POV. Luiza
Fechei os olhos me permitindo relaxar, soltei o ar pela boca e praguejei-me mentalmente por ter ido atrás dele.
Tenho a leve impressão que esse meu jeito impulsivo e meio nervoso, ainda vão me levar pro fundo do poço. Mas as vezes também, quando eu penso de mais, nunca faço a coisa certa; não no momento.
Aí Deus, me ajuda!
Senti meu coração apertar assim que meu dedo deslizou pela tela do celular recusando a ligação de Caio. Não sei se estou agindo certo - mais uma vez - mas sei que no momento essa é a coisa certa à fazer!
- Toc, toc...- olhei em direção a porta do quarto e só enxerguei seus cabelos loiros platinados. - É aqui que uma garotinha em apuros precisa de socorro? - sorri de lado e revirei os olhos.
- Lembrou que tem amiga? - sentei na cama.
- Nunca esqueci, apenas estava ocupada de mais! - deu um beijo na minha testa e sentou-se na cama.
- Claro, até porque o João é mais importante que sua melhor amiga...- cruzei os braços olhando para o lado.
- Ai Luiza, para de dr...- se auto-interrompeu. - Você vai chorar? - seu tom era de incredulidade, não virei para encará-la.
- Não! - senti minha garganta dar um nó.
- Luiza? - não olhei pra ela. - Luiza olha pra mim! - se aproximou parando na minha frente.
- Ei! - olhou-me espantada assim que uma lágrima caiu e logo em seguida muitas outras. - E-eu não sabia que estava tão afastada assim...- abraçou-me fortemente. - Na verdade eu não estou, mas...
- Não é por causa disso que eu estou chorando! - disse entre lágrimas me desfazendo do abraço.- Ele tá aqui Amanda, ele tá aqui! - desabei no choro.
- Ele quem Luiza? - escondi meu rosto entre minhas mão e chorei ainda mais. - Pelo amor de Deus, de quem você ta falando?
- O Lucas, ele ta lá no resort! - disse de uma vez vendo sua expressão de espanto
- Como é? - alterou a voz. - Como assim ele ta lá no resort? O que ele ta fazendo lá?
- Eu não sei! - disse exausta. - Parece que é férias em família!
- Meu Deus...- murmurou. - E o Caio? - soltei o ar pela boca.
- Preferiu me deixar sozinha, disse que eu precisava pensar!
- Pensar em quê? - contei tudo a ela, desde do momento que vi Lucas até o momento que fui atrás dele na praia. - E o que aconteceu depois que vocês se abraçaram? - encarou-me desconfiada.
- Nada! - semicerrou os olhos. - Estou sendo sincera, até porque depois que ele me abraçou pareceu que tudo tinha desmoronado, e a única coisa que eu fiz foi correr pra longe dele!
- Como você está se sentindo?
- Péssima, arrasada, sufocada, confusa! - bufei.
- Confusa? Por que confusa? - cerrou o cenho.
- Porque eu achei que estava pronta para perdoá-lo e já tinha superado tudo o que tinha acontecido, porém, não é bem assim e...
- Você ainda gosta dele? - perguntou sem delongas me causando um certo choque.
- Claro que não! - respondi rapidamente.
- Será que você consegue repetir isso pra mim sem soar automático e meio incerto? - debochou.
- Amanda eu amo o Caio! - disse seriamente.
- Eu não disse que não! - sorriu de lado. - Só estou querendo saber se da mesma forma que os sentimentos ruins ficaram, o bons permaneceram!
- Mas é óbvio que não! - revirei os olhos. - Se a gente não aprende do modo fácil, o difícil ensina, não é mesmo? - arqueei uma sobrancelha.
- O que eu quer dizer? - encarou-me confusa.
- Que eu sempre insistir em manter o meu amor pelo Lucas, acesso dentro de mim...- dei uma pausa. - Porém no final, da forma mais dolorosa possível, percebi que era a hora de deixar pra lá e seguir em frente!
- Ficou mesmo pra lá?
- Óbvio Amanda, pode me perguntar quantas vezes você quiser, a resposta não irá mudar! - a encarei convicta.
Amanda ficou me encarando por um tempo, como se pudesse ler a minha alma, até que por fim perguntou.
- E você um dia realmente amou?
POV. Lucas
Entrei no quarto batendo porta e para minha surpresa quem estava ali era minha mãe, não Matheus.
- Se está aqui para brigar comigo ou sei lá, volta depois porque agora não é uma boa hora! - me joguei na cama fechando os olhos.
- Você pode baixar a guarda por favor? - abri os olhos a encarando desconfiado. - Só quero conversar com você!
- E o que seria? - sentei na cama cruzando os braços.
- Quero saber como você está se sentindo Lucas, não é todo dia que um antigo e complicado amor aparece em nossas vidas! - sorriu de lado.
- Eu não estou afim de falar como eu estou me sentindo! - ela ia protestar porém fui mais rápido. - Mas mesmo assim, obrigado! - sorri duramente.
- Lucas...
- Se você realmente quer que eu fique bem, respeite pelo menos essa minha vontade!
- Tudo bem...- soltou o ar pela boca e sentou na borda da cama. - Só quero te dizer uma coisa que eu ouvia da sua vó quando brigava com seu pai! - posicionou sua mão em cima da minha.
- E o que seria? - tirei minha mão de perto da sua.
- " deixe o amor ir navegar; se esse amor for seu, logo o mar devolverá! "
- O que quer dizer com isso? - a encarei confuso.
- Pense querido, no fundo você sabe o que estou querendo dizer...- sorriu de lado alisando meus cabelos. - Logo mais, a resposta vem! - depositou um beijo em minha testa e saiu do quarto me deixando pensativo.
{deixe o amor ir navegar; se esse amor for seu, logo o mar devolverá}
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