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História O Instituto Kamashichan - A Entrevista (parte I)


Escrita por: FucsiaB

Notas do Autor


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Capítulo 2 - A Entrevista (parte I)


Pov. Yumi

Levantei-me preguiçosa como sempre, logo meu entrevistador iria chegar, fui até o meu guarda-roupa e pela primeira vez na vida me preocupei em vestir algo apresentável, não demonstrava, mas estava nervosa a pressão é muito grande, minha irmã estudou naquela Instituição e inclusive... Seria avaliadora este ano, simplesmente horrível! Pergunto-me se algum dia eu serei tão incrível quanto ela, Akemi...

Akemi era simplesmente à melhor desenhista que o mundo já viu, em uma família de desenhistas isso significa alguma coisa, mas eu não sei nem segurar um lápis direito, simplesmente NÃO tenho talento para isso. Às vezes meus pais me olham com uma cara de desprezo, nem disfarçam, e minha mãe constantemente me lembra do quão incrível minha irmã é e de como eu deveria ser como ela, e de como ela ficaria feliz se eu saísse do computador por um instante, ou como ela chama, "janela para o mal", é, meus pais odeiam toda e qualquer tecnologia, ou melhor, dizendo, odeiam tudo que eu gosto, não temos nem micro-ondas, qual é?

Conquistei vários prêmios por minhas invenções, mas nunca ganhei o reconhecimento deles, mas talvez eu consiga isso se eu me destacar de verdade, pra começar que estudar no Instituto Kamashichan já vai elevar muito a minha moral com a minha família, e quem sabe... Eles consigam... Consertar-me.

Quero ser como Akemi, mas não consigo nem desenhar as vistas de um objeto! O que é horrível sinto-me a ovelha negra da família.

Enquanto pensava, peguei uma calça social e uma blusa azul de manga comprida, deixei meus cabelos soltos, já que são muito curtos, apenas os penteei.

Olhei-me no espelho e me espantei como eu era parecida com Akemi... Ao menos fisicamente, os mesmos cabelos negros e curtos, e os famosos e raros olhos vermelhos, sim eu tenho olhos vermelhos, herdei da minha mãe, assim como Akemi; meu corpo também era magro e pálido como o dela.

Pergunto-me como podemos ser tão parecidas, e ao mesmo tempo tão diferentes.

Sou retirada de meus devaneios com a voz da minha mãe me chamando:

- Yumi!! Venha para a sala! O entrevistador chegou!

Era meio óbvio pelo jeito dela falar que estava impaciente, ela achava uma perda de tempo eu tentar entrar no Instituto "Saber concertar algumas coisas não é um talento" era algo que ela me dizia constantemente e eu estava disposta à provar o contrário.

Desci as escadas e estava passando pelo jardim, indo até a sala.

Para a minha surpresa não estava nervosa, tinha um objetivo em mente, e faria qualquer coisa para que...

- O que você está fazendo aqui?! - perguntei assustada

Era Akemi.

- Pensei que o entrevist... - fui interrompida

- O que você pensa que está fazendo? -disse Akemi calmamente

- Ora, oque você acha? Indo fazer a entrevista! -Disse irritada

- Você realmente acha que vão te aceitar? -falou Akemi com uma voz debochada

- Saia da minha frente -disse tentando manter a calma

- Que talento você tem? Sabe consertar umas coisas, e daí? -Falou Akemi com um sorriso no rosto

- O que foi Akemi? Tem medo de que eu me torne melhor que você? –Falei tentando intimidar ela de alguma forma

- No dia que você se tornar melhor que eu, vão chover esquadros - Disse Akemi com um sorriso gigante no rosto e as mãos na cintura

Mas desta vez eu apenas a ignorei, continuei seguindo até a sala, e pisando duro, poderia tentar fingir que não, mas aquela conversa havia me abalado.

Cheguei até à sala, e um homem baixinho e gordo me esperava no sofá, me pareceu gentil, era meio calvo e vestia um paletó laranja que contrastava com o roxo de sua gravata, e mais ainda com o verde limão do sofá, é... Minha mãe tem uns gostos meio escandalosos para cores.

Sentei-me em uma cadeira na frente dele, e esperei que ele falasse alguma coisa.

Ele levantou a sobrancelha esquerda e passou a me analisar, senti que estava nua, aqueles olhos cinza eram muito intensos, era impossível desviar a atenção.

- Vamos começar? - perguntou simpaticamente

Fui com a cara dele.

Pov. Takashi

Já havia algum tempo que eu tinha me levantado esta manhã, fiz tudo no automático e quando percebi, já estava de cara com o entrevistador.

Minhas mãos começam a suar.

Estou nervoso.

A aparência do entrevistador era no mínimo singular metade do cabelo era loiro, um loiro bem claro, e a outra metade era azul claro; tinha as pernas finas e o tronco largo, um dos braços tinha várias tatuagens de gatinhos além disso, tinha uma monocelha grossa.

Não notei que estava fazendo uma cara de estranheza enorme, mas ele notou... Tanto que fechou a cara para mim, ficou com uma cara claramente emburrada, e depois passou à me analisar.

- Que tal começarmos logo isso garotinho? -disse se acomodando melhor no pequeno sofá da minha casa

Ele estava visivelmente desconfortável.

Claro, devia estar acostumado com muito conforto e luxo, não é da minha conta, mas não pude deixar de reparar em suas roupas de seda e o colar extravagante que ele carregava.

- Sim, podemos - disse me sentando em um banco, na frente dele.

- Supondo que você estivesse em um ambiente está lotado, você fica perto das paredes, evitando o centro ou você procura ficar no meio, onde tem mais pessoas? - perguntou casualmente

Como assim? Que tipo de pergunta é essa? A entrevista já começou?

Resolvi responder, mas estava confuso, esperava que ele perguntasse algo sobre o que eu sabia fazer.

- E-eu acho q-que evitaria o centro - respondi nervoso

Bom, ele tem uma ficha nas mãos, dois papéis, um eu suponho que esteja com as perguntas, mas e o outro? Talvez tenha minhas informações, lembro que ao fazer minha inscrição tive que inclusive fazer um texto falando das minhas habilidades e conquistas; acho que por isso, não haverá necessidade de perguntar sobre as minhas habilidades, já que serão testadas na fase dois.

Ele me olhou de relance, anotou algo no papel e voltou a me olhar.

- Com qual esporte você mais se identifica? - perguntou ele

Isso não pode ser sério, que tipo de pergunta é essa?

- Não me identifico com nenhum, costumo correr um pouco pela vila nas manhãs, mas apenas para não ficar sedentário, para a saúde.

Mas que palhaçada é essa?

Pov. Ken

Estou tão calmo quanto à brisa que passa pela janela do meu quarto, esperei tanto por esse momento, me sinto sereno, é o início da minha libertação.

- Está nervoso? - perguntou meu irmão Akira de repente surgindo no meu quarto

- Você sabe que eu nunca estou - respondi dando um pequeno sorriso

- Que bom, porque o entrevistador está aqui - ele respondeu se sentando ao meu lado na cama.

Olhei para ele, seus olhos estavam com olheiras, e ele parecia abalado.

- Prometo que voltarei para te tirar desse lugar - falei e o abracei em seguida

- Prometa que vai ser feliz, não volte... você merece ser livre, não se prenda mais a essa casa por minha causa.

Ia falar, mas ele me interrompeu.

- Falo sério - ele disse olhando no fundo dos meus olhos

Não queria discutir com ele agora, além do mais... O entrevistador havia chegado minhas malas já estavam prontas, afinal, quando essa entrevista acabasse eu partiria para Kyoha para fazer o resto dos testes.

Direcionei-me para a sala da casa, minha mãe estava sentada no sofá ao lado do entrevistador.

- Ah, oi querido, o entrevistador está aqui! -Falou com falso entusiasmo

- Tá, se puder me deixar sozinho... Quero acabar logo isso - falei sem graça

- Não querido, não quero que acabe falando besteira - ela falou com um sorriso na cara.

- Na verdade.. -interrompeu o entrevistador

- Sim? -perguntou a minha mãe

- Ele não pode ser acompanhado, deve estar só - o entrevistador falou simplista.

Minha mãe estava visivelmente aborrecida, se levantou e passou por mim, sussurrando em meu ouvido:

- Não faça nenhuma bobagem

Eu fui para o sofá e me sentei ao lado do entrevistador.

Senti uma vontade enorme de estragar tudo, só para aborrecer a minha mãe, mas então me lembrei do que estava em jogo, a minha liberdade...

- podemos começar? -o entrevistador me perguntou

Ele me parecia tão comum... Um paletó preto, sapato preto, uma gravata bege e os cabelos loiros bem arrumados. Nada nele chamava muita atenção, nem mesmo a sua voz, que era tão neutra que chegava a irritar.

- Claro... -respondi automaticamente


Notas Finais


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