POV Autora
- O que está fazendo aqui? – Bonnie perguntou
- Eu que te pergunto, não estava em Londres? – O homem questionou.
- Vim pra cá para começar a faculdade.
- Vai morar aqui agora?
- Isso mesmo.
- Vou ter que te aturar todos os dias, que porra.
- Como é que é?
- Eu moro aqui – apontou pra porta a frente.
- Não, me diz que é brincadeira.
- É a mais pura verdade.
- Você tem sempre que estragar tudo.
- Eu? Foi você que veio pra cá, até agora pouco estava tudo numa paz.
- Você é ridículo.
- Você que é.
- Ei, ei, vamos parar? – Rupert se intrometeu – Pelo visto já se viram, entre Daniel – olhando para os dois com reprovação.
Daniel entra e se senta no sofá acompanhado de Rupert.
- Rupert, querido e abençoado irmãozinho, o que este traste está fazendo aqui?
- Eu tinha marcado de jogar com ele esta noite.
- E é isso que acontece nos sábados à noite. – Daniel completou
- Como assim? Vocês não saem?
- Eu só às vezes, agora esse aqui – apontou para Daniel – quase todas as noites.
- Quase todas? Porque não poderia ser todas? Logo hoje? Cheguei a New York hoje e já tenho que aguentar esse estupido?
- Calma criancinha , daqui a pouco eu saio , tenho que ir a boate – Dan disse rindo – Bem vinda a New York.
- Bem vinda ao inferno, isso sim! Arrgh, puta que pariu, que raiva – ela saiu batendo os pés para o seu novo quarto.
- Rupert, crianças podem xingar ?
- EU OUVI ISSO ! – gritou e bateu a porta.
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- Meu bebê está namorando! – Emma começou a brincar com Evanna
- Tá, tá bem, chega.
- Desculpa as vezes que desconfiei dele.
- Tudo bem, eu entendo, você só queria me proteger.
- Vem vamos ver seu seriado favorito.
- Você é a melhor amiga que alguém pode ter. – Emma sorriu com o dizer de Evanna
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A companhia tocava no apartamento chique dos irmãos Grint, Rupert se levantou para atender.
- Filho! Como é bom te ver! – Sr. Grint abraçou o filho- Soube que Bonnie está aqui e vim vê – lá.
- Pai, ela é... – Rupert se referiu a jovem mulher (comparada ao seu pai) do lado do Sr. Grint.
- Oh, claro, essa é Ângela, minha noiva. – O Sr. Grint a abraçou pela cintura.
- Prazer em conhecê-la! – Rupert apertou a mão da mulher e esboçou um sorriso falso. – Entrem.
- Daniel! Como está? – Sr. Grint o abraçou.
- Estou ótimo e vejamos que o Senhor também – Dan olhou para o casal.
- Sim, estou e como... – Sr. Grint e Ângela se olharam de forma apaixonada dando nojo nos dois rapazes ali presente. – Bem, Rupert, cadê Bonnie?
- Está no quarto, vou chama-la. – Rupert foi a caminho do quarto.
- Bom, se me derem licença, eu vou indo! – anunciou Daniel.
- Não, fique, tenho que acertar as coisas do casamento e envolve um pouco você.
Daniel olhou desconfiado.
- Já não era para você ter ido embora? – Bonnie falou andando pelo corredor se referindo a Dan – Papai? – disse ela quando reconheceu pai assim que chegou à sala, o abraçou fortemente com um enorme sorriso.
- Minha filha linda, senti sua falta – ele sorriu - Ah, esta é Ângela, minha noiva.
Quando Bonnie olhou para Ângela a expressão de felicidade acabou.
- Oi – ela disse sem olhar nos olhos da mulher.
- Tive uma ideia, vou pedir uma comida chinesa por minha conta e esclareceremos tudo sobre o casamento. – o trio concordou.
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- Pai? O senhor está fazendo aqui? – Matthew falou ao ver o pai sentado em sua poltrona.
- Vim até seu apartamento pra conversar.
- Posso saber sobre o que? – Matt se sentou do lado de seu pai.
- Filho, a empresa corre perigo e não só ela.
- Que? Como assim?
- Há alguns meses atrás fechei negocio com uma empresa que ao meu visto enriqueceria ainda mais a nossa empresa, porém de alguma forma o dinheiro só diminui, as estáticas não mentem.
- Você tem certeza que foram eles?
- Só pode ser! E o pior essa determinada empresa não é uma empresa, não está nem registrada, oh, meu filho, não sei o que fazer, eles são estelionatários.
- Porque você não entra com algum processo em cima deles?
- São perigosos, podem querer me matar, matar você ou até alguém próximo da gente.
- Próximo da gente, como a mamãe?
- Sim! Filho tem mais alguém com que devemos nos preocupar?
- Não – Matt falou com firmeza.
- Ótimo, só nos três, devemos comunicar sua mãe e... – Matt interrompeu.
- Sim – ele suspirou – tem mais alguém – Matt disse sombriamente se recordando.
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- A comida estava ótima – Sr. Grint comentou enquanto tomava seu vinho.
- Então, o que tem pra falar? – Rupert foi direto.
- O casamento é em um mês e meio, e bem conto com a presença de vocês lá. Bonnie, querida, a dama de Ângela desistiu e pensamos se você pudesse substituí-la.
- Nem fuden... – a garota recebeu um beliscão de seu irmão por baixo da mesa – Claro, papai, será um prazer – ela sorriu falsamente.
- Que bom! E como a antiga madrinha desistiu, o padrinho fez o mesmo, então seria legal ver você e Daniel entrando pela igreja.
- O que? – Os dois gritaram surpreendidos
- Por favor! Vocês vão me fazer muito feliz se fizerem isso.
- Não vou a lugar nenhum com ele. – Bonnie protestou
- Muito menos eu – Dan reclamou.
- Olha, se aceitarem posso recompensa-los depois.
- Não, senhor, não aceito dinheiro fácil. – Daniel disse
- Tenho que concordar com o traste – Bonnie se irritou – Eu vou tudo bem, mas pai, dinheiro não resolve nada.
- Daniel? – Sr. Grint fez cara de pidão
- Tudo bem, aceito, entro na igreja com ela – Dan fez cara de tédio.
- Graças a Deus! Mas se quiserem a proposta ainda está de pé.
- Não quero seu dinheiro.
- Orgulhosa e briguenta igual sua mãe.
- Ah, que saudades da mamãe! – Bonnie suspirou.
- Aceite, é passado – Sr. Grint sorriu.
- Que? Você fala da mamãe assim? “passado” – ela estava transbordando de raiva.
- Querida, sua mãe morreu há sete anos siga em frente, eu prometo que vou ser uma boa madrasta, até melhor que sua mãe. – Ângela falou com a voz mais irritante do mundo, talvez seja a voz dela mesma.
- Quieta – Bonnie gritou, assustando Dan e Rupert – Não compare você a minha mãe, uma mulher guerreira, carinhosa, cuidou de mim e do Rupert com um amor indescritível, melhor pessoa que eu conheci na minha vida.
- Filha, depois que sua mãe morreu você ficou mais rebelde, fala tudo na cara das pessoas , briga , é orgulhosa demais, cadê a menina doce que eu conhecia? – seu pai falou com um tom baixo tentando acalma-la.
- Falta de amor, essa é a causa! – ela começou a lacrimejar.
- Bonnie, se acalma ok? – Rupert a abraçou.
- Como vou me acalmar com meu pai se casando com mais uma?
- Ela tem nome – Sr. Grint disse raivoso.
- Gente, vamos se acalmar! – Daniel quis trazer a paz de volta.
- Daniel, você é igualzinho a ela, só vê dinheiro, dinheiro a cima de tudo, porque não vai logo para a boate? Parece meu pai, podre de rico e com uma puta a cada fim de semana.
- Você não me conhece – Daniel falou incrédulo.
- Pessoas como vocês – Bonnie apontou para Ângela e Daniel – Tenho nenhuma vontade de conhecer.
- Cale a boca, garota! Você fica ai se doendo pela sua mãe, mas foi você que provocou o acidente de carro de sua mãe, se você não tivesse naquela festa que ela mesma te proibiu, ela estaria entre nós até hoje! É você que estraga tudo – Daniel se exaltou.
Bonnie se soltou dos braços de Rupert e foi para seu quarto.
- Desculpe, eu não queria... – Daniel tentou se readmitir.
- Tudo bem, eu acho. – Rupert falou triste por relembrar essa história – Acho melhor você ir.
- Nós também vamos! – Sr. Grint e sua noiva saíram do apartamento junto a Dan.
- BONNIE! Abra por favor, vamos conversar – Rupert bateu na porta da menina.
- Me deixa em paz! – Bonnie estava com a voz chorosa.
Rupert também não pode disfarçar a tristeza, já tinha se passado sete anos, mas sabe uma pessoa maravilhosa e sem defeitos? Era a mãe deles, no inicio foi bem difícil aceitar a morte, Bonnie quase entrou em depressão por achar que tudo é sua culpa, ela e Rupert ficaram sem se falar por oito meses, ele culpava a garota, sim, Rupert já foi bem ignorante, entretanto ser assim não combinava com ele, voltou a falar com irmã e a dar apoio. Bonnie mudou de doce ficou atrevida, com uma língua afiada, ela ainda é uma boa pessoa, mas só com quem também é de bem, ainda se fere quando falam de sua mãe, durante os anos, o pai não deu muita atenção e começou a procurar mulheres para “amar” ou como Bonnie mesmo fala: cobrir o vazio que Sra. Grint deixou. Rupert era um menino bondoso, com o falecimento de sua mãe, começou a ter atitudes semelhantes com a do seu pai, ficou mais fechado em questão de sentimentos. Insuficiência de amor.
Sentiu um apertou no coração e mandou uma mensagem para quem poderia contar:
Para: Teimosa <3
Posso ir aí?
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Emma e Evanna riam com FRIENDS , quando o celular de Emma vibrou , ela leu e ficou curiosa, “o que ele quer, a essa hora da noite?”.
Para: Ruivo <3
Claro, te espero!
Emma estranhou, mas voltou a assistir o seriado.
(minutos depois)
A companhia toca.
- Quem será ás 01h30min da manhã? – Evanna indagou.
- É o Rupert.
- O que ele quer a essa hora?
- Não sei, vou abrir a porta.
- Ok, qualquer coisa estou no meu quarto.
Emma foi abrir a porta, se deparando com um ruivo com olhos vermelhos de quem chorou e muito cabisbaixo.
- Posso entrar? – ele perguntou baixo.
- Sim – ela deu espaço e fechou a porta – O que houve?
- Tem algo que você deve saber, é sobre mim e isso ainda me afeta.
- Vem – ela deu a mão a ele – Vamos ao terraço o céu está bonito, sei que deve estar meio frio por causa do inverno chegando hoje, entretanto algo tem que te deixar melhor, vai ser agradável, venha – ela o levou até lá.
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Alguém batia incansavelmente na porta de Bonnie Grint.
- Para, Rupert! Já disse para me deixar sozinha! – ela gritou.
As batidas não cessaram, só pararam quando a pessoa que batia escutou passos até a porta.
- Rupert, eu... – Bonnie olhou pra cima – Daniel? O que faz aqui? E como entrou no apartamento?
- Eu tenho a chave – ele tirou uma chave de seu bolso para mostrar e logo guardou – Vim aqui pedir perdão pelo o que eu disse, você é ótima, sério, você é corajosa, às vezes penso “uau queria ter essa coragem pra dizer isso”, algumas pessoas estranham seu novo jeito, mas eu o adoro! Você não me assusta só me impressiona a cada vez mais, não se esqueça disso. A culpa não é sua, você é incrível.
- Obrigada – ela agradeceu com lagrimas descendo – Sabe você é como um veneno pra mim é intenso, é instigante, é perturbador. Desculpa o que disse sobre você, você tem um coração e eu sei que é bom – nesse momento ela sentiu uma enorme vontade abraça-lo, mas Bonnie e Daniel demostrando afeto? Impossível – Eu só tenho uma magoa enorme em relação ao falecimento da minha mãe, ela estava indo me buscar daquela festa de drogados, a chuva naquele dia não parava, pista escorregadia... – ela começou a chorar e virou o rosto pro lado a fim de não olhar para Daniel enquanto chorava – Você pode ir, por favor? Quero ficar sozinha.
- Claro – ele tocou levemente os cabelos ruivos e foi instantâneos os pelos do braço se arrepiaram eletrizante. – Tchau – ele se virou e foi embora. Bonnie observou a deixa de Dan, com a cabeça encostada do lado da porta, ainda se debulhando em lagrimas.
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- E foi isso que aconteceu – Rupert terminou de contar a história com certo olhar de tristeza.
- Oh, Rupert, meu anjo! – Emma o envolveu num abraço acolhedor e ficaram assim por bons segundos – Espere aqui vou fazer um café para nós dois.
- Não, fique, por favor.
- Tudo bem – eles ficaram mais próximos ainda , um abraço que curaria as magoas passadas .
- Eu tenho tanto medo de te perder . – Rupert declarou .
- E você não vai – Emma falou em espécie de sussurro e beijou sua bochecha delicadamente .
E ficaram assim uma boa parte da madrugada , deitados , encostados numa parede do terraço , não querendo que aquele momento acabe , um sentindo a respiração quente do outro nessa noite fria de New York .
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O celular de Eva começou a tocar .
“Essas pessoas não dormem ?” – perguntou consigo mesma , ainda meio sonolenta pelo breve cochilo que teve . Ela pegou o celular da cômoda e viu (ainda com a vista meio embaçada) que era Matt .
- Matt , oi , o que houve ?
- Oi , precisamos conversar .
- Tá , mas porque sua voz está meio ... Sei lá ... Sombria , estou ficando preocupada .
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Primeira noite de inverno. É hora de escolher um bom casaco para que se aconchegar, o frio vai ser intenso.
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