POV Evanna
- Estava ótimo – Matt se referia ao almoço que eu mesma fiz.
- Obrigada, meu amor – Fui até ele e sentei em seu colo passando um dos meus braços pelo seu pescoço.
- Sabe, meu aniversário está chegando e... – O toque de seu celular atrapalhou minha fala.
- Só um momento – concordo e saio de seu colo.
“Oi”, “uhum”, “claro”, “muito obrigado, Sr. Brown” e “tchau” foram as palavras decifráveis que eu ouvia Matt dizer.
- Evanna, vou ter que ir – Abaixo a cabeça, pois fiquei com um pouco decepcionada. – Ei, não fica assim, de noite eu venho para ficar com você. – Ele me dá um beijo na testa.
- Tá tudo bem – Dei um pequeno sorriso – Trabalho em primeiro lugar.
- Valeu por entender, tchau – Saiu como um foguete pela porta.
O mesmo acontecimento ocorreu na noite retrasada, parece que ele não é mais o mesmo.
POV Rupert
- Emma? Alô? Emma? – Eu tentava falar com ela, mas a ligação estava péssima, havia uma barulheira estranha.
- Oi, Rupert? – Emma parecia estar gritando – Alô?
- Emma, tá me ouvindo?
- Rupert? – ela ainda tentava escutar – Depois te ligo, beijo.
- Não, Emma, espera – não deu tempo e ela desligou – Droga – falei ao desligar o celular.
POV Emma
Rupert acabou de me ligar, porém não conseguimos se falar, eu estou em um bar e o som está muito alto o que dificultou a ligação, tentei até ir ao banheiro para escutar melhor, entretanto nada melhorou.
- Tudo bem? – Joshua perguntou quando eu voltei para a mesa.
- Tudo sim – sorri – Era só meu amigo dos EUA.
- Ah sim – ele me estendeu a mão – Vamos dançar – fiquei meio receosa em aceitar porque não sei dançar direito, mas logo me lembrei do Rupert ensinando-me a dançar e pensei “Porque não?”.
X
POV Evanna
(02h00min)
Senti a cama afundando, como um corpo deitando do meu lado, na parte vazia da cama.
- Matt – chamei-o sonolenta.
- Sim?
- São 02 da manhã – olhei no visor do celular, enxergando os números meio embaçados.
- É eu sei.
- Só isso? Eu fiquei o esperando igual uma idiota. – me virei ficando cara a cara com ele.
- O que? – ele fez uma cara de interrogação.
- Não se lembra do “A noite eu venho para ficar com você”?
- Ahhh é verdade.
- Não acredito nisso, o que está acontecendo com você, hein? – perguntei indignada
- Ei, abaixa o tom, eu estava trabalhando.
- Até as 02?
- Sim – as minhas expressões só sabiam transmitir raiva – Olha, você não sabe como é lá na empresa, depois que meu pai saiu tudo ficou de pernas pro ar.
- Você não tem tempo para nada que envolve nós.
- Não é assim.
- Não? Tá me fala o que é mais importante pra você eu ou questões do seu trabalho? – ele parou para pensar antes de responder – Você ainda para pensar?
- Evanna, meu trabalho é importante, são muitas ações, dinheiro...
- Dinheiro? Nossa você está parecendo cada vez mais com seu pai. – ele suspirou – Olha, meu aniversário é daqui a alguns dias e queria você comigo, dá para ser?
- Claro, eu prometo.
- Ótimo – me viro para parede e fecho os olhos desejando que o sono me consumisse.
X
POV Emma
(03h27min)
Cheguei em casa morta e meus pés me matando por causa de um salto preto, sigo para o meu quarto sem fazer muito barulho para não acordar meus pais. A noite com o Joshua foi maravilhosa, sim eu liguei para ele de tarde, não tinha para fazer a noite a não ser ficar em casa vendo TV. Joshua era um cara de 27 anos, cabelos castanhos e olhos azuis penetrantes, ele é um charme de homem e muito simpático. Conversamos sobre tudo desde arte até a ultima vez que nos apaixonamos por alguém, conversar com ele é muito bom e chega a ser estranho o tanto de coisas que temos em comum.
Tomei um banho gelado rápido, vesti uma camisola leve e fui para a minha cama. Quando eu estava quase caindo no sono, meu celular começa a tocar.
- Alô – atendi com uma voz bastante sonolenta.
- Ah, Emma, como você está? E seus pais? Já não está na hora de voltar? Está todo mundo aqui com saudades, hoje eu estava vendo aquele filme que você gosta e nossa, ele é tão chato, como você...
- Rupert, são quase 4 da manhã! O que você quer?
- Oh. Desculpe-me, ainda não me acostumei com seu fuso horário – bufei – Desculpe, só estava com saudades sua.
- Não, tudo bem – coloquei a mão na consciência – Também sinto sua falta, só mais três domingos.
- Ok, beijo, tchau, durma bem.
- Beijo – desliguei.
X
POV Evanna
- Bom dia – sorri para Matthew, acordei animada, pois tinha uma coisa para contar a ele.
- Bom dia – ele deu um sorriso tímido e se senta na mesa do café junto a mim.
- Antes de a gente sair, eu para a faculdade e você para o trabalho, tenho algo a contar.
- Pode falar – tomou um gole do café forte.
- Isso – retirei dois papeis retangulares da bolsa e o entrego.
- Passagens? – Ele levantou a sobrancelha.
- Sim – sorri de orelha a orelha – Sempre quis ir a Itália, país dos amantes, sabe? Veneza... E queria passar meu aniversário e mais um dias lá com você, o que acha?
- Eva... Éhhh que – ele balbuciou
- Tá tudo certo, Matt, até o hotel que vamos ficar e...
- Não vai dar.
- Oi? Como assim? – meu sorriso murchou.
- Não tenho tempo pra isso.
- Mas você disse que estaria comigo no meu aniversário.
- Sim, no dia do seu aniversário, de noite, pois é o único horário que tenho “livre” – fez aspas com a mão – Desculpe, mas isso não dá pra mim. – e saiu sem acabar o café e me deixou lá sentada com uma cara de tacho.
Queria tanto que o tempo voltasse, o poder subiu a cabeça dele, cadê a pessoa por quem eu me apaixonei? Uma vez eu vi um filme onde o personagem falava "Se sua casa estivesse pegando fogo, tudo se acabando e você tivesse somente 60 segundos para salvar algo, o que você levaria?" Eu levaria o que mais amo e ele? Talvez o que constitui seu cofre, posso desconfiar de tudo agora. Fiquei meio desolada e cabisbaixa, me levantei e guardei as passagens na bolsa novamente, sinto falta da Emma, ela me daria um abraço agora mesmo e diria o famoso: “Eu te avisei”.
POV Emma
- Ei, demorei muito? – me sentei na mesa do canto de uma cafeteria.
- Não, esperar por você é uma dadiva. – Joshua como sempre galanteador
- Posso saber o porquê desse convite? – Olhei o cardápio
- Bom você me chamou para sair ontem e achei que não teria problema em chama- lá para tomar café.
- É também não vejo problemas – ri.
- Ah, já pedi nosso café da manhã.
- E o que pediu?
- Dois cafés fortes e dois pedaços de bolo de laranja – fiz cara de pouco agrado – O que foi?
- Nada demais, só que... Bolo de laranja?
- Você não gosta? Eu posso trocar.
- Não, tudo bem – dei um sorriso com os lábios – Não é tão ruim assim – até porque não teria como saber que meu bolo favorito é o de chocolate, quer dizer, acho que contei para ele ontem, acho que não prestou atenção nisso, bem, Rupert não erraria.
O café da manhã foi muito agradável, conversamos ainda mais e trocamos sorrisos, já estávamos na porta da cafeteria indo embora.
- Foi ótimo passar a noite e a manhã com você – ele disse com um olhar sedutor.
- Também acho.
- Posso fazer uma coisa? – ele perguntou sugestivo.
- Sim – concordei meio que entendendo o que ele queria e que na verdade eu também queria.
Ele chegou mais perto e uniu nossas bocas e uau como ele beija bem, nossas línguas dançavam em um ritmo bom e lento aproveitando cada segundo enquanto ele me apertava na cintura, logo que terminou ficamos se olhando e soltando risos tímidos estando ainda grudados. Meu celular começa a tocar, vejo quem está ligando e é minha mãe, obviamente preocupada comigo.
- É a minha mãe, melhor eu ir.
- Certo, até qualquer dia – nos abraçamos.
E segui caminho até a minha casa sem acreditar no que acabou de acontecer.
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