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História O Hotel (Interativa) - O Quarto.


Escrita por: Beladantas

Notas do Autor


Hello pessoas!

Esse capítulo aqui demorou um pouco mais... Mas bem, aqui está, prontinho!

Capítulo 5 - O Quarto.


 

Capítulo Quatro.

 

 

Se algum dia lhe dissessem que estaria na situação que está agora, Valentina lhe diriam que estão loucos. Nunca em sua vida, passou sequer pela sua cabeça, a possibilidade de esse futuro existir. Mesmo com a usina, Valentina sempre fora muito racional e realista em relação ás coisas, e sabia, mais do que bem, que a estimativa daquela usina sofrer um acidente — ainda mais com aquele porte e a segurança que eles diziam possuir — era muito baixa.

 

E talvez fora por conta disso que Valentina foi uma das primeiras a apoiar quando as suspeitas em relação aquele lugar e aquela velha começaram a surgir. Tudo aquilo era muito irreal para ser verdade.

 

Não que não estivesse grata. Muito pelo contrário. Agradecia todos os dias mentalmente por não ter morrido, ainda mais pelo fato de ela estar dormindo, estar viva era tão ou mais improvável do que um acidente na Usina. Mas mesmo assim, acontecera, ou ao menos foi o que lhe foi dito e ela teve de acreditar. Primeiro que não vira saídas, e segundo que se havia a possibilidade daquilo ser real, não seria ela a arriscar morrer por radioatividade ou alguma coisa assim.

 

— No que está pensando, Gatinha? — Henri surgiu ao seu lado, assustando-a, mas não o suficiente para que não conseguisse disfarçar.

 

— Em nada que seja do seu interesse, Henri. — Respondeu Valentina, um pouco ríspida. Odeia pessoas que se acham, e, ao seu ver, Henri é uma das pessoas que mais se acha por ali. Não que ele não tivesse motivos para o fazer, mas considerava sua personalidade irritante.

 

— Está irritada, gatinha? — Perguntou ele novamente. Inconvenientemente, na opinião da garota.

 

 

— Não, não estou. E eu tenho um nome sabia? — Falou ela, mas sabia que mentia. Estava sim irritada. E muito. E a presença do homem ao seu lado apenas alimentava aquela irritação.

A questão era. Valentina, por mais que tentasse negar, é uma pessoa demasiadamente perfeccionista. Ela gosta das coisas em seu devido lugar e tudo do jeitinho que consideraria certo. O que não era o caso do que acontecia agora. Ela sentia que tudo estava no lugar errado e faltavam peças naquele quebra cabeça, no qual estava a sua vida. Esta, sendo uma pecinha muito pequena e peculiar envolta de outras peças robustas e complicadas. A questão era: Onde encaixar uma pecinha assim?

 

Jogou-se desleixadamente no sofá. Os outros já haviam ido dormir.

 

O homem sentou do seu lado. Esticando as pernas sobre a mesinha de centro.

 

— Tire as pernas daí. — Mandou, irritada.  Mas tudo o que o outro fez, foi continuar com as pernas imóveis sobre a mesa e fingir que não ouvira.

 

— Não. — Respondeu um tempo depois que a menina ficou lhe encarando.

 

— Você não deveria ir dormir não?

 

— Tina, eu tenho trinta anos. Não sou igual seus amiguinhos que precisam dormir cedo para estar disposto no dia seguinte.

 

A menina bufou. — Pois deveria. — Falou baixo.

 

Após longos minutos de silêncio e curiosidade vinda da garota, ela finalmente perguntou. — Você estava lá não estava? Quando o acidente aconteceu?

 

— Sim.

 

— E então? Como foi?

 

— Foi como qualquer outra simulação, só que mais assustadora, porque era real.

 

— Mas como você sabe? Tipo: Normalmente essas simulações só dizem que é, depois que acabou, porque se não vocês não levam o acidente a sério. — Perguntou ela, irritada pela falta de informação do homem e nervosa por não entender.

 

— Eu estava lá quando eles agendaram a simulação, e a não ser que ela tenha se adiantado uma semana, foi um acidente... Além do que, as únicas pessoas que podem ter certeza sobre como e o que foi o acidente, são os chefes de controle de segurança e quem cometeu o erro, isto é, se foi um erro humano... Mas acho improvável que algum deles tenha sobrevivido. — Ele falou, mas sabia que no fundo quase teve uma crise nervosa, quase explodiu quando as sirenes começaram a tocar, o deixando sem reação.

 

A menina ficou quieta por alguns segundos. Pensativa.

 

— Você viu a Sr.ª Turner lá? O salvando-o?

 

— Não... — Disse, um pouco sem graça. — Acho que por conta da radiação, eu acabei ficando inconsciente... E... — Desviou a atenção de Valentina por alguns segundos. — Olhe só quem vem aí! — Exclamou, alto.

 

Tina esperava qualquer pessoa, em exceção a idosa que via a sua frente.

 

— Senhora Turner! — Exclamou, sem graça. — E... Dylan!

 

O garoto loiro, por sua vez, pareceu muito aliviado quando a viu.

 

— Olá, queridos! O que fazem acordados a essa hora? — Perguntou, gentil demais para Valentina.

 

— Eu e Tina estamos batendo um papo... Sobre nossas vidas sabe... — Henri falou, recebendo um olhar fuzilante quando a senhora respondeu.

 

— Oh, espero que dê tudo certo com vocês dois, formam um casal bonito.

 

— Nós não somos um casal... — Valentina tentou protestar, mas foi interrompida pela velha.

 

— Oh, que isso! Não precisa esconder nada de mim. E por falar nisso... Vocês viram Herman por aí? Dylan me pareceu interessado em aprender a tocar ocarina. Acho que pode ser algo construtivo para ele, não acham?

 

Henri concordou com cara de deboche olhando para o menino.

 

— Com certeza.

 

No entanto, Valentina, parecia perceber o desespero implícito no rosto do garoto, lembrando das coisas que ele havia dito na noite em que as meninas se reuniram no quarto de Alasca.

 

— Sabe... Agora acho que já é meio tarde para isso... Herman provavelmente já deve estar dormindo. — Levantou-se. — Dylan, você poderia me acompanhar até o meu quarto? Estou cansada, hoje foi um dia e tanto!

 

Dylan assentiu e os dois correram escadas a cima, sem se preocupar se aquilo pareceria suspeito.

 

Não que Valentina simpatizasse tanto assim com o garoto, muito pelo contrário, achava ele irritante com seus achismos e trejeitos exagerados, no entanto, sua sensibilidade não a deixaria em paz e muito menos sua culpa caso alguma coisa acontecesse com ele.

 

— O que você estava fazendo lá? — Perguntou Tina o puxando para o quarto.

 

— Eu não conseguia dormir e a velha me achou, tive que inventar uma desculpa!

— Aprender a tocar ocarina foi a melhor coisa que você conseguiu inventar? Sério? — Perguntou ela, irritada.

 

— Eu entrei em pânico okay? Eu travo quando fico em pânico!

 

Tina fechou a porta, andando de um lado para outro, nervosa.

 

— Nós precisamos falar com o Andrew.

 

— O que? Nem ferrando! Eu não vou falar com aquele...

 

— Aquele o que Dylan? Pode parar com essas frescuras ok? Eu sei que você não gosta dele, mas no momento ele vai ser a pessoa que mais vai poder acreditar na gente!

 

— Desde quando ele acredita em mim?

 

— Desde que ele começou com todas essas suspeitas. Desde que ele acha que você sabe de alguma coisa. Mas o que ele não sabe é que você é idiota demais até para descobrir as coisas mais simples só porque ficou com medo!

 

— Mas eu...

 

— Cala a boca! — Cortou ela, bruscamente. — Senta aí. — Mandou.

 

Dylan não precisou ser muito sensitivo para saber que a menina estava muito irritada com ele. Podia ver a veia na sua testa latejando e sua mente criando inúmeras possibilidades.

 

— Vou chamar ele. Fica quieto aí.

 

 

***

 

Longos foram os minutos de espera, até que Valentina voltasse, com ela, Andrew e... Herman?

 

— O que ele está fazendo aqui? — Dylan perguntou se referindo à Herman.

 

— Nós achamos que ele poderia ser útil. — Valentina respondeu, procurando alguma coisa no seu armário.

 

— Útil no que? Acalmar a velha com essa flautinha estranha dele? — Perguntou ríspido, se encolhendo ao ver o homem muito maior do que ele lhe encarar, esnobe. — Quero dizer... — Murmurou sem graça. — Aaron sabe luta de rua, e ainda anda armado. Akai nunca falou nada, mas tenho a impressão que ele também o faz, Undyne é super forte e resistente e Crystal sabe fazer bombas. Quero dizer, todos aqui ou quase todos possuem pelo menos alguma qualidade que pode ser muito útil nesse tipo de ocasião e...

 

— Achei! — Tina exclamou antes que ele terminasse de falar. Estendendo alguns grampos e arames no ar. — Herman sabe abrir portas. É tudo o que precisamos.

 

Dylan arregalou os olhos quando percebeu o que iriam fazer. Prontamente começando a reclamar.

 

— Eu não acredito que vocês são tão insanos a ponto de entrar no covil daquela maluca! — Resmungava a cada cinco minutos.

 

Eles estavam saindo pelo corredor quando Andrew por algum motivo puxou Tina de volta.

 

— Você não acha que talvez Dylan esteja certo? — Perguntou ele, vendo Tina erguer as sobrancelhas em descrença.

 

— Não em relação a não ir. — Justificou. — Mas em levar alguém armado. Nós não sabemos o que vamos encontrar.

 

— Mas quem? — É fácil levar Herman porque é só encher um pouco a bola dele e ele já fica se sentindo... Mas, que outra pessoa viria assim? Sem querer explicações?

 

— Eu... Eu conversei com Aaron esses dias... Ele também acha que ela está manipulando a gente. — Sussurrou. Ocultando a parte em que ele que havia posto as dúvidas na cabeça do outro menino.

 

— Ótimo. Vá chama-lo. Eu vou descer com os meninos.

 

***

 

— Onde está? Onde está? Vamos lá portinha, não me decepcione... Nós não temos muito tempo. — Falava Dylan enquanto tateava as paredes de pedra no escuro.

 

Justamente agora, a luz havia queimado e a tarefa de encontrar a porta estava ainda mais difícil.

 

— Onde aquele maldito do Andrew está? Nós precisamos de uma lanterna, não vamos ver nada assim. — Sussurrou Tina ao seu lado.

 

E como em um passe de mágica, uma lanterna desceu as escadas.

 

Com medo de quem carregasse a lanterna, eles se esconderam em meio ás prateleiras de comida.

 

— Tina? — Ouviu alguém sussurrar e se sentiu milhões de vezes mais aliviada ao perceber que era Andrew que finalmente chegara junto à Aaron.

 

 

***

 

Longos minutos se foram apenas para encontrar e abrir a porta. Hei que toda a arrogância de Herman talvez não tivesse um fundo muito grande de verdade. Ele enrolou e enrolou até conseguir abrir a pequena porta, ao ponto de Valentina estar quase pegando aqueles grampos de sua mão e abrindo por si própria.

 

— É que ás vezes, as portas meio que se empacam mesmo, sabe. Ainda mais essas que tem muitas fechaduras... Mas vou fazer um ótimo serviço crianças, tenham certeza. — Falou ele, ao notar que não estava conseguindo.

 

Um click alto soou pelo cômodo fazendo com que todos se amontoassem ao redor do homem.

 

O cheiro de mofo forte que saiu do quartinho assim que a porta se abriu foi o suficiente para que eles se perguntassem se aquele quarto era realmente utilizado pela senhora.

 

Valentina puxou a lanterna da mão de Andrew apontando para o cômodo escuro e tomando a dianteira. O homem ainda ajoelhado por abrir a porta se tornando dispensável.

 

Entrou, corajosa, iluminando e observando tudo que podia. Inicialmente uma salinha pequena, com algumas estantes cheias de livros velhos e uma escrivaninha com um rádio em cima, perguntou se aquilo ainda tinha sinal e se era possível que eles usassem para pedir ajuda.

 

Andou ao redor, um barulho por trás de uma das estantes lhe chamando atenção. Pediu para que alguém a ajudasse a arrastar um pouco o móvel. Naquele momento, se sentia aérea, como se saísse de si para evitar o medo.

 

Mas seu coração voltou a acelerar ao ver uma passagem igualmente pequena por de trás da estante. Fingiu que não estava com medo, entrando pela passagem e sentindo os outros vindo atrás de si. O que poderia existir ali?

 

Qual não foi o seu terror, ao ver dois homens e uma garota desmaiados no chão gelado do quarto oculto. Seu primeiro impulso foi tentar ajudar. Mas seu sangue gelou ao perceber que um assobio alto se aproximava.

 

A Sr.ª Turner estava vindo.


Notas Finais


Então, me enviaram duas novas fichas e... Bem, ainda não inseri completamente os personagens na história, e gostaria de alertar que os dois tem o mesmo nome, e perguntar, se um dos usuários tem algum problema com isso. Eu pretendo usar os apelidos nesse caso. Mas caso vocês queiram, é só conversar com a outra pessoa sobre mudar ou não o nome.


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