História O Imperfeito pode virar perfeito - Nossa filha

  “Cada sílaba que saía da boca dele flertava comigo.”

- A Culpa é das Estrelas, Jonh Green.

No outro dia, Kathetine recebeu alta. Foi um alívio para Elena que não saiu de perto da pequena, depois da conversa com Stefan, até  Caroline ligar querendo conversar. A loira ainda estava em lua de mel. Elena tinha chegado há algumas horas, do hospital, com Kate e Stefan, já era à tarde quando Caroline ligou. 

- Só um segundo.- A morena falou ao atender o celular, encostando a porta devagar para não acordar Kate, que estava dormindo entre dois travesseiros, um de cada lado da cama.- Pronto, pode falar, Car.- Elena completou, calma, do lado de fora do quarto.

Ela encostou a porta, branca, do quarto e se encostou na mesma, imaginando o que Caroline tinha vivenciado na lua de mel, estava com tantas saudades da loira.

- Lena, nem te conto!- Elena riu.- Menina, casa logo! Certo que ninguém é como Klaus, mas sabemos. Acredita, que ele deixou eu comprar aquele kit de maquiagem?

- Aquele que valia teu salário? Caroline para quê tanta maquiagem?- Elena perguntou rindo, era um kit extremamente caro.

- Para ficar bonita, meu amor, além do mais, você sabe que não é sempre, que eu uso. Então, se depender de mim, o gasto vai valer a pena.

- Um ponto para você.- Elena concordou.- Mas tem maquiagem que não é dessa marca... nake, naike, nuke, ah merda, sei lá.  Que não é dessa marca e são boas. Não é questão de preço, é questão de duração.

- Ponto para você. Mas Naked sempre será Naked, querida. - A loira riu.- Mas e como a Kate está? Stefan me contou que ela caiu da escada. E você nem para me contar né! Poxa, Elena!

- Você estava em lua de mel, Carol, não queria incomodar. Quando você chegar conto toda a história,  é muito longa Car. - Elena falou lembrando de algo importante. 

- Próxima semana eu chego! Triste, eu sei, queria aproveitar mais. Mas quero que você me conte tudo, detalhadamente, Elena Gilbert! 

- Certo, te amo.

- Tá, não me faz chorar! Estou com saudades! Tchau amor. Te amo.- A morena pode escutar a loira mandando beijos.

- Eu também estou. Tchau Car.- Elena desligou e respirou fundo.

Precisava falar com Damon. Mas se ele que queria assumir a responsabilidade que falasse com ela, ela não iria implorar, ou sequer, se importar com paternidade, certo de que ele era o pai. Mas Stefan foi mais pai que ele! Entretanto, a morena tinha consciência, que aquilo ocorreu por culpa dela, por ter dito a Damon, no início, logo que descobriu a gravidez, sobre suas dúvidas.

- Precisamos conversar.- Stefan falou baixo indo até a morena.- No outro dia, só conversamos sobre mim, achei melhor não jogarmos mais bomba.- Sorriu.- Mas precisamos falar sobre nós, Lena. - Falou compreensivo.

Os dois podiam não se amar como um casal de apaixonados, mas em relação ao amor de amigos, eles se amavam e se compreendiam bastante.

- Sim.- Já imaginava o que era, ou melhor, sobre quem, Rebekah. - A Kate está dormindo, no quarto.- Apontou para a porta "encostada", estava fechada porém não na chave.- Podemos ir em outro lugar?- Elena falou, apontando para o quarto da mãe do rapaz, que era de frente para o dele.

Elizabeth estava assistindo televisão e não percebeu que os dois estavam falando sobre ela. Como a porta do quarto da mais velha estava aberta, Elena se sentiu mais tranquila em deixar Kate dormindo sozinha. A morena sabia que alguns machucados na filha seriam inevitáveis, mas, mesmo assim, procurava evitar a todo custo, que Kate se machucasse.

- Vamos para o antigo quarto de Caroline.- Era ao lado do quarto do casal. 

Elena assentiu o acompanhando. Ele abriu a porta, a morena entrou, o rapaz respirou fundo a fechando com chave, não queria ser atrapalhado, nem rodear o assunto. Logo estavam sentados um ao lado do outro, na grande cama de Caroline, que estava perfeitamente arrumada.

- Eu vi.- Disse num impulso assim que se sentaram. Stefan deu a perceber que não compreendeu e ela continuou. - Eu vi você e a Rebekah, no hospital. Não falei antes, porque achei que não deveria.

- Lena, me desculpe.

- Hey! Amizade acima de tudo, certo? Depois de tudo que passamos, nossa amizade foi algo na qual me apeguei mais do que tudo.- Sorriu, envergonhada.

- Nem sempre! Mas eu também me apeguei muito.- Ele sorriu doce e logo o rosto foi ficando sério.- Desde o início do nosso relacionamento, se é que posso dizer que foi- riram.- acho mais provável ser uma amizade colorida, emendada com uma mentira para sociedade, nós não nos amávamos. - Trocaram rapidamente olhares.- Quero dizer, não como namorados, ou noivos. 

- Você foi precipitado com o pedido de casamento.  Mas eu gostei, foi fofo. - Sorriu de lado. Ele pegou nas mãos da morena e a ajudou a deitar, ela começou a fazer circulos no abdômen do rapaz, por cima da blusa, aquilo gerava pequenos arrepios no loiro. - Eu gosto de você,  adorei nossa amizade colorida. Admiro você. Eu te amo. Mas você sabe que esse amor é fraternal. - Ele fez cafuné na morena, que se aconchegou mais a ele.

- Eu sei. Vamos ser sinceros aqui. Eu amo a Bekah, e você o Salvatore. - Ela riu.

- Salvatore?

- É,  o Damon. Nem venha mentir para mim, senhorita Gilbert! Eu lhe conheço muito bem!

- Tudo bem. - Corou. - O Damon é aquele amor de infância , sabe? Aquele que muda tudo.- Ela começou a falar e foi se lembrando. - Aquele seu amigo que vai falar com o rapaz que você gosta, dizendo que ele tá perdendo muita coisa e que você é especial.- Ela lembrou de quando ele foi falar com Matt, no bebedouro da escola, mesmo ela implorando pra ele não ir, ele foi. Ela deveria ter uns 12 ou 13 anos, na época. 

- Viu! Você o ama.- Ela assentiu, sentindo os olhos lacrimejarem.

- Promete guardar segredo?- Ela o olhou e ele sorriu.

Era óbvio que guardaria segredo.

- Prometo de dedinho, vem.- Riram, ao selarem o segredo, com os dedos mindinhos.- Parece aque alguém não vai mais se casar.- Ele cantarolou e começou a fazer cócegas em Elena.

- Para! Para! Hahaha, para! - Quando viu que eram cócegas suficientes, Stefan parou. - Não sou a única solteira.- Piscou levantando.- Posso ficar com a aliança?- Rodopeou o pequeno anel, em seu dedo.

- Deve. Pelo menos como prova da nossa amizade.- Ela sorriu.

- Então, já sei onde vou colocar.- Disse tirando a pequena jóia da mão esquerda e a colocando na direita, no dedo maior ou no dedo "médio" como chamam, ao mostrar para Stefan, ele riu.

- Ei! Não quero tomar no meu orifício anal.-Riram.

- Filho!- Escutaram a mãe de Stefan chamar, do primeiro piso.

- Oi!- Stefan gritou.- Pode entrar.

- Damon, está lá embaixo. - Ele olhou Elena, que respirou fundo.

- ESTAMOS DESCENDO. - Gritou mais alto.

- Não tem como adiar o inevitável. - Ele concordou com a morena.

- Eu estarei aqui, torcendo por você.- Stefan disse a abraçando, ligou a televisão do quarto e ela saiu, encostando a porta.

Segundos depois, Elena estava descendo as escadas procurando Damon. O achou sentado no sofá. 

-Oi.- Ele levantou, logo que a viu, a cumprimentando, em seguida.

- Oi.- Ela respondeu de volta.- É,  suponho que queira conhecer ela.- Ele confirmou. -Vem!- Ela o puxou pela mão,  sentiram uma corrente boa passando pelos corpos, um do outro.- Você tem que fazer silêncio, porque ela está dormindo.- Avisou, abrindo a porta devagar.

Ele quando viu a pequena se emocionou. Já tinha visto-a, mas não imaginava que era o pai daquele pequeno ser. Ele pensou no tamanho da dádiva que era. Definitivamente ser pai era a melhor coisa do mundo. Logo, o moreno de olhos azuis chegou mais perto de Katherine, se ajoelhando, acariciando as bochechinhas rosadas e se emocionou.

- Ela é linda. Nossa filha é linda, Lena.- Uma lágrima involuntária saiu do rosto de Damon, fazendo Elena sorrir e repolsar as mãos nos ombros de Damon.

- Sim, ela é perfeita, Damon. - Damon assentiu, levantando.

O moreno ficou de frente para a morena e segurou o rosto dela, de forma carinhosa. Ela fechou os olhos aproveitando momento.

- Eu ainda sou terrivelmente apaixonado por você, Elena Gilbert, e irei lutar pelo seu amor, querida. -Sussurrou, colando o nariz no dela, que se arrepiou, sentindo a respiração do moreno, colada a sua. Eles abriram os olhos e ficaram se olhando. - Oh céus, você entende isso, não é? Entende que para mim, não existe outra mulher e nunca irá existir, além de você.

- Não estou mais em um relacionamento, querido. Eu estou livre. Livre para você, Damon Salvatore.- Sussurrou, sorrindo.

- Ah, Elena! Justo agora que eu venho cheio de força pra lutar por você?- Eles se olharam. 

- Não precisa.- Sorriu o beijando,  selaram o beijo com selinhos.- Mas vai ter que fazer algumas coisas do meu jeito! Por favor!

- Tudo que você quiser.- Sorriu a rodopiando. 

- Hey! Nossa filha está dormindo.- Ela sorriu, o beijando, novamente. 

Se aconchegaram um ao outro, sentindo o som dos corações saltitando de alegria. Um novo ciclo se formava, com uma nova família.

- Mamãe?- Kate acordou, com o som das conversas.

Elena, pelo susto, se separou de Damon.

- Estou aqui, amor. - Elena sussurrou, indo ao encontro da filha.

- O que o senhor dos olhos azulzões, está fazendo aqui?- Ela perguntou encarando Damon, que sorriu.

- Oi. - Damon falou rápido com vergonha.

Elena puxou a filha para o colo e sentou na cama, batendo a mão, para que Damon sentasse ao seu lado.

- Não precisa ter medo, querida, ele veio lhe ver.- Elena respondeu, com um sorriso doce.

- Foi, é?- A pequena sorriu, envergonhada.

- Foi sim, pequena.- Damon falou, se aproximando de Kate.

- A mamãe precisa conversar com você e com o senhor dos olhos azulzões, você quer conversar agora? Por mim, pode ser depois.

- O que foi?- Kate perguntou curiosa olhando a mãe.

- Eu preciso que você preste atenção, certo? A mamãe ganhou você e achou que o seu papai, era o Stefan e ele sempre será, se você quiser. Mas a mamãe, também namorou o senhor dos olhos azulzões. Com isso, eu fiquei confusa, quem será que me ajudou a plantar a sementinha, para que a Kate viesse? No início, eu achei que fosse o papai Stefan e ele concordou em criar você, mesmo com a dúvida. Porque para ser pai, não precisa plantar a semente e sim rega-la todos os dias, para que ela cresça radiante.

- Então eu sou uma sementinha?- Kate perguntou prestando atenção em cada palavra.

- Você era, quando estava na barriga da mamãe. Mas foi crescendo e virou a criança linda, que é hoje. Você é linda, sabia? - A pequena confirmou.

- Você sempre diz isso.- Ela disse sorrindo.

- É porque é verdade. - Damon falou chamando a atenção da pequena, que logo o olhou, ele piscou para ela, sorrindo de lado.

- Ele piscou para mim, mamãe!- Ela disse gargalhando.- Você viu?- Elena confirmou sorrindo.

- Vamos continuar com a história, certo? O papai que planta a semente é o seu papai de sangue. Lembra que no hospital, precisaram colocar uma agulha, aqui.- Apontou para o bracinho da pequena, que confirmou.- Então, a mamãe precisava saber quem havia plantado  a semente para ajudar você a se recuperar rápido. Eu não sabia se era o  papai Stefan, que tinha plantado a semente, e para sabermos foi preciso um exame. O senhor de olhos azulzões e o papai Stefan, fizeram ele. No exame confirmou que o seu papai de sangue e semente, é o senhor dos olhos azulzões. Mas o Stefan é o seu papai de criação, que regou a sementinha e ajudou a cuidar de você, para que virasse essa linda e doce, garotinha. Se você quiser, pode ter dois papais.

- Mas, eu me comprometo de agora em diante, regar a sua semente. Tudo bem? - Damon falou, olhando para Kate.

- Então, o senhor é meu papai?- Ele assentiu.

-Sabe como ele se chama? - A pequena negou.- Damon, Damon Salvatore.

- Ou você também me chamar de papai.- Damon sussurrou e a pequena estendeu os bracinhos, para que ele a pegasse.

- Você é tão bonito, e é o meu papai!-  Ela disse doce e o abraçou, ele correspondeu a abraçando apertado, de volta.

- Eu sou seu papai sim, querida, e papai do Theo, também. Ele é seu irmãozinho.- Damon respondeu.

Os três ficaram algum tempo conversando, mas Damon teve que ir embora e Kate pediu para falar com Stefan, que ainda estava no quarto de Caroline, ansioso para saber como tudo ocorreu.

- Stefan?- Elena o chamou dando algumas batidinhas, na porta.

- Pode entrar.- Ele disse e se assustou, quando viu Kate caminhando ao lado da morena.

- Alguém quer muito falar com você...- Elena falou empurrando Katherine que estava com as mãozinhas unidas, envergonhada.

- É que hoje eu conheci meu papai, Damon... mas eu queria ver o meu papai, Stefan, também.- Ela disse parada na porta, quietinha.

O coração do loiro se encheu de amor e carinho. Ela era tão doce.

- Vem aqui, com o papai, querida. Precisamos conversar, não é? E a mamãe vai nos deixar sozinhos para termos uma conversa de pai e filha, tá bom, Lena?- Elena assentiu, encostando a porta, mas deixando uma fresta para escutar a conversa.

- Mamãe disse que você ainda é o meu papai, mas o meu papai de criação.- Ela disse subindo na cama, com ajuda dele.

- Claro que sou, eu amo você.- Disse aconchegando ela, ao seu lado e desligando a televisão.- Você é minha filha, de coração.- Pegou a mãozinha dela e a levou ao seu coração. - Aqui é onde o amor acontece, quando amamos alguém nosso coração bate forte de felicidade.

- Então eu amo você, muitão, muitão assim.- Puxou a mão dele, levando ao pequeno coraçãozinho.- Eu estava com medo do senhor dizer que não é mais meu papai.

- Eu ainda sou seu papai, mas acho que para você não se confundir com os papais é melhor me chamar de tio. Titio Stefan. O que acha? Prefere papai? Pode me chamar do que quiser. Eu ainda estarei aqui para o que você precisar, pode ter certeza, querida.

- Gosto de titio, Stefan.- Sorriu.- Mas talvez, chame dos dois. Sabe que eu não decoro muito rápido algumas coisas, né?- Ele negou.

- Ah é? Então acho que vou precisar encher você de cócegas para decorar!- Ele riu, a abraçando, e levantando para cima e pra baixo, sorrindo com as gargalhadas da pequena.