, e gemeu ao contato do primeiro e discreto toque. Não sabia o que era aquilo, mas era muito bom, e pensar em Sasuke aumentava aquela sensação inebriante. Deixou-se levar.

 

~~

 

Tenten cortava as cenouras que usaria no jantar quando o servo do General apontou junto a cozinha, dizendo que havia uma visita inesperada na sala. A jovem secou as mãos no grande avental que usava diariamente e se encaminhou rapidamente para o cômodo indicado pelo homem, encontrando a última pessoa que esperava ver ali, a noiva de seu senhor.

- Vossa Graça - disse fazendo uma reverência - irei chamar o General.

- Não - disse a outra rapidamente, virando-se agora completamente de frente para a serva - eu vim ter com a, como dizer… protegida? Quero falar com Sakura, e é urgente. Chame-a logo.

- A senhorita Sakura está a banhar-se vossa graça.

- Então diga que seja rápida, tenho pressa.

Tenten concordou sentindo uma estranha sensação no peito, e encaminhou-se até o quarto de banhos. Com uma batida discreta se anunciou, e depois de alguns segundos, uma voz assustada a mandou entrar.

- O que quer Tenten? - perguntou Sakura quando a viu entrar e fechar a porta - a água ainda está quente, não quero sair daqui.

- Sakura… a cobra maior está aqui.

- Cobra maior?

Tenten revirou os olhos.

- A senhorita Yamanaka… e quer ter com você, imediatamente.

Sakura sentiu uma onda de raiva subir pelo corpo, até atingir a raiz dos cabelos róseos.

- Ah ela quer?

- Sim… - disse Tenten levemente assustada.

- Pois irei falar com ela, imediatamente.

Com um mergulho ela molhou os longos cabelos, para então se levantar da banheira de uma vez só, deixando Tenten vermelha, pois nunca ficara sozinha com alguém totalmente nu, sendo que mal olhava para o próprio corpo quando se banhava.

- Me alcance aquele chambre branco - pediu para a serva, que rapidamente se inclinou entregando a peça de seda para a mulher, que a vestiu com o corpo ainda molhado.

- Não é melhor se vestir minha senhora? - perguntou Tenten em um resmungo atrás de Sakura, que já abria a porta.

- Ela quer me ver imediatamente não?

Tenten não teve tempo de responder, pois já estavam novamente na sala. Juntou suas mãos e esperou um tanto quanto nervosa junto ao corredor, pronta para qualquer coisa.

- Queria me ver senhorita?

Ino a encarou de cima a baixo, fazendo uma cara de nojo.

- Sei que está longe de ser uma dama, mas nem sequer sabe se vestir adequadamente? Por Deus, Sasuke não sabe o que pôs dentro de casa…

Sakura sentiu a onda de raiva vir novamente, mas sorriu e se aproximou.

- Ora, eu não gosto de deixar uma dama como você esperando, ainda mais quando ordena minha presença assim.

Ino cerrou os olhos e sorriu debochadamente.

- Vim lhe dar a notícia pessoalmente, gosto de honrar meus negócios.

- Notícia?

- Sim, eu não irei mais treinar com vossa graça…

- Oh - respondeu Sakura ironica.

- Sei que entende… eu faço isso para o seu bem. E agora não precisa mais mendigar minhas moedas de ouro, seu marido é rico!

O sorriso no rosto de Sakura murchou por completo, pegando no ar o perigo e a verdadeira intenção daquela visita.

- Meu marido? - repetiu a olhando nos olhos.

- Sim… agora precisa ter mais tempo para os preparativos não é? Até porque você tem que ser completamente educada, não? Ou irá assustar a família dele.

- Do que está falando? - murmurou Sakura entredentes.

Ino deixou a pose de falsa amiga de lado e se aproximou sorrindo abertamente.

- Não sabe da novidade? Consegui um ótimo casamento para você, selvagem. E o Rei já aceitou… Kiba será um ótimo marido. Não como Sasuke, eu sei...mas nem todas podem ter o General.

- Hora sua… você não fez isso… - continuou Sakura apertando os punhos, não acreditando naquilo.

- Não deveria ter brincado comigo, Sakura. Eu não acho você uma pedra no meu caminho, até porque você nem sabe se comportar como uma mulher! Mas acha mesmo que eu não saberia do beijo que deu em Sasuke? - disse ela de forma hostil - agora vai beijar o seu marido...vai deitar-se com ele, vai dar filhos a ele, e eu vou estar rindo de dentro da minha grande casa, ao lado de Sasuke. Sua porca imunda.

O estalo do tapa fez Tenten arfar e levar as mãos à boca.

- Você não vai me humilhar, não. - disse Sakura dando outra bofetada tão forte no rosto de Ino que a fez cair ao chão, sendo protegida pelas milhares de saias que usava debaixo do vestido caro.

- Sua porca! - gritou a outra perdendo toda a compostura - eu vou te mandar para forca! - um vaso ao alcance das mãos finas da jovem foi atirado contra Sakura, se espatifando na parede ao lado.

Ino se levantou e se aproximou rápida como uma cobra, cravando as unhas na pele branca do pescoço de Sakura, puxando o chambre de seda para baixo do ombro.

Os gritos se iniciaram quando Sakura resolveu que ela deveria ganhar uma boa surra, e a derrubou no chão com raiva. Montou em cima da loura estapeando-lhe no rosto com força, arrancando tufos de cabelos e grunhindo, pois os seus também eram arrancados sem dó.

Tenten já havia corrido para a sala e Sasuke, junto de Itachi que aparecera a pouco iam em direção aos gritos.

- O que é isso? - perguntou Itachi encontrando a sala completamente desmontada e as duas mulheres a brigar como leões.

- As duas...elas…

Sasuke se aprumou e segurou Sakura com força pela cintura, a tirando de cima de Ino, enquanto Itachi se pôs a levantar a outra e deixá-la bem firme em seus braços.

- Mas o que diabos está acontecendo aqui! - gritou Sasuke olhando Ino completamente desestabilizada, com o cabelos emaranhados e muitos roxos pelo rosto.

- Essa sua selvagem - gritou ela a plenos pulmões - eu vou levá-la para forca, vou mandar que suas tripas sejam espalhadas pela corte! Imunda!

- Ino pare com isso! - gritou Itachi segurando-a com mais força, enquanto a mesma se debatia loucamente tentando se soltar.

- Ela...essa...essa louca! - gritou Sakura cravando as unhas no braço de Sasuke - me arrumou um casamento!

Ino gargalhou alto, completamente insana.

- Imagina quando chegar a noite de núpcias, Sakura?

- Que casamento?- perguntou Sasuke olhando assustado para Ino, que agora tinha os olhos desfocados.

- Kiba, meu amor, ele aceitou se casar com Sakura, não é lindo? - gargalhou novamente - e o Rei já permitiu, e fez muito gosto sabe?

- Eu não acredito… - murmurou ele enquanto Sakura bufava tentando se soltar.

- Me solte, eu não vou mais bater nela - ordenou ela com raiva, e ele a obedeceu.

Ino ainda sendo presa por Itachi sorriu, puxando teatralmente os longos cabelos para trás e ajeitando o vestido.

- Espero que as aulas que receberá de bons costumes sejam melhores que as porcarias de aula que você dá. Ora...você nem sabe receber uma visita, se porta na frente de dois homens com uma roupa dessas, mostrando a pele sem pudor! É uma rameira?

Sakura gargalhou se aproximando mais uma vez.

- Está falando de meus ombros? - disse ela olhando para a única parte do corpo que aparecia, com uma marca roxa - fala porque sabe que seu noivo deseja vê-lo em sua cama não é?

O sorriso de Ino fechou em um carranca de ódio.

- Sabe que ele quer, não é? Que pensa todas as noites nisso, e não em você sua coitada! E eu não preciso de homem algum, eu não preciso de aulas de etiqueta, eu gosto de ser quem eu sou, não uma fantoche de corte que só sabe se curvar a vontade de outros e acabar com a vida de muitos!

- Sua meretriz! - gritou Ino completamente ensandecida.

- Itachi, leve-a daqui.

O outro concordou e puxando Ino com força começou a tirá-la dos aposentos Uchiha. Sakura virou-se de costas e caminhou irritada até o escritório de Sasuke, encontrando a taça de vinho ainda cheia e a entornando com força.

Sua respiração estava completamente descompassada e o coração palpitava no peito.

Ouviu a porta abrir e fechar, permanecendo em silêncio até que o toque quente em seu ombro a fez acordar para tudo aquilo.

- Ele não pode me obrigar a casar, pode?

- Sakura, eu vou ver…

- Responda.

Um instante depois Sasuke puxou com força o ar.

- Ele pode fazer o que quiser, ele é o Rei. Mas eu não deixarei isso acontecer, você não irá se casar se não desejar.

- É assim que as coisas funcionam aqui, então? - disse ela se virando com raiva de frente para ele - é um jogo de mentiras, de sujeira. Casamentos assim? Eu não aceito me casar, eu vou embora hoje mesmo se for preciso.

- É maior que tudo isso e você sabe. Acha que Ino não está a par dos planos de seu pai? Não pode simplesmente sair daqui Sakura, nós vamos resolver isso.

- Tem razão - disse ela o encarando - ela deve estar a par de tudo, e mesmo assim é o noivo dela.

- Eu rompi o noivado.

Sakura sentiu um soco forte no peito com aquela informação.

- O que?

- Hoje na reunião com o Rei, eu rompi o meu noivado. A família dela ainda não foi notificada...o Rei fará tal coisa pois me deve favores também.

- Então…

- Acha que eu conseguiria?

- Eu não sei … - disse ela olhando para o chão completamente confusa.

- Queria lhe dizer só quando a família toda fosse avisada. Eu irei ter com Ino amanhã, quero fazer com honra.

Sakura concordou engolindo em seco, a taça perdida na mão. Seus olhos levantaram para fitar os dele quando o mesmo se aproximou, segurando o queixo arranhado com  a mão grande.

- E tem razão, eu não penso em outra coisa todas as noites que não seja você na cama, ao meu lado.

A puxada de ar foi interrompida pela boca dele, que recaiu sobre a sua. Sakura fechou os olhos, deixando que o toque dos lábios se acostumassem novamente, para então largar a taça no chão e envolver o pescoço de Sasuke com seus braços.

Ele suspirou e a abraçou com força pela cintura, provando mais do beijo que tanto ansiava em ter novamente. Buscou a língua doce de vinho, e deslizou a sua sobre ela, fazendo Sakura suspirar e se arrepiar completamente com isso.

As mãos na cintura fina queriam apertar mais, e apertaram. A boca pedia por mais, e logo a pele do pescoço foi tomada com ânsia e muita vontade. Os dedos finos dela logo encontraram o melhor caminho para os cabelos dele, que foram puxados até que o nó do coque se desfez deixando os fios caírem pelo rosto afobado.

- Sasuke…- gemeu ela enquanto mordiscava o lábio inferior e sentia a barba lhe raspar a pele.

- No fim… - tentava dizer ele, enquanto a pressionava contra o próprio corpo com força - eu que irei...implorar...por ...você …

Ela gemeu alto ao ouvir aquilo, e levou as mãos até a bunda dele, apertando com força e puxando para si. Não conseguia pensar muito no que fazia, só sabia que era bom e que seu coração pedia por mais.

Ela o beijou mais uma vez, para então afastá-lo com muita força de vontade, pois não era o que desejava fazer.

- Não podemos… ainda ...eu gosto das coisas certas…

Ele concordou, roubando-lhe mais um beijo afoito que durou mais tempo do que suas mentes nubladas tinham condições de sustentar.

- Eu vou...fazer tudo..certo.

- Certo - disse ela puxando o rosto dele para mais um beijo.

Ele se afastou, sabendo que não conseguiria fazer mais uma vez.

- Amanhã todos saberão que meu noivado será rompido, e eu resolverei seu problema com o Rei, e Kiba, e quem for preciso…

Ela concordou ainda tremendo, e se afastou indo em direção à porta.

- Eu aguardo por isso - disse antes de sair, deixando completamente perdido ali dentro.

Sasuke levou as mãos até os cabelos puxando com força os fios para trás, sentindo o coração bater contra o peito forte.

Pegou a jarra de vinho e entornou todo o líquido de uma só vez, era a única coisa capaz de acalmá-lo naquele momento.





 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!! Beijocas de luuuuz


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