História O incrível agora - This Is What Makes Us Girls

POV Daniel

(Sexta, 22:30) 

- Caralho, quem é agora? – eu olhava para o alarme que correspondia 22:30 da noite – Já vai – gritei enquanto batidas na porta e o som da companhia invadiam o apartamento inteiro. Abri a porta com certa dificuldade , culpa da minha lerdeza após despertar .

- Bonnie ? – indaguei – O que está fazen... – ela me fez não concluir a fala , passando como um foguete por mim, adentrando a minha sala com um olhar preocupado e andando de um lado para o outro . – Bonnie ? – ela me ignorava – Ei , dá para me responder? – perguntei chegando mais perto .

- Desculpa – ela levantou a cabeça e assim pude ver seus olhos vermelhos e sua boca tremendo . – Porque só acontecem coisas ruins comigo?

- Não fala assim – a abracei – O que houve?

Ela se desvinculou do abraço e olhou em meus olhos.

- Eu não posso, eu não consigo dizer.

- Como assim? Você pode me contar tudo.

- Não, isso não.

- Bonnie, acima de tudo somos amigos e eu vou te apoiar.

- Você promete que ficará do meu lado?

- Prometo.

- Ok... Eu... Eu – ela gaguejava.

- Você? Por favor, me conte logo.

- Eu matei uma pessoa.

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POV Emma

- Só falta essa semana, pare de choramingar.

- Tá, tá – Rupert resmungou do outro lado da linha.

- Bem, eu tenho uma surpresa.

- Surpresa? – Percebi o entusiasmo em sua voz.

- Isso mesmo, na verdade vou deixar para quando voltar para os EUA.

- Odeio esperar.

- Desculpa meu bem, mas vai ser melhor assim.

- Ok, eu espero que sim.

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​POV Daniel

- O que? Não, você está de brincadeira, olha, se isso for brincadeira... – ela atrapalhou meu sermão.

- Brincadeira? Não percebeu o meu estado? Estou o dia inteiro assim – ela se senta colocando as mãos no rosto se entregando ao choro.

- Bonnie, você está me deixando assustado! – me sentei ao seu lado pousando meu braço por cima de seus ombros – Me fala, vou te ajudar.

- Não! – ela arregalou os olhos – Você não pode.

- Por quê?

- Você não pode se envolver, por favor, não - ela colocou as duas mãos em meu rosto.

- Bonnie, eu faria tudo por você.

- Eu sei você é uma ótima pessoa e de bom coração – ela acariciava minha face.

- Então, deixe-me ajuda-la.

- E se der algo errado ?

- Primeiro , me conte o que aconteceu .

- Tudo bem – ela olhou para baixo – Quando eu tinha por volta dos meus 17 anos comecei a me envolver com muita coisa errada , festas , bebidas , drogas ... Rupert tinha acabado de sair de casa para vim pra cá , ficando só eu , meu pai e minha mãe , parecíamos uma família feliz mas só parecíamos mesmo , meu pai sempre me cobrando para ser melhor , ele queria que eu fosse a filha perfeita e a minha mãe sempre passando a mão na minha cabeça , me ajudando e me aconselhando . Foi em uma noite que fui a uma festa com uma ex-amiga minha, Ivy, nós duas éramos super populares, íamos a todas as festas do bairro, enfim nessa festa bebemos muito, até perdi meus sentidos, eu estava completamente por efeitos do álcool , com o desenrolar da festa um menino apareceu , dando em cima de nós duas e como estávamos bêbadas e não sabíamos qual o limite se envolvemos com ele, fomos parar em um quarto de motel, onde ele começou a dar muito mais em cima de mim, eu já estava ficando enjoada por causa da bebida e sinceramente tinha algo dentro de mim dizendo para não continuar e... – ela suspirou olhando para cima.

- E? – tentei faze-la continuar a história.

- Fui ao banheiro para me recompor, passei uma agua no rosto e voltei para o quarto não avistando mais Ivy, porém vi uma sombra na varanda presumindo que seja ela, o menino estava sem blusa deitado na cama e me chamando para deitar com ele, foi ai que eu e ele começamos a se beijar, foi ficando mais intenso, ele tirou minha blusa...

- Bonnie, me poupe dos detalhes disso – disse constrangido.

- Calma – ela me olhou – Então, aquela sensação ruim começou a me vir na mente de novo, tive a ideia de talvez cheirar um pouco antes de começar, sabe? Só para relaxar, cheirei a droga e ele também, voltamos a cama já um pouco lúcidos e de repente ele começa a se mover de um jeito estranho, pergunto se está tudo bem e não me responde, tremedeira passa pelo seu corpo tento ajudar, mas não dá certo, ele grunhi e uma espuma branca aparece em sua boca, ou seja, ele estava entrando em convulsão, fiquei muito nervosa e não sabia o que fazer, gritei por Ivy, ela apareceu no quarto com um olhar assustado olhando para toda aquela situação, lembro-me que a perguntei o que faríamos e ela só falava: “temos que sair daqui”, não queria deixa-lo ali, porém se ficasse ali obviamente seria enquadrada pela policia por ter consumo de álcool e drogas ali, fiz algo que achei que seria certo, vesti minha blusa e peguei o telefone que ficava em uma mesinha do lado da cama e liguei para a emergência pedindo que chegassem rápidos e claro, não me identifiquei apenas dei o endereço do motel e numero do quarto. – Bonnie começou a chorar de novo e a abracei. – A minha cabeça girava, lembrando daquela cena, porque eu o deixei lá? Porque o fiz cheirar cocaína? Fui tão estupida, desci as escadas do motel correndo, Ivy pegou um táxi e eu preferi ficar ali próximo do motel, ela me chamava de louca, mas queria ver a ambulância chegando e como ele sairia de lá, ela me deixou e fiquei do outro lado da rua observando tudo atrás de um poste, a ambulância chegou uns 20 minutos depois, esperei ele sair lá de dentro impacientemente , quando o vi estava em uma maca com um pano em cima dele , o corpo estava parado e não podia ser eu não queria acreditar, só caiu a ficha assim que escutei o medico falando com o enfermeiro que ele estava morto. – Ela me abraçou mais forte chorando ainda mais, eu tentava entender a história, uma coisa que eu jamais podia imaginar.

- Isso me persegue até hoje – ela tentou secar algumas lágrimas – E meu tormento não acaba ai, Ivy que se dizia minha amiga tinha gravado com uma câmera escondida tudo que aconteceu no quarto, ela queria fazer uma sex tape minha, fiquei sabendo disso quando comecei a me afastar, diante disso começou a me ameaçar com esse vídeo e a morte da minha mãe também tem haver com ela. Ivy me fez ir em uma festa onde tinha homens indo atrás dela, deu algo de errado com as drogas que ela fornecia então me levou para encoberta-la, fiquei com medo e liguei para minha mãe e bem, noite chuvosa, minha mãe desesperada dizendo que iria me buscar o mais rápido que podia e o resto você já sabe.

- Bonnie, fica calma, olha para mim – ela me encarou com olhos inchados e vermelhos – Vai ficar tudo bem, não foi proposital.

- Você está com vergonha de mim não está?

- Para ser sincero, não, não estou – segurei sua mão – Agora me fale , como posso te ajudar .

- Tire esta ideia da cabeça , você não pode , já não basta o Charles .

- Charles ?

- Meu melhor amigo da Inglaterra , o conheci quando me afastei da Ivy , ele sabe da história e agora está tão envolvido nisso , não quero que você entre nisso .

- Bonnie , eu só quero te ver feliz e para isso faço o que for preciso , por favor , sei me cuidar e se for preciso cuido de você também .

- Se alguma coisa acontecer com você ou com Charles vou me odiar para sempre .

- Não vai .

- Bom , a Ivy está aqui , em Manhattan , trazendo consigo o vídeo daquele dia e tudo veio a tona , vim para cá pra ter uma nova vida e esquecer do passado , ser uma outra pessoa , não beber , não me drogar , eu estava indo bem , até ela aparecer , o que eu faço ?

- Ei , vamos arrumar um plano .

- Oi ?

- Sim , você escutou bem .

- Isso é loucura , Charles pensou no mesmo , estava até pensando em vim pros EUA  .

- Então , que ele venha . – ela franziu a testa – Formaremos um time e essa tal de Ivy não terá chances .

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POV Evanna

Já era a terceira vez que eu ligava para Matthew e nada , eu estava aqui sentada em uma mesa sozinha no seu restaurante favorito como marcamos na manhã passada , como essa noite ele estaria de folga,  na quarta vez que ligava uma voz desconhecida atendeu .

- Alô – era uma voz feminina .

- Matthew ? – indaguei .

- Oh , não , aqui é Isabela , bem , ele tá no banho , quer deixar recado ?

- Banho ? Isabela ? Oh , Meu Deus .

- O que foi ?

- O que foi ? Você ... – suspirei fundo – Quer saber? nada , tchau – desliguei o celular com uma certa , aquilo não podia estar acontecendo comigo , parece que alguns anos da minha vida estão voltando .

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POV Bonnie

(Sábado, 09:45)

- Charles! – o abracei fortemente no meio do aeroporto.

- Ai, sua linda como você está?

- Indo, né?

- Ih, não fica assim, a vingança é doce, você verá – ele riu – E me fala quem é esse deus grego do seu lado.

- Deus grego? Aonde? – brinquei – Este é o Daniel, Daniel este é o Charles – apresentei os dois.

- Ele sabe da... – Charles falou baixo.

- Sim, ele sabe – sorri.

- Ótimo, a coisa que eu mais quero agora é colocar aquela vadia atrás das grades.

- Já tenho um plano. – Dan se pronunciou. 

- Hum, que homem eficaz, já gostei. – rimos.

(14:40)

- Vamos, coragem! – Charles bufava.

- Você fala isso porque não você que vai ligar para ela.

- Medrosa! É só marcar um jantar e pedir para que ela leve... Bom, você sabe.

- Tá, vou conseguir.

- Assim que se fala. – Charles sorriu.

- Bonnie, só uma duvida, como ela te achou aqui e como te ameaçou?

- Ela deve ter meu numero ainda e ficou mandando um monte de mensagens para mim e me achou, presumo pelas minhas redes sociais.

- Ah, sim – Dan se conforma.

- Vamos logo, querida, não temos o dia todo.

- Concordo – Dan riu de lado.

- Ai, o deus grego concordou comigo.

- Pare de chama-lo de “deus grego” – fiz aspas com as mãos.

- Ciúmes? – Charles me provocou.

- Vão se catar – peguei o celular para ligar para Ivy.

(20:56)

Faltavam poucos minutos pro jantar começar e minhas mãos já suavam, Charles estava sentado em uma mesa de canto que dava para observar tudo que ocorria na minha mesa e Dan do lado de fora conforme o combinado. Avisto uma mulher de cabelos pretos escorridos e olhos da cor de mel adentrar o restaurante, Ivy. Ela caminha até meu encontro, ao chegar a minha mesa aperta minha mão.

- Bom te ver, Bonnie – ela se senta.

- Idem – dou meu melhor sorriso falso.

- Então, para que irá precisar das? ... Bem, você sabe – ela olha para os lados.

- Vou dar uma festa amanhã a noite.

- Ué, o que aconteceu com a santinha? Desistiu?

- Digamos que sim – dei um sorriso malicioso – Quero voltar atrás e fazer essa cidade ferver.

- Uau e já que me pediu uma coisa, também quero te pedir algo, que eu vá nessa festa e que eu fique na sua casa por alguns meses e que bom que Rupert tá morando com você, quero tanto aquele ruivo na minha cama – quando ela falou de Rupert meu sangue ferveu como assim ela fala do meu irmão?

- Claro, só me confirma quanto tem ai? – olhei para a bolsa aparamente grande.

- Uns 3 kg.

- Mais que eu pedi boa garota – sorri.

- Estou feliz por você ter se tocado, podemos ser como antes – sinalizei Charles pelo celular mandando um “ok” por mensagem embaixo da mesa enquanto ela se distraiu bebendo vinho.

- Também estou feliz, mas por você finalmente ter o que merece.

- Como assim?

- Vejam a bolsa dessa moça – Dan apareceu junto a Charles apontando para Ivy.

- O que está acontecendo aqui?

- O que está acontecendo? Bem , você caiu em uma armadilha e olha , pensei que fosse mais esperta.

A policia encontra as drogas dentro da bolsa de Ivy e a leva para a viatura.

- Você me paga – ela saiu gritando e se debatendo com as mãos já presas pelas algemas.

(23:10)

- Eu estava nervosa demais – falei para Charles enquanto assistíamos TV no meu quarto.

- Eu sei disso, não parava de tremer – ele falou colocando um punhado de pipoca em sua boca.

- Sem você, eu não seria nada.

- Eu te amo, florzinha.

- Também te amo.

- Sabe quem você deveria ver agora?

- Quem?

- O deus grego.

- Ah, é verdade, vou falar com ele – dei um beijo em sua bochecha – Já volto – sai da cama e fui até a porta.

- Vai lá... Casal 20 – o escuto falar “casal 20” quando saio do quarto.

- É o que? – gritei já na sala.

- Nada, falei nada , você que está escutando demais – ele gritou de volta , ri e fui até o apartamento da frente, toquei a campainha e esperei ser atendida.

- Oi! – sorri ao ver Dan com os cabelos molhados, sem camisa (MEUDEUSDOCÉU) e com uma calça moletom cinza.

- Oi, entra – ele abriu espaço para entrar.

- Queria te agradecer por estar do meu lado, bolar esse plano maravilhoso, nem sei como agradecer.

- E nem precisa – me deu um beijo na testa.

- Me fala como conseguiu combinar isso com a policia?

- Tenho meus contatos – sorriu de lado.

- Hum, Senhor. Misterioso.

- Pensei que fosse “Rei dos babacas”.

- Perdeu seu posto, pelo menos por hoje.

- Você também.

- Ah, é?

- Sim, “Rainha dos idiotas”.

- Eu te adoro – chego mais perto dele e o abraço.

- Também – ele acaricia meus cabelos.

- É legal não brigar com você. – repouso minha cabeça no seu ombro e ele coloca suas mãos em minha cintura.

- A gente combina.

- Também acho, já fizemos muita merda, mas mesmo assim somos boas pessoas, certo?

- Certíssimo. – ele me põe de frente a ele – Nos merecemos. – sorri com meu melhor sorriso verdadeiro.